Ao longo da vida, o ser humano experiencia várias perdas ( luto ), a começar quando os filhos crescem e se casam, a perda de emprego, de namorado, de um ente querido, o distanciamento e/ou perdas de amigos, entre outras circunstâncias. A todo momento nós passamos pela experiência de perder, abandonar e/ou desistir de alguma coisa.
Cada perda produz um sofrimento e dores diferentes. Ela faz parte da vida e, mesmo assim, é dolorosa, e o processo de elaboração e de aceitação é difícil e lento.
No entanto, para as pessoas da terceira idade as perdas estão relacionadas à morte de entes queridos, amigos e colegas, ao fim do vínculo profissional, social e familiar. Para o idoso o maior desafio é como sobreviver a essas perdas. Embora a morte seja admitida como um fato, o idoso, principalmente, demonstra grande dificuldade em aceitá-la, bem como abordar o assunto com os familiares.
A perda de grande sofrimento para o idoso é a do cônjuge. É aquela pessoa com quem construiu e compartilhou toda a sua vida e, consequentemente, a sua ausência lhe traz inabilidade, insegurança e desamparo. O pesar e a dor são tão profundos por um tempo que a pessoa perde recursos de enfrentamento da situação, sentindo-se incapaz de encarar a vida.
O Luto do Idoso
Algumas características são comuns ao luto, como uma tristeza profunda, afastamento das atividades normais, o choro, a perda da vontade de saber sobre coisas que acontecem ao seu redor, distúrbio do sono e do apetite, a incapacidade de substituir ou assumir algo novo, etc. O período do luto compreende várias fases e difere de pessoa para pessoa, as fases não são rígidas e não têm uma sequência exata. Passando por esse processo, da descrença à aceitação, poderá ocorrer a elaboração do luto e a retomada de um novo equilíbrio.
É essencial que os familiares tenham paciência com o idoso enlutado, deixando-o falar seus sentimentos sobre a perda, suas dores e sofrimento, mesmo que seja repetitivo, pois auxilia na elaboração do luto e enfrentamento da sua realidade. Nesse momento, o idoso necessita de empatia, calma e atenção.
Alguns fatores como os aspectos religiosos e espirituais podem facilitar o enfrentamento. Muitas vezes, a espiritualidade pode ser um recurso para enfrentar a situação de perda, dor e frustação, proporcionando um novo significado para a vida. Participar de um grupo de apoio também é sempre positivo.
É saudável para o idoso que dê tempo ao tempo, que se esforce para conversar com as pessoas mais queridas, faça atividades relaxantes e construtivas, retomando gradativamente as atividades que lhe davam prazer acrescentando mudanças na rotina, pois pequenos detalhes podem fazer a diferença.
Psicóloga
Lucia Yulico Ishii Sato
CRP- 08/30659
Psicóloga do Projeto Sakura.