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O futuro dos jovens brasileiros no Japão

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O futuro dos jovens brasileiros no Japão

Muitos de nossos nacionais costumam afirmar: “estou vivendo temporariamente no Japão para organizar minha vida no Brasil”. Ainda que tenham o retorno em vista, as famílias costumam prolongar sua permanência no Japão, postergando, assim, uma decisão definitiva a respeito da eventual volta ao Brasil. Cria-se assim um descompasso entre a intenção expressa e a realidade que se constrói em terra estrangeira com o passar dos anos. Frequentemente, leva-se muito tempo para reconhecer-se como imigrante de residência fixa no Japão. E a falta de clareza quanto ao planejamento futuro gera impactos negativos sobre a vida de todos os membros da família, em especial sobre a situação dos menores estudantes.

Um dos modos de minimizar os efeitos negativos da oscilação da residência familiar entre dois países é a educação e a capacitação, com especial destaque ao bilinguismo. Nesse sentido, há ampla oferta de bons cursos gratuitos de japonês para estrangeiros. A NPO ABC Japan, por exemplo, instituição parceira do consulado em diversos projetos educacionais, disponibiliza ao público bons cursos de Japonês, para todos os níveis de proficiência. Há também iniciativas de outras instituições, empresas e autoridades japonesas que oferecem ao público cursos técnicos e do idioma local de forma gratuita. No ano passado, o Consulado publicou uma lista com diversos cursos de língua japonesa e de capacitação gratuitos ou a preços módicos. A lista completa, que vem sendo constantemente atualizada, pode ser acessada em:
https://www.facebook.com/ConsuladoemToquio/photos/a.716090865111091/3995394990513979/

Além da divulgação de oportunidades de estudo de língua japonesa e de capacitação técnica, instrumentos capazes de gerar uma melhor inserção de nossa comunidade na sociedade local, o Consulado tem estimulado também o aprendizado da língua portuguesa por meio de concursos. Assim, no ano passado, foi realizada a primeira edição das Olimpíadas do Português como Língua de Herança, que permitiu a participação de crianças e adolescentes de nacionalidade brasileira ou de estrangeiros com pais de nacionalidade brasileira, desde que matriculados em escolas japonesas. Os participantes foram divididos em duas categorias: a primeira composta por crianças de 9 a 12 anos; e a segunda integrada por adolescentes de 13 a 15 anos de idade. O evento ocorreu em três etapas. Duas de caráter regional: oratória e prova objetiva; e uma etapa de âmbito nacional: prova de redação.

Para os alunos matriculados em escolas de currículo brasileiro no Japão, também no ano passado, o Consulado realizou a primeira edição do Campeonato de Língua Portuguesa. Participaram 169 alunos, de 9 escolas localizadas em diferentes prefeituras da jurisdição do posto. O campeonato foi dividido em duas etapas: prova objetiva (múltipla escolha) e redação. Aproveito a oportunidade para parabenizar os vencedores de ambos os concursos e todos os participantes das duas iniciativas.
Das provas e etapas avaliadas em ambas as ocasiões, percebeu-se que boa parte do material analisado revela o enorme potencial acadêmico dos jovens da nossa comunidade, haja vista a clareza e a força de seus argumentos e um notável domínio da norma padrão da língua portuguesa. Nada mais natural para eles do que seguir desenvolvendo seu potencial em instituições de ensino superior no Brasil ou no Japão, caso seja esta sua escolha.

Observa-se, no entanto, que muitos alunos de escolas brasileiras têm à sua frente obstáculos difíceis de serem superados. Vários têm pouco contato com a língua japonesa, uma vez que o português é o idioma utilizado em praticamente todos os domínios sociais onde convivem: casa, escola, igreja/templo, lazer. Sem oportunidades para praticar a língua local, as chances de ingresso em universidades japonesas tornam-se mínimas. Consequentemente, o potencial intelectual de jovens recém-saídos do nível médio acaba sendo desperdiçado em “arubaitos” e horas extras (zangyo).

Do outro lado, os alunos que frequentam as escolas japonesas acabam tendo uma integração tão intensa à sociedade local que, por vezes, não aprendem o idioma pátrio e perdem boas oportunidades de estudos superiores no Brasil ou de empregos nos quais poderiam se valer da habilidade de falar dois idiomas. Muitas vezes, isso acontece pela dificuldade dos pais de passar a seus filhos a língua portuguesa ou simplesmente pela falta de atenção da família a esse aspecto.
Portanto, não deixe de investir no futuro e nos estudos de seus filhos. Caso precise de mais informações, procure o Consulado e teremos prazer em esclarecer todas as dúvidas sobre educação superior e técnica, cursos à distância, cursos de idioma, ou qualquer outro tema relacionado à educação tanto no Brasil quanto no Japão. Você também pode enviar e-mail a informe.cgtoquio@itamaraty.gov.br que responderemos em seguida.

 

 

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