Neste artigo, abrimos espaço para expressar nosso apoio inabalável às vítimas do recente atentado terrorista que ocorreu em Israel, no último dia 7 de Outubro de 2023. O atual conflito na região, marcado por uma série de ataques sem precedentes provocados pelo grupo palestino Hamas, trouxe à tona uma questão de longa data, o conflito entre israelenses e palestinos.
O conflito em Israel, que persiste há décadas, representa uma complexa interseção de interesses, história e geopolítica. O trágico episódio que abalou o mundo ressalta a necessidade de compreender as nuances desse cenário e as implicações tanto locais quanto globais.
Nesta matéria, exploraremos os fatores subjacentes que culminaram nesse conflito e analisaremos seu impacto potencial em questões econômicas e de investimento. À medida que investigamos as origens desse conflito e as perspectivas para o futuro, buscaremos entender como os mercados financeiros podem ser influenciados e quais oportunidades e riscos podem surgir como resultado dessa situação.
É imperativo que a comunidade empresarial global esteja ciente desses desenvolvimentos e esteja preparada para responder de maneira informada e estratégica.
Origem e história do Estado de Israel
Geograficamente localizado no extremo leste do Mar Mediterrâneo, Israel se autodeclara um Estado independente em 14 de maio de 1948. Segundo informações do Consulado-Geral de Israel, este evento crucial derivou de uma resolução das Nações Unidas de novembro de 1947. O plano consistia em dividir a região da Palestina, anteriormente parte da província otomana, entre Israel e um Estado que unisse a população local de língua árabe.
Todavia, logo após a fundação de Israel, o país se viu confrontado com a chamada Guerra da Independência, em que Egito, Jordânia, Síria, Líbano e Iraque atacaram o território recém-estabelecido. Esse conflito se prolongou por 15 meses e resultou na perda de cerca de 6 mil vidas israelenses.
Atualmente, Israel se configura como a única nação judaica da Era Moderna, com uma população de aproximadamente 9,15 milhões de habitantes. Apesar de ter firmado acordos de paz com Egito e Jordânia, Israel mantém conflitos em curso com a população palestina em territórios como a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.
Geograficamente, Israel abriga Jerusalém, cidade histórica reverenciada por várias religiões globais, como o cristianismo, o judaísmo e o islamismo, cidade sob controle israelense desde 1967.
Como nação, Israel experimentou prosperidade significativa ao atrair imigrantes judeus de diversas origens com amplos conhecimentos, bem como substanciais aportes financeiros provenientes de personalidades judias após a conquista de sua independência.
Ademais, contribuições da Alemanha como forma de reparação pelo Holocausto do regime nazista, somadas a subsídios e assistência proveniente dos Estados Unidos, desempenharam um papel fundamental no desenvolvimento do país, levando Israel a ocupar a posição de 22ª economia global, de acordo com o ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento da ONU, entre 191 nações.
Cronologia de Gaza: evolução territorial e transformações
Aninhada à beira do Mar Mediterrâneo, a Faixa de Gaza, um estreito território com cerca de 41 quilômetros de extensão e uma média de 10 quilômetros de largura, desempenha um papel singular na intricada tapeçaria do Oriente Médio. Este solo testemunhou uma história rica e, simultaneamente, marcada por tragédias.
A Guerra dos Seis Dias, em 1967, testemunhou a aquisição de Gaza por Israel, juntamente com a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, estabelecendo uma soberania que se prolongaria por décadas. Durante esse período, uma série de conflitos e tensões se manifestaram, culminando na retirada israelense em 2005.
Entretanto, a retirada israelense não resultou na estabilidade esperada. O grupo islâmico Hamas, classificado como organização terrorista por várias nações, incluindo Israel e os Estados Unidos, tomou as rédeas de Gaza em 2007, redefinindo a região como um território autônomo separado da Cisjordânia, sob o controle da Autoridade Palestina.
Essa mudança de poder trouxe consigo uma série de desafios, incluindo conflitos intermitentes com Israel e a imposição de um bloqueio que impactou profundamente a economia e a qualidade de vida dos palestinos da região, que convivem com escassez de recursos, instabilidade política e conflitos recorrentes.
Kibutz: os motores econômicos na fundação de Israel
Parte fundamental da história e cultura de Israel, os kibutzim (plural hebraico de kibutz) são comunidades coletivistas rurais onde os membros compartilham recursos, responsabilidades e valores. Essas comunidades surgiram nas primeiras décadas do século 20, antes mesmo da fundação do Estado de Israel.
Os kibutzim desempenharam um papel crítico no desenvolvimento e no fortalecimento do país. Em um território muitas vezes árido e desafiador, essas comunidades promoveram a agricultura e a autossuficiência. Eles também contribuíram para a construção de infraestrutura e para o aumento da população judaica em Israel.
Os princípios subjacentes aos kibutzim, como cooperação, igualdade e sustentabilidade, influenciaram a cultura israelense de maneira profunda. Além disso, essas comunidades serviram como um experimento social que demonstrou a capacidade de superar adversidades e prosperar por meio da resiliência coletiva.
Startup Nation: Israel como berço de resiliência, inovação e oportunidades
Com mais da metade de seu território coberto por desertos e convivendo diariamente com a escassez de água e conflitos latentes, Israel, paradoxalmente, tornou tais restrições como catalisadores no florescimento de uma economia vibrante e um ecossistema de inovação de destaque.
Israel, também conhecido como a “nação das startups“, tem cerca de 1.748 deste modelo de negócio, uma média de uma para cada 5 mil habitantes. Em contraste, o Brasil aparece com 1.199 startups, uma média de uma para cada 180 mil habitantes. O ecossistema israelense é adornado com 25 unicórnios (startups avaliadas em mais de 1 bilhão de dólares), superando os 19 do Brasil.
Dentre alguns fatores que influenciam no ecossistema de inovação único de Israel, a cultura de prontidão militar traz aos jovens de Israel acesso a tecnologias militares de ponta, o que frequentemente desencadeia ideias inovadoras e projetos de pesquisa e desenvolvimento.
A amplitude de pesquisa e inovação no cenário israelense, aliada ao suporte de capital de risco, contribui para o sucesso das startups do país.
A força da religião judaica também é um fato interessante no que se refere ao senso empreendedor e inovador israelense. Os princípios e ensinamentos judaicos têm uma influência profunda no comportamento da população, incluindo o empreendedorismo, moldado pela conscientização coletiva e pela resolução de problemas, valores que têm raízes na Cabala e nas tradições judaicas.
Em um país pequeno e muitas vezes conflituoso, a mentalidade de pensar global e atender às necessidades mundiais é uma abordagem natural. Desde a infância, israelenses são incentivados a questionar e explorar ideias.
Essa mentalidade crítica culmina em uma nação altamente adaptada à inovação, onde desafiar o status quo é parte do DNA, impulsionando a nação a liderar a inovação global e a enfrentar desafios complexos com inovação, resiliência e determinação.
Israel: oásis de inovação em meio à escassez hídrica
A escassez de água é um desafio global cada vez mais premente. No entanto, Israel, um país que enfrenta uma das escassezes hídricas mais severas do mundo, destaca-se como um exemplo notável de como a criatividade, inovação e tecnologia podem ser usadas para superar essa crise.
O país israelense adotou uma abordagem multifacetada para gerenciar sua água com eficiência, maximizando seu uso e minimizando o desperdício, com implementações de sistemas de dessalinização da água do mar, reciclagem de água, uso de sensores avançados para monitoramento e irrigação precisa, bem como a realização de práticas de conservação e conscientização pública.
A tecnologia de dessalinização, por exemplo, permitiu a Israel transformar água salgada do mar em água potável, tornando-a uma das líderes mundiais nessa área, exportando até mesmo para regiões vizinhas como a Jordânia. Além disso, a reciclagem de água é uma parte essencial da abordagem israelense, com água tratada sendo reutilizada para fins agrícolas e industriais.
Mas e como o mundo pode aprender com Israel a abordar a escassez hídrica?
A ênfase na inovação e tecnologia, juntamente com uma mentalidade de conservação, é um modelo que pode ser aplicado globalmente. À medida que a escassez de água se torna uma ameaça crescente, as soluções adotadas por Israel servem como um farol de esperança, mostrando que é possível enfrentar esse desafio complexo com resiliência e engenhosidade.
O legado de Israel na gestão hídrica oferece lições valiosas para um mundo que busca soluções sustentáveis para as crises hídricas em crescimento.
Israel para o mundo: lições importantes a serem seguidas
O sucesso de Israel no enfrentamento da escassez de recursos hídricos, na criação de um vibrante ecossistema de startups e na transformação de adversidades em oportunidades é digno de admiração e aprendizado. A capacidade de reunir uma comunidade diversificada e promover um ambiente de inovação deve servir como um modelo para o mundo.
Israel é uma aula de inovação. Desde a diversidade de religiosos fervorosos que dividem o mesmo espaço até os famosos Kibutzim, que de forma coletiva e democrática conseguem vender tecnologias por bilhões de dólares.
Israel encarna o espírito da cidadania ativa e o desejo constante de inovação. É um lugar onde desafiar a ordem estabelecida significa transformar momentos de crise em oportunidades significativas. A nação é forjada na noção de preparação, liderança e, acima de tudo, na força de uma comunidade unida trabalhando em conjunto para alcançar um objetivo compartilhado: a vitória.
Chiune Sugihara: o herói desconhecido que moldou a história de Israel
Chiune Sugihara, também conhecido como “o Schindler japonês”, desempenhou um papel transformador na história de Israel, apesar de muitos desconhecerem sua notável contribuição.
Sugihara, um diplomata japonês que servia como vice-cônsul na Lituânia, ousou desafiar ordens diretas de seu governo e emitiu milhares de vistos para judeus em perigo, permitindo que escapassem do Holocausto. Seu ato heroico resultou em aproximadamente 6.000 vistos emitidos em apenas algumas semanas, proporcionando aos judeus uma rota de fuga para a segurança. Assim surgiu a lista de Chiune Sugihara.
A ação corajosa de Sugihara levou muitos judeus a encontrar refúgio em lugares como o Japão e, posteriormente, em Israel após a guerra. Seu legado perdura como um exemplo notável de altruísmo em meio à adversidade.