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Qual a utilidade das nossas fantasias na psicoterapia?

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Qual a utilidade das nossas fantasias na psicoterapia?

 

Já aconteceu de alguma vez você começar a fantasiar cenários na sua cabeça, imaginando como seria se você tivesse um romance com alguma pessoa famosa, superpoderes ou em situações improváveis, e então ficar um bom tempo investindo neste cenário e pensando no que aconteceria depois, e depois e depois? Isso é fantasiar, ferramenta utilizada como inspiração para diversos artistas, compositores e por aí vai. Mas para que serve isso na nossa mente?

A fantasia, utilizando a abordagem de Freud, é um mecanismo da nossa mente para fazer com que a nossa realidade seja um pouco mais prazerosa, para que possamos, de certa forma, fugir de coisas ruins que acontecem conosco e pensar em como seria bom estar em um determinado cenário e ter controle total sobre ele. Obviamente, tudo que é bom precisa ter moderação, tendo cuidado para não passar horas demasiadas do dia apenas divagando sobre esta fantasia.

 

Mas qual é o significado da fantasia na psicoterapia? Dentro da psicoterapia, essas fantasias podem ser um caminho de entrada para conteúdos mais profundos, como o porquê de você estar em determinada situação, quais são as ações que você tomou, entre outras questões. A própria fantasia também pode ser uma maneira de você se proteger de eventos mais traumáticos e trazer estes temas para a consciência de uma maneira acolhedora, como, por exemplo, ter uma relação muito difícil com um parente. A partir daí, fantasiamos em ter uma relação, familiar ou amorosa, com um personagem na TV ou série, tornando o trauma não elaborado em algo mais digestível para nós, e levando este tema para a (o) psicoterapeuta, você pode entender um pouco mais sobre você.

 

Porém, um assunto que é muito importante para ser discutido quando falamos sobre a fantasia é a moderação; até que ponto você está mais fantasiando do que vivendo a realidade? Você pode começar a ver quanto tempo do seu dia você está gastando com esse cenário, fazer questionamentos como “você passa mais tempo fantasiado do que tendo relações sociais? Ativamente se esquiva de obrigações ou eventos para poder ficar isolado em seu mundo? Possui reações emocionais negativas ou exageradas relacionadas a esses cenários?” Essas são perguntas para começar a entender o quanto a sua fantasia afeta o seu dia.

 

 

 

LUCAS SANTOS

CRP 08/38014

Psicólogo do Projeto Sakura

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