Pensamentos suicidas atingem metade dos jovens japoneses

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Quase metade dos jovens no Japão já tiveram pensamentos suicidas. A triste notícia foi divulgada nesta quinta-feira, 4, quando uma organização não-governamental com sede em Tóquio revelou o resultado de uma pesquisa nacional e pediu mais conscientização política para prevenir o suicídio.

A Nippon Foundation divulgou os resultados após compilar dados de uma pesquisa online realizada de 10 a 18 de novembro do ano passado.

Das 14.555 pessoas de 18 a 29 anos ouvidas pela entidade, 44,8% tiveram pensamentos suicidas diante de problemas como relacionamentos difíceis com pessoas próximas, bullying e preocupação com futuros planos educacionais ou profissionais.

Dos 44,8%, 40% deles disseram que tentaram o suicídio ou tomaram algumas medidas para se preparar para o suicídio.

O trauma, como o abuso sexual e o bullying, desempenhou um grande papel e, quando agravado, aumentou a probabilidade de tais pensamentos.

No Japão, o suicídio foi a principal causa de morte entre jovens de ambos os sexos em 2019, 2020 e 2021, mostraram dados do Ministério da Saúde.

Nesses anos, 2.117, 2.521 e 2.611 na faixa etária de 20 a 29 anos se mataram, segundo a polícia.

Em 2022, 2.483 pessoas nessa faixa etária cometeram suicídio, apurou a agência.

De acordo com a pesquisa da Nippon Foundation, uma em cada sete pessoas entrevistadas já havia sofrido violência sexual.

Eles eram 37 pontos percentuais mais propensos a pensar em suicídio do que aqueles que não pensavam.

A organização também disse que pessoas transgênero e não-binárias são mais propensas a sofrer agressão sexual e a ter mais pensamentos suicidas do que pessoas cisgênero.

Pessoas trans e não-binárias, e aquelas que preferiram não responder se seu gênero estava alinhado com o sexo de nascimento, representaram 10% dos entrevistados.

 

Se está passando por problemas, busque ajuda (Foto: Pixabay)

 

Neste grupo, 52,4% tiveram pensamento suicida.

Desconhecimento

A Fundação destacou a relutância daqueles que se sentiram suicidas em falar sobre isso, bem como o desconhecimento de organizações públicas que poderiam ajudá-los.

Mais da metade daqueles que consideraram o suicídio não falaram com ninguém sobre isso, descobriu a organização, com o principal motivo sendo que eles não achavam que era algo que pudessem discutir.

Os amigos encabeçaram a lista daqueles a quem os suicidas se abriram, com 12,4%.

Apenas 2,4% aproveitaram a ¨janela de consulta pública¨, que foi menos do que os 4,5% das pessoas que falaram com alguém que conheceram pela mídia social.

¨Enquanto o muro do ‘não saber’ permanecer, mesmo que o suicida fale com alguém, ele ou ela pode não ser direcionado a um grupo de apoio¨, afirmou a entidade em relatório.

Busque ajuda grátis

Se você está tendo pensamento suicida ou conhece alguém que precisa de ajuda, disque 119.

No Japão ainda existe a linha direta Yorisoi , que atende no número 0120-279-338 (ligação gratuita).

Pressione 2 após a mensagem gravada para consulta em português, inglês, chinês, coreano, tagalo, espanhol, tailandês, vietnamita, nepalês ou indonésio.

O serviço nesses idiomas também está disponível no Facebook Messenger .  

 

Fontes: Kyodo e Mainichie Shinbum

 

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