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Zico – O homem que forjou o futebol japonês

Poucos atletas têm a capacidade de se manter do lado certo dos holofotes, mesmo depois de décadas do seu apogeu. A maioria, aliás, simplesmente desaparece, muitos para um merecido descanso depois de anos de serviços prestados ao esporte. Aqueles, porém, que conseguem se manter na mídia, nem sempre estão nas manchetes pelos melhores motivos. Zico, porém, segue uma unanimidade, com sua carreira tão longeva quanto imaculada. Um ídolo mundial cuja aura, no Japão, é ainda mais brilhante. Não são raras as oportunidades que os japoneses associam o Brasil a ele e não é para menos. Zico é um dos pilares da profissionalização do futebol japonês e da sua transformação em uma potência regional no esporte masculino e mundial, eno feminino. No Japão, o Galinho de Quintino, que transformou o Flamengo num dos times mais amados do país, é reconhecido como Soccer no Kami-sama (deus do futebol, em japonês). Ele recebeu a equipe do Guia JP para uma entrevista exclusiva on-line, direto da sede do Kashima Antlers, seu time de coração na Terra do Sol Nascente. Com ele, falamos sobre o Japão, a sua importância no futebol do país, as eleições no Brasil e muito mais. Confira.

GUIA JP – O que te conquistou aqui no Japão?

O que mais me fascina aqui é que tudo é feito no sentido de proteger a vida humana. Andar na rua, o trânsito, as construções: tudo é pensado para dar a maior segurança possível para você viver. Eu acho isso fantástico. Quando eu construí, em 1995, meu centro de futebol, procurei conhecer aqui tudo que era feito paraevitar acidentes. Graças a Deus são 27 anos e zero problemas. Eu fico muito feliz com isso. Vejo preocupação, às vezes até excessiva, mas necessária, em relação à segurança nos transportes, no dia a dia… Para mim, a preservação da vida do ser humano sempre foi a coisa mais importante. Vim para cá quando tinha quase 40 anos [ele está prestes a fazer 70] e a gente aprende ainda mais coisas aqui.

Gosto muito da gastronomia. O teppanyaki não tem igual no mundo. É fantástico. Também gosto de shabu-shabu. Por ser filho de português, adoro sopa. As sopas japonesas também são maravilhosas.
 
GUIA JP – Você falou agora da escolinha no Brasil. E como está aqui no Japão?
Sempre tive um desejo grande de fazer uma escola de futebol no Japão. Nesses anos todos em que eu tenho vindo aqui, acredito que tenha dado aula de futebol para mais de 50 mil crianças japonesas. Todo ano são diversas clínicas com 100, 200 crianças. Muitas delas se tornaram profissionais, jogando até aqui no Kashima. Sempre tem um que diz: “Olha, fiza clínica de futebol naquela cidade”. Isso é muito gratificante. Aqui tinha um problema sério. O regulamento da J-League diz que o profissional registrado de futebol não pode ter escola de futebol nas regiões que tenham um time de elite. Como foi criada a primeira, a segunda, a terceira divisão, tudo quanto é cidade do Japão tem time. Como eu me desliguei aqui do futebol do Kashima no ano passado, e hoje estou só como conselheiro, pude abrir a escola em Imizu, Toyama, que foi a primeira. A Lucilene [Yuzawa, administradora da escola] teve muita importância nisso. Ela fez uma divulgação maravilhosa, seja com a imprensa japonesa, seja com a imprensa brasileira. Todos deram muita cobertura, coisa que já não teve em Okinawa. Lá eles já tinham a escola, que mudou de nome. Estou sendo procurado por diversas cidades para também montar uma escola. Então, estou feliz.
 
GUIA JP – O senhor teve e ainda tem um impacto muito grande no futebol japonês. Como o senhor vê isso?

Quando cheguei aqui, não estava preocupado emser destaque jogando futebol porque não precisava mais disso. Inclusive,quando eu vim falei para eles: “Estãovendo a vida que eu levo aqui? Não tenho mais nada a almejar no futebol. Então, se vocês quiserem me levar, quero ter uma vida em que possa dar seguimento a tudo o que construí durante esses 35 anos de futebol”. Assinei contrato depois que tive o problema no joelho. Aliás, parei por causa disso. Joelho, muitas lesões musculares… Isso reflete em tudo. É igual a um carro. Você tá com o amortecedor ruim, aí o pneu fica careca, a direção dá problema, uma coisa vai levando a outra. Mas eu me preparei bem. Sou fominha de futebol. Ainda estava numa condição e não tinha pressão nenhuma de chegar, entrar e jogar bem. A minha preocupação quando eu cheguei era formar os japoneses, mostrar para eles o que é profissionalismo. Não estava preocupado em ser o destaque jogando. Eles já sabiam quem eu era. Estamos dentro de uma cidade pequena. Formei esse time, ajudei na montagem de toda uma infraestrutura do lado de fora: a concentração, o campo, o CT [Centro de Treinamento], o estádio, ou seja, tudo. Falei para eles que se eles quisessem trazer bons jogadores para Kashima, tinham que oferecer o que tem de melhor na estrutura profissional. O time montou um CT que ninguém tinha, montou um estádio maravilhoso para quase 20 mil pessoas, renovou a concentração toda, fez uma coisa maravilhosa. Então, o garoto vinha lá de Shizuoka, ou de qualquer outro lugar, ficava bem e se ligava só em fazer futebol. Como eu já era uma referência, os melhores japoneses dos colegiais começaram a vir para cá porque eu estava aqui. Trouxemos também brasileiros para aquelas posições em que a gente tinha dificuldade de encontrar japoneses. Foram três estrangeiros só. Foi uma geração maravilhosa aqui no Kashima.

GUIAJP – Eu entendo, então, que foi o impacto de criar uma cultura do futebol no Japão.
 Até o relacionamento com torcida, eu mostrava para eles. O treino é 3 horas. Então, ao invés de chegar duas e meia, chegaàs duashorase atende o torcedor, dá autógrafo. No começo, o treino do Kashima tinha dez pessoas. Essas dez foram falando para as outras: “Vai lá em Kashima que o pessoal é legal”. No final, tinha duas mil pessoas assistindo ao treinamento. Teve que fazer segurança, cordinha, aquelacoisa toda. O japonês é muito detalhista e se a coisa dá certo, ele vai atrás, quer saber como é, quer melhorar. É um povo altamente disciplinado, obediente e a minha dificuldade foi mostrar que eles tinham que ter iniciativa, criatividade, não só aquele negócio de fazer o que te dizem para você. E se errar, paciência. Tenta acertar na outra. O medo deerrar deles é um negócio fantástico!Depois que eu parei, ela seguiu em frente. Isso acabou se tornando referência no país inteiro. Como é que um time lá de uma cidade de 40 mil ganha tudo? Que história é essa? Muita gente copiou o que o Kashima estava fazendo.
 
GUIA JP – E como o senhor vê o marketing esportivo da J-League para fora?
É muito restrito, muito restrito e, às vezes, bloqueia muito a atuação dos próprios clubes. Eu tenho sempre tido discussões aqui com o marketing do Kashima nesse sentido.Expliquei para eles que o patrocinador quer mídia, quer aparecer. Quando ele assina um contrato com o Kashima, ele quer aparecer na camisa, no treinamento, nas placas. Ele quer receber a visita dos jogadores. Um jogador pode fazer uma visita, colocar nas redes sociais dele. Não precisa ser garoto-propaganda da marca.O Flamengo tem 10 milhões de seguidores no Instagram. Sabe quantos tem o Kashima que é famoso no Japão inteiro, no Brasil, na Itália? Cento e vinte mil. É muito pouco. Eu queria postar algumacoisa. Não pode, porque determinada coisa a J-League não permite. Hoje em dia o marketing não é tanto na televisão. Hoje o marketing é a rede social. Em 2018, as redes sociais elegeram um Presidente da República no Brasil. Então, temos que atacar nessa área.
 
DESENVOLVIMENTO DE UM LEGADO COMEÇA PELO CONHECIMENTO DO PÚBLICO, PASSANDO POR PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DE UM PRODUTO PARA ESSE PÚBLICO E TERMINA NAS FERRAMENTAS PARA ALCANÇAR E OFERECER UMA BOA EXPERIÊNCIA PARA O PRIMEIRO CONTATO COM ESSE PÚBLICO.
QUER CRIAR A PERCEPÇÃO DE VALOR QUE SUA EMPRESA PRECISA PARA SE POSICIONAR COMO REFERÊNCIA NO MERCADO?
GUIA JP -Aliás, falando em Brasil, como é que o senhor avalia o resultado das eleições?
Resultado é resultado. Tem que se respeitar, né? Desde que tenha acontecido àlisura, vamos embora, vamos em frente. Eu sei o que é uma vitória e uma derrota. Então, desde que haja lisura na forma como aconteceu, vamos em frente. A gente daqui de longe não tem como avaliar, mas pelo número de eleitores que votaram, foi uma participação muito grande do povo, dos dois lados. O povo deu uma demonstração de apoio às eleições muito grande. Foi lá e compareceu. Fez o seu dever cívico. O Brasil, infelizmente, ficou muito dividido. Agora, quem ganhou tem que trabalhar e mostrar porque ganhou a confiança de quem votou neles. Isso é importante para o país. Quem venceu que faça o melhor para o país para mostrar àqueles que perderam que está capacitado para estar lá. O que aconteceu no passado não pode se repetir.
 
GUIA JP – Quais as suas expectativas para a Copa do Mundo do Catar?

Primeiro, vou dizer que eu sou totalmente contra essa Copa do Mundo nesse período e no Catar. Acho que deve ter tido mil coisas por trás para a Copa do Mundo ser num país em que ninguém nunca fez nada pelo futebol e que, de repente, ganhou esse privilégio e o mundo inteiro teve que mudar o calendário por causa da competição. Isso é inadmissível, mas como a dona FIFA fala e tem suas situações, vamos torcer pra dar tudo certo.Na questão de tática de jogo, não vai acontecer nada de novo. A Seleção Brasileira é uma forte candidata porque cresceu num momento importante, se rejuvenesceu. Os jovens que tiveram uma oportunidade, principalmente nesse último ano, aproveitaram muito bem. Eles estão muito bem física, técnica e mentalmente. O principal jogador brasileiro, que é o Neymar, atravessa um momento muito bom. Talvez essa seja a primeira Copa do Mundo em que ele vai jogar com 100% de condições. É fundamental ter o melhor jogador no melhor da sua condição física e técnica.Outra seleção que vem crescendo muito desde as categorias de base é a Inglaterra.Foi agora vice-campeã da Europa e, na última Copa, também ficou ali entre os quatro. Foi campeã mundial, sub17, sub20 [ambas em 2017]. Tem uma geração muito boa de jovens, também. Gostaria muito de ver a final Brasil x Inglaterra. Não sei se vai haver a possibilidade. A França é uma ótima seleção, mas parece que está com alguns problemas internos. Alemanha é sempre uma seleção que, independentementeda condição, muitas vezes se transforma. Também é uma seleção jovem. E a Argentina tira dos ombros a questão do Messi jogar. A Argentina ganhou a Copa América com o Messi sendo um bom componente, sendo só a cereja do bolo.O Japão teve uma infelicidade grande ao cair num grupo com Alemanha e Espanha. E, também, a Costa Rica que sempre mostrou, em Copa do Mundo, que não é nenhuma galinha morta. Até falei para o Moriyasu [Hajime, treinador da seleção japonesa] não se deixar levar pelo nome. Não vamos esquecer que o adversário que eles sempre batem, a Coreia do Sul, foi quem eliminou a Alemanha em 2018. Futebol se joga dentro do campo. 

GUIA JP – Que mensagem o senhor deixa para os nossos leitores neste fim de ano?
A vida muitas vezes passa por momentos inesperados. A gente precisa ter uma determinação muito grande para dar a volta por cima. Eu acho que é hora de repensar muitas coisas, aprender com tudo que aconteceu. Muita gente perdeu pessoas importantes das suas famílias. Acho que muitas lições ficaram. Temos que saber aproveitar bem essas lições. Algumas coisas que são simples, pequenas em termos, como a questão da higiene. Não podemos depender só da vacina. A gente tem que fazer a nossa parte, cuidar de nós mesmos e preservar a saúde de quem está do nosso lado. Sigam em frente com força, com capacidade de superação, para poder fazer o que gosta, o que quer fazer. Acredite no próprio potencial, no seu sonho e siga em frente.
 
O J1Talks é um podcast produzido com a perspectiva e insights de empreendedores brasileiros inseridos na comunidade brasileira do Japão

Coletivo realiza a 2ª Semana Podosfera Nipo-Brasileira

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Programação terá dois workshops com transmissão ao vivo

 

O crescimento no consumo de podcasts nos últimos anos prova que estamos testemunhando uma nova era do áudio. Segundo estimativa da eMarketer, a audiência do formato chegará a 23,5% da população mundial conectada até 2024.

O Brasil tem um lugar de destaque nesse mercado. Segundo uma pesquisa do site Statista, mais de 40% dos brasileiros conectados já entraram nessa onda. Um levantamento da plataforma Listen Notes coloca o nosso país como o segundo no mundo em produção de podcasts.

Seguindo essa tendência, os brasileiros no Japão também vêm aumentando a participação nesse mercado, seja como ouvintes ou produtores. Para conectar esse grupo, divulgar os podcasts no Japão e atrair mais audiência foi criado o Coletivo Podosfera Nipo-Brasileira, que realizará entre os dias 5 e 11 de dezembro a 2ª Semana Podosfera Nipo-Brasileira.

Na programação, muitas atividades online, principalmente pelas redes sociais.

Workshops

No sábado, dia 10, Aline Hack e Gabriel Tuller, profissionais do mercado de podcast no Brasil, ministrarão dois workshops com transmissão ao vivo no canal do coletivo no YouTube. A semana de atividades termina no domingo, 11, com um bate-papo on-line pela manhã.

 

Flyer do evento (Arte: Divulgação)

 

Para Gabriel, a iniciativa do coletivo é uma oportunidade única. ¨É uma excelente forma de gerar e nutrir uma comunidade de pessoas apaixonadas por podcast, conhecer gente nova que muitas vezes se sente sozinha e precisa de uma companhia e o evento é a coroação desse trabalho que vem sendo feito ao longo do ano¨, diz o profissional, que é fundador da Cosmódromo Studio, editor de vídeos e áudios e faz gestão de canais no Youtube e trabalha com vídeo marketing.

Aline Hack, que vai falar sobre pauta e roteiro, concorda com Gabriel. ¨É a primeira vez que falo para um grupo tão unido como a comunidade Nipo-Brasileira. Confesso que não conhecia os podcasts participantes, mas que quando tive contato, logo percebi a sua potência. Estou muito otimista com o crescimento do grupo e com as propostas para anos seguintes¨, disse a podcaster, que é gestora de projetos digitais, advogada, apresentadora e produtora do Olhares Podcast.

Aline também atua como pesquisadora na área de Direitos Humanos, Feminismo e Podcast e é a organizadora do livro ¨Feminismos e Podcasts¨.

Carlos Vilaronga, um dos organizadores do coletivo, lembra que o mercado no Japão ainda é muito pequeno, o que oferece muitas oportunidades para quem domina o japonês e o inglês e deseja empreender no mercado japonês de podcasts.

¨Percebi no último ano um amadurecimento entre os produtores de conteúdo. Mais planejamento, mais visão de médio e longo prazo¨, analisa o podcaster. ¨Alguns buscaram capacitação através de plataformas online e houve até quem ingressou em curso universitário¨, completa, ao ressaltar que surgiram outros produtores de podcasts, mas que ainda não fazem parte do coletivo.

Primeiro evento

A 1ª Semana Podosfera Nipo-Brasileira foi realizada em dezembro do ano passado.

Vilaronga conta que o evento apresentou a Podosfera Nipo-Brasileira para outros produtores do Brasil, o que permitiu novos contatos e novas oportunidades. Por exemplo, no verão de 2022 foi organizado o workshop ¨Podcast levado à sério¨, ministrado por Leo Lopes, fundador da Radiofobia Podcasts e Multimídia e editor do Nerdcast.

 

Aline Hack (Foto: Divulgação)

 

Ainda como fruto da iniciativa, o coletivo foi convidado para participar da Super Live ABPod, a Associação Brasileira de Podcasts. ¨Quando o coletivo surgiu, três palavras sintetizaram as intenções do grupo: amizade, respeito e parceria. Espero sinceramente que o coletivo cresça e conecte outros produtores de podcasts da comunidade brasileira no Japão¨, disse Vilaronga.

A iniciativa tem apoio cultural da Embaixada do Brasil em Tóquio, dos Consulados-Gerais do Brasil em Hamamatsu, em Nagoia e em Tóquio, da CastNews e da Associação Brasileira de Podcasts (ABPod).

E apoio do Gaijin News.

PROGRAMAÇÃO

2ª Semana Podosfera Nipo-Brasileira

Painel 1 – Workshop ¨Pauta e Roteiro¨, com Aline Hack
20h50 (horário Japão)
8h50 (horário Brasil)
Participantes
Ewerthon Tobace (Mundo Peculiar)
Victor Honda (No Japão Podcast)
Tábata Yonaha (Desrotule-se Podcast)
Joyce Nakamura (Cotidianices)

Painel 2 – Workshop ¨Gestão de Redes Sociais¨, com Gabriel Tuller
21h50 (horário Japão)
9h50 (horário Brasil)
Participantes
Nath Morais (Dropzilla Cast)
Bijuh (Wasabicast)
Daisuke Hojo (Otaku No Kissaten)
Gian Carlo (Press Start Cast)

 

Fonte: Ewerthon Tobace

 

Brazilian Day Tokyo reuniu 60 mil pessoas

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Evento reuniu a comunidade para matar a saudade do Brasil

 

Já faz uma semana, mas o XV Festival Brasil/Brazilian Day Tokyo, realizado nos dias 19 e 20, continua na memória de quem participou.

Durante os dois dias, milhares de pessoas passaram pelo Parque Yoyogi, em Tóquio. A realização foi da Câmara de Comércio Brasileira no Japão, com apoio da Embaixada do Brasil no Japão, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão e Governo de Toquio.

Acompanhe a seguir, um resumo do que aconteceu na festa brasileira em solo japonês.

Sábado

A grande atração do evento foi o MC Koringa. Na coletiva de imprensa, ele falou das dificuldades superadas até alcançar o sucesso.

No passado, ele trocou um relógio por uma bicicleta para chegar nos eventos. ¨Mas a bicicleta dava problemas e eu chegava com a mão cheia de graxa nos eventos¨, relembrou.

O comediante e cantor Luiz França também se apresentou no palco do festival. Ele brincou dizendo que se sente japonês por estar no arquipélago muitas vezes e já anunciou que voltará em 2023.

O apresentador do Festival, Yudi Tamashiro, pretende ficar alguns meses no Japão e curtir o bairro de Tsurumi, em Kanagawa, onde morou com a família quando criança.

E o tradicional apresentador do evento, Jhony Sasaki, lembrou que não esteve somente no primeiro festival. Ele reforçou a preocupação de trabalhar pela relação nipo-brasileira.

 

Luiz França, MC Koringa, Yudi Tamashiro e Jhony Sasaki

 

A programação de shows foi encerrada com o Pagode do Ramos e a filha do ex-jogador, Fabiana. Ramos chutou bolas de futebol para o público bem em clima de Copa do Mundo. Fabiana estava com vestido estampado com a bandeira do Brasil.

Os seguintes artistas também fizeram parte do evento: Diego Silva, Sonia Santos e Grupo de Dança Nosso Forró, Kumikinha e banda, Koiti & Erica, Leo Nakayama & BR38, Zenkyu Ogawa, H2O, Tomohiko Rei Capoeirap, Pulga Percussão, Davi Zews, Misto Quente, Rogério Kimita, Luiz França e Pagode do Ramos.

Também teve o estande do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com presença de representantes de seis empreendimentos da agricultura familiar. Cerveja de cacau, erva mate feita pela quarta geração de famílias, cafés frutados puderam ser vistos no estande.

Domingo

No segundo dia do Festival, a forte chuva que caiu sobre a metrópole não tirou o ânimo da galera.

Debaixo de chuva e frio, os fãs de MC Koringa vibraram com o show do convidado especial do XV Festival Brasil/ Brazilian Day Tokyo.

Vestido com a camisa verde e amarela, na torcida pelo Brasil, os fãs cantaram juntos com o cantor as músicas de sucesso. MC Koringa abriu o show com a música ¨Danada Vem que Vem¨ e o público acompanhava a letra da música. ¨Rainha do Tamborzão¨, ¨Kika Kika no Calcanhar¨, ¨Trilha Sonora¨, ¨O Tamborzão Tá Rolando¨, ¨Acorda Pedrinho¨ foram alguns dos outros hits cantados por MC Koringa.

Durante a apresentação, MC Koringa chamou o apresentador Yudi Tamashiro, que fez o primeiro convite a ele para fazer show no Festival Brasil e a resposta foi prontamente positiva. MC Koringa declarou que ¨é muito gratificante sair do Brasil para trazer alegria e energia e essa energia vem de volta com os fãs. Vou sentir saudades desse dia¨.

A Comissão Organizadora estima um público de mais de 60 mil pessoas nos dois dias do evento. O presidente da comissão, Jorge Imai, agradeceu o apoio de todos para o sucesso do Festival Brasil.

Outras atrações

Houve a participação de mais de 20 artistas e dançarinos brasileiros da comunidade e japoneses, que divulgaram a cultura e a música do Brasil. Os ritmos foram variados como forró, rock, funk, pagode, samba, sertanejo, chorinho e carimbó.

A vibração do público desde a abertura da programação, quando começou a batucada tocada pelo grupo Quer Swingar Vem Pra Cá, foi a sensação de ter o Brasil mais perto.

No backstage, foram colocadas fotos de todos os artistas juntos numa parede a fim de prestigiar aqueles que ecoam as músicas brasileiras.

Para os japoneses e estrangeiros de outros nacionalidades, a barreira do idioma não foi empecilho para divulgar mais a música e a cultura do Brasil. O grupo japonês Carnavacation, por exemplo, com a presença do apresentador Jhony Sasaki, cantou o Hino Nacional ao final do show numa vibração bem brasileira.

 

60 mil pessoas passaram pelo local

 

Participaram os seguintes artistas: Quer Swingar Vem Pra Cá, Pífano Tóquio, Nayara Vanyse, Duo Sabiá e Banda, Grupo Cadência e Jorge Watanabe, Banda AM&FM, Roberto Casanova & Mika da Silva, Banda Via Brasil, Marcos Hatano e Carnavacation.

Estandes

O Festival Brasil também tinha vários estandes de muita comida brasileira. Caldo de mocotó, moqueca, vinho quente, caipirinha, caldo de cana, feijoada, churrasco, tapioca, churros, suco de açaí, foram alguns dos itens. Também havia degustação de café no estande do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

O representante do MAPA, Nelson de Andrade Junior, enfatizou que ¨o estande do Ministério da Agricultura teve o objetivo do Brasil se mostrar com os seis representantes da agricultura familiar e criar interesse por produtos brasileiros no Japão¨.

A programação contou com show de capoeira no palco. O representante do Grupo de Capoeira Regional Tempo do Japão, Ryuta Suda, mais conhecido como Ligeirinho, falou que é um esporte praticado por todas as faixas etárias. Na ocasião, ele fez demonstração com os praticantes da capoeira de como ocorre a troca de cordão no Brasil.

No sábado e domingo, o evento contou com o apoio de 41 voluntários. Eram universitários brasileiros e japoneses que foram fundamentais para a organização.

 

Fonte: Neide Hayama (Assessoria de Imprensa)
Fotos: Alex Santos/CCBJ

 

Japão aprova comprimido contra Coronavírus produzido no país

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Governo vai distribuir 1 milhão de doses

 

O Ministério da Saúde do Japão aprovou nesta terça-feira, 22, o comprimido Xocova, da farmacêutica Shionogi & Co., tornando-o o primeiro medicamento oral produzido no país contra o Coronavírus.

O medicamento para pacientes com COVID-19 com 12 anos ou mais, com sintomas leves, também se tornou o primeiro remédio autorizado sob o novo esquema de aprovação de emergência estabelecido em maio.

 

Medicamento da Shionogi & Co. (Foto: Divulgação)

¨Assim que o sistema de distribuição estiver pronto, planejamos começar a entregar o medicamento para que possa ser usado para tratamento a partir do início de dezembro¨, informou o ministro da Saúde, Trabalho e Bem-Estar, Katsunobu Kato.

A Agência de Dispositivos Médicos e Farmacêuticos, que conduziu a revisão preliminar, reconheceu em um relatório que ¨obteve informações suficientes para presumir que o medicamento é eficaz¨, a partir dos resultados dos ensaios clínicos da fase final apresentados pela Shionogi.

Sintomas reduzidos

Em julho, um painel do ministério da Saúde adiou a concessão de uma aprovação de emergência para o medicamento, depois que a empresa farmacêutica japonesa não conseguiu demonstrar a eficácia em seus ensaios clínicos de fase intermediária.

Embora os testes tenham mostrado eficácia na redução do Coronavírus no corpo, não houve diferenças substanciais no alívio de um total de 12 sintomas, como dores de cabeça e náuseas, entre os que receberam o medicamento versus o placebo.

Mas uma análise de cinco sintomas característicos da cepa ômicron – coriza, dor de garganta, tosse, febre e fadiga – na fase final dos testes, mostrou que a droga reduziu os sintomas de oito para sete dias.

A fase final, conduzida no Japão, Coreia do Sul e Vietnã, administrou o medicamento uma vez ao dia durante cinco dias a pacientes com sintomas leves ou moderados de COVID-19, independentemente do risco de desenvolver sintomas graves ou estado vacinal.

 

Medicamentos já usados no país (Foto: Reprodução TV – NHK)

 

O governo japonês concordou em comprar doses suficientes para um milhão de pessoas assim que o uso da droga, o terceiro tratamento oral no país, receber luz verde.

O Japão já havia autorizado o uso de dois medicamentos orais para COVID-19 desenvolvidos pelas empresas farmacêuticas americanas Pfizer Inc. e Merck & Co., respectivamente, para pacientes com sintomas leves.

¨Estamos orgulhosos de alcançar esta etapa histórica que marca o início de nossa contribuição real para a recuperação das pessoas com COVID-19″, disse em comunicado a empresa japonesa.

 

Fontes: NHK e Kyodo

Vem aí o Brazilian Day Tokyo

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Evento marca o Bicentenário da Independência do Brasil

 

No próximo final de semana, dias 19 e 20 de novembro, a Câmara de Comércio Brasileira no Japão (CCBJ) realizará o XV Festival Brasil/Brazilian Day Tokyo. Com entrada gratuita, a festa vai das 11h às 19h, com extensa programação de shows.
O Parque Yoyogi, local do evento em Tóquio, vai ficar verde e amarelo nesses dois dias. O evento acontece em comemoração ao Bicentenário da Independência do Brasil.
Nos anos de 2020 e 2021, o festival não foi realizado por causa da pandemia do Coronavirus.
A CCBJ iniciou o evento com o objetivo de estreitar mais a integração entre os jovens japoneses e estrangeiros em geral e brasileiros.
Serão mais de 15 horas de programação de shows, com artistas brasileiros e japoneses que divulgam a música do Brasil. No sábado, a programação será encerrada com o famoso show de pagode do jogador de futebol Ruy Ramos.
Ao todo, serão 25 artistas ou bandas durante o evento.
Neste ano, o convidado especial será o cantor e compositor Fabio de Jesus, mais conhecido como MC Koringa, que vem do Brasil especialmente para o evento.
MC Koringa é a atração especial do Festival – Foto: Assessoria de Imprensa
Ele participou do Rock in Rio que aconteceu no Brasil recentemente. O músico é conhecido por cantar funk, pop e dance e vai fechar a programação de show no domingo.
Capoeira
O representante do Grupo de Capoeira Regional Tempo do Japão, Ryuta Suda, mais conhecido como Ligeirinho, vai ministrar um workshop de capoeira que acontecerá praticamente o dia todo no Brazilian Day.
Haverá também exibição especial de capoeira no palco, dentro da programação de shows. O público poderá participar do workshop.
Vale lembrar que a roda de capoeira recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco.
Cachaça
A CCBJ realizará o 4o C1 Grand Prix (Concurso de Coquetel de Cachaça).
Trata-se de uma competição para eleger os melhores coquetéis à base de cachaça comercializados nas barracas do festival. Qualquer pessoa com mais de 20 anos de idade pode participar da votação e concorrer ao sorteio. Cinco pessoas serão contempladas com uma garrafa do Velho Barreiro (1000ml) em cada dia do evento (10 no total).
Para participar, basta comprar coquetéis vendidos no festival, levar o copo vazio até o balcão da comissão organizadora, e entregá-lo informando o nome da barraca onde comprou a bebida para receber um bilhete. Cada copo vazio vale um bilhete. Ou seja, quem consumir mais bebidas vendidas no local terá direito a participar mais vezes do sorteio.
Confira a programação (Arte: Cedida)
O resultado será divulgado no dia 21 de novembro no site e nas redes sociais da CCBJ. Os prêmios serão enviados posteriormente. As três barracas mais votadas serão premiadas (Grand Prix, Prêmio Prata e Prêmio Bronze). Detalhes sobre a cerimônia de entrega dos prêmios serão divulgados mais tarde.
Gastronomia
O Festival Brasil terá a participação de mais de 30 barracas e food truck de comida típica do Brasil. Serão comercializados pratos como feijão tropeiro, moqueca baiana, pirão de peixe com farofa de banana, pamonha, churrasco, tapiocas doce e salgada, coxinha, quibe, pastel, churros.
Para acompanhar, haverá sucos de frutas, caldo de cana, quentão, guaraná e caipirinha.
A parte de serviços também terá atenção. O evento ainda terá comercialização de roupas, acessórios, produtos e serviço do Brasil.
Concurso de foto
A CCBJ criou mais um canal de comunicação no Instagram: @festival.brasil.
Para comemorar seus 15 anos, o Festival irá promover um concurso de fotos. Compartilhe suas fotos no evento, mesmo de outros anos e concorra a prêmios.
Mais detalhes em: https://www.festivalbrasil.jp/concurso-foto/
Serviço
XV Festival Brasil/Brazilian Day Tokyo
Data: 19 (sábado) e 20 (domingo) de novembro, das 11h às 19h
Local: Parque Yoyogi, Tóquio
Entrada gratuita
Realização: Câmara de Comércio Brasileira no Japão
Apoio: Embaixada do Brasil em Tóquio
Facebook: CCBJ.JP
Instagram: festival.brasil
(colaboração com Neide Hayama – Assessoria de Imprensa)

 

As eleições da jurisdição de Tóquio

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Em outubro foram realizadas as eleições presidenciais de 2022, tanto no território brasileiro quanto no exterior. Na jurisdição do Consulado-Geral do Brasil em Tóquio, houve votação em duas cidades: em Oizumi votaram eleitores das províncias de Gunma, Tochigi e Nagano; e, em Tóquio, eleitores das demais províncias desta jurisdição. Compareceram à votação em primeiro turno, no dia 2/10, 13.205 eleitores de um total de 28.706 aptos a votar, sendo 6.318 em Oizumi e 6.707 em Tóquio. Isso significa um comparecimento às urnas de 53,37% em Oizumi e de 39,76% em Tóquio, ou uma média global de 45,37%. O segundo turno terá ocorrido após o fechamento desta edição, mas a expectativa é de que número semelhante de pessoas tenha comparecido às urnas. A organização do pleito em duas cidades e em dois turnos demandou do Consulado planejamento prévio, esforço considerável e coordenação estreita com a Justiça Eleitoral. Os preparativos iniciaram-se há mais de um ano, com estimativas de custos e prospecção de locais adequados para acomodar com segurança o elevado número de eleitores. Felizmente, ambos os locais de votação escolhidos se mostraram capazes de receber um evento deste porte. Em Oizumi, foi utilizado o já tradicional Bunkamura, que abrigou 32 seções eleitorais agrupadas em 16 mesas receptoras de votos. Já em Tóquio, o Belle Salle Takadanobaba recebeu 57 seções, agrupadas em 24 mesas de votação. Este último, em particular, mostrou-se ideal para a realização das eleições devido à amplitude dos ambientes internos e externos e à sua localização central e de fácil acesso por trem. Ao longo do processo eleitoral, foi notável o crescente número de cidadãos brasileiros no Japão que não dominam o idioma português, sobre os quais também recai a obrigação de votar. Pensando neles, procurou-se ao máximo fornecer instruções, sinalização e pessoal bilíngues. Esta tem sido uma preocupação constante do Consulado, de modo a melhor atender a esta parcela da comunidade brasileira, não só durante as eleições, mas também na prestação de serviços consulares, sejam eles presenciais, por correios ou por meios digitais. Por fim, cumpre ainda um agradecimento efusivo: não teria sido possível realizar um evento deste porte sem o trabalho incansável de todos os funcionários do Consulado e sem a valorosa colaboração da Embaixada do Brasil em Tóquio, do Conselho de Cidadãos e de todos os mesários e voluntários que se mobilizaram para as eleições. No total, foram 244 pessoas envolvidas para garantir à comunidade brasileira o exercício do voto, e cada uma delas foi fundamental. Vale destacar também o trabalho das equipes de terceirizados e o apoio das autoridades, tanto de Shinjuku e Oizumi quanto de Brasília, que se mostraram imprescindíveis. Por isso, a todos nosso muito obrigado. Consulado-Geral do Brasil em Tóquio  

音楽フェスで見つけるブラジル

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静岡県掛川市で毎年11月に開催しているFESTIVAL de FRUE(フェスティバルジフルー)は2022年で開催は6回目!今年前半には、同じ運営の下、東京でのFRUEZINHO(フルージーニョ)。ポルトガル語を知るひとはニヤッとしてしまう縮小辞の使い方!FESTIVAL de FRUEの縮小版で3アーティストによる1日限りのライブとなりました)や大阪、名古屋でのFRUEZINHO出演アーティストによるライブツアーなどによって知名度は上がりつつも、掛川は広い会場なのでのびのびと音楽が楽しめるのは魅力の一つです。

音楽だけではないのがFRUEの特徴の一つです。

「フェス飯」と言ってしまうとあまりいいイメージがないかもしれませんが、FRUE の魅力として、フードブースのレベルが非常に高いことも挙げられます。昨年の FESTIVAL de FRUE 2021では、有名カルチャー誌の取材もあり、FRUE のフードブースに特化した記事が公表されるなど、「FRUEと言えばごはんがおいしい!」というのも定着してきています。

この背景にいるのがフードプロデューサーです。実は食だけでなく、ブラジルに詳しいこの方の存在で、各所に「ブラジル」の要素が見られるのもGuia JPの読者の方にはきっと響くのではないでしょうか。フードエリアにあるメインバーの名前はBar Curupira(バークルピーラ)という名前!ビールやワイン、焼酎、日本酒に混ざってカシャッサもあるのです。

今年は、地元静岡のクラフトビールとともにブラジル食材を使ったオリジナル商品を作るなど、普通にブラジルに関係するものがちりばめられていて、それを発見する楽しみがあります。

音楽好きがたどり着くフェスとも言われており、少し玄人向けの音楽ラインナップではありますが、音楽を浴びながらおいしいお酒と食事で非日常を味わいつつ過ごす2日間を体験してみてはいかがでしょうか。都内からだと新幹線で掛川まで行けば、会場まではすぐ!公共交通機関でサクッといけるのもよいところです。

次号ではどんな「ブラジル」が発見できたかご報告したいと思います。

ブラジルと日本をつなぐ国際交流団体 Kimobig Brasil

Identidade cultural: Gaijin?

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Atualmente residem no Japão cerca de 211 mil brasileiros em condições legais (dados coletados em 2021 pela Polícia Federal). Sendo assim, é a quarta maior comunidade de brasileiros vivendo fora do Brasil. A imigração de brasileiros para o Japão teve seu auge nas décadas de 80/90.

Há uma grande diferença do Japão dos anos 80/90 para os dias atuais, tanto os japoneses quanto os brasileiros passaram por processos de adequações à cultura um do outro. Com a ajuda da tecnologia e das leis desenvolvidas das necessidades da comunidade brasileira, ocorreram possibilidades desses brasileiros se sentirem mais próximos à sua cultura de raiz, serem mais acolhidos no país no setor de saúde clínica e mental, nas questões jurídicas e trabalhistas, gastronomia, lazer, educação, comunicação e muitas outras.

Quem foi para o Japão na década de 80/90 (como é meu caso) se surpreende com tantas possibilidades que o Japão desenvolveu para os brasileiros. Dentre muitas estão a aquisição de imóvel próprio, empreendedorismos diversos e inserções em universidades. Porém, até chegarmos nesse Japão atual passamos por um árduo processo de adequações e choques culturais que ainda são motivo de discussões sobre qualidade de vida e saúde mental.

O reconhecimento de nossa identidade cultural é essencial. Os brasileiros têm a espontaneidade, alegria e sempre dá aquele jeitinho para tudo; porém, também temos uma grande e bela ancestralidade japonesa em nós: de honra, de respeito e de muita dedicação em tudo que se faz, e a vivência nessa sociedade japonesa, que é um misto de preservação de tradições e desenvolvimento de alta tecnologia.

Somos uma junção de culturas, às vezes somos mais brasileiros, outras mais japoneses, e essa é nossa a identidade cultural, ou ao menos grande parte dela.

Essa diversidade única nem sempre é bem compreendida, até por nós mesmos, por vezes. E ao se discutir sobre saúde mental, é importante desenvolver o autoconhecimento e saber lidar com os obstáculos que essa identificação nos traz, além de desenvolver possibilidades dessa condição ser essencial para adequações e socializações, enfim, melhorar a qualidade de vida e saúde mental.

Lotti Ilidiana Teixeira é psicóloga (CRP 06/105358) do Projeto Sakura.

Gabinete do Japão aprova orçamento extra de ¥ 29 trilhões

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Meta é reduzir as contas de serviços públicos

 

O gabinete do Japão aprovou na terça-feira, 8, um orçamento extra para o atual ano fiscal no valor de 29,09 trilhões de ienes.

O dinheiro irá para um pacote econômico projetado para aliviar a dor das famílias e empresas com o aumento dos preços, agravado por um iene mais fraco.

Para garantir o financiamento necessário, o governo emitirá títulos no valor de 22,85 trilhões de ienes, colocando a restauração fiscal em segundo plano, apesar de sua dívida já ser mais que o dobro do tamanho de sua economia.

A principal característica do pacote econômico é reduzir as contas de serviços públicos para as famílias japonesas.

Uma família poderá economizar cerca de 45.000 ienes entre janeiro e setembro, quando o pacote, destinado a reduzir os preços da eletricidade e do gás, além da gasolina e do querosene, for implementado.

Espera-se que o governo apresente o plano de orçamento extra ao parlamento em meados de novembro para aprová-lo antes que a sessão atual termine no início de dezembro.

O tamanho total do pacote econômico será de 71,6 trilhões de ienes, que inclui 39,0 trilhões de ienes em gastos fiscais do governo e dos municípios locais.

Situação grave

Diante de uma tendência de queda nos índices de apoio público, o primeiro-ministro Fumio Kishida destaca os esforços de seu governo para amortecer o golpe nas famílias do aumento dos preços ao consumidor, que saltaram 3%  em setembro, a maior alta em três décadas.

“Não devemos hesitar em gastar o que for necessário em tempos de emergência para proteger os meios de subsistência das pessoas no Japão“, disse o ministro das Finanças, Shunichi Suzuki, depois que o plano orçamentário foi aprovado pelo gabinete.

“Também é verdade que a situação fiscal de nosso país está se tornando ainda mais grave”, acrescentou  Suzuki, alertando que os gastos “massivos” em modo de crise não podem durar muito, com a saúde fiscal do Japão já  em apuros.

O gasto total no atual ano fiscal chegará a 139,22 trilhões de ienes, marcando o terceiro maior valor já registrado.

 

Fonte: Kyodo

 

Fernando Ulrich – “O bitcoin é imparável”

 

“O bitcoin é imparável”

Com mais de 500 mil seguidores no YouTube, Fernando Ulrich conta como a principal moeda digital da atualidade pode revolucionar o modo com o qual enxergamos o dinheiro.

“É necessário ter concorrência no campo da moeda”, afirma, sem medo de se envolver em polêmicas, Fernando Ulrich. Conhecido como um dos maiores especialistas em criptomoedas do Brasil, Fernando lançou, em 2014, o primeiro livro em língua portuguesa sobre o tema. Desde então, se tornou referência internacional no assunto e criou um canal no YouTube para compartilhar e popularizar conhecimento sobre o tema.

De malas prontas para desembarcar na Terra do Sol Nascente, Ulrich é uma das atrações do Expo Talks Japan, o maior evento sobre investimentos e planejamento financeiro do país. A edição 2022 será realizada no dia 20 de novembro, no Centro Cultural Patio Chiryu e contará, ainda, com a presença da planejadora financeira e consultora Viviane Ferreira.

Mês passado, Ulrich participou do J1 Talks, o podcast de empreendedorismo made in Japan produzido pela J1, que também publica o Guia JP. Selecionamos algumas partes desta conversa para você conhecê-lo melhor. Confira.

Apresentação

Tenho hoje 42 anos, 20 anos de experiência no mercado de trabalho, focado quase sempre em finanças corporativas, investimentos e mercados. Tive passagens por uma multinacional na área de elevadores, a ThyssenKrupp. Isso foi na década retrasada, de 2002 a 2009, quando eu tive a possibilidade e a sorte de viajar o mundo inteiro. Depois, eu fiz um mestrado em Economia. A minha formação é em administração de empresas no Brasil, pela PUC de Porto Alegre, e com mestrado em Economia, que eu fiz depois dessa minha passagem pela ThyssenKrupp em Madri, na Espanha.

Em seguida, trabalhei com fusões e aquisições, com incorporação imobiliária no negócio familiar e também tive uma passagem pelo Banco Indusval & Partners, pela XP Investimentos. Hoje estou como Head de Educação na Liberta Investimentos, onde atuo desde novembro de 2019.

Bitcoin: a moeda na era digital, o livro

Foi publicado em março de 2014 e foi o primeiro livro em língua portuguesa sobre o bitcoin. Meu foco de interesse quase sempre foi o Banco Central, dinheiro, sistema financeiro, mercados e era realmente o que mais me apaixonava. Comecei a descobrir esse tal do bitcoin em 2013 e estudei de verdade, não apenas com desdém como costumava ser a minha abordagem até então. Caí da cadeira pelas possibilidades que o bitcoin, na minha visão, estava abrindo.

Livro - Bitcoin A moeda na era digital
Foi publicado em março de 2014 e foi o primeiro livro em língua portuguesa sobre o bitcoin.

O bitcoin é uma forma de dinheiro sem autoridade central por trás, descentralizada, que podia ser uma alternativa ao sistema financeiro. Sou um entusiasta da livre iniciativa, defensor do livre mercado ou da livre concorrência. Acredito que o livre mercado consegue oferecer soluções melhores, com qualidade melhor e com preço mais baixo. Por isso, entendo que também era necessário ter concorrência no campo da moeda. É uma heresia falar isso para qualquer economista hoje em dia, mas eu entretinha essa ideia porque, sabe, a gente pode ter concorrência de moedas. Era algo que o Friedrich August Henrik, economista da Escola Austríaca que ganhou o Prêmio Nobel em 1974, dizia.

Quando eu entendi a segurança e como a tecnologia do bitcoin funcionava, caí da cadeira. Virei um fascinado entusiasta quase que instantaneamente e comecei a pesquisar cada vez mais. Escrevi alguns artigos para o site do Instituto Mises Brasil e comecei a escrever o livro no final do ano de 2013. Ele foi publicado em março de 2014. Então, lá se vão quase nove anos do livro e quase dez anos que eu estou estudando nesse mercado. Já sou um veterano nesse mundo.

Gestão da moeda e concorrência

Em certa medida, estamos vendo hoje vários países no mundo com inflação mais alta. Isso tem a ver com a gestão da moeda. Quem gere a moeda é o Banco Central, que tem o monopólio de emissão desta mercadoria.

A tese da Escola Austríaca é que apenas um arranjo de livre concorrência pode prover um dinheiro saudável, um dinheiro forte, que não vai ser depreciado. Essa é a essência do argumento de livre concorrência no âmbito monetário. Partindo dessa ideia, é preciso ter concorrência de moedas.

É aí que entram as criptomoedas. O dinheiro não é algo estático. A gente não usa semente de cacau ou conchas há 5 mil anos. O dinheiro vai evoluindo. Formas superiores de moeda vão sendo adotadas e as anteriores, ultrapassadas, vão sendo descartadas. Mas quando a gente chegou no século 20, meio que cessou — ou proibiram — a evolução do dinheiro. Os bancos centrais tomaram conta e proibiram praticamente qualquer tipo de concorrência de moeda.

Bitcoin como alternativa
O bitcoin surge como uma alternativa porque, ao contrário do ouro e de alguma outra moeda privada, ou bitcoin é tecnologicamente superior porque ele é imparável. Como é uma rede distribuída ou descentralizada, não tem um ponto único de falha, não tem como nenhum governo, órgão regulador, exército, marinha que consiga parar o sistema.

Isso não quer dizer que o bitcoin vai se tornar o dinheiro corrente, vai substituir o dólar e tudo mais. Isso são outros quinhentos, é outra parte da história. Porém, pelo menos em teoria, isso pode acontecer e o fato de ser uma tecnologia descentralizada permite com que isso aconteça.

O bitcoin representa a liberdade, não apenas de escolher a moeda mas, também, de produzir moeda. Porque as duas coisas são importantes. Em alguns países, há mais liberdade de escolha de moeda, embora não de produção de moeda. No Japão, por exemplo, a moeda é o iene e todo mundo tem que usar o iene. Só o iene que tem curso legal, mas você pode escolher usar o dólar. Também pode escolher o euro, mas pra pagar imposto é só o iene.

No Brasil a gente tem as chamadas leis de curso legal forçado, que é um passo além. Isso não apenas torna o real a única moeda em território nacional, capaz de liquidar dívidas pré-contratadas e impostos, como também significa que é uma contravenção recusar o real. Se eu tenho uma loja, alguém chega e quer comprar o meu produto, eu não posso recusar pagamento em reais. Nos Estados Unidos é possível, mas, no Brasil, isso é crime.

A tecnologia

O bitcoin é um sistema que tem muita ordem, embora sem autoridade central. Porém, alguém precisa validar transações e assegurar que ninguém vai gastar dinheiro do outro, que não vai haver desvio de fundos, etc. A tarefa de validação de transações é feita de forma voluntária por qualquer participante e há uma recompensa para quem desempenhar essa tarefa de segurança.

Para ganhar essa recompensa e validar as transações, é preciso provar para o restante da rede que você teve trabalho para fazer a tarefa. É a chamada Prova de Trabalho — ou Proof of Work no jargão da rede — que consiste em executar uma função criptográfica que demanda muita energia e força computacional.

Quanto mais pessoas se dedicam a essa tarefa — porque querem ganhar a recompensa —, mais difícil fica essa Prova de Trabalho. Então ela vai crescendo e aumentando cada vez mais em dificuldade. Todo esse processo que eu estou descrevendo de forma simplificada é o que é chamado de mineração do bitcoin. Esse é o coração da rede, o que mantém a rede pulsando.

DESENVOLVIMENTO DE UM LEGADO COMEÇA PELO CONHECIMENTO DO PÚBLICO, PASSANDO POR PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DE UM PRODUTO PARA ESSE PÚBLICO E TERMINA NAS FERRAMENTAS PARA ALCANÇAR E OFERECER UMA BOA EXPERIÊNCIA PARA O PRIMEIRO CONTATO COM ESSE PÚBLICO.
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Blockchain

Essas transações são registradas num grande arquivo digital chamado blockchain, que é o livro contábil da rede. Lá estão registradas todas as transações e todos os participantes da rede que fazem parte desse processo. Todos têm uma cópia idêntica desse blockchain que, a cada dez minutos em média, vai sendo atualizada de forma sincronizada. Então todos os participantes têm uma cópia fiel, autêntica e que é constantemente atualizada. Todo esse processo é feito de forma voluntária e descentralizada, sem ter um agente central coordenando os trabalhos de todo mundo. As próprias regras do sistema incentivam o comportamento honesto. É sempre mais rentável atuar de acordo com as regras do que tentar perverter o sistema em benefício próprio. Isso é até uma antítese dos sistemas tradicionais porque é um modelo de segurança aberto.

O J1Talks é um podcast produzido com a perspectiva e insights de empreendedores brasileiros inseridos na comunidade brasileira do Japão