Bolsonaro se torna o primeiro a não conseguir a reeleição
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o novo presidente da República do Brasil. Ele venceu o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição no segundo turno das Eleições Gerais de 2022. Ele venceu após a disputa mais acirrada desde a redemocratização e uma campanha marcada pela polarização, guerra nas redes sociais, batalha religiosa e episódios de violência.
Esta é a primeira vez que um ex-presidente volta ao mais alto cargo do Executivo na história do Brasil. Também é a primeira vez que um mandatário não consegue a reeleição.
Às 19h56 de domingo, 30, com 98,91% das urnas apuradas, Lula foi considerado eleito pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após receber 59.563.912 votos (50,83% dos votos válidos), contra 57.675.427 votos (49,17% dos votos válidos) de Bolsonaro.
Mais tarde, já com 99,99% das seções eleitorais apuradas, Lula alcançou 50,90% dos votos válidos, com 60.345.107 votos, contra 49,10%, ou 58.205.718 votos. Esta foi a disputa mais acirrada da redemocratização.
Campanhas
Bolsonaro é o primeiro presidente a não conseguir ser reeleito. Mesmo tendo lançado mão de diversas medidas para aumentar a popularidade e tentar ampliar as suas chances.
Uma delas foi a chamada PEC ¨Kamikaze¨. Aprovada em julho, a proposta possibilitou a criação de um pacote de benefícios sociais, ao driblar a lei que proíbe criar despesas em ano eleitoral. A medida permitiu, por exemplo, o aumento do Auxílio Brasil (de R$ 400 para R$ 600). Também implantou uma ajuda a caminhoneiros e taxistas. Esses repasses, no entanto, valem só até o final do ano.
Nas redes sociais pipocaram denúncias de assédio eleitoral em empresas. A prática é ilegal e uma tentativa de influenciar o voto de empregados por meio de ameaças, pressão, coação e promessas de benefícios.
Lula apostou na construção de uma frente ampla que reuniu inclusive ex-adversários políticos, como o próprio vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB). O presidente eleito demonstrou ter apoio popular mesmo diante de escândalos de corrupção das gestões petistas e reforçou a capacidade de articulação política.
Torneiro mecânico, líder sindical e membro fundador do PT.
Ao deixar o Planalto, tinha aprovação recorde e conseguiu eleger a sucessora, Dilma Roussef (PT), que esteve à frente do Executivo entre 2011 e 2016, quando sofreu impeachment.
Lula retorna 12 anos após encerrar seu segundo governo e três depois de sair da prisão, onde ficou 580 dias.
Condenado pelo ex-juiz e senador eleito Sergio Moro, o petista foi preso em abril de 2018. Ele deixou a carceragem, em Curitiba, em novembro de 2019, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou inconstitucional a prisão em segunda instância.
Em março de 2021, a Corte anulou as condenações impostas por Moro, que foi ministro de Bolsonaro e agora o assessorava na campanha, mesmo tendo deixado o governo acusando Bolsonaro de interferência no Ministério da Justiça.
Fontes: UOL, Terra, Globo, Twitter