Como está o seu tempo disponível para não fazer nada? Parece brincadeira, mas não é!!! Não fazer “absolutamente nada” é tão necessário e saudável quanto ser produtivo e realizar mil e uma atividades até sentir aquele cansaço físico e mental insuportável, sinônimo que o dia rendeu!
Rendeu? Sim, pode até ser, mas o grande problema começa quando nos culpamos por ter dias que não rendem, que não são tão produtivos ou em que não tenhamos nada que fazer e ficamos entregues ao tão temido “ócio”.
Por que rejeitamos tanto a ideia de simplesmente não fazer nada algumas vezes, como se isso significasse perder tempo, a ponto de buscar coisas, mesmo sem vontade, para justificar nossa existência? Por que exorcizamos nosso ócio e nos culpamos por ele?
E fácil chegar à causa de tudo isso se olharmos para o mundo que vivemos. Todos estão correndo atrás de coisas o tempo todo e não conseguem parar para se perguntar se tudo isso é realmente aquilo que se quer. Tem gente fazendo cursos que nunca quis fazer, somente para “constar no currículo”; outros saindo sem destino, bebendo e voltando para casa vazios, simplesmente para contar na segunda que“aproveitaram muito” o fim de semana, sentindo orgulho em dizer que não têm tempo para mais nada.Essa é nossa sociedade!
Se paramos, sentamos e respiramos, algo tão básico e primitivo para nós, logo vem uma sensação de que algo está errado, como se o relógio insistisse em mostrar que estamos perdendo. Mas perdendo o quê?
Na verdade, não estamos perdendo nada! Essa percepção de que o ócio é negativo, é tão somente uma PERCEPÇÃO! Sim, uma percepção! Permitir-se não fazer nada em alguns momentos da vida, sem culpas ou ansiedade, é tão necessário quanto se alimentar ou fazer exercícios! Nossa mente precisa de pausas, nosso corpo precisa de descanso… Desligar é essencial para o surgimento da criatividade e para a prevenção de algumas doenças, como transtornos causados por stress e depressão, porque esse é o momento em que nos encontramos com nós mesmos. É quando reabastecemos nossa mente e nosso corpo. Por isso, tente refletir sobre como você se relaciona com seu tempo livre e busque permitir-se vivenciá-lo sem tantas cobranças, entendendo que ele não é um vilão, mas sim, um aliado da sua saúde.
Psicóloga
Kenya Lucia Ciola
CRP 08/06155
Psicóloga formada pela PUC-PR, Neuropsicóloga, realiza orientação aos pais e também atendimento em espanhol. Psicóloga do Projeto Sakura desde 2016.