O Ministério da Justiça do Japão divulgou, no dia 15 de julho, as estatísticas mais recentes acerca dos cidadãos estrangeiros residentes no país, inclusive com números detalhados sobre a comunidade brasileira. Os dados são referentes a dezembro do ano passado e podem ser consultados pelo código QR ao final da página.
Logo de início, é possível perceber a continuação da tendência de saída dos cidadãos brasileiros do território nipônico, iniciada a partir da pandemia de covid-19. O número crescia consistentemente até dezembro de 2019, mas começou a diminuir na medição seguinte, em junho de 2020, e segue assim nas jurisdições dos três Consulados.
Atualmente, 204.879 brasileiros vivem no território japonês, o que equivale a 7% de toda a população estrangeira no país. Destes, 55.310 (27% da comunidade brasileira) vivem na jurisdição do Consulado-Geral em Tóquio e estão distribuídos sobretudo entre as províncias de Gunma, Kanagawa e Saitama. O restante encontra-se nas outras catorze províncias sob jurisdição de Tóquio, oito delas com menos de 500 cidadãos brasileiros em cada, a saber: toda a região de Tohoku, mais as províncias de Hokkaido e Niigata.
A proporção entre homens e mulheres permaneceu relativamente estável ao longo dos últimos cinco anos, cerca de 54 e 46% respectivamente. Já se analisarmos a evolução por idade, percebe-se uma tendência consistente de envelhecimento. Até 2019 registrava-se aumento do número total de pessoas em todas as faixas etárias, mais significativo entre os cidadãos com mais de 60 anos. De 2020 em diante, o número de brasileiros até 59 anos passou a cair, enquanto o de pessoas com mais de 60 segue crescendo. Atualmente, 22% dos brasileiros no Japão têm até 19 anos; 67% têm de 20 a 59 anos, e 11% têm mais de 60 (em dezembro de 2020, os idosos eram 9,9% de nossa comunidade).
Por fim, quanto ao tipo de visto, observa-se que 55% dos cidadãos brasileiros no Japão são detentores de visto permanente, e aproximadamente 33% têm vistos temporários. Cerca de 8% vivem no país como cônjuges ou filhos de japoneses, e pouco mais de 2% como cônjuges de residentes permanentes. Outros tipos de vistos somam menos de 1% do total. Ao analisarmos a evolução dos números ao longo dos últimos cinco anos, percebe-se, apesar de algumas oscilações, tendência de aumento dos cônjuges de residentes permanentes e diminuição dos portadores de visto de engenheiro, especialista em humanidades e trabalhador de serviços internacionais.
Os números do Ministério da Justiça do Japão descrevem, portanto, uma comunidade cuja idade média se eleva progressivamente, ao passo que diminui em termos de número total – situação não muito distante do quadro geral japonês. O Consulado acompanha com atenção a evolução desse quadro, com o intuito de adequar a prestação de serviços ao perfil cambiante da comunidade, em sintonia com os princípios de modernização da Administração pública e padronização dos serviços consulares brasileiros mundo afora.
Consulado-Geral do Brasil em Tóquio