Home Brazilian Day Hamamatsu 2022 A capital do bicentenário

A capital do bicentenário

Com uma variada programação, Hamamatsu promete capitanear as comemorações dos 200 anos da Independência do Brasil no Japão

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Música, gastronomia, esportes, literatura e muito mais. Vai ser assim, com programação variada e para todos os gostos, que os postos diplomáticos brasileiros irão celebrar o Bicentenário da Independência do Brasil, neste ano de 2022. Com o índice vacinal alto e o controle do número de casos graves de infecção pelo coronavírus, a efeméride vai ser comemorada também com eventos reunindo um grande número de pessoas, algo inimaginável há um ano.

É o caso do Brazilian Day Hamamatsu 2022 que será realizado nos dias 3 e 4 de setembro, no Soramo, perto da estação central da cidade. Segundo Mario Makuda, da Promotion Brazil, a organização espera a participação de mais de 15 mil pessoas nas datas. Sem a realização do Brazil Festival, evento anual em Tóquio paralizado desde o início da pandemia, o Brazilian Day Hamamatsu deverá ser a apoteose da celebração do Bicentenário no Japão.

“Tendo em vista que Hamamatsu é considerada a Cidade da Música no Japão pela UNESCO e que, também, moram cerca de 10 mil brasileiros no município — e cerca de 30 mil na província de Shizuoka —, nada mais natural do que fazer de um evento musical como o Brazilian Day Hamamatsu 2022 o principal da comemoração”, explica o embaixador Aldemo Garcia, Cônsul-Geral do Brasil em Hamamatsu há pouco mais de um ano.

Segundo o diplomata, a ideia é trazer para o palco diferentes estilos, com o melhor da música brasileira. Além dos artistas locais, brasileiros e japoneses, o ex-vocalista do Cidade Negra, Toni Garrido, é uma das atrações confirmadas. O elenco musical deverá contar, ainda, com a participação de uma banda peruana. Já confirmado, o mestre de cerimônias do evento será o apresentador Jhony Sasaki que atualmente mora no Brasil, onde atua como vereador na cidade de São Vicente, no estado de São Paulo.

O Brazilian Day Hamamatsu também deverá destacar a gastronomia das diversas regiões brasileiras. Haverá espaço para 12 barracas e cinco food trucks e a ideia é atrair restaurantes e cozinheiros com diferentes perfis. Além disso, 20 outras barracas estarão à disposição para quem queira vender seus produtos. Os interessados devem entrar em contato com a organização para ter mais informações.

Na seara dos eventos musicais para este Ano do Bicentenário, o consulado em Hamamatsu pretende organizar mais edições do Bossa Brasil, espetáculo focado em ritmos brasileiros e realizado numa cervejaria da cidade. A próxima edição, em data a ser divulgada deste mês de julho, será dedicada ao pop e ao rock. Além disso, o Brasil deverá estar representado no line up do Hamamatsu Jazz Festival que rola em setembro.

Além da música

O ano de celebrações não para no Brazilian Day. Já neste mês de julho, no dia 9, as quatro representações diplomáticas realizam a Olimpíada Escolar Brasileira junto com o Centro Educacional Sorriso de Criança, a BFC Japan e a Cavom Estudantil. O evento será no Shizuoka Stadium ECOPA, onde o Brasil bateu a Inglaterra por 2 a 1 na Copa de 2002. Cerca de mil atletas estudantis estão sendo esperados na competição que reunirá as 36 escolas brasileiras do Japão e contará, ainda, com a participação de alunos de uma escola peruana e duas japonesas. Os competidores irão se enfrentar em provas de atletismo, salto em distância, tênis de mesa, xadrez, vôlei, futebol e natação.

Eventos culturais estão na programação do Ano do Bicentenário do Brasil em Hamamatsu (foto: Consulado-geral de Hamamatsu/cedida)

Como convidado especial, o mesatenista brasileiro Hugo Hoyama estará no evento. Hoyama é um dos maiores medalhistas brasileiros da categoria nos Jogos Pan-americanos. Ele conquistou 15 medalhas em diversas participações, 10 delas de ouro. O atleta também participou de seis edições dos Jogos Olímpicos. Atualmente, ele compete pelo Palmeiras e treina a seleção brasileira feminina de sua categoria. Hoyama deverá oferecer, ainda, clínicas de tênis de mesa para atletas iniciantes. Outra presença especial confirmada no evento é a do jogador Ruy Ramos, brasileiro naturalizado japonês e ex-atleta da seleção japonesa de futebol.

Além da Olimpíada Escolar Brasileira, a cidade deve ser o palco de um evento esportivo na praia, o Summer Sports Brazil, previsto para agosto.

Outras artes também ganham destaque no Ano do Bicentenário em Hamamatsu. A literatura está sendo contemplada com o lançamento de obras brasileiras traduzidas em japonês. “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, foi a primeira delas e chegou às prateleiras em fevereiro deste ano. Neste mês de julho, o escritor Oscar Nakazato traz o seu premiado “Nihonjin”, uma obra que fala sobre a imigração japonesa ao Brasil. Nakazato deverá circular por diversas cidades do país em eventos de lançamento. Ele estará em Hamamatsu nos dias 5 e 6 para palestras em universidades japonesas e no Colégio Mundo de Alegria. Uma noite de autógrafos será realizada na livraria Yajimaya.

Estão previstos, ainda, os lançamentos de “As Meninas” de Lygia Fagundes Telles (agosto), “Torto Arado”, de Itamar Vieira Junior (em novembro) e da coletânea “O melhor do conto brasileiro”, em dezembro.

Também em julho, dentre os dias 14 e 18, a artista Amanda de Godoy fará uma exposição solo no Create Hamamatsu. “Amanda’s Universe” trará obras da jovem de apenas 14 anos, fortemente inspiradas no movimento das águas. Aos três anos de idade, ela foi diagnosticada com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e encontrou na pintura uma forma de se comunicar e de lidar com a ansiedade. Com cores fortes e pinceladas firmes, as obras de Amanda têm uma maturidade impensável para uma artista de sua idade.

embaixador Aldemo Garcia, Cônsul-Geral do Brasil em Hamamatsu (foto: Roberto Maxwell)

No campo das artes plásticas, Hamamatsu também deve receber uma exposição solo de Darlan Rosa (outubro) e um painel da renomada dupla de grafiteiros OSGEMEOS (novembro).

“A gente está com muitas ideias, muitos projetos”, diz o cônsul. Ele explica que o principal entrave para a realização dos eventos é a falta de recursos financeiros. “Esperamos contar com o apoio do empresariado local que até agora tem respondido muito bem”, continua. “Espero contar com esse apoio no futuro para a gente colocar Hamamatsu no mapa da promoção da cultura brasileira no Japão”, finaliza o diplomata.

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