Arquivos viagem - JP Guide https://jpguide.co/tag/viagem/ Site de suporte ao residente no Japão. Conteúdos exclusivos de turismo para quem busca qualidade de vida e boas experiências no país. Sat, 13 Apr 2024 00:13:26 +0000 pt-BR hourly 1 https://jpguide.co/wp-content/uploads/2022/08/cropped-cropped-logo-jp-32x32.png Arquivos viagem - JP Guide https://jpguide.co/tag/viagem/ 32 32 232509528 Numa fria pelo Japão https://jpguide.co/numa-fria-pelo-japao/ https://jpguide.co/numa-fria-pelo-japao/#respond Sat, 09 Mar 2024 00:28:19 +0000 https://jpguide.co/?p=32360 Ainda pouco conhecido por atrações de natureza, o Japão é uma potência de inverno ainda a ser descoberta. No inverno, o Japão se transforma em um paraíso para os amantes de esportes radicais, com suas montanhas cobertas de neve e uma cultura rica em tradições de esqui. Montanhoso e com um clima propício, o país […]

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Ainda pouco conhecido por atrações de natureza, o Japão é uma potência de inverno ainda a ser descoberta.

Japão

No inverno, o Japão se transforma em um paraíso para os amantes de esportes radicais, com suas montanhas cobertas de neve e uma cultura rica em tradições de esqui. Montanhoso e com um clima propício, o país oferece uma ampla gama de estâncias de esqui, em especial nas províncias localizadas ao norte de Tóquio. E o melhor: aliada à qualidade da neve e das pistas, as estações de esqui japonesas são conhecidas também pela hospitalidade e pela boa gastronomia. Nesta edição, o GUIA JP traz uma lista com as melhores localidades para você se aventurar pela neve na Terra do Sol Nascente. Embarque conosco nesta jornada e descubra as maravilhas que as estâncias de esqui do Japão têm a oferecer.

Myoko Kogen

Localizada na região de Niigata, Myoko Kogen é uma das estâncias de esqui mais antigas e populares do Japão. Formada por nove estâncias e tendo como centro a vila de Akakura, a região oferece paisagens deslumbrantes, neve de alta qualidade e uma atmosfera acolhedora de cidade de montanha. Com uma grande variedade de pistas para esquiadores de todos os níveis, Myoko Kogen também é conhecida por suas trilhas de backcountry, como são chamadas as zonas periféricas fora das pistas de esqui, mas que ainda são boas para a prática do esporte. Quem pensa em fazer algo menos aventureiro pode participar de alguma tour de snowshoeing, caminhadas na neve com encaixes especiais para os sapatos.

Naeba

Favorita entre locais e turistas, Naeba também fica em Niigata, numa localidade com excelentes pistas bem próxima de Tóquio. Aliás, só para constar, a zona de esqui é ocupada no verão pelo Fuji Rock Festival. No inverno, o local é ótimo não só para esqui e snowboard, mas, também, para quem quer pegar leve em passeios de snowmobile e trenós. Em Naeba também fica o teleférico mais longo do Japão, o Dragondola, que atravessa as montanhas locais por quase 6 km de extensão. No outono, a paisagem local, com o envelhecimento das folhas, fica impressionante.
Uma das pistas da popular Naeba
Uma das pistas da popular Naeba

Shiga Kogen

 

Esta é a maior estância de esqui do Japão. São mais de 50 quilômetros de pistas interligadas. Localizada nas montanhas de Nagano, é um paraíso para os esquiadores e snowboarders, com uma variedade de terrenos desafiadores e paisagens espetaculares. Não muito distante da zona de esqui fica o Parque dos Macacos de Jigokudani, famoso internacionalmente por oferecer um banho de águas termais a céu aberto para os símios que habitam a região. Já faz um tempo que uma comunidade de macacos-japoneses adotou o local e vive ali em boa interação com os humanos que vêm visitá-los.

Teleféricos em Shiga Kogen
Teleféricos em Shiga Kogen

Appi Kogen

Situada na província de Iwate, Appi Kogen é uma das estâncias de esqui mais faladas do momento, embora ainda não tenha caído no radar dos turistas internacionais. Ou seja, o local ainda é relativamente inexplorado, embora tenha uma rede hoteleira moderna e forte apelo gastronômico. Como neva muito na região, a neve profunda é uma das características das pistas locais. São 21 circuitos para iniciantes e experientes.

 

Vale de Hakuba

Sede principal dos Jogos Olímpicos de Inverno de 1998, Hakuba, em Nagano, se tornou parada obrigatória para quem curte esportes como o esqui e afins. São dez resorts muito bem conectados entre si, o que proporciona experiências em pistas de características diferentes. A região, como outras estâncias já citadas, também é conhecida pelas águas termais para dar aquela relaxada depois do esforço na neve.

 

Nozawa Onsen

Com uma história antiga como resort de águas termais, Nozawa Onsen, também em Nagano, combina esqui de classe mundial com a tradição do omotenashi, a hospitalidade japonesa, nos famosos ryokan. Isso significa que, além de se aventurar na neve, é possível mergulhar na atmosfera local através de uma arquitetura única e rústica e ruas estreitas de paralelepípedo. Uma verdadeira viagem no tempo.

Vista da estância de Nozawa Onsen
Vista da estância de Nozawa Onsen

 

Niseko

Mais conhecida estância de esqui do Japão, Niseko, em Hokkaido, se tornou o principal destino de esportes de neve do Extremo Oriente por causa da neve no estilo powder — formada por cristais de gelo secos e, portanto, mais macia. A estância cresceu tanto que, nos últimos anos, se tornou um disputado estilo de luxo, com uma das melhores redes de alta hotelaria do país. Badalada e elegante, Niseko também se destaca na gastronomia e na coquetelaria e atrai turistas de todo o planeta para suas pistas de alto nível, incluindo as de backcountry.

 

Rusutsu

Localizada não muito distante de Niseko, Rusutsu também tem neve de alta qualidade e vastas áreas esquiáveis. Com terrenos para todos os níveis de habilidade, bem como atividades extras como snowmobile e snowbikes, além de pesca no gelo, Rusutsu procura se diversificar para concorrer com a vizinha mais famosa. Um dos destaques é o Parque Infantil Crayon Shinchan que passa longe dos lápis de cera (crayon em inglês) e oferece muita diversão para a garotada.

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Barato e no ar https://jpguide.co/barato-e-no-ar-viajar-economizando/ https://jpguide.co/barato-e-no-ar-viajar-economizando/#respond Mon, 27 Nov 2023 21:54:18 +0000 https://jpguide.co/?p=32153 Embora ainda para trás quando o assunto é low cost, o Japão tem, sim, formas de economizar no aéreo nas viagens domésticas. Conhecida como a terra do trem-bala mais eficiente do mundo, o Shinkansen, o Japão também tem algumas das companhias aéreas mais bem avaliadas do planeta. O país também tem aeroportos em todos os […]

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Embora ainda para trás quando o assunto é low cost, o Japão tem, sim, formas de economizar no aéreo nas viagens domésticas.

Conhecida como a terra do trem-bala mais eficiente do mundo, o Shinkansen, o Japão também tem algumas das companhias aéreas mais bem avaliadas do planeta. O país também tem aeroportos em todos os pontos nacionais de relevância, incluindo ilhas mais remotas. Dependendo da distância, viajar pelo país de avião é mais vantajoso do que ir de trem ou de carro. Acontece que se deslocar pelo Japão de JAL ou de ANA — as duas principais companhias aéreas do país — pode provocar um rombo nas contas do viajante. Ocorre que, em bem menos do que vemos na Europa ou nos Estados Unidos, o Japão também tem companhias low cost, ou seja, com tarifas aéreas baixas. Nesta edição, o GUIA JP apresenta as principais empresas aéreas deste tipo para você viajar pelo país pelos ares sem pesar tanto nos bolsos.

Air Do

A companhia fundada em Hokkaido em 1998 liga o norte do Japão a diversos destinos em Honshu, a principal ilha do arquipélago japonês. Seus hubs — aeroportos principais — são Shin-Chitose (Sapporo) e Haneda (Tóquio). Com 12 aeronaves à disposição, a companhia opera voos de Tóquio, Nagoya, Kobe e Sendai para destinos como Sapporo, Asahikawa, Hakodate, Kushiro, Obihiro e Ozora, todos em Hokkaido. No momento da produção desta reportagem, um voo entre Nagoya e Sapporo pela Air Do para o dia 1 de dezembro de 2023 está saindo por ¥13.910 contra o valor de ¥49.910 cobrados pela ANA para o mesmo trecho.

Jetstar Japan

Tendo Narita como base e outros hubs como Osaka (Aeroporto de Kansai) e Nagoya (Aeroporto de Chubu), a companhia de origem australiana fincou os pés no Japão em 2012 e foi uma das low cost pioneiras a atuar no país. Com uma frota de 22 aeronaves, a Jetstar conecta Naha e Miyako em Okinawa; Fukuoka, Miyazaki e outros destinos em Kyushu. Além disso, a empresa opera voos internacionais para destinos na Austrália, em Taiwan e em Hong Kong. Para o início de dezembro, um voo entre Narita e Fukuoka sai na Jetstar por ¥5.880. Na JAL, que oferece o trecho partindo de Haneda, a viagem sai por ¥18.630.

Peach Aviation

Com uma frota de 37 aeronaves, a Peach Aviation é uma das maiores companhias low cost em operação no país. O gigantismo não é uma coincidência, a empresa é controlada pela ANA, uma das duas gigantes do Japão. Seu hub é o Aeroporto Internacional de Kansai, na província de Osaka. Tendo bases nos dois aeroportos internacionais de Tóquio, em Naha e em Sendai (Miyagi), a companhia oferece voos para diversas cidades do sudoeste do país, dentre elas Kagoshima e Nagasaki, além da ilha de Amami. Rotas internacionais também estão no cardápio da Peach que voa do Japão para a China, Hong Kong, Taiwan, Coreia do Sul e Tailândia. Um voo entre Nagoya e Naha pela Peach, em 1º de dezembro, está custando a partir de ¥9.390. Na ANA, o mesmo trecho na mesma data custa pelo menos ¥17.620.

Solaseed Air

Baseada em Miyazaki, a Solaseed Air tem seu forte nos voos conectando destinos na ilha de Kyushu a Tokyo e Nagoya. Além disso, a empresa voa de Naha, em Okinawa, para Fukuoka e Kobe, dentre outros. Com 14 aeronaves, a empresa fundada em 2015 atua também em code share (voos operados em conjunto) com a ANA, além de realizar charters, voos excepcionais privados, entre algumas regiões do país. Para o primeiro dia de dezembro deste ano, a passagem entre Tokyo e Miyazaki pela Solaseed Air está saindo por ¥14.870 contra ¥19.270 cobrados pela ANA para o mesmo trajeto.

Skymark Airlines

Fundada em 1996 e com operações iniciadas dois anos depois, a Skymark tem como base principal o aeroporto de Haneda, em Tóquio, além de uma base secundária em Kobe (Hyogo). Além disso, a empresa é a única japonesa a operar voos regulares partindo do Aeroporto de Ibaraki. Com 29 aeronaves, a empresa atua em 11 destinos, mais notavelmente em Sapporo, Fukuoka e na ilha de Miyako, em Okinawa. A Skymark foi a primeira low cost do Japão e, durante um tempo, mudou seu foco para serviços premium, o que acabou levando a empresa à bancarrota. Atualmente recuperada, a companhia oferece voos de Haneda a Fukuoka a partir de ¥14.880. O mesmo trecho pela JAL sai por, pelo menos, ¥18.630.

 

Spring Japan

Com uma frota de 6 aeronaves, a Spring Japan teve como origem a chinesa Spring, que hoje detém apenas 30% das ações da companhia. A acionista com o restante é a Japan Airlines (JAL). A empresa tem como base o Aeroporto de Narita, de onde opera para Hiroshima, Saga e Sapporo. Além dessas rotas domésticas, a Spring Japan voa para três destinos na China. Um voo entre Narita e Sapporo, no início de dezembro, nesta companhia fundada no ano de 2012, sai por ¥5.680 ienes contra os ¥15.890 pagos pelo mesmo trecho para a JAL.

StarFlyer

Apresentando-se como uma opção híbrida entre uma low cost e uma companhia regular, a StarFlyer foi fundada em 2002 e tem como base o Aeroporto de Kitakyushu, na província de Fukuoka. A empresa ainda tem Haneda, em Tóquio, como uma base adicional. Com uma frota de 11 aeronaves, a StarFlyer oferece voos para os aeroportos de Nagoya (Chubu), Osaka (Kansai), Fukuoka e Naha. Além das rotas domésticas, a aérea conta ainda com linhas regulares para o Taipei (Taiwan) e voos charters para Muan, na Coreia do Sul. A empresa atua em code share com a ANA e a Solaseed Air. Um voo entre Nagoya e Fukuoka em 1º de dezembro sai por, no mínimo, ¥10.250. Já na ANA o mesmo voo, operado em conjunto, custa pelo menos ¥16.550.

 

Pesquise para encontrar voos mais baratos

Com a quantidade de informação à disposição, encontrar voos baratos se tornou bem mais fácil. Comparadores de preços, como o Google Flights, encontram os voos disponíveis para determinados trechos e fornecem os preços, para comparação, incluindo tarifas de agências de viagens que podem conseguir valores ainda menores do que os praticados pelas companhias aéreas. No entanto, a compra em agências merece atenção. Mudanças e cancelamentos só podem ser feitos pelas empresas que venderam as passagens, o que pode dar alguma dor de cabeça no caso das agências on-line.

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Onsen: aquecendo o corpo e alma no Japão https://jpguide.co/onsen-aquecendo-o-corpo-e-alma-no-japao/ https://jpguide.co/onsen-aquecendo-o-corpo-e-alma-no-japao/#respond Wed, 16 Aug 2023 21:33:30 +0000 https://jpguide.co/?p=31713 Onsen: aquecendo o corpo e alma no Japão Com uma das mais ricas culturas de banho do mundo, a Terra do Sol Nascente mostra que a atividade vulcânica também pode ser uma bênção por Roberto Maxwell   Quando se fala no Japão, uma das coisas mais lembradas — depois das tradições e da tecnologia — […]

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Onsen: aquecendo o corpo e alma no Japão
Com uma das mais ricas culturas de banho do mundo, a Terra do Sol Nascente mostra que a atividade vulcânica também pode ser uma bênção
por Roberto Maxwell

Onsen

 

Quando se fala no Japão, uma das coisas mais lembradas — depois das tradições e da tecnologia — são os terremotos. O país é formado por um conjunto de ilhas que se estende de norte a sul pelo oceano, numa zona conhecida como Círculo de Fogo do Pacífico. Na proximidade do assoalho marinho ficam as imensas rachaduras que delimitam as placas tectônicas, gigantescas “jangadas de pedra” sobre as quais ficam os continentes. O território do Japão fica dividido entre quatro delas e a atividade vulcânica formou boa parte das ilhas do arquipélago.

Para muitos, é fácil concluir que os japoneses vivem sob panelas de pressão prestes a explodir. Porém, os milhares de anos de convivência com uma das forças menos conhecidas da natureza fez com que o povo local aprendesse a se proteger e a tirar proveito da atividade vulcânica. A terra fértil, comum na base de vulcões, é limitada. Porém, oferece recursos importantes para o desenvolvimento agrícola que deu origem ao país. De quebra, as águas aquecidas naturalmente jorram do subsolo em diversas partes do país. Elas deram origem a uma das culturas de banhos mais ricas e duradouras da história da humanidade. Nesta edição, o GUIA JP traz dicas de três regiões do Japão em que os banhos de águas termais vão acalentar o seu corpo e o seu espírito.

As antigas ruelas de Arima Onsen
As antigas ruelas de Arima Onsen

Hakone: refúgio urbano

Localizada a pouco mais de uma hora de distância da capital japonesa, Hakone é uma das estâncias de águas termais mais populares do Japão. A cidade nas montanhas da província de Kanagawa é um dos principais refúgios dos toquiotas que querem deixar a megalópole nos momentos de folga.

A viagem pode ser feita no Romance Car, um elegante trem turístico operado pela companhia ferroviária Odakyu, com várias opções de horários ao longo do dia. Além do fácil acesso, Hakone construiu uma infraestrutura turística excepcional, com transporte público abundante e frequente, e uma rede de hoteleira com estabelecimentos para todos os bolsos.

Praticamente todos os hotéis e ryokans — pousadas tradicionais — oferecem os banhos de águas termais que são a principal atração da região. Alguns, inclusive, aceitam não hóspedes, que podem pagar a entrada e desfrutar dos banhos por algumas horas do dia. Esse tipo de serviço é chamado em japonês de higaeri, algo que pode ser traduzido grosseiramente como “bate e volta”. Um dos ryokans com higaeri mais populares da cidade é o Tenzan, localizado no entorno da estação de Hakone-Yumoto. Conhecido por ser amigável a visitantes tatuados, o Tenzan atualmente só permite a entrada de pessoas com tatuagens que estejam sozinhas. Fora esse inconveniente, o espaço é belíssimo, com grandes banhos a céu aberto, o que dá um toque a mais na experiência, já que eles ficam dentro da floresta.

Para quem está em família, outra opção é o Yunessun, um parque aquático com águas termais que, diferente da grande maioria dos onsens convencionais, tem espaços que podem ser usados por toda a família. Isso porque, normalmente, é necessário entrar nu nos banhos que são separados por gênero. No Yunessun, todos entram de roupas de banho; homens e mulheres usam os mesmos espaços. O local conta com banhos “saborizados” — e não “bebíveis” — de café, chá e vinho. Também existem um toboágua e outras atrações divertidas.

Além dos banhos de águas termais, Hakone se especializou em arte. A cidade abriga um dos primeiros museus a céu aberto do Japão, o Hakone Open Air Museum, no qual os visitantes podem apreciar esculturas de artistas renomados de todo o planeta numa ampla área coberta de verde e, no final, relaxar num ashiyu, um escalda-pés de água naturalmente aquecida.

 

Owakudani- o vale dos gases termais de Hakone
Owakudani- o vale dos gases termais de Hakone

Kusatsu Onsen: colheita de águas termais

Quem chega no centro de Kusatsu Onsen sempre fica impressionado. A vila, que cresceu em torno das fontes de águas termais, resolveu dedicar a elas uma verdadeira obra de arquitetura. Chamada de Yubatake, a estrutura que tem o tamanho de um campo de futsal é quase que uma escadaria de água corrente à temperatura de cerca de 80 graus, e que forma uma pequena cachoeira na praça central da vila. Yubatake, em japonês, quer dizer o “local em que se colhe a água termal”, um trocadilho com a palavra usada para a plantação de alimentos. Além da função estética, a estrutura também ajuda a resfriar as águas que depois são canalizadas e distribuídas pelos diversos ryokans existentes na área.

Bem em frente ao Yubatake fica o Netsunoyu, uma antiga casa de banho que se transformou em centro cultural. Aqui, os visitantes aprendem um pouco mais sobre a cultura dos banhos termais em Kusatsu. Ao longo do dia, um grupo de mulheres faz uma apresentação mostrando como a água era resfriada nos banhos da localidade. Elas usam pranchas de madeira e entoam canções laborais que dão ritmo à pesada função. Na praça, ficam, ainda, dois banhos públicos que atraem moradores locais e turistas e são ideais para quem não vai pernoitar na vila.

Porém, a atração mais bacana de Kusatsu fica a cerca de 2 quilômetros de caminhada da praça central. Na ruela cheia de lojinhas, é possível provar o onsen manju, um pãozinho doce tradicionalmente cozido no vapor termal. Seguindo adiante, chega-se a um rio de águas termais e, ladeira acima, o visitante atinge o Sainokawara, um banho público a céu aberto, na floresta. Com uma boa estrutura, o espaço é uma experiência essencial de relaxamento em meio à natureza, com segurança e tranquilidade.

 

Vista noturna do Sainokawara, Kusatsu Onsen
Vista noturna do Sainokawara, Kusatsu Onsen

 

Arima Onsen: banhos urbanos milenares

Kobe é uma das cidades mais conhecidas do Japão e a fama veio de uma tragédia. Em 1995, a localidade foi devastada por um grande terremoto que mudou o Japão para sempre. A destruição causou uma revolução nas tecnologias de construção e tornou as cidades japonesas mais seguras. E Kobe virou referência mundial em reconstrução pós-desastre.

Bem longe das áreas mais destruídas pelo sismo de 1995 fica Arima Onsen, uma das poucas estâncias urbanas de águas termais do Japão. Localizada na zona montanhosa da cidade, Arima tem sido um popular resort entre os moradores de Osaka, metrópole que fica a cerca de uma hora de distância. Num primeiro olhar, a estância parece ser bem moderna, com hotéis em prédios altos de aparência bem ocidental. Porém, basta entrar numa das muitas ladeiras para descobrir lojinhas e restaurantes em construções de madeira, como as das antigas cidades japonesas. Além disso, é possível explorar templos e santuários e ver fontes de águas termais.

Com mais de um milênio de história, Arima é considerada uma das mais antigas estâncias de águas termais do Japão. No Museu Taiko-no-yu, uma casa de banhos em atividade, é possível conhecer um pouco do passado de Arima. O espaço tem uma reconstrução de um antigo estabelecimento que era um dos preferidos de Toyotomi Hideyoshi, um dos unificadores do Japão, que viveu no século 16.

Além da história, Arima tem uma peculiaridade. No local, existem dois tipos diferentes de águas termais. O kinsen — ou água dourada — é composto por ferro e tem a coloração amarronzada. Já o ginzen — água prateada — é translúcido e contém rádio e carbonatos. Para “provar” as duas, é possível visitar os banhos públicos da cidade, chamados respectivamente de Kin no Yu e Gin no Yu. Para além das duas águas, Arima oferece uma experiência termal sem sair dos limites da cidade.

 

Onsen

Como utilizar os banhos de águas termais no Japão

Banhar-se nas águas termais em um onsen não requer nenhum tipo de preparo especial, mas algumas dicas vão deixar você mais seguro ao usar esses espaços tão significativos para os japoneses.

● Tire toda a roupa antes de entrar no banho.
● Antes de entrar na água, lave o corpo num chuveiro ou com um pequeno balde que fica na beira do banho.
● Duas toalhas costumam ser oferecidas a quem entra num banho termal. A pequena serve para secar o corpo na saída da “piscina”. A grande é para ser usada no vestiário e terminar a secagem do corpo. Não mergulhe as toalhas na água do banho.
● Não pule, nem nade na “piscina” termal.
● Não é obrigatório ficar em silêncio no banho termal. Porém, se for conversar, abaixe a voz. O banho é um espaço de descanso e relaxamento.

 

 

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Calor muito além do verão – KOCHI https://jpguide.co/calor-muito-alem-do-verao-kochi/ https://jpguide.co/calor-muito-alem-do-verao-kochi/#respond Thu, 27 Apr 2023 07:46:45 +0000 https://jpguide.co/?p=31233     Oficialmente, o verão se inicia no Japão com o solstício do dia 21 de junho. A temporada começa para valer, no entanto, na data em que a cidade de Kochi registra pela primeira vez temperaturas de mais de 40 graus. Termômetro involuntário da estação mais quente do ano, a província de Kochi acabou […]

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    Oficialmente, o verão se inicia no Japão com o solstício do dia 21 de junho. A temporada começa para valer, no entanto, na data em que a cidade de Kochi registra pela primeira vez temperaturas de mais de 40 graus. Termômetro involuntário da estação mais quente do ano, a província de Kochi acabou ficando muito associada às altas temperaturas. Acontece que, como em quase todas as províncias do país, Kochi tem seus altos e baixos e, neste caso, estamos falando de mar e montanha, nos quais frio e calor se alternam, com um servindo de escape para o outro. Nesta edição, o GUIA JP mostra que, em Kochi, o calor vai muito além da estação quente. A província tem boa comida feita com fogo, o calor humano nas noites boêmias e muito mais. Embarque com a gente.

Castelo de Kochi, um dos 12 únicos castelos originais do Japão

História e boêmia na capital

Com pouco mais de 320 mil habitantes, 1/4 da população da província, a cidade de Kochi foi o centro do Domínio de Tosa durante todo o Período Edo (1601 – 1868). O poder emanava do Castelo de Kochi, um dos 12 que sobreviveram à sanha destruidora de fortificações no Período Meiji. A construção atual data do século 18 e compreende basicamente toda a área conhecida como honmaru, a parte mais interna do complexo de defesa, que contém a torre principal e diversas outras construções adjacentes cercadas por um fosso. Kochi é o único castelo japonês que restou com todo o seu honmaru intacto.

A capital também é conhecida pela vida boêmia e isso já pode ser identificado na estação central da cidade, onde os visitantes são recebidos por uma estátua do Bero-bero no Okami-sama, o deus da bebedeira, muito bem colocado num pedestal em formato de barril de saquê.

A cidade leva tão a sério a boêmia que organiza anualmente, no mês de março, o Tosa no Okyaku, uma celebração na qual algumas ruas da cidade são equipadas com mesas aquecidas para que todos possam comer e beber juntos.

Um dos locais recomendados para provar a boa comida local é o Mercado Hirome, onde uma variedade de bancas oferecem diversos pratos para serem saboreados e mesas coletivas. A iguaria mais famosa da região é o katsuo-tataki, o atum-bonito grelhado diretamente no fogo. O prato vai muito bem com os deliciosos saquês produzidos na província.

Katsuo-tataki, gastronomia local no fogo

Se a sua pegada for mais diurna, domingo é dia de conhecer o “armazém de Kochi”. Assim é chamado o Mercado Dominical, uma feira de 1,3 km de extensão na avenida que dá acesso ao castelo. Com mais de 300 barraquinhas esta é a maior feira livre do Japão. Além dos produtos frescos, a feira é um paraíso para quem gosta de provar comida de rua, com destaque para o inakazushi, o sushi da roça, feito com legumes e verduras em conserva, além de tofu, no lugar do peixe. De sobremesa, vale provar o aissu-kurin, uma versão popular localmente do sorvete, com menos gordura. Utensílios de alta qualidade como facas e cerâmicas, além de bonsais, também podem ser encontrados no local.

No verão escaldante, a principal atração da cidade é o Yosakoi, um colorido festival com blocos que percorrem toda a cidade no meado do mês de agosto. Enquanto os moradores saem pela cidade fantasiados, os blocos puxados pelos jigatasha, a versão local dos trios elétricos, desfilam pela cidade em coreografias muito bem ensaiadas e ao som de ritmos diversos. Uma verdadeira celebração do jeito despachado de ser dos kochiotas.

Yosakoi: festival que destaca a alma de Kochi

Na trilha (aromática) do yuzu

Um dos maiores segredos da gastronomia japonesa, o yuzu é um cítrico extremamente aromático. Kochi é a província que mais produz a fruta no Japão, em vilas escondidas entre as montanhas do leste como Umaji e Kitagawa.

Antigas áreas de produção de madeira, as vilas desenvolveram uma poderosa infraestrutura ferroviária de transporte do material para os portos próximos. Nos anos 1960, porém, a produção madeireira sofreu um baque e caiu em declínio. Os moradores apelaram, então, para a citricultura para manter viva a economia local, com o yuzu como carro-chefe.

Além do yuzu, as vilas vêm criando atividades para atrair turistas para a região. Em Umaji, por exemplo, a antiga estrutura ferroviária é utilizada de diversas maneiras para incentivar o turismo. A Yanase Forestry Railway, por exemplo, oferece desde test drives da locomotiva usada na época madeireira, além de um passeio montanha acima no plano inclinado criado para trazer os troncos para baixo.

Antiga infraestrutura ferroviária virou atração turística

Em novembro, a vila realiza o Festival Yuzu Hajimaru para celebrar o início da colheita da fruta. Nas barraquinhas, é possível provar diversas iguarias locais feitas com o cítrico. Aqui, por exemplo, o inakazushi usa um shari – arroz temperado para sushi – preparado com suco de yuzu ao invés de vinagre. A fruta também aparece em uma série de outros produtos, de bebidas a condimentos, com destaque para o yuzu-kosho, um preparo que leva, ainda, pimenta chilli e sal marinho.

Um mundo inspirado em Monet

Também conhecida pela produção de yuzu, Kitagawa fica ao lado de Umaji. Além das inúmeras pontes e instalações usadas pelas antigas rodovias, a vila é conhecida pela residência do antigo samurai Nakaoka Shintaro, que foi um dos rebeldes que ajudaram o Imperador Meiji a acabar com a hegemonia militar da Família Tokugawa, levando ao fim do Período Edo. Sua história pode ser conhecida na casa onde viveu, aberta ao público.

A grande atração da cidade, no entanto, é o Jardim de Monet Marmottan. O espaço é uma réplica fiel do Giverny, o jardim que abrigou a casa onde o pintor francês viveu de 1883 até a sua morte em 1926 e produziu a série das ninfeias, algumas delas dentre as mais conhecidas obras do artista impressionista.

Jardim Marmottan em Kitamura, inspirado na obra de Monet

Os Jardins de Giverny são baseados em antigas gravuras japonesas encontradas por Monet na Europa, o que inspirou a cidade de Kitagawa a criar uma réplica, o Marmottan que recebeu as bênçãos da fundação que preserva a obra do pintor francês. O espaço é dividido em três. No Jardim das Flores, a palheta de cores e texturas da obra de Monet é reproduzida através das plantas. Já no Jardim das Águas ficam, dentre outras árvores, as ninfeias que inspiraram as famosas obras de Monet. A melhor época para ver as ninfeias azuis é entre o final de junho e o início de novembro. Por fim, caminhando por entre a floresta, fica o Jardim de Bordighera, que faz referência à paixão do pintor pelo mar. A paisagem local foi usada como pano de fundo para um projeto que usa plantas do sul da Europa e outros elementos para recriar a expedição do artista pelo Mediterrâneo.

Depois da visita, vale a pena pernoitar num dos ryokan da cidade para aproveitar a atmosfera de relaxamento dos banhos de águas termais e divagar nas memórias de uma viagem inesquecível pelas belezas de Kochi.

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Cinco dias em Kagoshima https://jpguide.co/cinco-dias-em-kagoshima/ https://jpguide.co/cinco-dias-em-kagoshima/#respond Wed, 01 Mar 2023 01:51:00 +0000 https://jpguide.co/?p=30806 Dicas imperdíveis para um feriado prolongado na província mais meridional da ilha de Kyushu Janeiro é o mês do aniversário de um dos meus melhores amigos. Ele é meu parceiro de copo e pratos e já viajamos juntos para alguns dos mais remotos locais do Japão. Kagoshima era a única província do país na qual […]

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Dicas imperdíveis para um feriado prolongado na província mais meridional da ilha de Kyushu

Janeiro é o mês do aniversário de um dos meus melhores amigos. Ele é meu parceiro de copo e pratos e já viajamos juntos para alguns dos mais remotos locais do Japão. Kagoshima era a única província do país na qual eu nunca tinha pisado e, por isso, decidi convidá-lo para uma viagem gastro-histórica. Divido aqui com vocês, em forma de diário, os melhores momentos desta viagem.

DIA 1 – Reconhecendo o local

Kagoshima fica na ponta sul da ilha de Kyushu e, por conta de sua posição geográfica, é riquíssima em histórias e paisagens naturais. Chegamos ao aeroporto no final da manhã e o ônibus nos levou até o centro da cidade em cerca de 40 minutos. Era feriado, tudo estava meio morto e fomos procurar um lugar para comer. Num shotengai (calçadão) coberto próximo à estação de Kagoshima-Chuo fomos à procura de um restaurante de tonkatsu muito bem avaliado on-line. A espera era grande. Pegamos a senha e fomos dar uma volta.

Uma das poucas lojas abertas era a Fukae, dedicada ao shochu, bebida típica da ilha de Kyushu. Enfileiradas nas prateleiras, as garrafas coloridas – e inteligíveis para quem não lê japonês – chamam atenção. O shochu é uma bebida destilada que pode ser feita com diversos ingredientes. Em Kagoshima, o tipo mais popular é o imojochu, feito com batata-doce (imo, em japonês). O simpático vendedor apresenta os rótulos com atenção e explicações bem detalhadas e é difícil escolher um só. Deixo para depois.

No passeio pelo shotengai, acabamos encontrando o Kagaribi, um restaurante pequenininho de lámen que chamou nossa atenção. A fome era grande e entramos.

Pilotado por duas mulheres, o que é raro no mundo do lámen, o espaço de 8 lugares serve o tonkotsu, uma sopa feita com ossos de porco e rica em umami. Pedi o prato que leva o nome da casa e recebi uma tigela muito saborosa. Recomendadíssimo! O tonkatsu? Até fomos mas, honestamente, deixa quieto.

DIA 2 – Explorando a cidade a pé

Escolhi o Art Hotel Kagoshima por causa da vista esplendorosa do Sakurajima, o vulcão ativo que é símbolo da província. Acordamos com uma pequena quantidade de fumaça branca saindo da cratera, algo que, fui saber depois, é bem comum. Caminhamos pela beira da baía até o Mercado de Kagoshima com a intenção de tomar o café da manhã por lá. Estava meio tarde, não conseguimos ver o mercado em si e fomos direto para o Ichiba Shokudo. A ideia era comer peixe fresco, mas a foto mais chamativa do cardápio era a do aji fry, o carapau empanado e frito, como uma milanesa. De fato, o peixe chegou crocante e delicioso, muito bem acompanhado de verduras fresquinhas e um molho de pasta de soja missô bem adocicado. Para não sair da tradição, também fomos no chirashizushi, uma tigela de arroz coberta com sashimis diversos. Aqui, o destaque maior era o kaijiru, uma sopa de missô sarada em mariscos, com um sabor excepcional. Valeu muito a pena.

Seguimos na caminhada, desta vez à procura do shoyu local. O molho de soja de Kagoshima é conhecido por ser mais viscoso e adocicado. Nossa primeira visita foi a uma das lojas da Choshiya que produz shoyu desde 1735. Localizada num antigo posto de gasolina, a venda é um espaço supersimples que ganha vida por causa do vendedor e do seu gato. Ele nos ofereceu uma degustação dos produtos da casa que são bem interessantes. Além do shoyu, a Choshiya produz diversos outros molhos, todos à base do original de soja. Valeu a visita.

Mais 30 minutos de caminhada adiante e chegamos ao Monte Shiroyama, uma pequena elevação que oferece uma vista privilegiada para a cidade. A subida, pelo lado do hotel que fica no topo, tem uma escadaria e é bem amigável. O local é ocupado por um parque e a vista de cima é muito bonita, com o Sakurajima em destaque na paisagem. Uma visão inesquecível!

DIA 3 – Circulando o vulcão de bicicleta

O povo local tem muito respeito pelo Sakurajima. “Sakura” é a flor da cerejeira e “jima” é ilha. Hoje conectado a Kyushu por um minúsculo pedaço de terra, o vulcão era cercado de água por todos os lados até 1914 quando uma enorme erupção fez o serviço.

Nos últimos anos, foram tantas erupções no Sakurajima que as pessoas perderam a conta. Mas o Centro de Informações da “ilha” não deixa passar nada. A montanha de 1.117 metros é monitorada com atenção pelos cientistas. Eles consideram erupção toda exalação de cinzas que alcance mil ou mais metros de altura. Ou seja, a fumacinha branca que vimos ontem do quarto não é formada por cinzas. É apenas vapor d’água e, portanto, não se qualifica como erupção.

Da parte central da cidade de Kagoshima, são 15 minutos de barco até a ilha. Alugamos uma bicicleta esportiva no Centro de Informações e partimos para a volta à ilha. Poucos restaurantes estavam abertos e, por isso, levamos uma merendinha. Mas em menos de dez minutos de pedalada encontramos o Lapita, uma sorveteria. Com um interior feito com partes de antigas construções, o local é uma obra de arte em si. A Mana, dona da loja, veio de Tóquio para a ilha realizar seu sonho de morar no local. Os sorvetes dela são impecáveis, mas o de satsuma-imo, a batata-doce local, é cremoso e inesquecível.

Foi a adição de energia que precisávamos para a rota que totaliza 36 km e é cheia de altos e baixos. Além das belas vistas da Baía de Kinko, a imagem do vulcão vai mudando ao longo do trajeto. Num determinado ponto, no bairro de Kurokami, a cratera sul, que é a mais ativa, fica tão próxima que chega a amedrontar. Aliás, no bairro fica um dos pontos que remetem à erupção de 1914. O portal do santuário xintoísta local, que tinha 3 metros antes do evento, foi praticamente todo soterrado, ficando de altura menor que o de uma pessoa adulta.

É seguro passear no Sakurajima? Essa é uma pergunta capciosa. A antiga ilha é habitada e o risco que o turista sofre é o mesmo dos seus cinco mil moradores. A cratera está sob vigilância constante e, embora uma erupção seja imprevisível, eventos de grandes proporções costumam ter sinais e toda vez que a montanha fica mais invocadinha, alertas são emitidos. Além disso, há vários abrigos e rotas de fuga pelo mar. Tenha atenção e aproveite o passeio. O maior contato que você deve ter com a atividade vulcânica na ilha será o gostoso escalda-pés de água naturalmente aquecida que fica perto do Centro de Informações e que tem uma bela vista da montanha fumegante.

DIA 4 – Banquete francês e história local

Este foi o dia do aniversário do meu amigo e eu decidi convidá-lo para um almoço no Automne, considerado um dos melhores restaurantes de alta gastronomia de Kagoshima. A casa fica numa residência de mais de 100 anos de idade num pequeno penhasco à beira-mar. Impecável, o ambiente é tudo o que se imagina em termos de discrição e elegância japonesa, com espaços abertos, muito bem iluminados e um belo jardim com uma cachoeira.

O menu em seis passos traz ingredientes da região em diversos preparos franceses, num delicado encontro entre duas gastronomias que se combinam bem. Estiveram lá os frutos do mar, o kuroge wagyu, carne de boi marmorizada de alta qualidade, as inúmeras verduras e, claro, temperos como o shoyu e o missô. Tudo preparado com esmero e muito sabor, acompanhado por vinhos europeus de alta qualidade. Foi uma daquelas refeições que reverberam no paladar e no coração por muito tempo.

Daqui, seguimos prontos para a próxima parte da viagem, um mergulho na história de Kagoshima. Começamos pela Satsuma Glass Kogei, uma fábrica histórica de produção de copos no estilo kiriko, em que o vidro é trabalhado pelos artesãos com cortes para trazer cores e formas. Fiquei apaixonado por cada copo e cada garrafa produzidos em processo realmente artesanal. O ateliê de fabricação fica em área aberta e a gente pode assistir à destreza com que os trabalhadores criam as belas peças vendidas na loja ao lado.

A poucos metros da fábrica fica o Sengan-en, a residência de veraneio do clã Shimazu, que dominou Kagoshima até o século 19. O jardim, datado do século 17, é o cenário para uma residência incrível com quase 30 cômodos. Hoje, ela é apenas uma parte do que era até o final do xogunato e representa bem a sofisticação e o poder dos Shimazu na região. Tivemos a sorte de pegar uma visita guiada (em japonês) que apontou os detalhes da casa com muita clareza e contou histórias sobre a família e sobre visitantes ilustres que ali passaram. Foi possível entender como a estratégica posição e o olhar do clã Shimazu colocou Kagoshima na vanguarda da modernização do Japão no meado do século 19.

A área da cidade com a fábrica e o jardim faz parte dos Sítios da Industrialização Japonesa no Período Meiji, uma série de construções espalhadas pelo Japão e tombada como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.

DIA 5 – Vai me enterrar na areia?

Estamos em Ibusuki, cidade a pouco mais de uma hora de trem de Kagoshima. O dia começou com uma caminhada até o Porto de Yamakawa, uma área conhecida pela pesca do atum-bonito, ou katsuo, em japonês. O atum-bonito é um peixe de carne vermelha e sabor ferroso, muito apreciado pelos japoneses. Começamos o dia visitando o mercado que fica no Michi no Eki, as paradas de estrada do país. Lá, conhecemos o simpático Ken-chan, um senhor de 80 anos que vende diversos produtos derivados do atum-bonito, dentre eles o katsuobushi, essencial na gastronomia japonesa.

O peixe passa por um processo de cozimento, defumação e cura que pode levar até seis meses. O resultado final lembra o duríssimo guaraná em barra, muito comum no norte do Brasil. Depois, ele é laminado em lascas finíssimas para gerar um caldo rico em umami. Depois de fazer compras – e tomar uma dose de shochu – na barraca do Ken-chan, pudemos fazer um tour completo pela fábrica da Daimaru, que nos mostrou todo o processo, basicamente artesanal, da produção do katsuobushi. Antes, claro, a gente provou, no restaurante do Michi-no-eki, um katsuokatsu, empanado de atum-bonito. Perfeitíssimo.

Na volta para o centro de Ibusuki, passamos na principal atração da cidade. O suna-mushi é um relaxamento para o corpo que usa as areias quentes da Praia de Yunohama. A areia superficial do local nem parece tão quente ao primeiro toque. Basta escavar bem pouquinho para sentir que a água ali é quente. A placa indica que a temperatura é de mais de 80 graus!

A experiência, portanto, é ser enterrado na areia, num local sem água infiltrada, por 10 minutos. O tempo é considerado ideal para não ter problemas de tontura ou queda de pressão.

Para a atividade, não precisamos levar nada. O Suna Mushi Kaikan oferece um quimono que protege o corpo da areia e uma toalha para proteger os cabelos. A sensação é um pouco sufocante de início, muito mais pelo peso da areia do que pela temperatura, bem tolerável. Depois de ter perdido o medo, gostei da experiência que terminou no banho termal do local.

Depois da enterrada, foi hora de voltar para o hotel, dar uma descansada e se preparar para regressar a Tóquio, com a certeza de que deixo para trás um destino ainda pouco explorado

por quem visita o Japão. Uma pena! Kagoshima é um dos lugares mais sensacionais que eu visitei neste país.

por Roberto Maxwell

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Água que tsuru não bebe https://jpguide.co/agua-que-tsuru-nao-bebe/ https://jpguide.co/agua-que-tsuru-nao-bebe/#respond Thu, 04 Aug 2022 09:31:35 +0000 https://jpguide.co/?p=7765 É incontestável: os japoneses preferem a cerveja à sua bebida nacional, o saquê. Não é novidade. Quase sempre gelada, a loira tomou de assalto o paladar dos bebuns de todo o planeta e no Japão não seria diferente. Acontece que o saquê japonês não está deixando barato: do mesmo modo que ocorre no Brasil com […]

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É incontestável: os japoneses preferem a cerveja à sua bebida nacional, o saquê. Não é novidade. Quase sempre gelada, a loira tomou de assalto o paladar dos bebuns de todo o planeta e no Japão não seria diferente. Acontece que o saquê japonês não está deixando barato: do mesmo modo que ocorre no Brasil com a cachaça, os produtores tradicionais estão em ponto de reação.

Em todo o país, têm surgido pessoas motivadas na intenção de resgatar o consumo do saquê e de outras variedades de bebidas alcólicas japonesas e elas são unânimes na conclusão de que um dos motivos pelos quais muitos japoneses, em especial os jovens, não consomem esses produtos é a falta de conhecimento.

O aumento no consumo da bebida ainda tem sido considerado tímido. Porém, a badalação em torno do saquê vem aumentando nos últimos anos, não somente no Japão mas, também, no exterior. Só que ainda há pouca informação em português para quem quer aprender mais sobre a bebida, mesmo para quem vive aqui na Terra do Sol Nascente. Conheça esta bebida japonesa que carrega tanta história, tradição e, claro, uma boa dose de álcool.

Uma fábrica costuma produzir diferentes variedades de saquê (foto: Roberto Maxwell)

Muito prazer, saquê

Fora do Japão, sake (assim como sua versão aportuguesada ‘saquê’) virou o nome genérico pelo qual ficou conhecido o nihonshu, uma bebida feita de arroz que é o goró legitimamente japonês mais consumido fora da Terra do Sol Nascente. Fermentada, a bebida costuma ter entre 16 e 20 por cento de teor alcóolico, o mais alto nesta categoria etílica. Mas a família kokushu — nome usado pelos japoneses para as suas bebidas nacionais — é ainda maior.

Além do saquê/nihonshu, os japoneses produzem tradicionalmente o shōchū e o awamori. O primeiro é destilado e pode ser feito com diversos ingredientes: arroz, cevada, batata-doce, trigo sarraceno, açúcar mascavo e outros. O teor alcoólico fica entre 25 e 35 por cento, de acordo com o método de produção. Já o awamori, típico da província de Okinawa, é um destilado feito com um tipo específico de arroz, da espécie Oryza sativa, e tem entre 30 a 43 por cento de teor alcóolico.

Cada uma dessas variedades é um universo em si mesmo e merece uma reportagem só para ela. Por isso, aqui, a gente se foca no nihonshu que vai ser chamado simplesmente de saquê.

Produção

O arroz é a matéria-prima principal do saquê. Apesar de grande parte da produção da bebida usar a variedade do cereal que poderia estar num prato de comida, os saquês de alta qualidade são feitos com um tipo de arroz especial chamado genericamente de sakamai. Ele difere do gohan (arroz japonês) nosso de cada dia por conter uma versão maior do shinpaku, uma reserva de amido que fica no centro do grão de arroz.

Além do amido, o grão de arroz contêm gorduras e proteínas que tendem a evitar que a bebida seja mais frutada e aromática. Por isso, o maior desafio na fabricação de saquês de alta qualidade é se ver livre de substâncias consideradas pouco nobres. Nesse caso, as diversas variedades de sakamai levam vantagem porque, com o amido concentrado no meio do grão, basta polir o arroz até retirar o máximo possível da parte que é indesejada.

Saquês estão buscando aliar contemporaneidade e tradição estão ficando mais populares (foto: Roberto Maxwell)

Os saquês de alta qualidade são classificados pelo grau de polimento do arroz. Quanto menos do grão de arroz é utilizado na produção da bebida, mais frutado tende a ficar o sabor. Quando a bebida é produzida com 50% ou menos do grão de arroz, ela é chamado de daiginjō (lê-se ‘dai-guin-jô’) e é considerada de altíssima qualidade. Se a proporção usada do arroz fica entre mais de 50% e até 60%, a bebida ganha a classificação de ginjō (lê-se ‘guin-jô’). Não é o melhor de todos mas, ainda assim, é um goró de alta qualidade.

Onipresente bolor

Quando a gente se muda para o Japão, parece que descobre magicamente uma categoria de seres vivos que só tinha visto em desenhos animados: os bolores. Não que eles não estejam presentes no Brasil, muito pelo contrário. Acontece que temos tanto horror aos fungos que praticamente os desprezamos.

No Japão, essa categoria de organismos ganha um outro status. Dezenas de fungos comestíveis são utilizados nas refeições, por exemplo. Mas eles são apenas a ponta micológica do iceberg que é a cultura gastronômica japonesa. Daquele shoyu inocente que a gente usa para dar sabor no yakissoba até as sempre presentes conservas tsukemono, um sem número das comidas tradicionais do país é fermentada, ou seja, chega às nossas mesas depois da ação de algum fungo.

Grãos de arroz polidos, a “mancha branca” no interior é chamada de shinpaku (imagem: reprodução)

Em comum com o shoyu e o missô, o saquê tem o Aspergillus oryzae, um fungo conhecido em japonês como kōjikin. Apesar de ter sido trazido da China, essa espécie é tão importante para o Japão que ganhou o status de fungo nacional. Mas ela não atua sozinha na produção do saquê. Na verdade, o kōjikin tem uma função bem específica na fabricação da bebida. Ele é usado num processo chamado de sacarificação, ou seja, o momento em que o amido presente no arroz é transformado em açúcar. Para o processo de fermentação em si, no qual o açúcar é transformado em álcool, entra em ação as leveduras, uma outra categoria de fungos usada também na produção de cerveja. No saquê, esses dois processos acontecem ao mesmo tempo e, por isso, eles são chamados de fermentação múltipla paralela.

As etapas do processo

Na produção do saquê, o arroz é inicialmente polido e lavado. Em seguida, o cereal é imerso em água tempo suficiente para absorver cerca de 30% do seu peso. Depois, ele é retirado da imersão e cozido no vapor por cerca de uma hora. Somente após o cozimento que o kōjikin é aplicado. Leva cerca de dois dias para o arroz ser coberto pelo fungo num espaço de armazenamento com temperatura a cerca de 30 graus e umidade entre 50 e 80%. Neste primeiro passo, o arroz também é usado para a preparação do shubo, uma cultura-mãe de leveduras, altamente ácida, que tem ainda a função de exterminar os microorganismos nocivos que possam estragar o mosto de fermentação.

A preparação do arroz de koji é feita em salões com alta temperatura e umidade (foto: Roberto Maxwell)

Este preparo é feito em três estágios. Inicialmente, é colocada uma pequena proporção do arroz cozido puro, do arroz inoculado com o kōjikin (arroz de kōji), da levedura e da água. Dois dias depois, uma porção um pouco maior de água, arroz cozido e arroz de kōji é acrescida. Por fim, no quarto dia, uma parte maior desses três últimos ingredientes é colocada. A fermentação ocorre por entre três e cinco semanas, numa temperatura que varia entre 8 e 18 graus. Quanto menor a temperatura, maior é o tempo necessário para a fermentação. O saquê que é fermentado por mais tempo fica menos ácido e, dependendo das condições do arroz utilizado, tende a ficar com um aroma e sabores bem frutados.

O produto desse processo de fermentação é chamado de moromi, o mosto do saquê. Depois da fermentação, o moromi passa por um processo de filtragem por pressão. A massa é colocada em sacos de pano e pressionadas por uma máquina ou a mão (em produções bem artesanais) para a separação entre partes líquida e sólida. A massa formada pelo arroz que não se desintegrou na etapa anterior é chamada de sakekasu e contêm cerca de 8% do seu peso em álcool. O sakekasu é considerado altamente nutritivo e pode ser consumido puro ou usado em receitas e para fazer conservas de legumes. Ele também costuma figurar como matéria-prima para fazer o shōchū.

Álcool adicionado

Antes da separação do moromi, é possível adicionar álcool à mistura. Só de curiosidade, vale contar que boa parte do aditivo vem do Brasil. De um modo geral, essa adição extra não tem como função aumentar o teor alcoólico da bebida. A ideia, em especial em produtos de alta qualidade, é realçar os sabores e aumentar o tempo de vida útil da bebida.

Os saquês que não recebem adição de álcool são chamados de junmai, ou seja, ‘puro arroz’ e costumam ser mais valorizados no mercado. Mas a dose extra de álcool não quer dizer a bebida foi batizada e que, por isso, sua qualidade se torna automaticamente inferior. Tudo vai depender da maestria do produtor na alquimia dos sabores.

Usando um tecido um pouco mais grosseiro, é possível filtrar menos o moromi, deixando passar mais substância sólida para o líquido. Este saquê, de cor esbranquiçada e parecendo um leite meio ralo, é chamado de nigorizake. Quando o nigorizake é vendido sem pasteurização ele ganha o nome de kassei seishu (algo como saquê ativo) e é rico em leveduras vivas e enzimas.

Depois do primeiro processo de filtragem, a bebida passa por decantação. O líquido fica em repouso em temperatura baixa e, com isso, as partículas misturadas se assentam no fundo do recipiente. Para garantir uma coloração cristalina, o processo de filtragem pode ser repetido outras vezes e até substâncias como o tanino de caqui ou o carvão ativado podem ser usadas com este fim. Para encerrar, o saquê é pasteurizado, uma forma de esterilizá-lo e bloquear a ação de enzimas que possam lhe alterar o sabor.

Saquês em taças de vinhos: melhor forma de sentir aromas e sabores mais frutados (foto: Roberto Maxwell)

No entanto, alguns fabricantes reservam uma parte da produção do ano para ser comercializada em pasteurização. Essa bebida é chamada de namazake (saquê fresco). O saquê não pasteurizado costuma ter um sabor mais refrescante e precisa ficar conservado em geladeira. Por isso, em muitos casos, o namazake nem chega a ser vendido fora da própria fábrica.

Finalizando, a bebida passa por um processo de maturação, entre seis meses e um ano, para refinar o sabor e o aroma. De um modo geral, o nihonshu é produzido logo depois da colheita do arroz, no final do outono e no inverno, para que passe a primavera e o verão em maturação até ser colocado à venda.

Em nenhuma das etapas, o saquê usa qualquer tipo de insumo de origem animal. Isso quer dizer que a bebida é totalmente vegana. Agora, é hora de escolher a sua tacinha e fazer o seu brinde com o saquê. Kanpai!

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Yamagata – natureza e fé nas montanhas https://jpguide.co/yamagata-natureza-e-fe-nas-montanhas/ https://jpguide.co/yamagata-natureza-e-fe-nas-montanhas/#respond Mon, 07 Feb 2022 16:26:16 +0000 https://jpguide.co/?p=16894 Dezessete por cento do território de Yamagata é protegido por lei através de parques nacionais. Isso já dá a dimensão da importância da natureza para o povo e a economia local. Com boa parte de seu território formado por montanhas cobertas de vegetação, a província é um convite para quem quer se desligar e relaxar, […]

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Dezessete por cento do território de Yamagata é protegido por lei através de parques nacionais. Isso já dá a dimensão da importância da natureza para o povo e a economia local. Com boa parte de seu território formado por montanhas cobertas de vegetação, a província é um convite para quem quer se desligar e relaxar, seja num passeio pelas florestas na estação quente ou, então, num banho de águas termais nas épocas mais frias. Aliás, dividir o clima de Yamagata dessa forma está longe de ser errado. A província fica numa área de transição climática com características interessantes: tem temperaturas na casa dos 30 durante o verão e mais de 8 metros de neve nas áreas montanhosas. Outono e primavera são curtos, o primeiro mais puxado para o frio e o último, para o calor. Assim, visitar Yamagata é sempre trafegar pelos extremos. Celeiro de bons ingredientes, dentre eles o arroz, a província também é um local a ser descoberto por quem curte gastronomia e saquês.

Monstros de gelo em Zao (foto: Pixta)
Numa fria com os monstros de gelo

A área de atração turística mais conhecida de Yamagata é, sem dúvidas, Zao Onsen. “Onsen” em japonês são as fontes de águas termais, e elas são uma atração da região. O Monte Zao fica na fronteira entre Yamagata e Miyagi e existem duas formas de chegar até lá. Por Miyagi, a viagem é linda no outono pela Zao Echo Road. A estrada, que sobe a serra, é coberta de vegetação, e a folhagem fica amarelada em boa parte de sua extensão.

Num dos picos da montanha, chamado de Kattadake, é possível ter uma bela vista do Okama, um lago de cratera vulcânica considerado um dos mais belos do Japão. Durante abril e novembro, quem vem da estação de Kamiyama pode usar um serviço gratuito de ônibus até o Zao Liza, um restaurante que serve como base para quem sobe montanha acima. De lá, é possível usar o Katta Lift, um teleférico aberto até um ponto de observação do Okama. No entanto, os serviços são limitados, com o máximo de dois horários por dia, e restrito aos fins de semana em algumas épocas do ano. Portanto, pesquise bem antes de usar.

Zao Onsen
O lago de cratera de Zao é um dos pontos turísticos mais conhecidos de Tohoku (foto: Pixta)
O lago de cratera de Zao é um dos pontos turísticos mais conhecidos de Tohoku

Zao Onsen, no entanto, é mais popular no inverno. A qualidade de neve transformou o local num resort de esqui que recebe visitantes de todo o país. A área é muito bem equipada para a prática de esportes da neve com lojas para locação de utensílios. A grande atração, porém, são os chamados monstros de gelo, árvores congeladas que “hibernam” cobertas de neve durante a estação fria. Os “monstros” ficam acima da cabeceira da pista de esqui e até podem ser acessados a pé. Na área do resort, é possível alugar uma sandália de neve, feita de madeira e usada pelos antepassados para caminhar na região. Os calçados são usados por cima da bota que, aliás, deve ser muito bem preparada. A caminhada na neve pode congelar o pé caso você não esteja usando um calçado adequado. À noite, os monstros de gelo são iluminados com luzes coloridas. O resort também oferece um passeio noturno, num veículo de neve, até os monstros.

Depois das aventuras, com neve ou não, sempre vale a pena dar uma relaxada nos banhos de águas termais da região. O Zao Onsen Dairotenburo é um banho a céu aberto que funciona entre os meses de abril e novembro. Já o Genshichi Roten no Yu também tem banhos internos e funciona o ano todo. Outra forma de conhecer o costume de se banhar em águas termais é visitar um dos banhos públicos da localidade. São três, chamados de Kawarayu, Kamiyu e Shimoyu. Eles ficam em pequenas construções de madeira com apenas um ofurô no formato de uma pequena piscina. Os banhos são segregados por gênero e a entrada em cada um deles custa ¥200.

Banho a céu aberto no Zao Onsen Dairotenburo
Banho a céu aberto no Zao Onsen Dairotenburo (foto: Pixta)

Caminhos de fé

Repleta de montanhas, Yamagata também é um destino para pessoas que buscam tranquilidade nos templos e santuários construídos ao longo dos séculos em áreas mais remotas. No nordeste da capital, na cidade de Yamagata, fica o Risshakuji, um templo budista fundado no século 9 e conhecido popularmente como Yamadera. A área sagrada começa no sopé de uma colina, onde fica uma das construções mais antigas do complexo, o Konponchudo. No entanto, o caminho até o topo é uma das principais atrações, em especial por conta da bela vista que se pode ter da varanda do Godaido, um salão incrustado na montanha. No entanto, vale ressaltar que a subida, de cerca de 1000 degraus, pode ser pesada para alguns visitantes.

Godaido entre as folhas de outono em Yamagata
Godaido entre as folhas de outono em Yamagata (foto: Pixta)

Uma experiência mais radical é fazer o Dewa Sanzan, um caminho que conecta três santuários sagrados nas montanhas. Dewa é o nome de uma antiga província formada pelos atuais territórios de Akita e Yamagata. Os três santuários são dedicados a uma fé conhecida como shugendo, que mescla elementos do budismo e do xintoísmo, a religião nativa do Japão. Cada um deles é conhecido pelo nome do monte em que se localiza.

De acordo com os preceitos, para transcender é preciso levar o corpo ao limite. Por isso, os monges do shugendo realizam práticas radicais, como longos períodos de jejum ou alimentação muito restritiva e atividades físicas, além da meditação.

Pagoda no caminho que leva ao santuário no Monte Haguro: mais um milênio de história
Pagoda no caminho que leva ao santuário no Monte Haguro: mais um milênio de história (foto: Pixta)

O Haguro-san (Monte Haguro) é o de mais fácil acesso dos três santuários. Ele representa a vida e o presente e fica aberto o ano todo, sendo acessível por um serviço de ônibus que parte da cidade de Tsuruoka. O transporte leva até a base da construção principal do complexo, mas, na verdade, fazer o caminho montanha acima também faz parte da experiência. A trilha na floresta de cedro é pavimentada com rochas e compreende cerca de 2100 degraus. Portanto, requer energia ou, pelo menos, paciência. No caminho, é possível ver uma das mais belas construções do santuário, uma pagoda de cinco andares, datada do século 10. Além da torre, a trilha ainda tem diversas esculturas e uma casa de chá. A visita ao santuário custa ¥300.

Quem quiser passar a noite no local, existe o Saikan, um espaço que oferece estadia simples, num quarto com piso de palha no estilo tatami e dormida num futon, uma espécie de colchonete tradicional. A reserva tem que ser feita antecipadamente. O Saikan também oferece o shojin ryori, um estilo de gastronomia vegano, com preparos baseados em ingredientes locais sazonais, desenvolvido nos monastérios. Quem acorda no local ainda pode assistir aos rituais matutinos dos monges.

Representando a morte, o Gas-san é o segundo santuário que deve ser visitado na rota do Dewa Sanzan. Ele fica localizado na área de maior altitude do caminho, a 1984 metros de altitude, e só é acessível a pé. Duas linhas de ônibus que circulam somente entre os meados dos meses de julho e setembro levam até a oitava estação, de onde é preciso fazer cinco quilômetros de caminhada morro acima. A rota é aberta e pavimentada, com as margens cobertas de gramíneas e árvores de pequeno porte. Muitas delas florescem na primavera e no verão trazendo beleza à jornada. É preciso, porém, ter cuidado na rota, já que a exposição aos fenômenos naturais pode fazer com que as rochas fiquem muito escorregadias depois de dias de chuva. Além disso, é bom se preparar caso vente muito. Ao chegar no santuário, o visitante passa por um ritual de purificação, que inclui acender um incenso e beber uma pequena dose de saquê. A entrada no santuário custa ¥500.

Do Gas-san é possível seguir em rota pela montanha até o Yudono-san, o terceiro e último dos Dewa Sanzan. São cerca de 3 horas montanha abaixo, num caminho relativamente íngreme e difícil para pessoas sem preparo e sem material adequado. O santuário representa o renascimento e é o mais sagrado (e secreto) dos três. Aqui, os visitantes também passam por um ritual de purificação na entrada, no qual precisam tirar os calçados. É expressamente proibido tirar fotos do Yudono-san, e tudo o que se vê dentro do santuário deve ser guardado em segredo pelo fiel. O espaço também fica fechado durante o inverno, embora seja relativamente de fácil acesso, já que fica próximo a uma rodovia.

Durante o verão e o outono, é possível visitar os três santuários usando o ônibus como deslocamento de apoio. Mas mesmo quem pretende caminhar entre os santuários a pé, pode fazê-lo com segurança. São necessários, porém, pelo menos dois dias e duas noites para a rota completa.

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Cercadas de arte por todos os lados https://jpguide.co/ilhas-de-arte-teshima-e-inujima/ https://jpguide.co/ilhas-de-arte-teshima-e-inujima/#respond Fri, 21 Jan 2022 13:59:10 +0000 https://jpguide.co/?p=16679 Com suas águas de cor de esmeralda e ilhas de natureza elegante, o Mar Interior de Seto é conhecido como o “Mediterrâneo Japonês”. Projetos de arte contemporânea se espalharam pelas ilhas da região nas últimas décadas, trazendo possibilidades econômicas além da indústria, que por décadas contribuiu para a degradação da natureza local. Teshima, a ilha […]

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Com suas águas de cor de esmeralda e ilhas de natureza elegante, o Mar Interior de Seto é conhecido como o “Mediterrâneo Japonês”. Projetos de arte contemporânea se espalharam pelas ilhas da região nas últimas décadas, trazendo possibilidades econômicas além da indústria, que por décadas contribuiu para a degradação da natureza local.

Teshima, a ilha “rica”

Vista do mar a partir de Teshima (foto: Roberto Maxwell)

Cerca de 20 minutos de barco separam Naoshima de Teshima. Das três “ilhas de arte”, Teshima foi a que sofreu mais profundamente com a questão industrial. Uma parte da ilha foi utilizada como depósito de lixo altamente contaminante por muitos anos, resultando em sérios problemas ambientais, que chegaram a atingir o lençol freático e, por consequência, o recurso pelo qual a ilha é conhecida: a água.

Em japonês, Teshima quer dizer “ilha abastada”, justamente pela pureza e abundância da água. A população organizada conseguiu arrancar da província de Kagawa, da qual a ilha faz parte, um acordo de descontaminação. O processo durou décadas e ainda não foi encerrado totalmente. Foi nesse meio tempo que o projeto de arte chegou a Teshima, criando uma janela para o futuro, fora da atividade industrial, e propiciando visibilidade e recursos para projetos de retomada da atividade agrícola, que inclui plantio do arroz, de hortaliças e cítricos.

Natureza e arte

Teshima é considerada por muitos a mais bela das três ilhas de arte do Mar de Seto. Montanhosa, a ilha tem uma costa recortada, com belas paisagens em que a natureza se mescla com as casinhas dos pescadores.

O principal centro de arte da ilha é o Museu de Arte de Teshima. A construção é um projeto colaborativo entre o arquiteto Ando Tadao e a artista Naito Rei e é, em si mesmo, uma instalação artística. Naito criou um ambiente em que discretos jatos de água desafiam as leis da física na enorme arena de concreto que forma o prédio. É uma poderosa obra contemplativa.

Museu de Arte de Teshima (foto: Roberto Maxwell)

Outras obras se espalham pela pequena ilha. Na Zona do Porto de Ieura, entre as residências locais, fica a Casa Yokoo foi restaurada pela arquiteta Nagayama Yuko e abriga obras do artista Yokoo Tadanori. Elementos o cinismo pop do artista fazem um forte contraste com o projeto original da construção, gerando um estranhamento interessante.

Já na outra ponta da ilha, a cerca de 20 minutos de caminhada do Porto de Karato, ficam os Arquivos do Coração, uma instalação do francês Christian Boltanski com gravações de batimentos cardíacos de pessoas de diversas partes do mundo. Boltanski também contribui com outra obra, no caminho para o pico do Monte Dan, chamada A Floresta dos Sussurros.

No vilarejo que se formou na encosta da montanha que dá pro Porto de Karato ficam outras obras, dentre elas o Shima Kitchen, uma antiga casa restaurada que funciona como restaurante e serve uma comida no estilo bistrô com ingredientes da ilha.

Refeição no Shima Kitchen (foto: Roberto Maxwell)

Charmosa e acolhedora, a pequena ilha pode ser visitada de bicicleta. Mas, cuidado. Teshima é montanhosa e, mesmo com a bicicleta elétrica, as ladeiras podem ser pesadas para quem não têm o hábito de se exercitar.

Inujima, pequena pérola

Menor das três ilhas de arte, Inujima tem cerca de 100 habitantes. Como Naoshima e Teshima, a ilha também foi usada na exploração mineral e na produção industrial. Uma usina de fundição de cobre foi aberta no local no século 19, os primórdios da industrialização do Japão. Acontece que a instalação não conseguiu ser competitiva na produção do metal e acabou sendo abandonada. Depois de décadas, suas ruínas acabaram incluídas na lista de Patrimônio da Industrialização Japonesa e, por isso, preservadas. Em 2008, as ruínas passaram a fazer parte do projeto de arte capitaneado pela Benesse em outras ilhas e se transformou no Museu Inushima Seirensho.

Para não descaracterizar as ruínas, a área de exibição do museu fica no subsolo e traz obras do artista Yanagi Yukinori, com projeto do arquiteto Sambuichi Hiroshi. Uma das inspirações para o projeto foi o escritor Mishima Yukio (de “Cores Proibidas”). O autor era uma das vozes mais críticas ao processo de modernização do Japão e ganhou uma instalação em sua homenagem.

Inujima também tem uma área de arte nas antigas casas, como em Naoshima e Teshima. São 6 pontos de interesse dentro da pequena vila de pescadores, que podem ser visitados calmamente a pé. Além disso, o Inujima Life Garden, criado em torno de uma antiga estufa desativada, foi criado como um espaço para integrar visitantes e locais, com atividades sobre a natureza da ilha e agricultura, dentre outros temas.

TESHIMA

Como chegar? Teshima fica a cerca de 20 minutos de barco de Naoshima e de Shodoshima. Do Porto de Uno, de onde também partem barcos para Naoshima e Shodoshima, a viagem até Teshima dura cerca de 40 minutos. O Porto de Uno fica a cerca de 40 minutos de Okayama de trem, pelas linhas JR Setouchi e Uno.

INUJIMA

Como chegar? O acesso direto a Enoshima é feito pelo Porto de Hoden, que fica a menos de 90 minutos da estação de Okayama. Do Porto de Miyanoura, em Naoshima, alguns horários de barca conectam a ilha à Inushima, via Porto de Ieura, em Teshima.

 

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Ethiopian Airlines – Companhia aérea https://jpguide.co/ethiopian-airlines-companhia-aerea/ https://jpguide.co/ethiopian-airlines-companhia-aerea/#respond Mon, 17 Jan 2022 19:27:38 +0000 https://jpguide.co/?p=28978 Há mais de 70 anos, a Ethiopian Airlines é a companhia aérea que mais cresce na África, tornando-se uma das maiores empresas do continente, incomparável em eficiência e sucesso operacional.Como companhia aérea nosso compromisso e prioridade é a segurança de todos os nossos passageiros e colaboradores,  oferecendo uma experiência aérea excepcionalmente agradável do embarque até […]

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Há mais de 70 anos, a Ethiopian Airlines é a companhia aérea que mais cresce na África, tornando-se uma das maiores empresas do continente, incomparável em eficiência e sucesso operacional.
Como companhia aérea nosso compromisso e prioridade é a segurança de todos os nossos passageiros e colaboradores,  oferecendo uma experiência aérea excepcionalmente agradável do embarque até o seu destino final.
A Ethiopian é, de fato, a primeira companhia aérea na África a possuir e operar uma frota com aviões ultra-modernos e amigáveis ao ambiente, como Boeing 787, Boeing 777-300ER, Boeing 777-200LR, Boeing 777-200 Cargueiro, Bombardier Q-400 de cabine dupla com uma idade média da frota de cinco anos.
 
 
Seja bem-vindo (a) a bordo. somos a Ethiopian Airlines.
 
 
 

Segunda  09:00 AM – 06:00 PM

Terça        09:00 AM – 06:00 PM

Quarta      09:00 AM – 06:00 PM

Quinta      09:00 AM – 06:00 PM

Sexta        09:00 AM – 06:00 PM

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Uma viagem na história em Kurashiki https://jpguide.co/uma-viagem-na-historia-em-kurashiki/ https://jpguide.co/uma-viagem-na-historia-em-kurashiki/#respond Fri, 14 Jan 2022 13:31:27 +0000 https://jpguide.co/?p=16658 Na província de Okayama, não muito distante da capital, fica uma das zonas comerciais antigas mais bem preservadas do Japão. Estamos falando do Centro Histórico de Kurashiki, uma cidade que floresceu durante o Período Edo (1601 -1868) como um entreposto de distribuição do arroz. Kurashiki cresceu tanto em importância que acabou sendo uma área sob […]

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Na província de Okayama, não muito distante da capital, fica uma das zonas comerciais antigas mais bem preservadas do Japão. Estamos falando do Centro Histórico de Kurashiki, uma cidade que floresceu durante o Período Edo (1601 -1868) como um entreposto de distribuição do arroz. Kurashiki cresceu tanto em importância que acabou sendo uma área sob controle direto do xogum, quase que uma Zona Especial como as que existem no mundo moderno.

Os canais são uma parte distintiva da paisagem do centro histórico. Eles tinham a função fundamental de facilitar o transporte dos produtos entre os centros de distribuição e o porto, de onde eram enviados para grandes cidades como Osaka e Edo (a atual Tóquio).

Completando a paisagem, os armazéns (kura, em japonês) que dão nome à cidade. Poucos lugares no Japão têm tantas construções do tipo concentradas no mesmo espaço e preservadas nas mesmas condições. Isso faz de Kurashiki um dos principais pontos de interesse para viajantes de curtem história e arquitetura.

Uma viagem na história em Kurashiki
Uma das ruas do Centro Histórico de Kurashiki (foto:Roberto Maxwell)

Alguns dos antigos armazéns são hoje utilizados como espaços públicos. Um deles é o Museu de Artes Populares de Kurashiki. Fundado em 1948, o espaço exibe importantes itens do dia a dia dos japoneses, como cerâmicas, tecidos e outros, vindos de todas as partes do país. Já o Museu dos Brinquedos é outra atração interessante implantada em antigos armazéns. Quem gosta de brinquedos antigos, vai se maravilhar com exemplares de várias épocas.

Boa parte das antigas construções acabou dando lugar a lojinhas e restaurantes. Um passeio pelas ruas e você poderá provar desde sorvetes do tipo gelato até a mais tradicional cozinha japonesa. O local também é ótimo para quem gosta de cerâmicas e porcelanas. O Bizenyaki Chikuhodo é uma loja especializada no estilo de porcelana local — o bizenyaki do nome da loja. As peças variam de preço, de acordo com o modo de produção. Mas tem produto para todos os bolsos, além da simpatia do sr. Uno, o proprietário da loja e tutor da tímida cadelinha Kutchan que, de vez em quando, dá as caras.

Bizenyaki, a cerâmica típica da região (foto: Roberto Maxwell)

Em uma das ruas fica, ainda, uma fábrica de saquê, a Morita. Visitas à fábrica podem ser agendadas com antecedência, mas a simples entrada na loja já é uma viagem. O salão de exposição dos produtos da casa é coberto dos diplomas concedidos ao saquê da casa ao longo dos anos… muitos anos. As garrafas em si também são um espetáculo, com seu design retrô. Vale a pena conferir.

São tantas coisas legais para ver que vale a pena passar o dia explorando o local. É uma viagem pela história do país, com simplicidade e elegância.

 

KURASHIKI

como chegar? A linha Tokaido do trem-bala Shinkansen leva até Okayama. De lá, uma viagem de aproximadamente 15 minutos no trem local da linha Sanyo da JR leva até a estação de Kurashiki. O Centro Histórico (Bikan Historical Center) fica a 10 minutos de caminhada da estação.

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