Revolução Verde – ECOJIMA e a nova era da hidroponia sustentável

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Num panorama mundial permeado por obstáculos socioambientais cruciais, esta edição especial da Guia JP lança luz sobre os desafios que ecoam pelo planeta.
A convergência de crises climáticas, questões agrícolas prementes e desafios sociais complexos delineiam um cenário que exige não apenas atenção, mas também soluções inovadoras e comprometimento global.

Ao examinarmos o estado atual, vislumbramos uma interconexão inextricável entre o ambiente, a produção de alimentos e as comunidades. Desafios como a escassez de recursos naturais, mudanças climáticas e desigualdades sociais demandam uma abordagem holística para redefinir o futuro da nossa relação com o planeta.

É sob este cenário socioambiental atual que surge a Ecojima. Fundada sobre os pilares da tecnologia, biologia e sustentabilidade, esta visionária corporação lidera o caminho rumo a um futuro mais verde, sustentável e socialmente responsável.

Acompanhe conosco este bate-papo exclusivo com Karina e Markus Seito, Presidente e Vice-presidente respectivamente, da startup Ecojima, trazendo insights inspiradores, diálogos transformadores e iniciativas que estão moldando um futuro mais sustentável.

Ecojima: Conceito, visão e missão inovadores

Ecojima não é apenas uma empresa; é uma missão.
Segundo Karina Seito, CEO e Presidente da startup japonesa: “Ecojima é uma empresa de soluções ecológicas. Isso significa que nós buscamos soluções para problemas que a sociedade apresenta, tanto com relação à alimentação, às questões de saúde e todos os tipos de problemas do meio ambiente”. E complementa “Buscamos sempre pesquisar e trabalhar com produtos que fazem diferença no meio ambiente e na sustentabilidade do planeta”.

Com uma visão holística do impacto sustentável, a abordagem da Ecojima vai além do ativismo ambiental tradicional. Para Karina, há uma interconexão vital entre o planeta Terra e a humanidade: “Não existe um futuro se não cuidarmos agora do planeta e também da nossa saúde”.

Para Karina e Markus, o conceito de ecologia abrange duas frentes, interna e externa, e que estão intrinsicamente ligadas: “A ecologia interna é a manutenção da nossa alimentação, da nossa saúde, dos nossos sentimentos, nossos pensamentos. Então, uma coisa está interligada a outra”, compartilha Karina.

Karina Seito

 

 

“Não existe uma boa saúde, sem um bom meio ambiente.” – Karina Seito

 

 

 

 

Agricultura regenerativa, hidroponia e cultivo orgânico: Sustentabilidade prática na Ecojima

A Ecojima não apenas professa a sustentabilidade, mas a coloca em prática através de projetos inovadores que destacam seu compromisso com a regeneração ambiental. Karina revela um dos projetos mais impactantes da empresa, destacando a visão holística que permeia todas as iniciativas: “Nós acreditamos que tudo começa da terra”, enfatiza a CEO sobre a introdução do projeto de agricultura regenerativa da startup.

Essa abordagem única envolve um entendimento profundo do microbioma¹ do solo, que é crucial para a saúde e fertilidade da terra. Colaborando com cientistas japoneses, a Ecojima desenvolveu uma bactéria especial que aprimora significativamente o microbioma, promovendo a regeneração do solo de maneira sustentável.

Ecojima Farm

A agricultura hidropônica² é outra pedra angular dos esforços da Ecojima em direção à verdadeira sustentabilidade. Karina explica: “Entendemos a importância de dar um descanso ao solo, pois mesmo na agricultura orgânica, a forma como é feita, é muito difícil ser 100% orgânico”.

Para os entrevistados, essa prática (agricultura orgânica) ainda enfrenta diversos desafios, como a contaminação por agrotóxicos de cultivos vizinhos, solos empobrecidos e o uso de plásticos para controle de ervas daninhas.

“Por isso, de três anos para cá, em todas as pesquisas que nós temos desenvolvido estamos percebendo que a verdadeira sustentabilidade vem da agricultura hidropônica”, explica Karina.

A verdadeira inovação, segundo a CEO, reside na capacidade da agricultura hidropônica de utilizar menos recursos da terra e menos água, oferecendo uma abordagem mais eficiente e sustentável e que demonstra o comprometimento da Ecojima em encontrar soluções que não apenas resolvam problemas imediatos, mas que também pavimentem o caminho para um futuro verdadeiramente sustentável.

 

Agricultura hidropônica: Obstáculos, vantagens e futuro promissor

Karina Seito compartilha a experiência da Ecojima enfrentando desafios climáticos no Japão, destacando como esses obstáculos moldaram as práticas agrícolas da empresa e reforçaram seu compromisso com soluções sustentáveis:
“Essas questões climáticas aqui no Japão são um ponto muito forte”, observa Seito, referindo-se às condições meteorológicas extremas, como tufões, terremotos e variações abruptas de temperatura.

Como exemplo, Karina compartilha sobre a fazenda Ecojima, desenvolvida para testes e pesquisas de novas tecnologias, destacando a visível diferença na qualidade do solo graças ao uso do biofertilizante desenvolvido pela empresa e que, mesmo assim, sofre riscos:
“A nossa terra é mais preta, bem nutritiva, bem forte. Toda a vizinhança percebe a diferença. Durante a chuva, é impossível a gente conseguir, então, por três anos consecutivos, a gente perdeu as nossas plantações”, revela a empreendedora.

As condições climáticas imprevisíveis, como chuvas fora de época, têm impacto direto na agricultura, comprometendo colheitas e desafiando a sustentabilidade das práticas convencionais.

Karina explora ainda, a dualidade do clima japonês, com invernos rigorosos e verões quentes, ambos apresentando desafios únicos. “No calor é muito difícil, porque precisamos de muito mais água para irrigar, e no inverno, por conta do frio extremo, o solo também decai”, explica.

Os desafios enfrentados por Karina nos primeiros anos no Japão levaram a uma compreensão mais profunda das razões por trás do declínio da agricultura no país.
“Não é favorável”, ressalta a CEO, e finaliza: “Você investiu, plantou, colocou sua muda ali. Está tudo bonito. De repente, vem uma chuva que não estava prevista e você acaba perdendo e comprometendo todo o seu plantio”.

Para a empreendedora, dois pontos cruciais tornam a agricultura convencional uma empreitada arriscada no Japão: ambientes pequenos e condições climáticas extremas. E para tanto, o investimento em cultivo hidropônico torna-se cada vez mais uma solução urgente no setor agricultor.

 

Hidroponia: Eficiência e sustentabilidade na agricultura do futuro

Durante a entrevista, Markus Seito, Vice-presidente da Ecojima, revela a abordagem eficiente da Ecojima na prática da hidroponia, destacando a diferença marcante em relação à agricultura convencional. Em uma área equivalente, a eficiência é até dez vezes maior, gerando não apenas resultados superiores, mas também economia significativa.

Markus exemplifica: “É como uma fábrica, meio mecanizado. Você não precisa abaixar para trabalhar. Você pode trabalhar em um ambiente limpo, estéril, em pé, em mesa”. Essa abordagem inovadora destaca a natureza altamente controlada e precisa da hidroponia, onde as condições ideais são mantidas para o crescimento das plantas.

Ecojima

O que é e como funciona a substituição do substrato na hidroponia?

Karina simplifica: “O substrato é o que vai ‘segurar’ a raiz da planta. A terra seria um tipo de substrato. Na hidroponia, nós utilizamos a espuma fenólica ou outro tipo de substrato”.
A utilização de substratos como a espuma fenólica³ destaca-se como uma técnica limpa e eficaz. Markus enfatiza o benefício adicional de reduzir o contato humano com as plantas, aumentando o tempo de prateleira dos produtos colhidos: “Isso faz ser muito límpido, porque depois você não encosta mais na planta, o que aumenta o tempo de prateleira”, destaca.

Para contextualizar a história da hidroponia, o empreendedor destaca suas raízes antigas, remontando à Babilônia e outras civilizações antigas. Markus explica como essas culturas utilizavam técnicas semelhantes para superar desafios ambientais, e como a hidroponia moderna evoluiu a partir dessas práticas ancestrais: “Ali, em volta de lagos, eles faziam a agricultura deles, tanto é que o declínio da civilização é quando essas águas secam”, narra Markus.

Markus reforça a importância do microbioma do solo, destacando que a terra é viva, e a interação química entre a água e a raiz é crucial para a absorção de nutrientes. “O que faz a planta se nutrir é a água, é o movimento químico dessa água em contato com a raiz”, esclarece.

Quando questionados sobre os diferenciais da Ecojima frente aos sistemas hidropônicos já disponíveis no mercado atual, Markus afirma: “Nosso diferencial é a evolução dos sistemas hidropônicos” e enumera as qualidades — “Ambiente limpo, onde você já não usa agrotóxico, porque o ambiente é esterilizado; velocidade com que essa planta cresce; e o sistema de nutrição automatizada”.

Markus ressalta ainda a importância de um sistema de nutrição automatizado, onde cada planta é nutrida perfeitamente no tempo e quantidades necessárias: “E no caso das lâmpadas, cada planta recebe de forma diferente. Então, você pode aumentar uma vitamina na planta”, explica o entrevistado.

A Ecojima se destaca não apenas pela prática eficiente da hidroponia, mas também pela incorporação de tecnologias inovadoras do Japão em seu sistema. Markus Seito enfatiza a vantagem do sistema autolimpante Nanosol CC, que mantém todo o sistema hidropônico livre de partículas indesejadas, odores e ameaças microbiológicas.

“Nós temos também nossa bactéria utilizada na nutrição, que é um biofertilizante” finaliza o empreendedor.

 

Ecojima

Revolução Ecojima: Superando desafios na hidroponia

Para entender o cenário da agricultura hidropônica, é crucial abordar os desafios enfrentados neste modelo de cultivo. Por exemplo, a manutenção da limpeza do sistema é um obstáculo significativo, já que a presença de fungos e microrganismos pode comprometer todo o cultivo.

Karina destaca essa dificuldade como uma das desvantagens da hidroponia convencional: “Imagina, ali é um cano onde tem raiz e água passando. Se ali cria um fungo, um microrganismo, prolifera para todas as raízes e compromete todo o cultivo. Então é um prejuízo imenso”, explica.

No entanto, a Ecojima supera esse desafio com uma solução fotocatalizadora inovadora, aplicada nos canos e em toda a estrutura, criando um ambiente controlado e livre de microrganismos indesejados.

 

Ecojima Farm

O diferencial da Ecojima vai além, destacando-se também pelo biofertilizante utilizado, o mesmo aplicado na agricultura regenerativa para a recuperação do solo. Karina ressalta: “Temos esse biofertilizante em forma líquida, para ser utilizado na hidroponia”, e garante —”Esses são os nossos dois grandes diferenciais, as características únicas”.

Para o casal de empreendedores, estes diferenciais, somados à abordagem terapêutica da hidroponia, transformam a agricultura de alta tecnologia em algo acessível e tangível para o público.

“A diferença também é transformar isso palpável ao público, de forma fácil e que você possa fazer na sua casa também”, explica Markus, e detalha — “trazer isso para o público, transformar agricultura hi-tech em uma coisa mais pop, talvez o jovem se interesse e queira trabalhar nisso”.

O desafio seguinte enfrentado pela hidroponia é torná-la tangível, acessível às pessoas. Karina e Markus, visionários por trás da Ecojima, destacam essa lacuna e enfatizam a importância de trazer a hidroponia para mais perto do público, permitindo que as pessoas interajam diretamente com o processo de cultivo.

“Isso é ainda o que falta na hidroponia. Torná-la uma coisa palpável, onde a pessoa pode ir lá, ver. De repente, até se você mora próximo a uma instalação, você poder ir até lá, ‘Ah, eu quero aquele ali que está no pé. Tira ali para mim’”, ilustra Karina.

Ao abordarmos a questão da logística de entrega, a Ecojima destaca a necessidade crucial de eliminar intermediários e encurtar as distâncias entre a produção e o consumidor. Markus ressalta que o foco deste modelo de cultivo está nas megacidades, reconhecendo a importância de cortar essa logística complexa para proporcionar uma experiência mais direta e fresca aos consumidores.

“Geralmente a agricultura não é feita em grandes centros, então os produtos são transportados até os grandes centros. Quando chegam aos supermercados, fica ali um tempo na prateleira, até que você compra, põe na geladeira e consome. A cada tempo, o valor nutricional desse produto vai caindo.”, destaca a CEO.

 

Hidroponia: Redefinindo o ritmo da agricultura

Em questões de logística, quanto tempo o processo hidropônico da Ecojima leva para ter um produto finalizado e pronto para o consumo?

“No caso das folhas em geral, como agrião e couve, em 90 dias eles já estão prontos. Na hidroponia, em 45 dias já dá pra colher”, explica Markus.

Ao encurtar significativamente o tempo necessário para cultivar vegetais de alta qualidade, o cultivo hidropônico realizado pela Ecojima redefine não apenas a logística, mas também as expectativas do consumidor. Essa eficiência é essencial não apenas para atender à demanda crescente por produtos frescos, mas também para otimizar o uso de recursos e espaço.

 

Hidroponia: Uma resposta sustentável para os desafios da agricultura convencional

Manter uma produção constante na agricultura convencional é um desafio global, enfrentado por agricultores em todo o mundo. As oscilações climáticas, contratos instáveis e a pressão do mercado são obstáculos recorrentes. Markus, Vice-presidente da Ecojima, destaca como a hidroponia surge como uma solução para esses desafios, oferecendo consistência e sustentabilidade.

A constância no processo hidropônico é um diferencial significativo. Ao eliminar variáveis externas, como condições climáticas imprevisíveis e limitações de solo, a hidroponia oferece um ambiente controlado que permite uma produção estável. Isso é especialmente crucial em regiões como o Japão, onde a segurança alimentar está na vanguarda das preocupações.

Hidroponia

“A hidroponia faz toda a diferença no sistema. Por exemplo, o Japão, ele não possui segurança alimentar. Na verdade, a segurança alimentar do Japão é porque ele tem uma economia muito forte, mas ele mesmo não tem, tendo que comprar de outros países, o que já está preocupando os japoneses”, ressalta Markus.

O entrevistado continua explicando a diferença temporal no cultivo hidropônico: “Com a metade do tempo da agricultura convencional, conseguimos ter um produto já pronto para a colheita, finalizado em 60 dias. Um mês, um mês e meio mais rápido em relação à agricultura convencional”.

Além da consistência, a hidroponia da Ecojima oferece benefícios ambientais substanciais. Markus explica: “Outra questão também é que usamos 10 vezes menos água, porque quando falamos em hidroponia, significa cultivo na água, então muita gente pensa ‘nossa, isso deve gastar muita água’. Só que não, porque a água é circulante”.

A preocupação global com a escassez de água torna a abordagem da hidroponia ainda mais relevante. Ao recircular a água utilizada no cultivo, o sistema minimiza o consumo e o desperdício, contribuindo para a sustentabilidade do recurso hídrico.

Em um cenário ilustrado, podemos compreender que o tempo investido em uma plantação convencional possibilita a realização de duas hidropônicas, em espaços de plantio muito menores. Este ganho temporal e espacial não é apenas uma questão de eficiência; é uma transformação na abordagem do cultivo.

Desafios da produção alimentar: A necessidade urgente de otimização

A crescente discrepância entre a população mundial e a capacidade de produção de alimentos é uma questão premente. Como destaca Karina, especialista da Ecojima, “se não otimizarmos a forma de produzir alimentos, chegará um ponto em que faltará”.

Historicamente, as fábricas de alimentos surgiram como uma solução para atender a uma população em rápido crescimento. Contudo, essa abordagem resultou em produtos industrializados que, hoje, apresentam impactos negativos na saúde. O dilema é evidente: a solução adotada no passado agora se tornou parte do problema.

Em busca de alternativas mais saudáveis, a sociedade está empenhada em trilhar o caminho reverso, buscando reduzir o consumo de alimentos industrializados e privilegiando opções mais naturais “Descascar mais e abrir menos pacotinhos”, brinca Karina.

A agricultura hidropônica emerge como uma resposta eficaz a esse desafio, oferecendo uma abordagem sustentável e saudável para atender às necessidades alimentares da população.

Oportunidades no setor da hidroponia

O Vice-presidente e especialista da Ecojima, Markus Seito, destaca que as oportunidades proporcionadas pela agricultura hidropônica transcendem fronteiras, indicando uma tendência mundial. O interesse por tecnologias inovadoras nesse setor é evidente em diversas partes do mundo, com empresas de diferentes nacionalidades engajadas nessa corrida tecnológica.

A globalização desse mercado é notável, envolvendo empresas de países como Coreia e Alemanha, além de já ter presença no Brasil. A magnitude desse mercado aponta para sua grandiosidade, com possibilidades de crescimento exponencial. A visão do especialista é clara: “O mercado é gigantesco. (…) o céu é o limite”, enfatiza Markus

O potencial de atrair um público jovem para a agricultura é uma perspectiva interessante. A agricultura hidropônica, por sua natureza hi-tech, representa uma abordagem moderna e atrativa, alinhada aos interesses da nova geração.

Markus vislumbra que, conforme a agricultura se torna mais tecnológica, o mercado tende a expandir ainda mais. Em uma visão futurista, o empreendedor apresenta: “Eu falo literalmente que o céu é o limite mesmo, porque, se no futuro do planeta, estão planejando colonizar Marte ou Lua, eles vão ter que levar alimento, e o único jeito de fazer esse alimento é produzindo lá”, e finaliza entusiasmado — “Então daqui a 50 anos, acho que essa vai ser a linha de pesquisa desse lado: estufas que você possa montar em Marte para poder colonizar”.

Hidroponia: De tecnologia inovadora a hobby terapêutico

Em meio à visão futurista de estufas laboratoriais, surge uma abordagem mais intimista e acessível: o cultivo hidropônico em casa.
Markus destaca a importância desse aspecto, proporcionando uma experiência terapêutica e gratificante, promovendo um equilíbrio entre a tecnologia e a conexão com a natureza: “Eu planto há muitos anos, mas é um prazer, principalmente quando você come o que você planta”, afirma.

Como mencionado pelo especialista, a prática de cultivar plantas em casa é terapêutica e acessível, transformando-se em um hobby para muitos.

Ecojima
A ideia de “gamification”4 é introduzida, permitindo que as pessoas cuidem de suas plantas como parte de um jogo. O prêmio? Colher alimentos frescos e saudáveis para a família. Esse conceito inovador traz uma abordagem lúdica para o cultivo, transformando-o em algo envolvente e interativo.

A possibilidade de realizar essa prática em ambientes urbanos, como apartamentos, torna-se viável graças ao avanço da tecnologia e à disponibilidade de equipamentos oferecidos por empresas como a Ecojima.

A prática do cultivo caseiro não é apenas uma atividade isolada; ela é destacada como um meio de lidar com a solidão, um problema presente em muitas sociedades, como no Japão. As plantas, ao serem vistas como seres vivos, proporcionam uma companhia silenciosa e uma conexão significativa, um recurso terapêutico valioso.

“Esses são os modelos que a gente que são mais domésticos. Sistemas pequenininhos mesmo, hi-tech, com luz de LED, que a pessoa consegue deixar ali num canto da cozinha, justamente pensando em soluções para pessoas que têm vontade de interagir com uma planta e não têm espaço”, explica Karina.

Ecochan
Ecochan, sistema pet planter interativo da Ecojima

Ecochan, sistema pet planter interativo da Ecojima

Karina enfatiza a praticidadede a adaptabilidade desses sistemas inteligentes, tornando o cultivo acessível a todos. Citando as preocupações comuns de quem nunca plantou, como “não tenho mão para plantar”, a Ecojima oferece uma solução conectada ao aplicativo. Esse sistema inteligente fornece orientações personalizadas, indicando quando adicionar água, nutrientes ou ajustar a iluminação.

Essa abordagem tecnológica elimina as barreiras para quem está iniciando no mundo do cultivo hidropônico, proporcionando uma experiência intuitiva e amigável. Essa flexibilidade permite que as pessoas da comunidade se tornem sustentáveis em suas próprias casas, cultivando alimentos frescos para o consumo pessoal ou até mesmo gerando uma renda extra ao vender o excedente, dependendo do espaço disponível.

 

Como colocar em prática essa ideia inovadora?

Oferecer opções personalizadas e garantir uma nutrição sustentável são pilares fundamentais da proposta Ecojima. Ao considerar a variedade de perfis entre os consumidores, a empresa proporciona duas alternativas distintas: mudas e sementes.

Segundo a CEO Karina, essa abordagem visa atender às necessidades específicas de cada indivíduo: “Reconhecemos que alguns podem ser iniciantes no cultivo e, para eles, oferecemos a opção de começar com sementes. É uma escolha infalível, evitando preocupações com transporte ou tempo. Por outro lado, para aqueles que buscam praticidade desde o início, as mudas são uma excelente alternativa”, afirma.

Karina destaca ainda o cuidado especial com a nutrição das plantas, um componente vital para um cultivo bem-sucedido e que é oferecido juntamente com os sistemas hidropônicos: “Nossa nutrição é totalmente orgânica, sem o uso de agrotóxicos. É um sistema que prioriza a saúde da planta, a segurança alimentar e o respeito ao meio ambiente”, garante a empreendedora.

 

Desmistificando a hidroponia: Sabor, valor nutricional e simplicidade

A percepção sobre a hidroponia muitas vezes é envolta em dúvidas, especialmente quando se trata do sabor e do valor nutricional dos alimentos cultivados por esse método inovador.
Através de uma recente conversa, Karina compartilhou uma experiência que ilustra como a compreensão sobre a hidroponia pode mudar paradigmas. Ao abordar o tema com uma especialista em nutrição holística, ela notou uma reação inicial de surpresa. No entanto, ao explicar de forma simples e direta, a especialista percebeu que a hidroponia não é algo complexo ou “de outro mundo”.

A percepção equivocada de que os produtos hidropônicos são geneticamente modificados ou provenientes de métodos desconhecidos é um obstáculo que a Ecojima também busca superar. A compreensão de que o sistema é, na verdade, simples e natural é crucial para dissipar hesitações em relação ao consumo desses alimentos.

Outro, dos muitos mitos que pairam sobre a hidroponia, é a associação com a produção de amônia. No entanto, Markus esclarece que essa percepção é fruto do passado, quando os nutrientes eram baseados em produtos químicos: “Hoje em dia os nutrientes são à base de minerais”, explica.

Quanto ao valor nutricional, a hidroponia sofre com a ideia de que as plantas cultivadas em sistemas hidropônicos, por crescerem mais rápido, teriam menos nutrição. Markus discorda: “É o contrário, quando você trabalha com a hidroponia, a nutrição da planta é toda feita perfeitamente e até mesmo no controle do pH da água”.

 

E no que se refere a custos, a agricultura hidropônica enfrenta barreiras como uma solução de alto custo?

Ao explorarmos as majoritárias vantagens da hidroponia, é crucial abordar uma possível barreira que muitos enxergam: o custo inicial.

Karina destaca que o sistema hidropônico demanda um investimento inicial substancial devido à tecnologia envolvida. Entretanto, ela enfatiza a importância de analisar esse investimento como uma despesa única ao longo do tempo. “Se você for fracionar e pensar em longo prazo, esse investimento vai ser feito só uma vez”, ressalta a empresária.
Ao considerar a durabilidade do sistema hidropônico, que pode chegar a pelo menos 10 anos com manutenções periódicas, fica evidente que o retorno sobre o investimento se estende por um período significativo.

A perspectiva de longo prazo permite enxergar o sistema não apenas como um custo, mas como um investimento estratégico que proporciona benefícios contínuos.

“O sistema é feito uma única vez. Então você tem ali um investimento inicial que vai te possibilitar produzir por pelo menos 10 anos de vida útil desse sistema”, destaca Karina. Essa visão estratégica destaca a importância de compreender o valor agregado ao escolher a hidroponia como uma solução sustentável e de alto desempenho.

“Se você pensar, em longo prazo, ele é muito mais barato do que a agricultura convencional, porque nesta, a cada colheita, você tem que investir em correção de solo, fertilizante e calcário para recuperá-lo para uma próxima cultura”, explica Karina.
A empreendedora ainda garante: “A hidroponia traz a garantia de produção, 24 horas por dia, 365 dias por ano. Essa garantia nenhuma agricultura tem em nenhum lugar do mundo”.

 

Apps, drones e IA: Futuro da Ecojima na hidroponia

A visão de futuro da Ecojima é evidenciada quando Karina aborda a estratégia de distribuição. Em um movimento arrojado, a empresa está desenvolvendo um aplicativo que visa otimizar o contato direto com o consumidor final.

Este aplicativo, que Karina descreve como um “relacionamento dos agricultores,” promete revolucionar a forma como a comunidade interage e compartilha seus produtos. Ao explicar a iniciativa, Karina destaca a ideia de criar um ecossistema onde os produtores, sejam eles pequenos agricultores ou grandes fazendas, possam interagir, trocar experiências e até mesmo comercializar entre si: “É como se fosse um ecossistema para as pessoas terem uma interação com a comunidade produtora”, explica.

A empresária adianta que o aplicativo está em fase de desenvolvimento, com a expectativa de trazer novidades em breve. Além disso, ela revela planos ousados para testar a entrega utilizando drones, tanto terrestres quanto aéreos, em uma fazenda-piloto ainda este ano.
Para o casal de empreendedores o futuro da Ecojima se baseia na seguinte premissa: “Nós identificamos o problema, buscamos a solução, testamos para ver se aquilo é viável e depois desenvolve para o mercado”, relata Karina.

 

Inovação sustentável: A base dos produtos Ecojima

Ao explorar as múltiplas soluções da Ecojima, é impossível ignorar o elo inovador entre seus produtos, especialmente quando se trata do processo revolucionário de biofertilizantes.

Markus destaca a origem desse fertilizante como resultado de uma pesquisa de três décadas liderada pelo visionário Endo Sensei: “Ele tem várias pesquisas nessa área de epigenética4, de pesquisa com biofertilizante, com outros tipos de bactérias”, ressalta.
A trajetória impressionante do biofertilizante Ecojima começou com o desenvolvimento de uma suplementação alimentar para consumo humano: “O processo do biofertilizante começou primeiro com o desenvolvimento de uma suplementação alimentar. Essa suplementação alimentar é uma água mineralizada em íons negativos, que tem uma série de reações bioquímicas que ocorrem no organismo humano” complementa Karina.

A verdadeira revolução ocorreu quando essa suplementação alimentar foi adaptada para alimentar bactérias terráqueas, resultando na criação da “ET,” uma superbactéria com imunidade excepcional. Esse processo transcendeu do macro para o micro, alimentando as bactérias essenciais para a saúde do solo, criando alimentos mais saudáveis.

Outro produto notável oferecido na linha Ecojima é a suplementação do MenEik Gold. Inicialmente desenvolvido para consumo humano, este produto é uma variação singular, formando um elo vital no ecossistema de soluções da empresa voltados à agricultura regenerativa.

Foi durante a crise global da pandemia que a empresa encontrou uma parceira no Japão que desenvolveu um produto pioneiro na área da biotecnologia: o Nanosol CC, uma solução fotocatalizadora revolucionária.

A tecnologia fotocatalizadora do Nanosol CC responde à luz, reagindo de maneira eficaz para eliminar e prevenir a adesão de vírus, bactérias, fungos e outros microrganismos. Karina explica: “Um dos grandes desafios da hidroponia é manter a limpeza da água, devido à proliferação de fungos. Então, com a proteção do Nanosol CC, conseguimos resolver esse problema”.

“A tecnologia não foi desenvolvida por nós, mas nós somos distribuidores do fabricante e desse Nanozone Coat, que é uma aplicação de uma película fotoprotetora”, enfatiza Karina. Essa película é a base do Nanosol CC, uma versão aprimorada que atendeu a uma demanda específica do mercado, de uma aplicação mais acessível ao público doméstico.

A aplicação do Nanosol CC tornou-se um passo crucial no processo de implementação dos sistemas hidropônicos da Ecojima, tanto em grande escala quanto em residências. A película fotoprotetora desempenha um papel vital na manutenção da limpeza da água.

A Ecojima se destaca também pelo seu compromisso social e inclusivo. “Sim, a gente dá o suporte toda nessa consultoria. A gente faz consultoria para algumas empresas também,” ressalta Karina, enfatizando o papel de consultorias da Ecojima em diversos projetos.
Um exemplo notável desse compromisso foi a recente colaboração da Ecojima com uma empresa de acessibilidade para desenvolver um sistema hidropônico voltado para pessoas com mobilidade reduzida, especialmente cadeirantes.

Karina destaca a importância dessa integração e como a visão da empresa vai além do desenvolvimento de produtos, abrangendo o impacto social positivo que suas soluções podem trazer à comunidade: “Nós também temos esse projeto de trabalhar com deficientes físicos, mentais, auditivos, porque é um ambiente muito tranquilo, uma atmosfera muito terapêutica, com uma possibilidade de entrar no mercado de trabalho”, conta Karina.

Em um mundo que busca incessantemente soluções para os desafios ambientais e sociais, a Ecojima não é apenas uma empresa; é uma visão tangível de como a tecnologia, quando aplicada com responsabilidade e compaixão, pode moldar um futuro onde a agricultura é sinônimo de inovação, inclusão e sustentabilidade.

Markus e Karina fazem um convite a todos: “Aqui fica um convite à nossa fazenda de testes, localizada em Nara, para quem estiver interessado em vir aqui conhecer mais, conhecer nosso laboratório e até mesmo fazer uma degustação direto da nossa horta”.
Para conhecer mais sobre as soluções ecológicas oferecidas pela Ecojima, visite o site oficial ecojima.com ou as redes sociais da empresa.

 

 

GLOSSÁRIO

Microbioma¹: Microbioma é o termo usado para se referir a uma coleção de microrganismos de um ecossistema em particular.

Agricultura hidropônica²: A hidroponia é um sistema de cultivo que permite que as plantas cresçam em uma solução de água com nutrientes, ou seja, sem terra.

Espuma fenólica³: A espuma fenólica é um material que funciona superbem como substrato pra plantas, isso quer dizer que ela é usada no lugar da terra na hora de plantar.

Epigenética4: A epigenética é definida como mudanças na expressão gênica que podem ser herdadas e que não alteram a sequência do DNA.

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