O governo japonês anunciou nesta sexta-feira, 4, que decidiu estender o Estado de Quase Emergência em 18 províncias, nas quais as infecções por COVID-19 não tiveram uma grande redução e o sistema médico continua sob pressão.
As medidas serão estendidas até 21 de março em Tóquio, Saitama, Chiba, Kanagawa, Osaka, Kyoto, Hyogo, Hokkaido, Aomori, Ibaraki, Tochigi, Gunma, Ishikawa, Gifu, Shizuoka, Aichi, Kagawa e Kumamoto.
No entanto, no final do dia de domingo, 6, as medidas serão suspensas em outras 13 províncias: Fukushima, Niigata, Nagano, Mie, Wakayama, Okayama, Hiroshima, Kochi, Fukuoka, Saga, Nagasaki, Miyazaki e Kagoshima.
Atualmente, 31 das 47 províncias do Japão estão em Quase Emergência. Em todo o país, a contagem diária de novos casos confirmados chegou a 63.746 na sexta-feira. Desses, o Governo Metropolitano de Tóquio confirmou 10.517 novos casos de Coronavírus.
O ministro responsável pelas Medidas de Coronavírus, Yamagiwa Daishiro, disse que o número de novos casos está em declínio em muitas áreas, mas que a taxa de ocupação de leitos hospitalares permanece alta.
Mesma opinião já havia dado o primeiro-ministro Fumio Kishida, na quinta-feira. ¨A taxa de ocupação de leitos hospitalares continua alta e decidimos fazer um julgamento com cautela depois de ouvir as vozes dos governos locais¨, explicou.
Aumento do número de passageiros
Na quinta-feira, 3, Kishida havia anunciado que o Japão facilitará ainda mais os controles de fronteira. A partir de 14 de março, o limite diário de permissão de entrada de passageiros vindos do exterior vai aumentar para 7.000 pessoas, dos atuais 5.000.
Essa flexibilização gradual das regras, que se tornaram alvo de críticas, vem em resposta aos pedidos para que o Japão permita mais entradas, especialmente de estudantes estrangeiros antes do início do ano letivo no país em abril.
Com cerca de 150.000 estudantes estrangeiros esperando para entrar no Japão após cerca de dois anos de restrições de viagens impostas por causa do Coronavírus, Kishida revelou um novo esquema para dar prioridade a esses estudantes quando a demanda de viagens de negócios não for alta.
¨Ajudaremos os estudantes a virem para o Japão, dando-lhes o uso de assentos vagos, especialmente nos dias de semana, quando não há muitos viajantes de negócios¨, informou o primeiro-ministro, acrescentando que cerca de 1.000 serão permitidos além do limite diário de 7.000.
Localizada na costa banhada pelo Mar do Japão, a província de Ishikawa é uma das gemas do turismo japonês que vem sendo redescoberta nos últimos anos. Tudo isso graças à chegada do Hokuriku Shinkansen, que criou uma ligação direta entre Tóquio e Kanazawa, a capital da província. Antes disso, o modo mais rápido de se chegar na região era através de Osaka e Kyoto, no expresso limitado Thunderbird, ainda em funcionamento.
Com uma paisagem histórica muito bem preservada, a Kanazawa é o ponto de partida para uma viagem que envolve história, belezas naturais, artesanato de altíssima qualidade e muitos banhos de águas termais. Embarque conosco nesta viagem por Ishikawa.
Vida na capital
Kanazawa é uma das maiores e mais conhecidas cidades da costa do Mar do Japão. De grande importância, a capital de Ishikawa tem uma história peculiar. Seu nome significa, literalmente, “pântano de ouro”. Diz a lenda que um homem que sobrevivia cavando terrenos atrás de batatas para comer encontrou, na área em que hoje fica o Jardim Kenroku, veios de ouro. No parque, há um poço que rememora a história.
O ajuntamento urbano que deu origem à cidade foi iniciado durante o Período Muromachi (1336 a 1573), quando um grupo de rebeldes associados a uma nova escola budista tomou o poder na região e estabeleceu o que ficou conhecido como “Reino dos Camponeses”. Para se defender das forças contrárias, o grupo estabeleceu um castelo numa área montanhosa entre dois rios, onde ficava um templo conhecido como Kanazawa Gobo. Foi essa fortificação que deu origem ao Castelo de Kanazawa, que foi parcialmente reconstruído e é um dos principais pontos turísticos da cidade. Poupada durante a Segunda Guerra Mundial, a cidade tem diversas áreas históricas em excelentes condições, o que propicia ao viajante uma experiência de imersão no passado.
O ponto turístico mais visitado de Kanazawa é o Kenrokuen, o antigo jardim externo do Castelo de Kanazawa. Considerado um dos três mais belos jardins japoneses do país, o Korakuen foi construído aos poucos ao longo de dois séculos. O nome Kenrokuen se refere às seis características que, dentro da cultura chinesa, todo jardim precisa ter para ser considerado perfeito: espaço, isolamento, artificialidade, antiguidade, água em abundância e vista ampla. Nada disso falta ao Kenrokuen. Aliás, o espaço é habitado por plantas de diferentes espécies que florescem em distintas épocas do ano, formando paisagens peculiares de cada estação. Reserve pelo menos duas horas para conhecer o espaço, seus lagos e casas de chá.
Bem ao lado do Korakuen fica o castelo que foi inicialmente construído pelo clã Maeda, no final do século 16. A fortificação foi destruída algumas vezes ao longo da sua história e o que sobrou foi o portão Ishikawa-mon, o mais próximo do jardim, e alguns armazéns. No entanto, com a ajuda de documentos de época, o castelo vem sendo reconstruído aos poucos. O destaque é o Jardim Gyokuseninmaru, que pode ser visitado gratuitamente.
Outro ponto bastante visitado no entorno do Kenrokuen é o 21st Century Museum of Contemporary Art, um espaço dedicado à arte contemporânea fundado em 2004. É aqui que fica uma das imagens mais compartilhadas de Kanazawa: a obra Swimming Pool, do argentino Leandro Erlich, que, vista de fora, cria a ilusão de que o visitante está sob as águas de uma piscina. O espaço costuma ter exposições temporárias interessantes, além da arquitetura em si que é um marco, mesclando a instituição ao seu entorno.
Gueixas e samurais
Não muito distante do Korakuen fica uma das principais áreas de preservação histórica da cidade, o distrito de Higashi Chaya. “Chaya” quer dizer “casa de chá” e é o nome dado para os estabelecimentos onde ocorrem os banquetes em que as gueixas se apresentam. Dois desses espaços são abertos à visitação pública. A Casa Shima foi transformada em um museu, em que é possível entender melhor o funcionamento do estabelecimento, além de conhecer um pouco mais do ofício das gueixas, artistas especializadas em receber bem e entreter os convidados. Já a Casa Kaikaro continua em funcionamento e recebe o público para visitas, chás, apresentações de gueixas e banquetes. O espaço tem um site em inglês com a agenda do local.
Outro destaque do bairro é a loja da Hakuza, uma produtora de folhas de ouro, uma das especialidades de Kanazawa. O elegante e minimalista espaço fica numa das casas preservadas, onde foi montada uma casa de chá no seu interior completamente coberta de folhas de ouro. Um encanto!
Outro bairro que vale muito a visita fica há algumas quadras do Kenroku. Nagamachi é um antigo distrito de samurais, também muito bem preservado. Do calçamento até os canais, tudo lembra uma cidade do Período Edo, que foi do século 16 ao 19. No bairro, existem museus e uma casa restaurada aberta ao público que vale a visita, esta que mostra um pouco de como era a vida no local no passado. A Nomurake, por exemplo, é uma antiga residência de uma família samurai. O jardim da casa é um encanto e o interior revela os hábitos e o modo de vida dos seus antigos moradores. Vale a visita.
Península isolada
Um dos segredos de viagem mais bem guardados de Ishikawa é a Península de Noto, no norte da província. Com uma costa de cerca de 100 quilômetros de extensão, a isolada península dificilmente pode ser explorada de transporte público, um desafio — e um incentivo — a mais para turistas que gostam de sair da rota. Embora montanhosa, a região é muito procurada por quem pedala, por exemplo.
O cartão-postal da região é o Shiroyone Senmaida, que são terraços de plantação de arroz, uma forma antiga de produzir o cereal em áreas mais montanhosas do país. São cerca de 2 mil pequenos lotes que ficam na encosta, à beira da rodovia principal, com vista para o mar. Entre os meses de outubro e março, os terraços recebem iluminação especial noturna. Já no verão, o lance é ver o sol refletindo na água dos campos de arroz no final da tarde.
A cidade mais próxima do Shiroyone Senmaida é Wajima, com uma história de mais de cinco séculos na produção de laqueados. Uma das atrações mais conhecidas da localidade é o Mercado Matutino, que funciona todos os dias das 8 da manhã ao meio-dia. Com um milênio de história, o mercado comercializa os produtos da região como frutos do mar e as famosas peças laqueadas. A cidade tem ainda o Kiriko Hall, um espaço de exibição dedicado aos andores iluminados usados nos festivais da região que rolam no verão e no outono.
Outro local que vale a visita na península é Wakura, uma estância de águas termais à beira-mar, repleta de hospedagens tradicionais do tipo ryokan. Nestes locais, é possível entrar nos famosos banhos públicos e conhecer o melhor do omotenashi, a hospitalidade japonesa.
Relaxando no sul de Ishikawa
Outra área popular para os amantes de banhos de águas termais é o sul da província, na área conhecida como Kaga Onsen. São quatro pequenas localidades que oferecem as opções de banho nos ryokan ou, ainda, nos soyu, os banhos comunitários que são um dos centros da vida em comunidade. Os soyu são uma herança da época em que as hospedagens não poderiam ter banhos próprios. Assim, todos os visitantes tinham que frequentar os banhos comunitários, juntamente com os locais. A experiência é possível até os dias de hoje.
Em Yamashiro Onsen, por exemplo, há dois soyu: o novo e o antigo. Ambos os prédios são obras da primeira década do século 21. Porém, os espaços são bem diferentes. O Soyu é uma construção de madeira com ares contemporâneos e muito procurada pelos locais. Já o Ko-soyu é a reconstrução do antigo banho, da forma que ele existiu no final do século 19 e é uma experiência de imersão de época.
Já Yamanaka Onsen está na lista das três melhores estâncias de águas termais do poeta de haiku (haicai) Matsuo Basho, juntamente com Arima (em Hyogo) e Kusatsu (em Gunma). O banho comunitário de Yamanaka se chama Kikunoyu e é dividido em dois prédios, um para o sexo masculino e outro para o feminino.
Katamayazu Onsen é uma estância construída à beira de uma lagoa que se diz mudar de cor por sete vezes ao longo do ano. O soyu da localidade fica num prédio super moderno, revestido com vidro. São dois banhos, um com vista para o lago e outro para um bosque. Cada banho é dedicado a um gênero num sistema de rotatividade: um dia o banho do lago pode ser usado por homens e o do bosque por mulheres, trocando no dia seguinte.
Por fim, Awazu Onsen tem um soyu simples, mas bem charmoso. Na localidade, que é conhecida como estância de águas termais há 1300 anos, o destaque é o Hoshi Ryokan, considerado por muitos anos o hotel — e o empreendimento — mais antigo do mundo ainda em atividade. Fundada no ano de 718, a companhia acabou perdendo o posto depois que outras pesquisas revelaram hotéis e empresas mais antigos do que ela. No entanto, o espaço, que é administrado pela 46ª geração da família Hoshi é uma referência em omotenashi, a hospitalidade japonesa.
A região das quatro pequenas estâncias de águas termais fica próxima do Monte Hakusan, considerado uma das três principais montanhas sagradas do Japão, junto com os montes Fuji (em Yamanashi) e Tateyama (em Toyama). O local é um popular ponto de atividades ao ar livre, como hiking e paraglider. Com o pico localizado a 2702 metros de altitude, numa região de neve pesada, o Monte Hakusan costuma ficar coberto de neve por cerca de seis meses. A temporada de acesso começa em julho e vai até outubro.
A rota mais popular é a Bettodeai, cujo trajeto de ida e volta, entre a base e o topo, pode levar cerca de 8 horas. No entanto, como o transporte público é limitado, quem pretende fazer tudo em um só dia e retornar à cidade deve ir de carro. A trilha se divide em duas partes a partir de determinado ponto, cada uma com características próprias. A Sabo é menos íngreme e, por isso, escolhida por muitos durante a subida. Já a Kanko tem belas vistas, especialmente na rota de descida. Nas duas rotas existem pequenas hospedarias para quem pretende passar a noite no local. No entanto, como a montanha é bastante concorrida, é bom reservar com antecedência. A vila mais próxima do início da trilha é Shiramine Onsen, uma pequena estância de águas termais com hotéis, ryokans e pousadas.
Fontes ligadas ao governo disseram neste domingo, 27, que mais uma vez o Japão está avaliando estender o Estado de Quase Emergência do COVID-19 para determinadas províncias, além da data prevista de 6 de março.
Além de Tóquio, o governo está considerando uma extensão das medidas para Saitama, Chiba, Kanagawa, Gifu, Aichi, Mie, Kyoto, Osaka e Hyogo.
Tóquio e seis províncias tiveram o prazo adiado de 13 de fevereiro para 6 de março. Kyoto, Osaka e Hyogo estavam entre as 17 regiões cujas medidas de emergência foram estendidas de 27 de fevereiro a 6 de março.
Províncias atualmente em Quase Emergência (Arte: NHK)
Com mais da metade dos leitos hospitalares para pacientes com COVID-19 ocupados nessas áreas, o primeiro-ministro Fumio Kishida perguntará aos governadores dessas províncias sobre situações de pandemia locais e consultará especialistas em saúde antes de tomar uma decisão sobre a extensão por cerca de duas semanas.
Os números do Coronavírus continuam altos. As autoridades de saúde do Japão confirmaram 71.488 novos casos de Coronavírus e 158 mortes no domingo. E Tóquio registrou 12.935 novas infecções. A província de Osaka confirmou 8.400 e a de Kanagawa, 6.814 novos casos.
Vacinação
As vacinas contra o Coronavírus para crianças entre 5 e 11 anos começaram sábado, 26, em uma área de Tóquio.
Embora se espere que as vacinações para a faixa etária comecem em partes mais amplas do país em março, alguns municípios foram autorizados pelo governo a começar mais cedo, desde que estejam com a estrutura pronta.
Segundo o Ministério da Saúde, a vacina para crianças dessa faixa etária conterá um terço do volume da usada em crianças a partir de 12 anos. Elas receberão duas doses da vacina da Pfizer Inc., em um intervalo de três semanas.
Além do consentimento dos pais, eles também precisam estar acompanhados por seus responsáveis.
Dados de ensaios clínicos conduzidos pela Pfizer fora do Japão, antes do surgimento da variante, mostram que a administração de duas doses da vacina foi mais de 90% eficaz na prevenção de infecções em crianças de 5 a 11 anos.
Essa afirmativa, embora seja um fato, costuma gerar desconfianças, no que se refere à nossa responsabilidade de fazer as coisas acontecerem com planejamento, tentando evitar erros futuros, nossos e dos outros. Contudo, nada pode mudar o fato de que não controlamos nada. Na melhor das hipóteses, somos bons estrategistas.
Já parou para pensar que ao planejarmos uma nova conquista, projeto, enfim, estratégias para realizar nossos planos, levamos pouco em consideração as nossas limitações e das pessoas envolvidas? A consideração de que não depende só da gente costuma gerar um desconforto, porque queremos controlar e, de certo modo, temos expectativas de superar as nossas vulnerabilidades. Assim, ao invés de assumirmos responsabilidades, assumimos a ilusão de que podemos controlar.
O controlador sofre terrivelmente ao assumir a posição de ter que dar conta de tudo e de todos, e a expectativa de que isso está em suas mãos faz com que ele se sinta, repetida e continuamente, muito insatisfeito consigo mesmo e com os outros, afinal, os outros, na visão do controlador, também poderiam ser controlados por ele.
Abrir mão do controle não significa deixar de ser responsável ou de lutar para que as coisas funcionem, significa abrir espaço interno para acolher aquilo que fugiu ao nosso controle como algo que poderia acontecer. Talvez a diferença entre responsabilidade e controle seja a forma com a qual reagimos diante do inesperado, desconhecido e não planejado. Para nos recuperarmos rapidamente de uma frustração e seguirmos em frente com as nossas responsabilidades, sem ferir e nem nos ferirmos, precisamos ter a compaixão e a autocompaixão do nosso lado.
A compaixão e a autocompaixão são muito importantes porque nelas cabem nossas limitações e as limitações das pessoas, e esta aceitação amplia a capacidade de agir em direção daquilo que desejamos com muito mais lucidez e menos desgaste. Compreender que errar e não ter realizado algo como desejávamos faz parte o tempo todo. Além de nos tornar mais flexíveis, isso nos dá a liberdade para seguir adiante mantendo o nosso propósito de conquista, fazendo os ajustes que experiências anteriores e fracassadas nos ensinaram.
Já pensou no tempo que gastamos remoendo, ruminando o que não deu certo e carregando a culpa de nossas falhas, as quais nos punimos indefinidas vezes por uma mesma situação? Relaxe, libere o criticismo e acolha a gentileza e a autogentileza.
O início do ano pode ser muitas vezes um período de reflexão devido à observação do tempo passando, de mais um ano se esvair por nossas mãos, de perceber que estamos a envelhecer…
Se você não soubesse quantos anos tem, o que faria? Quais coisas gostaria de manter e quais mudaria em sua vida? Por vezes, podemos nos sentir velhos demais ou cansados demais para seguirmos nossos sonhos, para recomeçar de algum ponto e mudar a rota. A ida e a estadia fora do país exigem coragem e um bocado de sonhos na bagagem, mas, depois de algum tempo, podemos nos esquecer do que nos motivou a estar ali, nos deixando envolver pela rotina, pelo cansaço e pela necessidade financeira. Passamos a viver no piloto automático, esquecendo o quão incrível pode ser fazer algo por NÓS MESMOS!
Se não existisse essa preocupação com ser “cedo ou tarde demais”, todos seríamos mais livres, nos sentiríamos mais merecedores e assim, correríamos mais atrás daquilo que realmente faz sentido para nossas vidas! Claro que o trabalho é importante, mas será que não estamos dedicando tempo demais a isso e esquecendo outras coisas que são tão importantes quanto o trabalho? A família, o relacionamento, a saúde física e mental, o descanso, os sonhos e tantas outras coisas esquecidas no fundo de uma gaveta, para que assim sobre tempo para produzir, trabalhar, ganhar dinheiro, etc. A ideia de “tempo certo” para fazer as coisas nos faz sempre achar que estamos novos demais ou velhos demais para o que nós realmente queremos fazer.
Essa semana ouvi um relato que dizia o seguinte: “Minha avó, aos 60 anos, sofreu um pequeno acidente que a deixou com um problema no joelho que só seria resolvido com uma cirurgia, mas ela se negou a fazer o procedimento, pois disse que já estava velha e não valeria a pena; porém, ela viveu até depois dos 90 e passou mais de 30 anos mancando, pois aos 60 achou que a vida já estava ao fim.”. Aquilo me tocou profundamente. Pensei o quanto todos nós podemos pensar que não é o momento certo para fazermos algo que precisamos ou queremos, mas abrimos mão por acreditar que não vale a pena, perdendo, assim, a oportunidade de viver algo ainda melhor do que já temos!
Então este texto é um convite para você buscar o que está guardado na sua gaveta, esquecido na sua memória e fazer O HOJE ser o TEMPO CERTO para realizá-lo! Seja um autocuidado, um exame, um descanso, ou o primeiro passo para um grande sonho! Nunca é cedo ou tarde demais para o que é importante!
O governo do Japão anunciou que começará nesta semana a enviar vacinas contra o Coronavírus para municípios e instalações médicas, que serão aplicadas nas crianças entre 5 e 11 anos de idade.
E nesta segunda-feira, 21, as vacinas para essa faixa etária serão oficialmente incluídas no Programa de Vacinação Pública.
A previsão é que sejam entregues cerca de 12 milhões de doses da vacina contra o COVID-19 até o mês de maio. Em algumas regiões, as inoculações devem começar já neste mês.
Para crianças nessa faixa etária, a vacina conterá um terço da dose para pessoas com 12 anos ou mais. Serão duas aplicações, com um período de três semanas entre elas.
Elas não são obrigadas a serem vacinadas contra o Coronavírus, pois segundo o governo, ainda não existem dados suficientes para verificar sua eficácia contra a variante Ômicron. Por isso, o consentimento dos pais será necessário.
O Ministério da Saúde pede aos pais que conversem com os filhos, bem como que consultem seus médicos antes de tomar uma decisão.
No entanto, o Ministério orienta que as crianças com problemas respiratórios e outros problemas de saúde subjacentes sejam vacinadas, pois têm um risco maior de desenvolver sintomas graves de COVID-19.
Dose de reforço
O número de terceiras doses da vacina contra o Coronavírus administradas por dia, ultrapassou 750.000 no Japão.
O site da Agência Digital mostra que 12.601.114, ou 35,2% das pessoas com 65 anos ou mais receberam a terceira dose até sábado, 19.
O governo encurtou o intervalo entre a segunda dose e a de reforço de 8 meses para 6 meses, em fases a partir de dezembro, e pretende atingir 1 milhão de aplicações por dia.
Na quinta-feira, 17, 16.009.146 pessoas, ou 12,6% da população, haviam recebido suas doses de reforço. O número representa 42,7% das 37,52 milhões de pessoas que são elegíveis para receber a terceira vacina.
Muitos de nossos nacionais costumam afirmar: “estou vivendo temporariamente no Japão para organizar minha vida no Brasil”. Ainda que tenham o retorno em vista, as famílias costumam prolongar sua permanência no Japão, postergando, assim, uma decisão definitiva a respeito da eventual volta ao Brasil. Cria-se assim um descompasso entre a intenção expressa e a realidade que se constrói em terra estrangeira com o passar dos anos. Frequentemente, leva-se muito tempo para reconhecer-se como imigrante de residência fixa no Japão. E a falta de clareza quanto ao planejamento futuro gera impactos negativos sobre a vida de todos os membros da família, em especial sobre a situação dos menores estudantes.
Um dos modos de minimizar os efeitos negativos da oscilação da residência familiar entre dois países é a educação e a capacitação, com especial destaque ao bilinguismo. Nesse sentido, há ampla oferta de bons cursos gratuitos de japonês para estrangeiros. A NPO ABC Japan, por exemplo, instituição parceira do consulado em diversos projetos educacionais, disponibiliza ao público bons cursos de Japonês, para todos os níveis de proficiência. Há também iniciativas de outras instituições, empresas e autoridades japonesas que oferecem ao público cursos técnicos e do idioma local de forma gratuita. No ano passado, o Consulado publicou uma lista com diversos cursos de língua japonesa e de capacitação gratuitos ou a preços módicos. A lista completa, que vem sendo constantemente atualizada, pode ser acessada em: https://www.facebook.com/ConsuladoemToquio/photos/a.716090865111091/3995394990513979/
Além da divulgação de oportunidades de estudo de língua japonesa e de capacitação técnica, instrumentos capazes de gerar uma melhor inserção de nossa comunidade na sociedade local, o Consulado tem estimulado também o aprendizado da língua portuguesa por meio de concursos. Assim, no ano passado, foi realizada a primeira edição das Olimpíadas do Português como Língua de Herança, que permitiu a participação de crianças e adolescentes de nacionalidade brasileira ou de estrangeiros com pais de nacionalidade brasileira, desde que matriculados em escolas japonesas. Os participantes foram divididos em duas categorias: a primeira composta por crianças de 9 a 12 anos; e a segunda integrada por adolescentes de 13 a 15 anos de idade. O evento ocorreu em três etapas. Duas de caráter regional: oratória e prova objetiva; e uma etapa de âmbito nacional: prova de redação.
Para os alunos matriculados em escolas de currículo brasileiro no Japão, também no ano passado, o Consulado realizou a primeira edição do Campeonato de Língua Portuguesa. Participaram 169 alunos, de 9 escolas localizadas em diferentes prefeituras da jurisdição do posto. O campeonato foi dividido em duas etapas: prova objetiva (múltipla escolha) e redação. Aproveito a oportunidade para parabenizar os vencedores de ambos os concursos e todos os participantes das duas iniciativas.
Das provas e etapas avaliadas em ambas as ocasiões, percebeu-se que boa parte do material analisado revela o enorme potencial acadêmico dos jovens da nossa comunidade, haja vista a clareza e a força de seus argumentos e um notável domínio da norma padrão da língua portuguesa. Nada mais natural para eles do que seguir desenvolvendo seu potencial em instituições de ensino superior no Brasil ou no Japão, caso seja esta sua escolha.
Observa-se, no entanto, que muitos alunos de escolas brasileiras têm à sua frente obstáculos difíceis de serem superados. Vários têm pouco contato com a língua japonesa, uma vez que o português é o idioma utilizado em praticamente todos os domínios sociais onde convivem: casa, escola, igreja/templo, lazer. Sem oportunidades para praticar a língua local, as chances de ingresso em universidades japonesas tornam-se mínimas. Consequentemente, o potencial intelectual de jovens recém-saídos do nível médio acaba sendo desperdiçado em “arubaitos” e horas extras (zangyo).
Do outro lado, os alunos que frequentam as escolas japonesas acabam tendo uma integração tão intensa à sociedade local que, por vezes, não aprendem o idioma pátrio e perdem boas oportunidades de estudos superiores no Brasil ou de empregos nos quais poderiam se valer da habilidade de falar dois idiomas. Muitas vezes, isso acontece pela dificuldade dos pais de passar a seus filhos a língua portuguesa ou simplesmente pela falta de atenção da família a esse aspecto.
Portanto, não deixe de investir no futuro e nos estudos de seus filhos. Caso precise de mais informações, procure o Consulado e teremos prazer em esclarecer todas as dúvidas sobre educação superior e técnica, cursos à distância, cursos de idioma, ou qualquer outro tema relacionado à educação tanto no Brasil quanto no Japão. Você também pode enviar e-mail a informe.cgtoquio@itamaraty.gov.br que responderemos em seguida.
Dezessete por cento do território de Yamagata é protegido por lei através de parques nacionais. Isso já dá a dimensão da importância da natureza para o povo e a economia local. Com boa parte de seu território formado por montanhas cobertas de vegetação, a província é um convite para quem quer se desligar e relaxar, seja num passeio pelas florestas na estação quente ou, então, num banho de águas termais nas épocas mais frias. Aliás, dividir o clima de Yamagata dessa forma está longe de ser errado. A província fica numa área de transição climática com características interessantes: tem temperaturas na casa dos 30 durante o verão e mais de 8 metros de neve nas áreas montanhosas. Outono e primavera são curtos, o primeiro mais puxado para o frio e o último, para o calor. Assim, visitar Yamagata é sempre trafegar pelos extremos. Celeiro de bons ingredientes, dentre eles o arroz, a província também é um local a ser descoberto por quem curte gastronomia e saquês.
Numa fria com os monstros de gelo
A área de atração turística mais conhecida de Yamagata é, sem dúvidas, Zao Onsen. “Onsen” em japonês são as fontes de águas termais, e elas são uma atração da região. O Monte Zao fica na fronteira entre Yamagata e Miyagi e existem duas formas de chegar até lá. Por Miyagi, a viagem é linda no outono pela Zao Echo Road. A estrada, que sobe a serra, é coberta de vegetação, e a folhagem fica amarelada em boa parte de sua extensão.
Num dos picos da montanha, chamado de Kattadake, é possível ter uma bela vista do Okama, um lago de cratera vulcânica considerado um dos mais belos do Japão. Durante abril e novembro, quem vem da estação de Kamiyama pode usar um serviço gratuito de ônibus até o Zao Liza, um restaurante que serve como base para quem sobe montanha acima. De lá, é possível usar o Katta Lift, um teleférico aberto até um ponto de observação do Okama. No entanto, os serviços são limitados, com o máximo de dois horários por dia, e restrito aos fins de semana em algumas épocas do ano. Portanto, pesquise bem antes de usar.
O lago de cratera de Zao é um dos pontos turísticos mais conhecidos de Tohoku
Zao Onsen, no entanto, é mais popular no inverno. A qualidade de neve transformou o local num resort de esqui que recebe visitantes de todo o país. A área é muito bem equipada para a prática de esportes da neve com lojas para locação de utensílios. A grande atração, porém, são os chamados monstros de gelo, árvores congeladas que “hibernam” cobertas de neve durante a estação fria. Os “monstros” ficam acima da cabeceira da pista de esqui e até podem ser acessados a pé. Na área do resort, é possível alugar uma sandália de neve, feita de madeira e usada pelos antepassados para caminhar na região. Os calçados são usados por cima da bota que, aliás, deve ser muito bem preparada. A caminhada na neve pode congelar o pé caso você não esteja usando um calçado adequado. À noite, os monstros de gelo são iluminados com luzes coloridas. O resort também oferece um passeio noturno, num veículo de neve, até os monstros.
Depois das aventuras, com neve ou não, sempre vale a pena dar uma relaxada nos banhos de águas termais da região. O Zao Onsen Dairotenburo é um banho a céu aberto que funciona entre os meses de abril e novembro. Já o Genshichi Roten no Yu também tem banhos internos e funciona o ano todo. Outra forma de conhecer o costume de se banhar em águas termais é visitar um dos banhos públicos da localidade. São três, chamados de Kawarayu, Kamiyu e Shimoyu. Eles ficam em pequenas construções de madeira com apenas um ofurô no formato de uma pequena piscina. Os banhos são segregados por gênero e a entrada em cada um deles custa ¥200.
Caminhos de fé
Repleta de montanhas, Yamagata também é um destino para pessoas que buscam tranquilidade nos templos e santuários construídos ao longo dos séculos em áreas mais remotas. No nordeste da capital, na cidade de Yamagata, fica o Risshakuji, um templo budista fundado no século 9 e conhecido popularmente como Yamadera. A área sagrada começa no sopé de uma colina, onde fica uma das construções mais antigas do complexo, o Konponchudo. No entanto, o caminho até o topo é uma das principais atrações, em especial por conta da bela vista que se pode ter da varanda do Godaido, um salão incrustado na montanha. No entanto, vale ressaltar que a subida, de cerca de 1000 degraus, pode ser pesada para alguns visitantes.
Uma experiência mais radical é fazer o Dewa Sanzan, um caminho que conecta três santuários sagrados nas montanhas. Dewa é o nome de uma antiga província formada pelos atuais territórios de Akita e Yamagata. Os três santuários são dedicados a uma fé conhecida como shugendo, que mescla elementos do budismo e do xintoísmo, a religião nativa do Japão. Cada um deles é conhecido pelo nome do monte em que se localiza.
De acordo com os preceitos, para transcender é preciso levar o corpo ao limite. Por isso, os monges do shugendo realizam práticas radicais, como longos períodos de jejum ou alimentação muito restritiva e atividades físicas, além da meditação.
O Haguro-san (Monte Haguro) é o de mais fácil acesso dos três santuários. Ele representa a vida e o presente e fica aberto o ano todo, sendo acessível por um serviço de ônibus que parte da cidade de Tsuruoka. O transporte leva até a base da construção principal do complexo, mas, na verdade, fazer o caminho montanha acima também faz parte da experiência. A trilha na floresta de cedro é pavimentada com rochas e compreende cerca de 2100 degraus. Portanto, requer energia ou, pelo menos, paciência. No caminho, é possível ver uma das mais belas construções do santuário, uma pagoda de cinco andares, datada do século 10. Além da torre, a trilha ainda tem diversas esculturas e uma casa de chá. A visita ao santuário custa ¥300.
Quem quiser passar a noite no local, existe o Saikan, um espaço que oferece estadia simples, num quarto com piso de palha no estilo tatami e dormida num futon, uma espécie de colchonete tradicional. A reserva tem que ser feita antecipadamente. O Saikan também oferece o shojin ryori, um estilo de gastronomia vegano, com preparos baseados em ingredientes locais sazonais, desenvolvido nos monastérios. Quem acorda no local ainda pode assistir aos rituais matutinos dos monges.
Representando a morte, o Gas-san é o segundo santuário que deve ser visitado na rota do Dewa Sanzan. Ele fica localizado na área de maior altitude do caminho, a 1984 metros de altitude, e só é acessível a pé. Duas linhas de ônibus que circulam somente entre os meados dos meses de julho e setembro levam até a oitava estação, de onde é preciso fazer cinco quilômetros de caminhada morro acima. A rota é aberta e pavimentada, com as margens cobertas de gramíneas e árvores de pequeno porte. Muitas delas florescem na primavera e no verão trazendo beleza à jornada. É preciso, porém, ter cuidado na rota, já que a exposição aos fenômenos naturais pode fazer com que as rochas fiquem muito escorregadias depois de dias de chuva. Além disso, é bom se preparar caso vente muito. Ao chegar no santuário, o visitante passa por um ritual de purificação, que inclui acender um incenso e beber uma pequena dose de saquê. A entrada no santuário custa ¥500.
Do Gas-san é possível seguir em rota pela montanha até o Yudono-san, o terceiro e último dos Dewa Sanzan. São cerca de 3 horas montanha abaixo, num caminho relativamente íngreme e difícil para pessoas sem preparo e sem material adequado. O santuário representa o renascimento e é o mais sagrado (e secreto) dos três. Aqui, os visitantes também passam por um ritual de purificação na entrada, no qual precisam tirar os calçados. É expressamente proibido tirar fotos do Yudono-san, e tudo o que se vê dentro do santuário deve ser guardado em segredo pelo fiel. O espaço também fica fechado durante o inverno, embora seja relativamente de fácil acesso, já que fica próximo a uma rodovia.
Durante o verão e o outono, é possível visitar os três santuários usando o ônibus como deslocamento de apoio. Mas mesmo quem pretende caminhar entre os santuários a pé, pode fazê-lo com segurança. São necessários, porém, pelo menos dois dias e duas noites para a rota completa.
A meditação pode ser entendida como uma ferramenta para conseguir estabelecer a calma. O uso dessa ferramenta, contudo, pressupõe uma prática constante, sem a qual não é possível usá-la.
Nesse sentido, o treino é imprescindível. Quando paramos alguns minutos diários para meditar, mantemos em forma a atenção, que é a responsável para nos sustentar no momento presente durante a meditação. Quando deixamos de ter a regularidade da prática, perdemos qualidade de atenção e temos dificuldade de nos manter focados no presente.
O treino mental na meditação é comparado com o treino físico: quando estamos em forma fisicamente, desempenhamos nossa atividade física com menos esforço e mais resultado, ao passo que se estamos fora de forma, sentimos cansaço e dificuldade para executar a mesma atividade, e muitas vezes, nem conseguimos executá-la.
Com a meditação é parecido. Ao meditarmos diariamente sustentamos a familiaridade com os nossos aspectos mentais, que são os pensamentos, as imagens, as lembranças e as emoções. Através dessa familiaridade, é possível perceber a distração, momento no qual deixamos de estar presente no agora. Isso ocorre quando conversamos com os pensamentos, por exemplo. Agora, se estamos em forma, percebemos a distração e recuperamos facilmente a atenção plena. Meditar é esse constante monitoramento de perceber e liberar as distrações.
Esse movimento da mente é incessante, não conseguimos parar de pensar na meditação, como muitos imaginam, mas desenvolvemos a habilidade de nos diferenciar de nossos pensamentos, observá-los com atenção e sem interação, ou seja, sem construir histórias com eles. Com isso, os pensamentos perdem o poder de nos distrair e conseguimos ampliar os espaços entre um pensamento e outro, o que é extremamente prazeroso e revigorante.
Somente uma mente treinada consegue superar a distração na prática, caso contrário, estamos suscetíveis a nos misturar com nossos conteúdos mentais, criando realidade com eles o tempo todo e deixando de estar presente.
É um treino simples, no sentido de que são poucos minutos diários — 20 minutos é o suficiente —, e pode ser feito em qualquer lugar, basta se recolher atentamente, estabelecer uma postura ereta e confortável, fechar os olhos para favorecer a introspecção e usar a sua atenção para se manter inoperante em relação aos seus conteúdos mentais.
O que comumente é considerado difícil na meditação é não fazer nada. Sim, temos dificuldade de parar, mas para que a nossa mente funcione bem, precisamos desenvolver essa habilidade, senão estaremos sujeitos às intempéries da mente.