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Abrindo portas para o talento brasileiro no Japão

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Desde que assumi a chefia do Consulado-Geral do Brasil em Hamamatsu em fevereiro de 2021, a promoção da arte e da cultura brasileira na província de Shizuoka constitui uma das prioridades de minha gestão.

O Consulado realizou, desde então, diversos projetos e atividades para divulgar o trabalho de talentosos pintores, caricaturistas, fotógrafos, escritores e músicos da comunidade brasileira residente, muitos dos quais ainda necessitam trabalhar em fábricas no Japão para garantir seu sustento. Por essa razão, o Consulado do Brasil decidiu criar o Coletivo “ArteBrasil”, projeto de divulgação conjunta de nossos talentosos artistas plásticos.

O Consulado lançará o catálogo bilíngue “ArteBrasil” (em português e japonês) com fotografias de obras dos artistas integrantes do projeto e de seus respectivos currículos no evento “Focus Brasil Japão 2023”, no dia 13 de junho, durante exposição das obras dos integrantes do Coletivo aberta ao público, na galeria Create, localizada no prédio da HICE, em Hamamatsu.

Em seguida, o catálogo será distribuído aos governos de todas as províncias do Japão e às destacadas galerias de arte japonesas. A expectativa é a de que os artistas, com essa divulgação gratuita, possam encontrar espaço na competitiva cena das artes plásticas japonesas e, assim, viver exclusivamente de sua arte.

Estou seguro de que o “ArteBrasil” será um dos mais exitosos projetos de divulgação de nossos artistas plásticos já executados no Japão.

O Consulado em Hamamatsu também desenvolve projeto para trazer ao Japão, em 2023, dois talentosos e reconhecidos artistas plásticos brasileiros, a saber, Kinkas Caetano e Darlan Rosa.

Kinkas Caetano, formado em Comunicação e Marketing pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e Artes Plásticas pela Universidade Paris VIII, já realizou projetos para grandes instituições como UNICEF, Anistia Internacional e UNESCO, bem como para empresas como Pernod Ricard, Bain & Company e Vinci. Diversas personalidades possuem obras de sua autoria, tais como a ex-primeira dama dos EUA, Melania Trump, e o estilista japonês Kenzo.

Darlan Rosa já expôs suas obras nos principais salões de arte brasileiros e em destacados salões internacionais – na Bienal Internacional de São Paulo (1976), bem como no México (1986), nos Estados Unidos (1996 e 1998), na Holanda (2000) e na Coreia (2004). Várias de suas esculturas podem ser encontradas em Brasília – principalmente em espaços públicos, como em centros culturais e universitários, edifícios públicos, hotéis e museus – e, também, em outros países.

Aldemo Garcia Junior

Cônsul-Geral do Brasil em Hamamatsu 

A prefeitura de Oizumi e a Panasonic juntam forças para criar uma sociedade voltada à reciclagem

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No dia 23 de março do ano vigente, é assinado o “Acordo de colaboração para redução de lixo na cidade de Oizumi” pelas partes previamente mencionadas.
A cerimônia de assinatura contou com a presença do Sr. Morishita, gerente geral do negócio de limpeza da Living Appliances Company, da Panasonic Corporation, e do prefeito Murayama.
A partir desse acordo, visa-se a redução e a reciclagem de lixo por meio de trituradores com o objetivo de reduzir o lixo doméstico descartado nas residências do município.

Efeito

A cidade declarou o compromisso de ser uma municipalidade de carbono zero em julho de 2020 e definiu a “redução das emissões de resíduos” como um dos esforços para promover a descarbonização. A produção de lixo da cidade no ano fiscal de 2020 foi de 1.094 gramas por pessoa, um nível alto em todo o país, e por isso, a prefeitura de Oizumi se compromete a trabalhar para reduzir a quantidade de lixo em 100 gramas por pessoa por dia.
Concomitantemente, o Grupo Panasonic estabeleceu uma visão ambiental de longo prazo, a “Panasonic GREEN IMPACT”, para alcançar uma “vida melhor” e um “ambiente global sustentável”. Logo, a instituição planeja reduzir a emissão do CO2 associada aos negócios da empresa à praticamente 0 até 2023.

Além disso, a Panasonic está em curso com atividades de negócios cujo objetivo é criar um impacto de contribuição de redução de lixo de 300 milhões de toneladas ou mais, o que é “aproximadamente 1%” das atuais emissões globais totais de aproximadamente 33 bilhões de toneladas até 2050.

O processador de lixo de cozinha utilizado neste projeto seca com ar quente a cerca de 130°C, podendo assim reduzir o volume de lixo de cozinha para cerca de um quinto do seu peso, além de contribuir também para a redução das emissões de CO2 geradas pelo tratamento de incineração de cinzas.

 

Contribuição

Em conclusão, a Panasonic Corporation emprestará cinco trituradores de lixo doméstico para fins de redução e reciclagem de resíduos à cidade de Oizumi. Os moradores da cidade que desejarem participar são convidados a cooperar com o projeto como monitores para reduzir e reciclar o lixo usando trituradores de lixo doméstico.

Para maiores informações sobre o projeto, basta entrar em contato com a Prefeitura de Oizumi através dos dados abaixo.

Informações:
Prefeitura de Oizumi
Departamento de Obras Urbanas Divisão de Manutenção Ambiental
Balcão número 5
Número de telefone: 0276-63-3111

CCBJ homenageia Mauricio de Sousa

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Prêmio valoriza carreira do cartunista

 

Na quarta-feira, 12, a Câmara de Comércio Brasileira no Japão realizou o ¨CCBJ Awards Person of the Year¨. O grande homenageado foi o cartunista Mauricio de Sousa, que esteve acompanhado da esposa Alice Takeda.

A homenagem a Mauricio justamente em 2023 tem um significado especial porque a Mônica completa 60 anos neste ano. O evento foi na Embaixada do Brasil em Tóquio.

O cartunista lembrou que os dez filhos dele foram a inspiração para a criação de vários personagens da Turma da Mônica.

¨Esse prêmio representa um motor para continuar com atividades e lançar produtos no Japão e em outros países da Ásia. Nessa viagem foi emocionante o contato com as crianças que conhecem os personagens e detalhes da história em quadrinhos da Turma da Mônica. Fiquei otimista porque tenho um exército no Japão que fala português, me conhece, me respeita e conhece meus personagens. São crianças que vão ler cada vez mais, aprender dois idiomas e isso me traz mais emoções e mais esperanças nas crianças e em mim também¨, disse.

 

Autoridades presentes ao evento (Foto: Jonathan Sander)

 

O Embaixador do Brasil no Japão, Octávio Côrtes, lembrou que ¨Mauricio de Sousa ajudou a educar e alfabetizar tantos de nós, nossos filhos e nossos netos. A Turma da Mônica ensina conceitos como amizade, respeito e tolerância¨.

O presidente da CCBJ, Celso Guiotoko, ressaltou. ¨Nos negócios também podemos dizer que essa mensagem da Turma da Mônica é importante. O sucesso tem essa base já citada como amizade e respeito¨.

O Cônsul-Geral do Brasil em Tóquio, Embaixador Guilherme Patriota, enfatizou que a história em quadrinhos da Turma da Mônica faz parte do acervo do Museu da Migração Japonesa ao Exterior, localizado em Yokohama, mostrando a importância do acervo dos gibis do Brasil.

Troféu

O prêmio existe desde 2009 e tem o objetivo de prestar homenagem aos empresários brasileiros e japoneses de destaque na relação bilateral.

O troféu ¨CCBJ Awards Person of the Year¨ é uma réplica da obra da artista Tomie Ohtake, semelhante à escultura que fica na entrada do Aeroporto Internacional de São Paulo, simbolizando a relação Brasil-Japão.

O evento teve a presença de mais de 60 pessoas. Cada um recebeu um guia do CCBJ Awards Person of the Year.

As seguintes empresas colaboraram para o guia: Kyodai Remittance, Kowa Corporation e Alfainter.

O evento contou com o apoio da Embaixada do Brasil em Tóquio.

 

* Com Neide Hayama

 

Você sabe o que são consulados itinerantes?

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Você sabe o que são os “consulados itinerantes”?

São visitas que a equipe do Consulado realiza a cidades da sua jurisdição com o objetivo de levar aos brasileiros residentes em outras localidades a maioria dos serviços consulares oferecidos em Tóquio. As missões buscam equilibrar o atendimento em áreas com grande concentração de brasileiros e regiões com maiores dificuldades de acesso à sede do Consulado.

Essa modalidade de atendimento acontece em datas específicas – anunciadas em nossas mídias sociais – e mediante agendamento prévio pela plataforma “e-Consular”, oque contribui para a eficiência na análise e emissão de documentos. Entre os serviços prestados, destacam-se: procuração pública, atestado de vida, autenticação de documentos, registro de nascimento, assinatura em requerimento de passaporte para menor, reconhecimento de firma, alistamento e dispensa de serviço militar, registro de casamento, emissão de CPF, declaração de estado civil, emissão de segundas vias de certidões, registro de óbito e atestado de residência.

Apesar das restrições decorrentes da pandemia da COVID-19, o Consulado manteve as missões itinerantes sempre que as condições sanitárias e as determinações governamentais permitiram, por reconhecer a importância e os benefícios desse tipo de atendimento para a comunidade brasileira. O alto comparecimento e os agradecimentos rotineiramente expressados pelos consulentes confirmam a forte demanda e o reconhecimento da comunidade por esse tipo de atendimento.

Em 2022, por exemplo, apesar das restrições sanitárias ainda vigentes por todo o Japão, foram realizados consulados itinerantes em Moka, província de Tochigi (28 de maio); Oizumi, Gunma (6 de agosto); e Ueda, Nagano (12 de novembro). Os três eventos foram bem-sucedidos, atendendo mais de 550 pessoas e possibilitando a realização de 500serviços. O número de itinerantes só não foi superior devido às restrições sanitárias do governo japonês.

Em 2023, espera-se que o arrefecimento das restrições sanitárias permita ao Consulado-Geral em Tóquio retomar o calendário regular de consulados itinerantes. Já está confirmada, para o dia 15 de abril próximo, a realização de missão em Matsumoto, província de Nagano.

Inscreva-se pelo link https://www.gov.br/mre/pt-br/consulado-toquio/servicos-consulares/consulados-itinerantes/matsumoto-15-04-2023.

Além desta missão, há expectativa de itinerantes nas seguintes localidades: Oizumi(maio), Minami-Alps (junho), Honjo (julho), Iida (setembro) e, novamente, Oizumi (novembro).

Fique atento aos anúncios das datas em nossas mídias sociais e em nosso site!

 

 

Embaixador Guilherme de Aguiar Patriota

Cônsul-Geral do Brasil em Tóquio

Assumiu o Consulado-Geral do Brasil em Tóquio em março de 2022

Por que tenho a sensação de que a minha vida parou?

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Você tem a sensação de que a sua vida parou? Que todos estão conquistando e vivendo coisas incríveis enquanto você não vê nenhuma mudança, e pior de tudo, nenhuma perspectiva?
Por que muitas vezes temos essa sensação?
Nos sentimos paralisados, sem forças, olhamos nossas vidas com um olhar analítico e nos damos conta de que não realizamos nada de interessante, de “espetacular”. Parece que paramos no tempo, e junto a isso normalmente sentimos um desânimo muito grande, ou mesmo nem sabemos que direção tomar para fazer algo diferente.
Essa sensação é muito comum, e em geral vem acompanhada de um sentimento muito forte de impotência e desânimo. Ocorre em determinados momentos da vida em que estamos muitas vezes fragilizados, passando por uma situação de stress ou com problemas, e é comum a todos nós humanos.
Vemos que isso tem aumentado de forma exagerada com o advento das redes sociais. Estamos constantemente vendo as conquistas alheias, e, em algum momento, acabamos nos comparando com os demais, e invariavelmente, vemos que estamos em situação de inferioridade. Isso nos causa muita frustração e abala nossa autoestima, acarretando muitas vezes um comportamento apático e sem ânimo para fazer algo diferente.
Nesses momentos, vale a pena que tenhamos em conta que cada pessoa tem um caminho com perdas e ganhos, vitórias e derrotas, e que nosso caminho não necessariamente precisa ser igual ou parecido com o do outro.
Quando começamos a nos concentrar em nossas próprias conquistas, mesmo que pequenas, em nossas vitórias frente a todas as adversidades que passamos, em todas as vezes que com dificuldade conquistamos algo, essa percepção de fracasso vai mudando, e vamos tendo uma visão mais realista que nos coloca numa atitude proativa em relação a nossas vidas.
Essa nova forma de ver as coisas não é uma ilusão para nos fazer “felizes”, mas uma forma mais real, porque seria injusto pensar que teríamos que estar fazendo e conquistando as mesmas coisas que os demais, sendo que nossas oportunidades, escolhas, gostos e mesmo objetivos, são diferentes.
Somos muito mais honestos conosco quando decidimos olhar para dentro de nós mesmos e nos perguntamos se estamos realmente no nosso caminho (seja com o ritmo que for), do que quando olhamos para fora e nos sentimos mal por não estar vivendo um caminho que não é nosso.
Psicóloga
Kenya Lucia Ciola
CRP: 08/06155
Psicóloga do Projeto Sakura

Show de samba com Jun Kagami

Músico já tocou com artistas brasileiros e japoneses

 

O mestre Dorival Caymmi já dizia: ¨Quem não gosta de samba, bom sujeito não é. É ruim da cabeça ou doente do pé¨.

Brincadeiras à parte, se você gosta do ritmo, não pode perder a apresentação de Jun Kagami, guitarrista, vocalista e compositor mundialmente conhecido.

O show será realizado em 27 de maio, no Hakuju Hall, em Tóquio.

O evento conta com o apoio da Embaixada do Brasil e da Associação Nipo-brasileira.

Depois de ter estudado na Berklee College of Music e no Royal College of Music em Londres, pesquisou sobre música brasileira no Conservatório Musical Marcelo Tupinambá.

Numa conversa que tiveram durante a estada de Jun no Brasil, Antonio Carlos Jobim lhe disse que ¨bossa nova é um dentre vários sambas¨.

A frase o teria feito pensar na carreira e se dedicar ao samba.

 

Flyer do evento (Divulgação)

 

A amiga Elizete Cardoso, uma das cantoras mais representativas do Brasil, apresentou Jun aos irmãos Horondino José da Silva e Jorge José da Silva (percussionista), que se tornaram seus mestres.

Desde 2003, mudou sua base de produção para o Rio de Janeiro e tem atuado principalmente em colaboração com artistas cariocas.

Depois de retornar ao Japão, ele se envolveu na produção de vários comerciais para grandes empresas como Mercian Wine, Lipton Tea e Morinaga Milk Industry.

Também foi convidado para gravar com muitos artistas, como o ganhador do Oscar, Ryuichi Sakamoto, falecido no último dia 28 de março, Tetsuya Komuro, Toshifumi Hinata e THE BOOM.

Além disso, com o próprio grupo chamado ¨Xacara¨, lançou 5 álbuns originais através de grandes gravadoras, como a CBS Sony e a Sony Record.

Álbum solo

Em 2010,o músico lançou o primeiro álbum solo, ¨Jun¨.

 

Uma das apresentações de Jun (Foto: Divulgação)

 

A partir da produção desse álbum, que tinha como tema o ¨samba belo¨, passou a se questionar sobre suas atividades musicais.

E com o intuito de querer ser apenas músico, e não um ¨animador¨ ou ¨performista¨, desde 2012 vem restringindo suas apresentações musicais.

O álbum solo tem 13 músicas e pode ser comprado aqui.

E para mais informações sobre o artista, basta acessar o site oficial clicando aqui.

SERVIÇO

Jun Kagami

Data: 27 de maio de 2023 (sábado)

Horário: 19h (start) e 18h30 (abertura)

Local: Hakuju Hall, que fica em 〒151-0063 Tokyo, Shibuya City, Tomigaya, 1-37-5

Valor: Ingresso antecipado ¥5,000. No dia, ¥5,500

Venda de ingresso: Office Floresta

Telefone: 080-8010-1624

E-mail:huizif157@gmail.com

Apoio: Embaixada do Brasil e Associação Nipo-brasileira

Randoseru, a mochila escolar no Japão

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Saiba o que levar em conta na hora da compra

 

O sistema de ensino do Japão é dividido basicamente em 6 anos de Escola Primária (Shogakko), 3 anos de Escola Ginasial (Chugakko), 3 anos de Colegial (Koko) e 4 anos de Universidade (Daigaku) ou 2 anos de Universidade de curto período (Tanki daigaku).

Os 9 anos de educação em escola primária e ginasial são obrigatórios. Mas para a entrada no colegial ou universidade, há uma prova de admissão.

Nesta primeira semana de abril, milhares de alunos voltarão às salas de aula em todo o Japão.

E alguns deles, pela primeira vez.

 

Mochilas em várias cores (Foto: Alexandre Ezaki)

 

Para aqueles que vão entrar na primeira série (ichinensei), além da expectativa natural de fazer novos amigos e aprender coisas novas, existe um objeto em comum que desperta vários sentimentos de alegria na criança: a tradicional mochila quadrada japonesa, chamada de Randoseru.

Confira a seguir a história da mochila e dicas de como escolher a ideal para seu filho.

Material

Randoseru (ランドセル) é uma mochila feita de couro ou material sintético semelhante ao couro.

Tradicionalmente, é dada à criança no início do primeiro ano escolar, quando ela usa a mesma bolsa até a 6ª série.

A explicação mais comum é que o nome vem do holandês ransel ou do alemão ränzel, que significa ¨mochila¨.

Uma randoseru típica mede aproximadamente 30 cm de altura, por 23 cm de largura, por 18 cm de profundidade. Quando vazia, pesa aproximadamente 1,2 kg.

As mochilas possuem laterais em couro rígido e compartimentos internos divididos. Fecham com uma longa aba que percorre todo o comprimento da bolsa e prende na parte inferior.

Para aumentar a segurança no trânsito das crianças que vão e voltam da escola caminhando, muitas cidades começaram a trabalhar com o Instituto de Segurança no Trânsito (交通安全協会kōtsū anzen kyōkai ) para distribuir coberturas plásticas amarelas ou verde-limão, que cobrem a mochila para aumentar a visibilidade.

A maior parte da produção de randoseru é feita à mão.

Uma randoseru é construída com um corpo de peça única e cerca de 200 acessórios, uma combinação de materiais cortados e placas de suporte de uretano. A montagem envolve crimpagem, costura à máquina, perfuração de cada alça de ombro e rebitagem.

Embora as cores tradicionais de vermelho para meninas e preto para meninos sejam obrigatórias para algumas escolas (geralmente particulares), muitas instituições educacionais permitem que as famílias escolham a cor, marca e material que desejarem.

História

O uso da randoseru começou no final do período Edo.

Junto com uma onda de reformas ocidentais nas forças armadas japonesas, a mochila foi introduzida como uma nova maneira de os soldados de infantaria carregarem sua bagagem.

Em 1885, o governo japonês e o Gakushuin Elementary School tiveram a iniciativa de utilizar a randoseru como modelo de mochila padrão para todos os estudantes do ensino fundamental.

 

Preços são variados (Foto: Alexandre Ezaki)

 

Em Gakushuin foi proibida a prática de ir à escola em carros e riquixás, promovendo a ideia de que os alunos deveriam levar seus próprios equipamentos e ir à escola a pé. Neste momento, a bolsa parecia mais uma mochila normal.

Isso mudou em 1887. O príncipe herdeiro da época ganhou uma mochila ao entrar na escola primária. Para homenagear os soldados do país, o formato da mochila lembrava as mochilas usadas nas forças armadas. Isso imediatamente se tornou moda e a forma foi se adaptando ao modelo atual.

Embora fossem muito caras para a pessoa comum durante o início do século XX, com a ascensão econômica do Japão após a Segunda Guerra Mundial, o uso da randoseru se espalhou para estudantes de todo o país.

Cor

Em escolas mais conservadoras, a cor, a marca e o design são obrigatórios, geralmente com vermelho como cor tradicional para meninas e preto para meninos.

Versões mais coloridas como rosa, marrom, azul escuro, verde, azul e até bicolor também estão disponíveis. Essas variedades existem desde a década de 1960, mas venderam mal devido à mentalidade de bloqueio do sistema educacional que gradualmente começou a mudar no início dos anos 2000.

Numa pesquisa de 2021, o roxo foi a cor mais popular para as meninas, seguida pelo vermelho, rosa e azul claro. Para os meninos, o preto ficou em primeiro lugar, seguido pelo azul marinho, azul e verde.

Uma dica. Lembre-se também de pensar em como a cor provavelmente se desgastará com o tempo. As cores claras podem mostrar mais sujeira do que uma cor mais escura, enquanto as marcas de arranhões são mais visíveis em cores mais escuras.

Avalie também que a mochila deverá ser usada durante 6 anos. Mesmo que uma criança mais nova queira uma bolsa rosa bebê brilhante, talvez quando estiver um pouco mais velha não goste tanto.

Além disso, uma bolsa com um design simples, em vez de uma moderna ou excessivamente enfeitada, pode fazer uma transição mais perfeita.

Preço

A randoseru é vendida em lojas de departamento, como Aeon, e lojas especializadas em couro e até redes, como Nitori.

Dependendo de suas preferências e orçamento, há uma variedade de fatores a serem considerados ao comprar uma dessas bolsas.

 

Não faltam opções para os estudantes (Foto: Alexandre Ezaki)

 

A durabilidade e importância da mochila se refletem em seu custo.

O preço varia de ¥ 10.000 a ¥ 100.000 (geralmente para versões de luxo).É uma boa ideia definir seu orçamento para que você possa se concentrar no mercado de bolsas de sua escolha.

Além disso, não tenha medo, porque em todos os preços, há muitos estilos e cores para escolher.

Tradicionalmente, muitos avós no Japão compram randoseru como presentes para seus netos.

Mas se a grana está curta, tem uma saída. Frequentemente a randoseru pode ser encontrada em sites de leilão em condições novas ou usadas, a preços muito mais baixos, especialmente após o início do ano letivo japonês, em abril.

 

Fonte: Savvy Tokyo e Wikipedia

 

Jornalistas brasileiros recebem homenagem no Japão

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Noite foi de memórias e novos projetos

 

Quem sempre esteve na busca da informação, dessa vez virou notícia.

Na noite de sábado, 1º, foi realizada a ¨1ª Homenagem aos Jornalistas e Mídias da Comunidade Brasileira¨, evento idealizado pelo jornalista Silvio Mori e realizado pelo Consulado-Geral do Brasil em Hamamatsu (Shizuoka) em parceria com o Portal Japão.

A comemoração foi alusiva ao Dia do Jornalista, celebrado em 7 de abril e instituída pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

Cerca de 80 pessoas participaram da festa, que aconteceu no Café Tournez La Page, em Hamamatsu. A apresentação foi de Vanessa Handa.

Os patrocinadores foram Eureka Japan, Casa da Sogra, Avance, Out-Sourcing, Aliena Corporation, Hiro World, Mundial Foods, Agência Ichiban, Linda Store, Infi 21, GK Service, Matsuura Giken, Oriente Film e Kowa.

MPB e Bossa Nova

A noite começou com a apresentação de música popular brasileira e bossa nova, com a dupla Michele Costa e Edison Maisatto.

A cantora Michele Costa é Bacharel em Música, Canto e Arte Lírica, formação pela USP no Brasil. Ela atua na área musical como Preparadora Vocal, Regente de Coro, Produtora Musical, Pianista e Arranjadora.

 

Michele e Edison se apresentaram no evento (Foto: Alexandre Ezaki)

 

Michele se mudou para o Japão há 9 meses e recentemente lançou seu novo álbum autoral nas plataformas digitais, chamado ¨Intuição¨.

E Edison Maisatto é músico autodidata, amante da Bossa Nova e da música popular brasileira. Atuou no Japão juntamente com a esposa, a cantora Cris Maisatto, durante mais de 20 anos.

Com ela apresentou-se no programa Entrance Concert, na empresa de televisão Nara TV, um programa de uma hora de música brasileira. A participação no programa ¨24 Televison¨ é equivalente ao ¨Criança Esperança¨ do Brasil.

Com o produtor Sussumu Asakura sempre nos bastidores, culminou com a gravação de um CD da esposa Cris Maisatto, intitulado ¨Falando de Amor¨, apenas com músicas de Tom Jobim, com participação especial do Maestro e pianista francês Gilles Gambus,  da extinta Orquestra Paul Mauriat.

Vários projetos

O Cônsul Aldemo Garcia abriu os discursos da noite, lembrando que a iniciativa foi do jornalista Silvio Mori e de Elisa Nakakusu, do Portal Japão.

Ele disse que sempre procurou prestigiar a mídia comunitária. ¨É muito importante para a informação da nossa comunidade¨.

Há dois anos à frente do Consulado de Hamamatsu, agradecendo e elogiando a equipe ¨que resolve todos os problemas¨ do órgão governamental, Aldemo afirmou que pode fazer um algo mais.

¨Isso possibilita a gente criar e apoiar mesmo as ideias mais absurdas que aparecem. Em 2022, por exemplo, realizamos as Olimpíadas Escolares e o Brazilian Day Hamamatsu¨, relembrou.

Aldemo agradeceu a presença da mídia japonesa no evento, lembrando que antigamente havia muitas notícias ruins sobre os brasileiros, mas que atualmente são publicadas várias menções positivas.

 

Cônsul Aldemo Garcia agradeceu aos jornalistas (Foto: Alexandre Ezaki)

 

Também destacou projetos como o Espaço do Trabalhador Brasileiro; o Bossa Brasil, que procura trazer o melhor da música brasileira; os Jogos Escolares Brasileiros que vão acontecer em 22 de julho em Fukuroi; nos dias 16 e 17 de setembro haverá a segunda edição do Brazilian Day Hamamatsu, que já confirmou a presença de Lisa Ono no primeiro dia; a criação do coletivo Arte Brasil, com 30 artistas brasileiros participando de um catálogo que será lançado em dois meses; e o CD Bossa da Comunidade, cujo objetivo é promover os talentos brasileiros para o público japonês.

¨O mais ambicioso é o projeto Casa Brasil-Japão, um centro cultural. Os japoneses têm 400 centros culturais no Brasil, então vamos começar o nosso primeiro aqui, em Hamamatsu¨, comemorou Aldemo.

Mensagens

Em seguida, jornalistas que já passaram pelo Japão como correspondentes das principais emissoras do Brasil, mandaram mensagens em vídeo aos que ainda estão por aqui.

Márcio Gomes, ex-correspondente da Rede Globo e atualmente na CNN Brasil, falou da importância do trabalho jornalístico: ¨Levar cultura, informação, comunicação, dicas de sobrevivência. O trabalho do jornalista é transmitir o que é importante¨.

Cintia Godoy, correspondente da Record de 2013 a 2020, disse que tem saudades eternas do Japão e dos brasileiros. ¨As matérias que eu mais gostava de fazer eram as com a nossa comunidade, que me deram o privilégio de ouvir e aprender¨, agradeceu.

O jornalista Carlos Gil foi o próximo, correspondente da Globo no Japão que cobriu pautas importantes, como a pandemia do Coronavírus e os Jogos Olímpicos de 2020 (realizados em 2021). ¨Assim que possível voltaremos para abraçar todos os amigos que deixamos.¨

Entre 2011 e 2013, André Tal foi o correspondente da Record no país, e ele aproveitou para engrandecer a profissão. Fernando Jordão, do SBT News, enalteceu o trabalho dos jornalistas e da correspondente Erika Okazaki, uma das homenageadas.

 

Márcio Gomes falou da importância do trabalho jornalístico (Foto: Alexandre Ezaki)

 

Alberto Gaspar e outros três correspondentes lembraram das dificuldades do trabalho anos atrás, sem Google, sem telefone celular, com a internet primitiva. ¨Viva o Dia do Jornalista¨, concluiu.

Discursos e emoção

O primeiro jornalista homenageado foi Osny Arashiro, atualmente blogueiro do site Japão Aqui. Mais tarde, numa rede social, ele disse: ¨Foi uma oportunidade de reencontrar antigas amizades e colegas de trabalho. Agradeço também ao Cônsul Aldemo Garcia, o primeiro diplomata a lembrar da nossa profissão e nos homenagear, dando o exemplo de que trabalhamos por uma causa única e que a concorrência entre mídias é apenas sinônimo do bem informar¨.

O discurso mais emocionante da noite foi da correspondente Silvia Kikuchi, desde 2020 na Rede Record de Televisão. Veterana, passou pela mídia impressa e digital.

Ela agradeceu a homenagem e fez questão de falar, com lágrimas nos olhos, que não apenas os jornalistas deveriam ser lembrados neste dia. ¨Quem está lá sentado, quem administra, quem cuida da faxina, do dinheiro, da administração. Todo mundo faz parte desse jornalismo¨, finalizou Silvia.

Neide Hayama tem mais de 30 anos de atuação no jornalismo, com experiência em rádio, jornal, revista, agência de comunicação, mídia social, podcast e assessoria. Ela também emocionou os presentes, primeiro agradecendo ao Silvio Mori, que organizou a festa mas não pôde estar presente e lembrando da importância da comunicação: ¨A ideia foi dele, que batalhou bastante, um cara genial. Dedico essa homenagem para ele. Numa conversa falamos que poderíamos nos unir mais. E assim surgiu a ideia. Vamos nos comunicar¨, sugeriu.

 

Erika Okazaki, correspondente do SBT (Foto: Alexandre Ezaki)

 

Erika Okazaki, atual correspondente do SBT, se define como uma pessoa que nasceu com ¨asas¨ e que até agora conheceu 15 países. Em conversa com dois estudantes de jornalismo presentes à festa, eles falaram que uma pesquisa levantou que um dos cursos que as pessoas mais se arrependiam de fazer era o Jornalismo.

Erika sonhava em ser bioquímica, mas formou-se em Moda e depois em Jornalismo. ¨Nunca imaginei receber uma homenagem dessa, sabendo que posso ser ponte entre Brasil e Japão. É tão gratificante. Por isso tenho certeza que vocês (os estudantes) nunca vão se arrepender de se formarem jornalistas. Nunca esqueçam. O jornalismo é feito por pessoas e pode tocar o coração delas. Tenho certeza que vocês vão ter muita gratidão por essa profissão¨, previu a correspondente.

Mídia japonesa

A mídia japonesa que trata de assuntos brasileiros também foi lembrada.

E três deles estiveram presentes ao Café: Hibino Tsumugi (Shizuoka Shinbun), Ohira Kaname (Asahi Shinbun) e Watanabe Mayumi (Chunichi Shinbun).

Hibino confessou que, por causa da dificuldade da língua portuguesa, achou que não conseguiria cobrir a comunidade brasileira, mas foi bem acolhida e recebeu ajuda. ¨Gostaria de continuar ajudando a comunidade e mostrar aos japoneses a importância dos brasileiros¨, disse.

 

Jornalistas japoneses homenageados (Foto: Alexandre Ezaki)

 

A jornalista Watanabe, que agora está trabalhando em Tóquio, afirmou que mesmo longe quer continuar dando espaço para a comunidade de Hamamatsu e região.

E Ohira afirmou estar assustado com a homenagem. No final de fevereiro, o jornalista conseguiu emplacar uma série de 4 reportagens com a comunidade brasileira, intitulada ¨Vivendo no Japão¨.

Ele explicou: ¨Não coloquei Trabalhando no Japão porque com a baixa natalidade, os estrangeiros estão realmente ajudando o Japão a se erguer novamente. Não apenas trabalhando, mas vivendo aqui¨.

Mídias brasileiras

O trabalho árduo e com dedicação dos jornalistas não teria tanto retorno se as empresas não abrissem espaço para a divulgação das matérias, vídeos, podcasts. Por isso, a mídia brasileira no país foi homenageada pelo Consulado.

 

A Guia JP também foi homenageada (Foto: Cris Ezaki)

 

Rosa Toyonaga, a diretora da Rede Record Japan, falou das dificuldades de manter uma mídia diária. ¨E mesmo assim, conseguimos levar gratuitamente para a comunidade as notícias do Brasil, entretenimento, superproduções¨, afirmou. E ela não agradeceu apenas aos jornalistas. Assim como Silvia, a colega de emissora destacou a importância dos técnicos, pessoal do marketing, R7, jornalistas e todos que fazem parte da Record.

O podcast, mídia que vem crescendo nos últimos anos, também foi lembrado. Carlinhos Vilaronga, da Nabecast Podcast & Multimedia e um dos líderes do Coletivo Podosfera Nipo-Brasileira no Japão, recebeu a homenagem. ¨Nossa galera é formada por mães, pais, pessoal que sai do trabalho noturno (yakin) e ainda grava conteúdo de manhã para entreter e informar a comunidade brasileira¨, pontuou.

A revista Guia JP também foi homenageada. Nossos diretores, Emmanuel Cáceres e Aline Higa, foram representados pelo jornalista Alexandre Ezaki, que recebeu o certificado das mãos do presidente da Kowa, Nelson Saito.

 

Alexandre recebe o Certificado em nome dos nossos diretores (Foto: Cris Ezaki)

 

Homenageados

A seguir, confira a lista completa dos prestigiados com o Certificado do Consulado.

Jornalistas: Silvia Kikuchi; Erika Okazaki; Gilberto Yoshinaga; Neide Hayama; Osny Arashiro; Fumio Almeida Hamasato; Alexandre Ezaki; Ewerthon Tobace; Anna Shudo; Roberto Maxwell; Fátima Kamata; e Thassia Ohphata.

Mídia brasileira: Emmanuel Cáceres e Aline Higa (Revista Guia JP); Hitomi Sano (Revista Boa Dica); Fernanda Tajima (Dia a Dia); Ricardo Tai (Alternativa); Celso Miguel Cardoso (Portal Mie); Rosa Toyonaga (Record TV Japan); Arthur Muranaga (IPC World); e Milton Muranaga (Japão Aqui).

 

Elisa Nakakusu, uma das organizadoras da festa (Foto: Alexandre Ezaki)

 

 

Mídia japonesa: Hibino Tsumugi (Shizuoka Shinbun); Ohira Kaname (Asahi Shinbun); e Watanabe Mayumi (Chunichi Shinbun).

Honra ao Mérito: Cristiano Shiono (CastBRothers Podcast); Carlinhos Vilaronga (Nabecast Podcast & Multimedia); Macsael Oda (Crônicas do Japão); Kiyoshi Miyano; e Robson Scarmanhã.

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10 coisas que você não pode deixar de fazer em Saitama

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Quando se fala em Saitama, a maioria das pessoas se refere, de forma muitas vezes nada elogiosa, “àquela província que fica logo ali no norte de Tóquio”. É o preço que se paga por estar tão próximo a uma das maiores e mais fulgurantes “cidades” do mundo. Aliás, não é só uma mera proximidade. Saitama é uma parte tão natural do crescimento de Tóquio que, na prática, é impossível separar as duas províncias.

Uma intrincada rede de transporte público conecta diversas localidades de Saitama a Tóquio em menos de uma hora de viagem. Excelente notícia para quem trabalha nas áreas mais centrais, melhor ainda para quem faz o caminho inverso. Sim, porque cada vez mais toquiotas estão descobrindo que não faz sentido algum a expressão “dasaitama”, um infame trocadilho feito com as palavras “dasai” (brega, jeca, fora de moda) e o nome da província. Saitama não somente é perto de Tóquio como também oferece centenas de opções para quem pensa em turismo e lazer. Nesta edição, o GUIA JP fez uma lista de dez coisas que você não pode deixar de fazer em Saitama. E não pense que foi fácil. A província tem tantas opções de passeio, gastronomia, arte e lazer que foi difícil fechar a lista. Por isso, pegue essas dicas como um começo e abre os olhos para descobrir uma Saitama que muita gente ainda não sabe que existe!

 

 

1- Ver o Festival Noturno de Chichibu

Chichibu fica no extremo oeste da província e é o maior município de Saitama. A região já foi o centro de uma província histórica do Japão e, por isso, tem uma forte identidade local que se expressa em diversas tradições. A mais resplandecente delas é o Chichibu Yomatsuri, um festival noturno realizado todos os anos nos dias 2 e 3 de dezembro e que atrai mais de 400 mil visitantes por dia para a pacata cidade de pouco mais de 63 mil habitantes.

O centro do festival é o Santuário Chichibu que tem, pelo menos, 1000 anos de história. O prédio principal, por exemplo, foi construído em 1592 sob as graças do então xogum Tokugawa Ieyasu. As belíssimas esculturas de tigres, dragões e outros animais míticos lembram o Toshogu de Nikko. Não é um acaso. Muitas delas foram esculpidas pelos mesmos artesãos que fizeram a fama do santuário dedicado ao fundador do último xogunato da história japonesa. O templo também tem um espaço dedicado à história do evento noturno tradicional mais badalado da província, o Chichibu Matsuri Hall.

Festivais japoneses são conhecidos pelos mikoshi, os andores que são considerados santuários portáteis dentro da fé xintoísta. No Chichibu Yomatsuri, é como se os mikoshi tivessem tomado anabolizantes e ficados gigantescos como carros alegóricos do carnaval carioca. Chamados de dashi, esses carros são ricamente decorados com lanternas que fazem o visitante esquecer o frio das montanhas e acompanhar, embasbacado, o que uma cidade tão pequena pode fazer em nome da fé e da tradição. São seis carros, que representam os bairros da cidade e circulam em direção à praça central, do final da tarde até o início da noite do dia 3.

 

Além dos dashi, os fogos de artifício também se destacam no festival. São quase três horas de queima de fogos! Nem no verão, que é a temporada de hanabi, se vê tanto de uma vez só. Isso faz com que o evento de Chichibu, realizado no começo do inverno, seja uma oportunidade rara, e muito especial, de ver fogos de artifício fora de época. Não é à toa que o Chichibu Yomatsuri é considerado um dos três mais belos festivais japoneses com carros alegóricos, fazendo companhia ao badaladíssimo Gion Matsuri de Kyoto e ao Takayama Matsuri, nas montanhas da província de Gifu.

O festival também é um paraíso para quem curte comida de rua. Nas cercanias do Santuário Chichibu, as famosas barraquinhas estão sempre cheias de delícias como o yakissoba, o takoyaki, o karaagee as maçãs do amor. Não esqueça, também, de provar o porco no missô, uma especialidade da região.

Santuário Chichibu
2 e 3 de dezembro
Saitama-ken Chichibu-shi Banbamachi 1-3
埼玉県秩父市番場町1-3
0494-22-0262
www.chichibu-jinja.or.jp

2- Caçar morangos

Ichigo é morango em japonês. E quem já comeu os famosos morangos de Atibaia, no Brasil, sabe muito bem a diferença entre um morango produzido no Japão e os primos da nossa terra distante. Estando lá, a gente ama, claro. E tem mais que amar, mesmo. É o que tem. Mas, chegando aqui e comendo um morango japonês, toooooooda a percepção que a gente tem sobre a fruta muda. O morango japonês cai no paladar de forma diferente. Ele é mais doce, mais cheiroso e, ainda por cima, é mais bonito, fruto da seleção que os agricultores fazem.

 

Toda essa introdução é necessária porque não existe amante de morango — mesmo o humildezinho que a gente amava lá no Brasil — que nunca tenha sonhado em ter uma plantação à disposição para comer a fruta direto do pé, até cair no chão de satisfação. Bem, no Japão essa versão do paraíso se chama ‘ichigo-gari (いちご狩り), algo que pode ser traduzido como ‘caça aos morangos’.

Saitama é uma das províncias de Kanto com mais lugares para caçar morangos. A Sayama Berry Land é um desses locais, um sítio que há 18 gerações resiste à urbanização da província e segue produzindo alimentos. São sete estufas de morango distribuídas nos 80 mil metros quadrados da propriedade que produz, ainda, mirtilo e cogumelo shiitake, que também podem ser colhidos diretamente, em épocas distintas. As instalações são acessíveis a pessoas com dificuldades de locomoção, com espaço para cadeira de rodas, por exemplo. A temporada de morangos na Sayama Berry Land vai de dezembro a maio e a reserva, recomendável, pode ser feita no site do sítio.

Sayama Berry Land de dezembro a maio
Saitama-ken Sayama-shi Horigane 1262-5
埼玉県狭山市堀兼1262-5
04-2958-8000
www.sayama-sb.com

 

3- Ver os pingentes de gelo

Pingentes de gelo são aquelas formas produzidas a partir do congelamento da água quando esta escorre em gotas. O extremo oeste é a região mais fria da província de Saitama e é ali que a natureza criou um belo espetáculo conhecido como o Misotsuchi no Tsurara, algo como “os pingentes de gelo de Misotsuchi”. Nas encostas da parte mais montanhosa da cidade, às margens do Rio Arakawa, a água que mina vai congelando no inverno formando um belo espetáculo que atrai turistas de várias partes do Japão.

Com o sucesso do Misotsuchi no Tsurara, outras localidades próximas passaram a produzir artificialmente os pingentes de gelo. No Vale de Onouchi, já na vila vizinha de Ogano, a comunidade se organizou para criar um ambiente similar, na área em que uma ponte de madeira atravessa o rio. Os moradores montaram um sistema para borrifar a água nas encostas e, com o frio, as gotas vão se congelando, formando os pingentes. O efeito é incrível!

Tanto o Misotsuchi no Tsurara quanto o Vale de Onouchi são belos mas têm um problema quando o assunto é transporte: ficam em áreas afastadas nas montanhas. Na praticidade, ganham os Pingentes de Gelo de Ashigakubo, que ficam a 10 minutos da estação de mesmo nome, na cidade de Yokoze, vizinha de Chichibu. No local, os pingentes também são formados artificialmente, com o mesmo tipo de borrifadores de água.

Como em cada local as formações são diferentes, visitar os três não parece demais. Ainda mais que as três atrações têm iluminação noturna em dias específicos, o que traz ainda mais beleza e destaque para os pingentes. Quem disse que entrar numa fria não pode ser legal?

Misotsuchi no Tsurara (三十槌の氷柱)janeiro e fevereiro de cada ano (confira as datas antes de viajar)
Saitama-ken Chichibu-shi Otaki 4066
埼玉県秩父市大滝4066

Onouchi Keikoku Hyochu (尾の内渓谷氷柱) 
janeiro e fevereiro de cada ano (confira as datas antes de viajar)
Saitama-ken Chichibu-gun Ogano Kawarasawa
埼玉県秩父郡小鹿野町河原沢

Ashigakubo no Tsurara (あしがくぼの氷柱) janeiro e fevereiro de cada ano (confira as datas antes de viajar)
Saitama-ken Chichibu-gun Yokoze Ashigakubo
埼玉県秩父郡横瀬町芦ケ久保
0494-25-0450

4- Beber kombuchá

Sim, todo mundo fala dele como a mais nova receita milagrosa de saúde dos descolados. Mas, não, o kombuchá não é novidade. A bebida é milenar e tem origens na China e sua fama já corria continentes desde muito antes da internet ser inventada. Ela é citada até na Bíblia. No livro de Rute, há uma passagem em que a personagem que dá nome à obra é convidada pelo proprietário de terras Booz a convida para tomar um vinagre que os historiadores acreditam ser uma versão local do kombuchá.

A bebida probiótica é um fermentado feito a partir da planta do chá, com uma espécie de zoogeleia, ou seja, uma cultura de microorganismos. Pode-se incluir na receita, ainda, açúcar e frutas ou especiarias para saborizar. O resultado é uma bebida refrescante, frisante e cheia de nutrientes que fazem bem à flora intestinal, auxiliam a digestão.E o que tudo isso tem a ver com a província de Saitama?

É que, apesar do nome com tudo para ser japonês, o kombuchá que está bombando mundo afora não é muito popular por aqui. (Aliás, não confundir com o chá feito com a alga kombu que leva o mesmo nome.)  E a única empresa com licença para produzir o fermentado no Japão fica justamente na cidade de Kawaguchi, em Saitama. O Kombucha Ship é a parte da empresa encarregada de apresentar a bebida para o público. No seu tap room(uma espécie bar, onde se pode provar as bebidas), a empresa oferece os três tipos de kombuchá básicos produzidos em Saitama: Original, Yuzu Heads (saborizado com yuzu) e Pinksour Party, que leva hibisco e capim limão. Além disso, a empresa costuma oferecer no local versões sazonais e limitadas. Fino!

Kombucha Ship
Saitama-ken Kawaguchi-shi Ryoke 5-4-1
埼玉県川口市領家5-4-1
048-222-1171
oks-kombuchaship.com

 

5- Tomar saquê

Ogawa é uma pequena cidade no centro da província de Saitama, conhecida pela produção de washi, o tradicional papel japonês. A água é um elemento importante na produção do washi. Uma das características principais da água em Ogawa é a dureza, ou seja, a riqueza de minerais. A cidade fica na base das montanhas de Chichibu que têm como uma das rochas principais o calcário. Quando a água percola pelas rochas calcárias da região, ela fica cristalina o suficiente para servir para o papel e, ao mesmo tempo, rica em minerais. Essa é a água classificada como dura. A condição geológica de Ogawa é rara no Japão e foi o que atraiu Yuemon Matsuoka para a região, ainda no período Edo.

Matsuoka vinha de Echigo, na atual província de Niigata, onde a água também é classificada como dura.  Parte de uma família de produtores de saquê, o homem viu potencial para criar sua própria fábrica na cidade que florescia como entreposto comercial. Assim nasceu a Matsuoka que, anos mais tarde, passou a dar ao seu saquê o nome de Mikadomatsu, usando o caractere que indica nobreza (帝) e o “matsu/松”, ou pinheiro, símbolo de prosperidade.

Atualmente, a Matsuoka produz mais de 40 tipos de bebidas diferentes, algumas delas premiadas com medalhas de ouro em competições nacionais de saquê. Embarcando num movimento de renovação, a empresa tem investido em novos formatos, como saquês saborizados, frisantes e licores. Além disso, a marca tem procurado se aproximar de novos públicos, inclusive atraindo estrangeiros para visitar sua fábrica. As visitas, infelizmente, ainda são só em japonês e é necessário fazer reserva. Mas alguns guias têm organizado visitas com estrangeiros, que saem bastante satisfeitos com a atenção recebida.

 

As visitas guiadas começam com a prova da água da região e mostram, nas próprias instalações da fábrica, como é feita a produção do saquê. O passeio inclui uma olhada nas antigas instalações, da época em que toda a produção era feita de forma artesanal. Nostálgico, o armazém de tonéis antigos mostra como se armazenava o saquê. A fábrica manteve, ainda, uma sala administrativa com os cadernos de registro da produção que eram usados no passado. Após a visita, o mestre-produtor faz a apresentação dos principais saquês da empresa, numa degustação gratuita, e os produtos também estão disponíveis para compra no local. Difícil é sair com uma garrafa só. Ou, ainda, ir embora sem provar o sorvete de saquê.

Fábrica de Saquês Matsuoka
Saitama-ken Hiki-gun Ogawa-machi Oaza Shimofurutera 7-2
埼玉県比企郡小川町大字下古寺7-2
0493-72-1234
www.mikadomatsu.com

 

Como aproveitar o máximo sua viagem fotográfica

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Retratar a essência de um destino de viagem é um verdadeiro desafio para quem sai numa viagem fotográfica. Isso acontece porque, neste caso, fotografamos com o intuito de mostrar ao mundo o lugar como nós o vemos. Não é fácil já que podemos cair na armadilha de ficar deslumbrados com a beleza dos pontos turísticos, das praias, das pessoas e esquecer o principal que é a fotografia da vida.
Com o tempo, a gente aprende que a experiência de vida que se ganha numa viagem dessas é muito mais profunda que a beleza estética de qualquer fotografia que venhamos a tirar. Neste sentido, aquela câmera super nova, aquele tripé caríssimo, aquela objetiva perfeita, aqueles cursos com famosos fotógrafos, aqueles modelos de composição perfeita só podem nos levar até certo ponto. Dali em diante vem aquilo que eu chamo de fotografia da vida que pode ser traduzida naquela que faz o fotógrafo viver novas experiencias, sair da zona de conforto para criar algo verdadeiramente belo. Ela também faz o expectador pensar, refletir, imaginar o que estaria fazendo naquele local, naquele tempo. Paisagens, pessoas, situações, tudo está dentro do espectro deste tipo de imagem.
Partindo disso, deixo algumas dicas para você melhorar a sua experiência de fotografia em viagens.
Viaje só ou muito bem acompanhado
Para muita gente parece triste ou assustadora a ideia de viajar só. Mas ter liberdade é um dos fatores principais para você explorar a fundo o seu destino. Muitas vezes a viagem é desconfortável, passa longe de ser barata e oferece pouquíssimas horas de descanso. Se alguém topar essas condições, então vale a pena a companhia. Caso contrário, prefira viajar sozinho.
Planeje tudo minuciosamente
Pesquise muito, vá à biblioteca, consulte na internet, veja a previsão do tempo, pense em tudo antes de sair em viagem. Em alguns casos, será preciso aguardar muito tempo para fazer uma única foto ou caminhar a pé um longo percurso ou enfrentar um meio de transporte desconfortável. Por isso, esteja preparado para tudo, até mesmo abandonar seus planos iniciais e refazê-los no meio do caminho.
Aprenda algo da língua local
Esse é um dos desafios para quem vai para o exterior. Não que seja necessário chegar fluente, mas ajuda muito saber pelo menos o mínimo para uma comunicação em locais não turísticos. Saudações e agradecimentos são essenciais e ficam ainda mais simpáticos quando feitos na língua local.

Insira-se

Provavelmente a área mais turística será cheia de pompa e pouco reveladora da realidade local. Se você quiser alcançar melhores resultados, vai ter que ir além. Aquele festival nativo, aquela comida caseira, aquela localidade desconhecida  devem estar na sua mira. Outra dica: dedique tempo para experimentar a culinária local. Aprende-se muito da cultura de um povo através da alimentação. Além disso, será possível  acrescentar componentes incríveis à sua fotografia e ganhar uma perspectiva diferente daquela que você já conhece.
Esteja saudável
Existem rotas que pedem um preparo físico razoável, em especial se envolverem subida de montanha. Mas não é raro que uma boa fotografia possa estar justamente naquela descida de caiaque, no alto daquela rua íngreme ou em outra situação que exija um pouco mais do seu físico. Além disso, se você quiser maximizar o tempo para ter muitas imagens, vai ter que se locomover bastante, mais do que o habitual. Então cuide do corpo.
Fuja das altas temporadas
Mesmo que você, como fotógrafo, não esteja interessado num destino turístico badalado, vai acabar ficando refém dos preços de passagens aéreas e hotéis nas altas temporadas. Além de economizar dinheiro, você terá mais respiro para fotografar em locais menos cheios de turistas.
Viva a viagem desde o planejamento
Enfim, viva cada momento da sua viagem. Só esta experiência pode te abrir os olhos para o inusitado. Esteja aberto para a aventura da sua vida. Organize-se para aproveitar de tudo. Acima de tudo saiba que uma boa fotografia de viagem conta uma boa história e nenhum pacote turístico vai te trazer isto. Planeje a sua viagem e escreva você mesmo esse momento especial da sua vida. Cada clique que você fizer será o resultado dessa experiência.
Marcio Saiki – Fotógrafo de fotografias