O poder da compaixão

Leitura obrigatória

Viviane Giroto
Viviane Girotohttps://vivianegiroto.com.br/
Viviane Giroto é especialista em psicopedagogia, psicomotricidade e Sciences et Techniques du Corps, formada pela  ISRP – Paris e Ph.D. em Psicologia pela UFRJ.

A ciência tem nos evidenciado que o cultivo da compaixão é a chave para o contentamento. As principais descobertas referem-se à ativação de um composto químico no cérebro, ligado à euforia, cada vez que praticamos a compaixão.

Quando você sente compaixão por alguém, imediatamente você recebe o sentimento de compaixão em si mesmo. Diferente do que se imagina, quando agimos em direção a aliviar o sofrimento de alguém, a conexão que se estabelece é a do amor, não da dor.

Isso porque a qualidade da conexão se aprofunda nesta situação, quando nos desgrudamos de nós mesmos e, neste ponto, criamos espaço para a alegria se manifestar. Sempre que ficamos muito felizes ocorre isso, nos esquecemos de nós por um tempo.

O sentido da vida torna-se mais claro e abundante quando agimos com gentileza, porque não há nada mais importante do que nos sentirmos importantes. Por isso a compaixão é muito mais do que dar, ajudar, ela pressupõe um entendimento comum da nossa condição humana, que é o sofrimento e o desejo de encontrar a felicidade.

Centros de pesquisas como o da “Compaixão e altruísmo” da Stanford University, (http://ccare.stanford.edu/), desenvolvem há décadas pesquisas relativas ao papel do altruísmo e da compaixão no desenvolvimento do comportamento humano. O que esta nova ciência tem revelado, é que esses valores compõem a nossa natureza humana, são partes verdadeiras de quem somos.

A compaixão é entendida no contexto de cunho religioso há muito tempo, estando muitas vezes associada a um tipo de bondade não disponível na vida real, como uma pessoa santa, por exemplo. A base moral para viver e agir em um mundo compassivo, contudo, exige firmeza e também luta; quando olhamos para madre Teresa, Martin Luther King e Dalai Lama, não temos a imagem de indivíduos fracos, estes são indivíduos poderosos, profundamente compassivos, mas bem poderosos.

O compromisso para se combater injustiças pressupõe uma base moral interna forte e sustentável, que dá a firmeza e a coragem necessárias para agir compassiva e austeramente ao mesmo tempo, uma base ética. A meditação, como projeto de educação emocional, passa pela ética da compaixão.

 

Viviane Giroto

Especialista em Psicopedagogia, Psicomotricidade e Sciences et Techniques du Corps – ISRP – Paris, France

Ph.D. em Psicologia pela UFRJ

https://vivianegiroto.com.br/

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