Vida com propósito: Descubra como encontrar a felicidade no Minimalismo

Leitura obrigatória

MINIMALISMO: FELICIDADE COM O MÍNIMO

É muito fácil ser consumista no Japão, pois a boa renda – apesar de ser à custa de extenuantes horas de trabalho – nos permite. Porém, quanto mais consumimos, mais custos vão sendo agregados em torno desses bens materiais adquiridos. Custo de espaço para armazenar, de mobílias, de seguro contra acidentes etc. e principalmente, custa tempo. Não só para “administrar” os bens, mas principalmente para a aquisição dos bens. Como disse o ex-presidente do Uruguai (gestão de 2010 a 2015) Jose Alberto Mujica Cordano, “quando compramos algo, não pagamos com dinheiro; pagamos com o tempo de vida que tivemos que gastar para ter esse dinheiro.” Com certeza a falta de tempo afeta principalmente a nossa qualidade de vida; ter muitos bens materiais significa ter pouco dinheiro.

Ser minimalista não quer dizer que vai ter menos coisas do que precisa para viver – como fazem as pessoas mais radicais – mas ter o mínimo necessário. E tampouco significa viver na pobreza (ter pouco não é sinônimo de ser pobre). É viver com sobriedade, viver com mais leveza, sem stress.

Como começar?
Vamos começar pelas pequenas coisas da casa – como roupas, sapatos, utensílios domésticos, louças, cutelaria, para depois pensar nas grandes – ou bens mais caros – como carro, móveis grandes, equipamentos ligados ao hobby. Não é muito fácil começar a ser minimalista na prática. Porém, quem trabalha ou trabalhou em fábricas ou em escritórios no Japão, conhece a técnica do “5S” (Seiri, Seiton, Seisou, Seiketsu, Shitsuke), usado para organizar o departamento ou a firma toda e tornar o trabalho mais eficiente ou então para iniciar um programa de qualidade (de produto ou de serviço). Então, usando somente os dois primeiros “S” – o “seiri” e o “seiton” –  já dá para começar muito bem. Seiri significa “separar o que precisa e o que não precisa e descartar o que não precisa”. Descartar é doar, vender, reciclar e quando não tem mais o que fazer, jogar fora. Para objetos pequenos como roupas, louças, utensílios domésticos, ferramentas etc., providencie 3 caixas de papelão. Numa caixa coloque tudo o que é útil e necessário; na 2a. caixa, coloque tudo o que não é mais útil e descarte. Na 3a. caixa coloque as coisas que você tem dúvida se vai descartar ou não (reveja posteriormente, mesmo que seja depois de um mês). A partir daí, no que “sobrou” para ficar, vai ser aplicado o Seiton: distribuir e/ou guardar nos lugares certos e bem organizados para facilitar a busca e ter disciplina para funcionar tudo bem, sempre.

Na parte de bens mais caros, tudo fica bem mais difícil, por exemplo, no caso do carro. Geralmente carros são comprados emocionalmente e não racionalmente como se compram carros utilitários ou de serviço. É o “carrão desejado desde a juventude”, comprado com um grande sacrifício. Mas pense no custo do shaken, da manutenção, do seguro, da mensalidade do estacionamento etc. Na época da crise “Lehman shock” como foi batizado no Japão, aconteceu o “downsizing” (redução de tamanho) e o “downgrading” (redução de categoria) entre muitos brasileiros, mas por necessidade. Quem tinha luxuosas vans, trocaram por carros mais compactos ou até por kei jidōsha (de placa amarela). Por isso, se a pessoa estiver numa situação financeira e econômica estável, dificilmente vai abrir mão desse bem.

Outra coisa muito difícil de entrar na lista a favor do minimalismo, são os smartphones e tablets. Devido à “obsolescência programada”, praticamente não dá para ficar muito tempo com um modelo “antigo”, que funcionaria muito bem, em vias normais. O software fica “pesado” e começam dar falhas diversas, exigindo um hardware mais recente… e assim vai.

Vantagens do minimalismo
A vantagem mais imediata – e mais visível – é a economia de dinheiro. Mas a longo prazo, vai perceber que a maior vantagem mesmo é a sobra de tempo. Sobrar tempo é certamente a melhoria da qualidade de vida. Ainda mais no Japão, onde a grande maioria trabalha muitas horas por dia em fábricas – de 10 a 12 horas ou mais, conforme a época. Não sobra tempo para mais nada além do trabalho, com a conhecida rotina diária: tomar banho, comer, fazer pequenas tarefas e dormir. Não importa se é para homens, mulheres, casais, os problemas são praticamente os mesmos. Sobrar tempo, portanto, é uma verdadeira dádiva. A vida mais simples, com custos mais baixos, não exige o grande sacrifício de trabalhar demais para pagar contas altas.

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