Um apaixonado pelo Japão: é assim que pode-se definir o cantor, ator e compositor Toni Garrido. Poucos sabem, mas sua carreira tem uma ligação forte com a Terra do Sol Nascente. Toni esteve no país quando ainda era um nome de pouca projeção, com o seu primeiro conjunto como artista profissional, a Banda Bel. De lá para cá, já foram outras quatro viagens que sempre deixam marcas, no corpo e na alma do cantor. Há pouco mais de um mês de sua apresentação no Brazilian Day Hamamatsu 2022, o JP Guide conversou por e-mail com Toni Garrido. Confira.
Qual a sua expectativa para voltar ao Japão?
Eu gosto tanto, mas tanto, mas tanto dessa terra. Gosto tanto desse país, dessa nação. Tenho também, de certa forma, gratidão do quanto a gente tem da cultura [japonesa] a partir do êxodo do Japão para cá e, ao mesmo tempo, do êxodo do Brasil para o Japão. Tem muita gente amorosa daqui que vai para aí em busca de uma vida melhor, de um país acolhedor. Minha expectativa quando vou ao Japão é de me divertir muito e, mais que isso, de ficar com a minha alma tomada de amor. Já fui ao Japão quatro vezes para tocar e, duas vezes, eu escolhi o lugar mais distante que eu poderia escolher para passar férias ou para passear. Gosto tanto daí que eu poderia ir para o Caribe que é pertinho. Mas escolhi ir para o Japão. Amo muito esse lugar e a expectativa que eu tenho é de voltar mais feliz para casa.
Que memórias você tem das outras vezes em que tocou aqui no país?
Cada vez que eu vou, tenho uma memória diferente. Da última vez que eu fui, a 4 ou cinco anos atrás, fiquei tão feliz com o que aconteceu que, em Tóquio, no último dia, tive que fazer tatuagens para marcar a minha passagem. Foi a primeira vez que eu tatuei os nomes das minhas filhas, Vitória e Isadora, um em cada ombro. Elas não estavam comigo, mas queria que elas sentissem a alegria que eu estava sentindo. Está no meu corpo essa minha última viagem ao Japão.
Na primeira vez que fui ao Japão, eu nunca tinha saído da minha cidade, o Rio de Janeiro. Nunca tinha pego avião. Eu tinha uma banda, a Banda Bel, e a gente viu um anúncio, no jornal, de um festival chamado One World Pop Festival. Eles colocaram anúncios no mundo inteiro para recrutar bandas. A gente se inscreveu e, um dia, recebeu uma carta dizendo que a banda tinha sido selecionada entre trezentas. Daí, a gente foi recebendo outras cartas dizendo que estávamos dentre os 100, dentre os 80, dentre os 25. A gente acabou sendo um dos três selecionados da América Latina, junto com uma banda da Argentina e outra do Peru. Isso foi em 1989, se eu não me engano. A gente foi para o festival e a primeira vez que eu peguei um avião na vida, a primeira viagem que eu fiz na vida, não foi para ir a São Paulo. Foi para ir para o Japão! Ganhei o prêmio de melhor intérprete do festival e juntei com o dinheiro da galera e a gente ficou morando dois meses morando em Nova Iorque. Daí começou a minha história de amor com o Japão.
Toda vez que eu vou ao país, gosto de visitar um restaurante em Nagoya. É um sushi de um casal de 80 anos de idade, uma casa pequenininha que me enche de alegria. Eles me tratam com muito carinho e se lembram de todas as vezes que eu fui lá. Só sinto que a viagem está completa quando passo no restaurante para dar um abraço nos donos e me sento para comer um pouco da comida deles.
“Toda demanda é
demanda de amor.
Qual vai ser o repertório do show do Brazilian Day?
Uma vasta seleção de canções muito importantes, muito memoráveis do Brasil. É um show de canções, mesmo. Dançante pra caramba, da primeira à última música e é uma memória viva de casa que eu acho que a galera vai gostar muito.
O que o público deve esperar do show do Brazilian Day Hamamatsu 2022?
Irmão, é amor. Vou atravessar o mundo para dar amor, trocar amor, receber amor. Para mim, toda demanda é demanda de amor. Todo ato é em prol do amor. Cantar para mim é amor puro. Visitar vocês vai ser maravilhoso e não vejo a hora. Fiquem com Deus. Beijo!