Roberto Maxwell, Autor em JP Guide https://jpguide.co/author/robertomaxwell/ Site de suporte ao residente no Japão. Conteúdos exclusivos de turismo para quem busca qualidade de vida e boas experiências no país. Sat, 13 Apr 2024 00:24:10 +0000 pt-BR hourly 1 https://jpguide.co/wp-content/uploads/2022/08/cropped-cropped-logo-jp-32x32.png Roberto Maxwell, Autor em JP Guide https://jpguide.co/author/robertomaxwell/ 32 32 Vencedora do Grammy Latino, brasileira se apresenta em abertura de festival em Kyoto https://jpguide.co/vencedora-do-grammy-latino-brasileira-se-apresenta-em-abetura-de-festival-em-kyoto/ https://jpguide.co/vencedora-do-grammy-latino-brasileira-se-apresenta-em-abetura-de-festival-em-kyoto/#respond Sat, 13 Apr 2024 00:17:35 +0000 https://jpguide.co/?p=32504 Aplausos calorosos receberam a cantora Xênia França em sua primeira apresentação no Japão. A baiana fez um pocket show com quatro músicas na cerimônia de abertura dos festivais Kyotographie e Kyotophonie. O evento foi realizado na noite desta sexta-feira, 12, no Kyoto Budo Center, uma arena de artes marciais na antiga capital japonesa. Apresentada no […]

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Aplausos calorosos receberam a cantora Xênia França em sua primeira apresentação no Japão. A baiana fez um pocket show com quatro músicas na cerimônia de abertura dos festivais Kyotographie e Kyotophonie. O evento foi realizado na noite desta sexta-feira, 12, no Kyoto Budo Center, uma arena de artes marciais na antiga capital japonesa.

Apresentada no palco do festival como um dos principais nomes da nova geração de intérpretes da música brasileira, Xênia França abriu a sua performance com “Luz do Sol”, canção de 1985, composta pelo seu conterrâneo Caetano Veloso. A cantora se apresentou acompanhada ao piano do seu maestro, Fábio Leandro, para uma plateia composta por artistas, jornalistas e autoridades como o prefeito da cidade de Kyoto, Koji Matsui, e o governador da província, Takatoshi Nishiwaki. Representando o governo brasileiro no evento esteve presente o conselheiro para assuntos culturais, Romero Maia.

Líder indígena Davi Kopenawa com sua tradutora em discurso na abertura do Kyotographie (foto: Roberto Maxwell)

Além da apresentação de Xênia, o Brasil ganhou destaque no evento com a fala do líder indígena Davi Kopenawa, que está no país como representante da exposição “A Luta Yanomami” da fotógrafa suíço-brasileira Claudia Andujar. As fotografias, acompanhadas por vídeos e ilustrações feitas pelos índios da etnia, são parte do festival Kyotographie e estarão abertas ao público a partir do sábado, dia 13.

Vencedora do Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Pop Contemporâneo, Xênia França canta com banda completa em data única no domingo, dia 14, como parte do festival musical Kyotophonie. Serão duas apresentações, às 13 e às 16:30, no auditório do Templo Higashi-honganji, em Kyoto. Os ingressos estão à venda pelo site do festival.

A cantora Xênia França na entrada da festa de lançamento do Kyotographie 2024 (foto: Ilana Lichtenstein/cedida)

A reportagem viajou a convite da organização do evento.

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Brasil é destaque em festival de fotografia em Kyoto https://jpguide.co/brasil-e-destaque-em-festival-de-fotografia-em-kyoto/ https://jpguide.co/brasil-e-destaque-em-festival-de-fotografia-em-kyoto/#respond Thu, 11 Apr 2024 10:42:45 +0000 https://jpguide.co/?p=32473 Primavera em Kyoto não é apenas sinônimo de belas floradas de cerejeira. É também a época em que a cidade recebe um dos mais importantes festivais de fotografia do Japão, o Kyotographie. Em sua 12ª segunda edição, o evento ocupa 12 espaços icônicos da cidade, incluindo o Castelo de Nijo e o Museu de Arte […]

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Primavera em Kyoto não é apenas sinônimo de belas floradas de cerejeira. É também a época em que a cidade recebe um dos mais importantes festivais de fotografia do Japão, o Kyotographie. Em sua 12ª segunda edição, o evento ocupa 12 espaços icônicos da cidade, incluindo o Castelo de Nijo e o Museu de Arte Kyocera, com 13 exposições principais de artistas de todo o planeta e uma série de outras atividades, algumas delas gratuitas.

Com o tema “Origem”, o Kyotographie 2024 vem dando grande destaque à exposição “A Luta Yanomami” da fotógrafa suíço-brasileira Claudia Andujar. Radicada no Brasil desde 1955, depois de fugir dos horrores da Segunda Guerra na Europa e de uma temporada nos Estados Unidos, Andujar iniciou uma relação com os indígenas brasileiros em 1958, por sugestão do antropólogo Darcy Ribeiro. Sem formação acadêmica na fotografia, elausava seu olhar pessoal e intimista para estabelecer relações com os locais, não apenas no Brasil, mas em outros países ds América do Sul.

foto: Claudia Andujar, cortesia do Instituto Moreira Salles

Foi somente em 1971, já com experiência e muitas publicações na área da fotografia, que Andujar chega aos yanomami, na Amazônia. A relação de décadas com o povo levou a fotógrafa a ser uma das mais conhecidas e aguerridas ativistas pelos direitos e pela demarcação de terras indígenas. Ela chegou, inclusive, a  enfrentar a ditadura militar que a proibiu de visitar os yanomami no final dos anos 1970.

O povo enfrenta dificuldades na região amazônica há décadas e desembarcou nas manchetes no final de 2022 após denúncias de abandono por parte das autoridades. Os yanomamis brasileiros vivem numa área de cerca de 9 milhões de hectares nos estados do Amazonas e Roraima. A Terra Indígena Yanomami é demarcada desde os anos 1990 e abrange, ainda, três áreas de conservação ambiental. No entanto, os yanomamis têm visto seu território invadido por não-indígenas, o que levou à uma crise humanitária ainda sem solução. As obras exibidas fazem parte de uma retrospectiva de Claudia Andujar e mostram não apenas o modo de vida do povo amazônico como, também, servem de alerta para a situação atual.

Eventos paralelos

Acompanhando a obra de Claudia Andujar, o Kyotographie recebe também o líder yanomami, xamã e escritor Davi Kopenawa. Ele deve participar de uma série e eventos no Japão. Uma das vozes mais importantes pelo direitos dos povos originários no continente americano, Kopenawa estará na abertura da exposição, dia 13 de abril, num bate-papo com Thyago Nogueira, curador e diretordo Instituto Moreira Salles, no Brasil.

O líder yananomami Davi Kopenawa (foto: cedida)

O xamã também fará o discurso de abertura dos shows da cantora Xênia França no evento paralelo Kyotophonie. Vencedora do prêmio de Melhor Álbum de Pop Contemporâneo no Grammy Latino no ano passado, a baiana se apresenta no dia 14 em duas sessões no Higashi-Honganji, um dos templos budistas mais importantes de Kyoto.

O Kyotographie estreia no dia 13 de abril em diversos locais na cidade. A mostra vai até o dia 12 de maio. Além do evento fotográfico principal, está sendo realizado nas mesmas datas o KG+, um evento paralelo com 120 exposições de artistas iniciantes espalhadas pela cidade. Já o festival sonoro Kyotophonie tem programação musical no fim de semana de 13 e 14 de abril e uma instalação sonora que estará aberta até o dia 12/05.

A cantora Xênia França faz duas apresentações em data única em Kyoto (foto: cedida)

Os ingressos são vendidos individualmente, por exposição, com preços que variam de ¥600 a ¥1200. Um passporte promocional que dá direito a uma entrada em cada exposição não-gratuita durante todo o período do festival está a venda até o dia 12 de abril por ¥5500. Já o Express Passport permite diversas entradas em todas as exposições pagas durante todo o período do evento, com prioridade de acesso garantida. Ele custa ¥15000.

Os ingressos para o show de Xênia França estão disponíveis aqui.

A programação completa, incluindo os eventos e exposições gratuitas, bem como as formas de compra dos ingressos para o festival, podem ser acessados aqui.

A reportagem viajou a convite da organização do evento.

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Numa fria pelo Japão https://jpguide.co/numa-fria-pelo-japao/ https://jpguide.co/numa-fria-pelo-japao/#respond Sat, 09 Mar 2024 00:28:19 +0000 https://jpguide.co/?p=32360 Ainda pouco conhecido por atrações de natureza, o Japão é uma potência de inverno ainda a ser descoberta. No inverno, o Japão se transforma em um paraíso para os amantes de esportes radicais, com suas montanhas cobertas de neve e uma cultura rica em tradições de esqui. Montanhoso e com um clima propício, o país […]

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Ainda pouco conhecido por atrações de natureza, o Japão é uma potência de inverno ainda a ser descoberta.

Japão

No inverno, o Japão se transforma em um paraíso para os amantes de esportes radicais, com suas montanhas cobertas de neve e uma cultura rica em tradições de esqui. Montanhoso e com um clima propício, o país oferece uma ampla gama de estâncias de esqui, em especial nas províncias localizadas ao norte de Tóquio. E o melhor: aliada à qualidade da neve e das pistas, as estações de esqui japonesas são conhecidas também pela hospitalidade e pela boa gastronomia. Nesta edição, o GUIA JP traz uma lista com as melhores localidades para você se aventurar pela neve na Terra do Sol Nascente. Embarque conosco nesta jornada e descubra as maravilhas que as estâncias de esqui do Japão têm a oferecer.

Myoko Kogen

Localizada na região de Niigata, Myoko Kogen é uma das estâncias de esqui mais antigas e populares do Japão. Formada por nove estâncias e tendo como centro a vila de Akakura, a região oferece paisagens deslumbrantes, neve de alta qualidade e uma atmosfera acolhedora de cidade de montanha. Com uma grande variedade de pistas para esquiadores de todos os níveis, Myoko Kogen também é conhecida por suas trilhas de backcountry, como são chamadas as zonas periféricas fora das pistas de esqui, mas que ainda são boas para a prática do esporte. Quem pensa em fazer algo menos aventureiro pode participar de alguma tour de snowshoeing, caminhadas na neve com encaixes especiais para os sapatos.

Naeba

Favorita entre locais e turistas, Naeba também fica em Niigata, numa localidade com excelentes pistas bem próxima de Tóquio. Aliás, só para constar, a zona de esqui é ocupada no verão pelo Fuji Rock Festival. No inverno, o local é ótimo não só para esqui e snowboard, mas, também, para quem quer pegar leve em passeios de snowmobile e trenós. Em Naeba também fica o teleférico mais longo do Japão, o Dragondola, que atravessa as montanhas locais por quase 6 km de extensão. No outono, a paisagem local, com o envelhecimento das folhas, fica impressionante.
Uma das pistas da popular Naeba
Uma das pistas da popular Naeba

Shiga Kogen

 

Esta é a maior estância de esqui do Japão. São mais de 50 quilômetros de pistas interligadas. Localizada nas montanhas de Nagano, é um paraíso para os esquiadores e snowboarders, com uma variedade de terrenos desafiadores e paisagens espetaculares. Não muito distante da zona de esqui fica o Parque dos Macacos de Jigokudani, famoso internacionalmente por oferecer um banho de águas termais a céu aberto para os símios que habitam a região. Já faz um tempo que uma comunidade de macacos-japoneses adotou o local e vive ali em boa interação com os humanos que vêm visitá-los.

Teleféricos em Shiga Kogen
Teleféricos em Shiga Kogen

Appi Kogen

Situada na província de Iwate, Appi Kogen é uma das estâncias de esqui mais faladas do momento, embora ainda não tenha caído no radar dos turistas internacionais. Ou seja, o local ainda é relativamente inexplorado, embora tenha uma rede hoteleira moderna e forte apelo gastronômico. Como neva muito na região, a neve profunda é uma das características das pistas locais. São 21 circuitos para iniciantes e experientes.

 

Vale de Hakuba

Sede principal dos Jogos Olímpicos de Inverno de 1998, Hakuba, em Nagano, se tornou parada obrigatória para quem curte esportes como o esqui e afins. São dez resorts muito bem conectados entre si, o que proporciona experiências em pistas de características diferentes. A região, como outras estâncias já citadas, também é conhecida pelas águas termais para dar aquela relaxada depois do esforço na neve.

 

Nozawa Onsen

Com uma história antiga como resort de águas termais, Nozawa Onsen, também em Nagano, combina esqui de classe mundial com a tradição do omotenashi, a hospitalidade japonesa, nos famosos ryokan. Isso significa que, além de se aventurar na neve, é possível mergulhar na atmosfera local através de uma arquitetura única e rústica e ruas estreitas de paralelepípedo. Uma verdadeira viagem no tempo.

Vista da estância de Nozawa Onsen
Vista da estância de Nozawa Onsen

 

Niseko

Mais conhecida estância de esqui do Japão, Niseko, em Hokkaido, se tornou o principal destino de esportes de neve do Extremo Oriente por causa da neve no estilo powder — formada por cristais de gelo secos e, portanto, mais macia. A estância cresceu tanto que, nos últimos anos, se tornou um disputado estilo de luxo, com uma das melhores redes de alta hotelaria do país. Badalada e elegante, Niseko também se destaca na gastronomia e na coquetelaria e atrai turistas de todo o planeta para suas pistas de alto nível, incluindo as de backcountry.

 

Rusutsu

Localizada não muito distante de Niseko, Rusutsu também tem neve de alta qualidade e vastas áreas esquiáveis. Com terrenos para todos os níveis de habilidade, bem como atividades extras como snowmobile e snowbikes, além de pesca no gelo, Rusutsu procura se diversificar para concorrer com a vizinha mais famosa. Um dos destaques é o Parque Infantil Crayon Shinchan que passa longe dos lápis de cera (crayon em inglês) e oferece muita diversão para a garotada.

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Onsen: o calor aconchegante das entranhas do Japão https://jpguide.co/onsen-o-calor-aconchegante-das-entranhas-do-japao/ https://jpguide.co/onsen-o-calor-aconchegante-das-entranhas-do-japao/#respond Fri, 19 Jan 2024 17:31:25 +0000 https://jpguide.co/?p=32204 ONSEN – O calor aconchegante das entranhas do Japão Autênticos refúgios termais do Japão, os onsens são tesouros naturais que transcendem a mera indulgência física. Para os japoneses, essas fontes de águas termais representam mais do que um banho revigorante. Elas são portais de entrada para uma profunda conexão do indivíduo consigo mesmo e com […]

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ONSEN – O calor aconchegante das entranhas do Japão

Onsen

Autênticos refúgios termais do Japão, os onsens são tesouros naturais que transcendem a mera indulgência física. Para os japoneses, essas fontes de águas termais representam mais do que um banho revigorante. Elas são portais de entrada para uma profunda conexão do indivíduo consigo mesmo e com a natureza.

A popularidade dos onsen se manifesta na rotina diária dos japoneses, que buscam nesses locais não apenas descanso, mas uma imersão em tradições milenares. A atmosfera tranquila e as propriedades terapêuticas fazem dos onsen não apenas um luxo, mas um aspecto intrínseco da vida japonesa.

São mais de 25 mil fontes termais no Japão e a abundância delas é uma dádiva geológica moldada pela posição única do país no globo terrestre. Localizado sobre quatro placas tectônicas, o país fica numa zona de intensa atividade vulcânica. Uma das consequências disso é a formação de uma rede complexa de fontes termais, alimentadas pelo calor emanado do interior do planeta. A dança geológica entre essas placas cria uma sinfonia de atividades sísmicas que, dentre outras coisas, geram as águas termais que jorram em diversos pontos do território japonês. Em outras palavras, é a própria Terra, em sua pulsação geológica, proporcionando santuários de relaxamento.

Com raízes em tradições xintoístas e budistas, os banhos termais são um elemento cultural importante para os japoneses. Registros antigos mostram que membros da corte e da aristocracia faziam caridade usando as águas quentes oferecidas pela natureza. Guerreiros costumavam ir para estâncias termais em busca de cura para os ferimentos adquiridos em batalhas. Rituais religiosos usando as mesmas águas também eram comuns. Essa herança de fé, longe de ser esquecida, evoluiu para uma cultura turística florescente. Os japoneses transformaram as jornadas para estâncias termais em peregrinações modernas, explorando não apenas as águas revitalizantes, mas também absorvendo a atmosfera única de cada local, com seus códigos próprios, incluindo as vestimentas.

Onde no Japão além das estâncias termais que você vai ver as pessoas caminhando pelas ruas de robes e chinelinhos?

Além disso, visitar uma casa de banhos também é uma experiência estética. A arquitetura desses espaços, quase sempre construídos em madeira, é toda pensada para aproveitar a luz natural e criar um ambiente de acolhimento e relaxamento. Isso sem falar nos banhos a céu aberto, os rotemburô, em que é possível se sentir em contato direto com a natureza. Relaxar em águas termais é uma experiência japonesa completa, acessível a todos.

O GUIA JP lista dez das melhores estâncias de águas termais de todo o Japão.

Monstros do Gelo, árvores congeladas em Zao Onsen, Yamagata
Monstros do Gelo, árvores congeladas em Zao Onsen, Yamagata

 

Tokachigawa Onsen (Hokkaido)

Aninhado nas terras geladas de Hokkaido, Tokachigawa oferece não apenas banhos relaxantes, mas a experiência única de imersão nas águas termais enquanto a neve cai suavemente. As águas da região brotam numa área de vegetação rasteira que influencia em sua composição. Por isso, diz-se que os banhos em Tokachigawa são ótimos para a pele.

 

Nyuto Onsen (Akita)

Envolto nas montanhas pitorescas de Akita, Nyuto Onsen é uma das estâncias de águas termais mais originais do Japão. Oito ryokans – pousadas no estilo japonês – oferecem banhos termais com águas de diferentes origens. Porém, a estância ficou conhecida pela cor leitosa dos banhos. Nyuto Onsen é parte do Parque Nacional Towada-Hachimantai, uma bela área de floresta preservada que garante maravilhosos banhos de verde em complemento à imersão nas águas termais.

 

Zao Onsen (Yamagata)

Mais do que uma estância termal, Zao é um espetáculo da natureza. Além de suas fontes ricas em minerais, o local é famoso pelo lago vulcânico Okama, de cor esverdeada. Zao também é um paraíso para os entusiastas de esportes de inverno, com renomadas estações de esqui e vistas panorâmicas da região montanhosa. Além disso, a área é conhecida pela iluminação de inverno dos chamados Monstros de Gelo, árvores que são cobertas de neve e sobrevivem congeladas à estação mais fria do ano.

 

Kusatsu Onsen (Gunma)

Kusatsu Onsen, Gunma
Yubatake, instalação com águas termais em Kusatsu Onsen

Em Gunma, Kusatsu é uma pérola termal conhecida por suas águas sulfurosas e pela atmosfera encantadora da cidade. A atração mais conhecida de Kusatsu é o Yubatake, uma enorme instalação que forma uma cachoeira termal na praça central. A cidade procura preservar as tradições através de apresentações do yumomi, o processo tradicional de resfriamento das águas termais feitos pelas trabalhadoras dos ryokan ao som de uma bela canção.

 

Hakone (Kanagawa)

Owakudani, vale de fumarolas termais em Hakone, Kanagawa
Owakudani, vale de fumarolas termais em Hakone, Kanagawa

Próximo a Tóquio, Hakone é a estância de águas termais preferida dos moradores da capital japonesa. Localizada nas montanhas da província de Kanagawa, o local é um convite ao relaxamento com inúmeras opções de passeio a céu aberto e vistas do Monte Fuji de locais como o Lago Ashi, e a cratera vulcânica de Owakudani. Além disso, a cidade se especializou em arte com vários museus, dentre eles o Hakone Open Air Museum.

 

Shibu Onsen (Nagano)

Macacos curtindo um banho termal no Jikokudani, em Nagano
Macacos curtindo um banho termal no Jikokudani, em Nagano

Esta pequena estância de águas termais situada nas montanhas da província de Nagano é uma joia. Com ryokans e banhos públicos localizados em uma rua estreita, Shibu Onsen é o local mais apropriado para sair batendo perna na rua vestido com os tradicionais yukata e chinelos de madeira. O local é conhecido, também, pelas lojas que oferecem os ovos cozidos lentamente nas águas termais. É comum vê-los sendo preparados em cestinhas na frente dos estabelecimentos. Não muito distante daqui fica o famoso Jigokudani, onde os macacos selvagens desfrutam das águas termais naturais sob os olhos dos visitantes.

 

Arima Onsen (Hyogo)

Entre as colinas da cidade de Kobe fica uma das estâncias de águas termais mais antigas do Japão: Arima. Conhecida por suas águas “de ouro” e “de prata”, nomes atribuídos por causa da cor, a localidade era um retiro onde batia ponto um dos maiores guerreiros samurai do Japão, Toyotomi Hideyoshi. Dos grandes ryokans localizados à margem do Rio Arima, até as ruelas onde ficam restaurantes, templos e santuários, a estância é um dos refúgios preferidos dos moradores de Osaka.

 

Dogo Onsen (Ehime)

Dogo Onsen, o Honkan, é uma das casas de banho mais icônicas do Japão
Dogo Onsen, o Honkan, é uma das casas de banho mais icônicas do Japão

Imortalizado no filme “A Viagem de Chihiro”, a casa de banho que dá nome a esta estância de águas termais da cidade de Matsuyama costumava ser frequentada por membros da Família Imperial Japonesa. A arquitetura impressionante do prédio do século 19 faz de Dogo um destino que atrai turistas de todo o mundo em busca de uma experiência onsen com estética redobrada. A estância, frequentemente citada por poetas e escritores, também é conhecida pelas águas bem mais quentes do que em outras localidades.

 

Beppu Onsen (Oita)

Em Oita, Beppu é um epicentro de fontes termais com uma variedade surpreendente de experiências. De banhos de lama a areias vulcânicas, os visitantes podem explorar as diferentes facetas de relaxamento nas águas de Beppu. Além dos banhos rejuvenescedores, Beppu oferece um circuito com múltiplas fontes termais, conhecidas como “Os Infernos de Beppu”. São sete atrações que usam as águas termais de diversas maneiras para criar espaços de entretenimento. Um gêiser, o único do Japão em zona acessível ao público, e uma fonte de lama borbulhante são alguns dos Infernos.

 

Kurokawa Onsen (Kumamoto)

Esta estância de águas termais é um tesouro escondido nas montanhas da província de Kumamoto. Rodeado por uma paisagem exuberante, o local tem ryokans encantadores – com uma arquitetura que mescla tradição, modernidade e banhos no meio da natureza –, proporcionando uma experiência mais íntima e reservada. O cenário tranquilo e as águas termais cercadas pela natureza fazem de Kurokawa um refúgio idílico, onde os visitantes podem desfrutar da serenidade das montanhas enquanto relaxam.

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Sushi – uma jornada gastronômica japonesa https://jpguide.co/sushi-uma-jornada-gastronomica-japonesa/ https://jpguide.co/sushi-uma-jornada-gastronomica-japonesa/#respond Thu, 26 Oct 2023 20:10:56 +0000 https://jpguide.co/?p=32031 por Roberto Maxwell Verdadeiro embaixador da cultura japonesa, o sushi já atravessou fronteiras e conquistou paladares em todas as partes do globo. É possível dizer quase que com certeza que não existe metrópole no mundo que não tenha pelo menos um restaurante de sushi para chamar de seu. A globalização deste icônico prato japonês vem, […]

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Sushi

por Roberto Maxwell

Verdadeiro embaixador da cultura japonesa, o sushi já atravessou fronteiras e conquistou paladares em todas as partes do globo. É possível dizer quase que com certeza que não existe metrópole no mundo que não tenha pelo menos um restaurante de sushi para chamar de seu. A globalização deste icônico prato japonês vem, inclusive, trazendo inovações para se adaptar aos diferentes paladares mundo afora. Porém, não existe melhor lugar do mundo que o Japão para entender como uma conjunção simples de tão poucos ingredientes pode conquistar o coração de pessoas de todo o planeta. Neste artigo, vamos te levar para uma viagem pelo universo do sushi. Embarque com a gente!

A história do sushi remonta há séculos antes de se tornar um prato internacionalmente conhecido. Originado no Sudeste Asiático como uma forma de preservar peixe, o sushi surgiu praticamente por acaso. Registros apontam que o pescado recolhido no litoral era colocado em “camas” de arroz e transportado para outras regiões, no interior. Sem refrigeração, é óbvio que o peixe ia se deteriorando e as substâncias originárias deste processo se entranhavam no arroz, dando sabor ao cereal que, então, passou a ser consumido junto com o “prato principal”.

Edomaezushi, o sushi que se espalhou mundo afora é nascido em Tóquio.

Edomaezushi, o sushi que se espalhou mundo afora é nascido em Tóquio.
Edomaezushi, o sushi que se espalhou mundo afora é nascido em Tóquio.

Mesmo nascido fora do Japão, o sushi que ganhou o mundo é uma criação totalmente nipônica que surgiu durante o século 19, em Edo, atualmente conhecida como Tóquio. Na época, a atual capital japonesa já era a cidade agitada e ocupada que conhecemos hoje. Por isso, o povo da época não tinha tempo para sentar e ter uma refeição muito longa. Assim, barraquinhas de rua com comida rápida foram ficando cada vez mais populares. Algumas delas passaram a servir o arroz acompanhado com fatias de peixe que, em muitos casos, vinha diretamente do Porto de Edo para serem consumidos rapidamente, ou seja, crus. Assim, surgiu o sushi estilo edomae que, com o advento da refrigeração, passou a ser replicado em diversas partes do país — e do mundo.

No Japão, o sushi é consumido em uma variedade de formas, e a sazonalidade desempenha um papel crucial na escolha dos ingredientes. Embora hoje consigamos ter a maioria dos peixes à disposição ao longo do ano, existem épocas mais indicadas para comer a grande maioria dos peixes que são servidos como neta, a fatia usada no sushi. Um exemplo é o olho-de-boi, que na fase adulta, em que é chamado de buri, fica excelente no inverno quando a carne ganha sabores mais encorpados.

Kanburi, o sushi de olho-de-boi do inverno é mais saboroso.

Kanburi, o sushi de olho-de-boi do inverno é mais saboroso.
Kanburi, o sushi de olho-de-boi do inverno é mais saboroso.

Aliás, a lista de peixes utilizada no sushi é imensa. Para o desespero dos amantes do salmão, o rei dos balcões no Japão é o atum, cuja carne é servida em quatro principais cortes. O akami é a parte mais “musculosa” do peixe e tem coloração mais avermelhada além de notas de sabor levemente ferrosas. O chutoro é a parte da barriga com um pouco de gordura entremeada. Ela é levemente rosada, tem textura mais macia que a do akami e sabores mais leves. Já o ohtoro é a parte mais gordurosa da barriga, derrete na boca e tem um sabor levemente amanteigado. Das sobras que ficam na pele, nos ossos ou nas aparas picadas é feito o negitoro, um sushi cuja carne é temperada com cebolinha.

Três cortes de atum, da esquerda para a direita: akami, chutoro e ohtoro.

Três cortes de atum, da esquerda para a direita: akami, chutoro e ohtoro.
Três cortes de atum, da esquerda para a direita: akami, chutoro e ohtoro.

Fazer sushi é uma arte. Nos restaurantes tradicionais, o treinamento de um profissional de balcão, chamado de “itamae” no Japão, dura pelo menos 10 anos. É o tempo para aprender na prática não apenas o corte do peixe, mas, também, para apurar o olhar na escolha das peças num mercado quase sempre disputado, além de aplicar as técnicas de tempero do peixe e do shari, o arroz avinagrado usado na produção da iguaria.

Um bom profissional de sushi deve ser meticuloso, paciente e ter um profundo conhecimento dos ingredientes e das técnicas envolvidas. Por isso, alguns balcões de cidades japonesas como Tóquio e Osaka se tornaram verdadeiros santuários, tendo seus poucos lugares disputados por comensais do mundo todo que sonham em ter a oportunidade de ver atuando nomes consagrados como Jiro Ono e Takashi Saito. Spoiler: a chance de conseguir comer nos restaurantes desses caras é praticamente nula para a maioria dos mortais. A boa notícia, porém, é que existem centenas de restaurantes servindo sushi de altíssima qualidade em todo o país para aqueles que querem conhecer o prato na terra onde ele nasceu.

 

As muitas caras do sushi

Tão antigo quanto diverso, o prato pode ser encontrado em diversas versões, em todo o Japão. Confira alguns dos tipos de sushi que você pode comer na Terra do Sol Nascente.

Niguirizushi

Nigirizushi

É uma fatia de peixe cru sobre uma pequena porção de arroz temperada, geralmente moldada à mão na forma de um bolinho alongado.

 

Makizushi e uramakizushi

Makizushi e uramakizushi

O makizushi é o sushi enrolado em algas marinhas, com arroz e recheio no interior. Já o uramakizushi (foto) é uma variação em que o arroz fica por fora, coberto com uma camada de peixe ou outros ingredientes.

 

Temakizushi

Temakizushi

Conhecido como sushi de mão, o temakizushi é feito enrolando arroz e outros ingredientes em uma folha de alga para criar uma forma cônica, facilmente segurada e consumida.

 

Chirashizushi

Chirashizushi

Um sushi desconstruído, o chirashizushi leva ingredientes variados, incluindo peixe cru, legumes e omelete, que são espalhados sobre uma tigela de arroz temperado.

 

Oshizushi

Oshizushi

Oshizushi é o sushi prensado, no qual camadas de arroz e ingredientes são compactadas em uma caixa especial, resultando em fatias retangulares. Um dos tipos mais conhecidos de oshizushi é o kakinohazushi (foto), em que cada fatia é enrolada numa folha de caqui.

 

Narezushi

Narezushi

Narezushi é a forma mais antiga de sushi, na qual o peixe é fermentado junto com arroz e sal, desenvolvendo sabores complexos com o tempo

 

 

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Como funciona o passaporte da vacina no Japão? https://jpguide.co/como-funciona-o-passaporte-da-vacina-no-japao/ https://jpguide.co/como-funciona-o-passaporte-da-vacina-no-japao/#respond Wed, 23 Aug 2023 17:57:50 +0000 https://jpguide.co/?p=16247 Com o aumento da número de vacinados mundo afora, os países começam a organizar formas de voltar a aceitar a entrada de pessoas que moram no exterior em seu território. Muitos países têm criado “passaportes da vacina” que estão sendo usados como pré-requisitos para quem pretende visitar outros países a negócio ou mesmo a passeio.  […]

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Com o aumento da número de vacinados mundo afora, os países começam a organizar formas de voltar a aceitar a entrada de pessoas que moram no exterior em seu território. Muitos países têm criado “passaportes da vacina” que estão sendo usados como pré-requisitos para quem pretende visitar outros países a negócio ou mesmo a passeio.  No Japão, o documento se chama Sesshu Shomeisho (接種証明書), algo como “Certificado de Vacinação”. Ele é diferente do Sesshuzumisho (接種済証) — e de seu similar Sesshu Kirokusho (接種記録書) — que é o cartão com dois selos autenticados, entregues logo após o recebimento de cada dose.

O JP Guide explica tudo o que você precisa saber sobre o Sesshu Shomeisho, o passaporte da vacina.

O que é o Sesshu Shomeisho?

É um novo documento emitido pelas prefeituras municipais que certifica que a pessoa portadora tomou as doses recomendadas da vacina contra o novo coronavírus. O Sesshu Shomeisho (接種証明書) é diferente do Sesshuzumisho (接種済証) e do Sesshu Kirokusho (接種記録書), entregues no momento em que o cidadão toma a vacina. A principal diferença é que o Sesshu Shomeisho é bilingue — japonês e inglês. O objetivo é que ele possa ser apresentado para as autoridades internacionais, no momento da entrada em um país estrangeiro.

Para que serve o Sesshu Shomeisho?

Ele serve como comprovante, perante às autoridades estrangeiras, de que o seu portador tomou as doses recomendadas da vacina. Alguns países do mundo estão abrindo suas fronteiras para cidadãos estrangeiros imunizados contra o novo coronavírus. O Sesshu Shomeisho foi criado para que os residentes no Japão possam comprovar que tomaram as doses recomendadas das vacinas disponíveis no país — Pfizer e Moderna. Por isso o documento está sendo chamado de “Passaporte da Vacina”. Com ele, é possível entrar nos países com os quais o Japão firmou acordos — 34 nações até o momento. Isso não quer dizer que o portador do “Passaporte” não tenha que seguir as exigências do país que irá visitar e cada país tem a sua própria lista, dentre elas a obrigação de apresentar um exame negativo para o coronavírus. O governo japonês divulga aqui os países que estão aceitando o Sesshu Shomeisho.

Que informações estão contidas no Sesshu Shomeisho?

O documento contêm, além dos dados pessoais da pessoa portadora, as informações do imunizante recebido, a data e o país de vacinação.

 

Quem precisa solicitar o Sesshu Shomeisho?

Pessoas que pretendem viajar para o exterior são aconselhadas a solicitar o “Passaporte da Vacina”. No entanto, cidadãos brasileiros que pretendem retornar ao país — definitivamente ou a curto prazo — não são obrigados a portar o documento. Porém, vale lembrar que muitas cidades brasileiras estão adotando restrições de acesso a espaços fechados para pessoas não vacinadas. Neste caso, o modo mais fácil de provar que você tomou a vacina no Japão é tendo um documento em inglês que comprove a imunização. Mas vale ressaltar que o Brasil não tem acordo para o reconhecimento do “Passaporte da Vacina” japonês. Em outras palavras, vai valer o bom senso das autoridades no Brasil.

Onde posso solicitar o Sesshu Shomeisho?

O “Passaporte da Vacina” está sendo emitido pelos municípios. Você deve solicitar o seu na prefeitura da cidade onde recebeu a imunização. Cada prefeitura está adotando uma forma de fornecer o passaporte. Em muitos casos, a pessoa solicitante envia os documentos exigidos pelo correio e recebe o passaporte do mesmo modo. Poucas prefeituras estão aceitando os pedidos por via digital — apenas 18 entre as mais de 1700 municipalidades do país, segundo o Nikkei Shimbun. Hamamatsu, na província de Shizuoka, é uma das cidades que está aceitando solicitações de passaporte online.

Como é feita a solicitação do Sesshu Shomeisho?

Na maior parte dos casos, a pessoa interessada envia os documentos solicitados pelo correio, junto com um formulário de solicitação do “Passaporte da Vacina” devidamente preenchido. O formulário, em inglês e japonês, está disponível para download no site dos municípios. No entanto, algumas prefeituras estão emitindo o documento por solicitação presencial. É o caso de Oizumi, na província de Gunma, por exemplo.

Os documentos básicos exigidos na solicitação:

  • cópia da página de identificação do passaporte;
  • cópia do comprovante de vacinação Sesshuzumisho (接種済証) ou do Sesshu Kirokusho (接種記録書);
  • cópia de um documento que funcione como comprovante de residência (Zairyu Card, Carteira de Motorista, My Number Card, dentre outros);
  • formulário de solicitação devidamente preenchido
  • envelope preenchido com nome e endereço, com selo de ¥84, para o envio do “Passaporte”.

O pedido também pode ser feito por representação. Neste caso, é necessário incluir uma procuração simples, assinada pelo solicitante, cujo modelo também costuma estar disponível no site das prefeituras.

Quanto custa a solicitação do Sesshu Shomeisho?

Nada. A emissão do documento é gratuita.

O Japão vai exigir o Sesshu Shomeisho de nós, residentes?

Não necessariamente. Se for necessário comprovar a imunização, basta apresentar o Sesshuzumisho (接種済証) ou o Sesshu Kirokusho (接種記録書), entregues logo após a vacinação. Porém, quem viajar para o exterior pode ter vantagens ao apresentar o “Passaporte da Vacina”, como desconto de tempo na quarentena. Mas isso vai depender, também, do país de onde o residente estiver retornando.

 

Texto: Roberto Maxwell 

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10 coisas que você não pode deixar de fazer em Saitama https://jpguide.co/10-coisas-que-voce-nao-pode-deixar-de-fazer-em-saitama/ https://jpguide.co/10-coisas-que-voce-nao-pode-deixar-de-fazer-em-saitama/#respond Thu, 30 Mar 2023 19:55:36 +0000 https://jpguide.co/?p=7933 Quando se fala em Saitama, a maioria das pessoas se refere, de forma muitas vezes nada elogiosa, “àquela província que fica logo ali no norte de Tóquio”. É o preço que se paga por estar tão próximo a uma das maiores e mais fulgurantes “cidades” do mundo. Aliás, não é só uma mera proximidade. Saitama […]

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Quando se fala em Saitama, a maioria das pessoas se refere, de forma muitas vezes nada elogiosa, “àquela província que fica logo ali no norte de Tóquio”. É o preço que se paga por estar tão próximo a uma das maiores e mais fulgurantes “cidades” do mundo. Aliás, não é só uma mera proximidade. Saitama é uma parte tão natural do crescimento de Tóquio que, na prática, é impossível separar as duas províncias.

Uma intrincada rede de transporte público conecta diversas localidades de Saitama a Tóquio em menos de uma hora de viagem. Excelente notícia para quem trabalha nas áreas mais centrais, melhor ainda para quem faz o caminho inverso. Sim, porque cada vez mais toquiotas estão descobrindo que não faz sentido algum a expressão “dasaitama”, um infame trocadilho feito com as palavras “dasai” (brega, jeca, fora de moda) e o nome da província. Saitama não somente é perto de Tóquio como também oferece centenas de opções para quem pensa em turismo e lazer. Nesta edição, o GUIA JP fez uma lista de dez coisas que você não pode deixar de fazer em Saitama. E não pense que foi fácil. A província tem tantas opções de passeio, gastronomia, arte e lazer que foi difícil fechar a lista. Por isso, pegue essas dicas como um começo e abre os olhos para descobrir uma Saitama que muita gente ainda não sabe que existe!

 

 

1- Ver o Festival Noturno de Chichibu

Chichibu fica no extremo oeste da província e é o maior município de Saitama. A região já foi o centro de uma província histórica do Japão e, por isso, tem uma forte identidade local que se expressa em diversas tradições. A mais resplandecente delas é o Chichibu Yomatsuri, um festival noturno realizado todos os anos nos dias 2 e 3 de dezembro e que atrai mais de 400 mil visitantes por dia para a pacata cidade de pouco mais de 63 mil habitantes.

O centro do festival é o Santuário Chichibu que tem, pelo menos, 1000 anos de história. O prédio principal, por exemplo, foi construído em 1592 sob as graças do então xogum Tokugawa Ieyasu. As belíssimas esculturas de tigres, dragões e outros animais míticos lembram o Toshogu de Nikko. Não é um acaso. Muitas delas foram esculpidas pelos mesmos artesãos que fizeram a fama do santuário dedicado ao fundador do último xogunato da história japonesa. O templo também tem um espaço dedicado à história do evento noturno tradicional mais badalado da província, o Chichibu Matsuri Hall.

Festivais japoneses são conhecidos pelos mikoshi, os andores que são considerados santuários portáteis dentro da fé xintoísta. No Chichibu Yomatsuri, é como se os mikoshi tivessem tomado anabolizantes e ficados gigantescos como carros alegóricos do carnaval carioca. Chamados de dashi, esses carros são ricamente decorados com lanternas que fazem o visitante esquecer o frio das montanhas e acompanhar, embasbacado, o que uma cidade tão pequena pode fazer em nome da fé e da tradição. São seis carros, que representam os bairros da cidade e circulam em direção à praça central, do final da tarde até o início da noite do dia 3.

 

Além dos dashi, os fogos de artifício também se destacam no festival. São quase três horas de queima de fogos! Nem no verão, que é a temporada de hanabi, se vê tanto de uma vez só. Isso faz com que o evento de Chichibu, realizado no começo do inverno, seja uma oportunidade rara, e muito especial, de ver fogos de artifício fora de época. Não é à toa que o Chichibu Yomatsuri é considerado um dos três mais belos festivais japoneses com carros alegóricos, fazendo companhia ao badaladíssimo Gion Matsuri de Kyoto e ao Takayama Matsuri, nas montanhas da província de Gifu.

O festival também é um paraíso para quem curte comida de rua. Nas cercanias do Santuário Chichibu, as famosas barraquinhas estão sempre cheias de delícias como o yakissoba, o takoyaki, o karaagee as maçãs do amor. Não esqueça, também, de provar o porco no missô, uma especialidade da região.

Santuário Chichibu
2 e 3 de dezembro
Saitama-ken Chichibu-shi Banbamachi 1-3
埼玉県秩父市番場町1-3
0494-22-0262
www.chichibu-jinja.or.jp

2- Caçar morangos

Ichigo é morango em japonês. E quem já comeu os famosos morangos de Atibaia, no Brasil, sabe muito bem a diferença entre um morango produzido no Japão e os primos da nossa terra distante. Estando lá, a gente ama, claro. E tem mais que amar, mesmo. É o que tem. Mas, chegando aqui e comendo um morango japonês, toooooooda a percepção que a gente tem sobre a fruta muda. O morango japonês cai no paladar de forma diferente. Ele é mais doce, mais cheiroso e, ainda por cima, é mais bonito, fruto da seleção que os agricultores fazem.

 

Toda essa introdução é necessária porque não existe amante de morango — mesmo o humildezinho que a gente amava lá no Brasil — que nunca tenha sonhado em ter uma plantação à disposição para comer a fruta direto do pé, até cair no chão de satisfação. Bem, no Japão essa versão do paraíso se chama ‘ichigo-gari (いちご狩り), algo que pode ser traduzido como ‘caça aos morangos’.

Saitama é uma das províncias de Kanto com mais lugares para caçar morangos. A Sayama Berry Land é um desses locais, um sítio que há 18 gerações resiste à urbanização da província e segue produzindo alimentos. São sete estufas de morango distribuídas nos 80 mil metros quadrados da propriedade que produz, ainda, mirtilo e cogumelo shiitake, que também podem ser colhidos diretamente, em épocas distintas. As instalações são acessíveis a pessoas com dificuldades de locomoção, com espaço para cadeira de rodas, por exemplo. A temporada de morangos na Sayama Berry Land vai de dezembro a maio e a reserva, recomendável, pode ser feita no site do sítio.

Sayama Berry Land de dezembro a maio
Saitama-ken Sayama-shi Horigane 1262-5
埼玉県狭山市堀兼1262-5
04-2958-8000
www.sayama-sb.com

 

3- Ver os pingentes de gelo

Pingentes de gelo são aquelas formas produzidas a partir do congelamento da água quando esta escorre em gotas. O extremo oeste é a região mais fria da província de Saitama e é ali que a natureza criou um belo espetáculo conhecido como o Misotsuchi no Tsurara, algo como “os pingentes de gelo de Misotsuchi”. Nas encostas da parte mais montanhosa da cidade, às margens do Rio Arakawa, a água que mina vai congelando no inverno formando um belo espetáculo que atrai turistas de várias partes do Japão.

Com o sucesso do Misotsuchi no Tsurara, outras localidades próximas passaram a produzir artificialmente os pingentes de gelo. No Vale de Onouchi, já na vila vizinha de Ogano, a comunidade se organizou para criar um ambiente similar, na área em que uma ponte de madeira atravessa o rio. Os moradores montaram um sistema para borrifar a água nas encostas e, com o frio, as gotas vão se congelando, formando os pingentes. O efeito é incrível!

Tanto o Misotsuchi no Tsurara quanto o Vale de Onouchi são belos mas têm um problema quando o assunto é transporte: ficam em áreas afastadas nas montanhas. Na praticidade, ganham os Pingentes de Gelo de Ashigakubo, que ficam a 10 minutos da estação de mesmo nome, na cidade de Yokoze, vizinha de Chichibu. No local, os pingentes também são formados artificialmente, com o mesmo tipo de borrifadores de água.

Como em cada local as formações são diferentes, visitar os três não parece demais. Ainda mais que as três atrações têm iluminação noturna em dias específicos, o que traz ainda mais beleza e destaque para os pingentes. Quem disse que entrar numa fria não pode ser legal?

Misotsuchi no Tsurara (三十槌の氷柱)janeiro e fevereiro de cada ano (confira as datas antes de viajar)
Saitama-ken Chichibu-shi Otaki 4066
埼玉県秩父市大滝4066

Onouchi Keikoku Hyochu (尾の内渓谷氷柱) 
janeiro e fevereiro de cada ano (confira as datas antes de viajar)
Saitama-ken Chichibu-gun Ogano Kawarasawa
埼玉県秩父郡小鹿野町河原沢

Ashigakubo no Tsurara (あしがくぼの氷柱) janeiro e fevereiro de cada ano (confira as datas antes de viajar)
Saitama-ken Chichibu-gun Yokoze Ashigakubo
埼玉県秩父郡横瀬町芦ケ久保
0494-25-0450

4- Beber kombuchá

Sim, todo mundo fala dele como a mais nova receita milagrosa de saúde dos descolados. Mas, não, o kombuchá não é novidade. A bebida é milenar e tem origens na China e sua fama já corria continentes desde muito antes da internet ser inventada. Ela é citada até na Bíblia. No livro de Rute, há uma passagem em que a personagem que dá nome à obra é convidada pelo proprietário de terras Booz a convida para tomar um vinagre que os historiadores acreditam ser uma versão local do kombuchá.

A bebida probiótica é um fermentado feito a partir da planta do chá, com uma espécie de zoogeleia, ou seja, uma cultura de microorganismos. Pode-se incluir na receita, ainda, açúcar e frutas ou especiarias para saborizar. O resultado é uma bebida refrescante, frisante e cheia de nutrientes que fazem bem à flora intestinal, auxiliam a digestão.E o que tudo isso tem a ver com a província de Saitama?

É que, apesar do nome com tudo para ser japonês, o kombuchá que está bombando mundo afora não é muito popular por aqui. (Aliás, não confundir com o chá feito com a alga kombu que leva o mesmo nome.)  E a única empresa com licença para produzir o fermentado no Japão fica justamente na cidade de Kawaguchi, em Saitama. O Kombucha Ship é a parte da empresa encarregada de apresentar a bebida para o público. No seu tap room(uma espécie bar, onde se pode provar as bebidas), a empresa oferece os três tipos de kombuchá básicos produzidos em Saitama: Original, Yuzu Heads (saborizado com yuzu) e Pinksour Party, que leva hibisco e capim limão. Além disso, a empresa costuma oferecer no local versões sazonais e limitadas. Fino!

Kombucha Ship
Saitama-ken Kawaguchi-shi Ryoke 5-4-1
埼玉県川口市領家5-4-1
048-222-1171
oks-kombuchaship.com

 

5- Tomar saquê

Ogawa é uma pequena cidade no centro da província de Saitama, conhecida pela produção de washi, o tradicional papel japonês. A água é um elemento importante na produção do washi. Uma das características principais da água em Ogawa é a dureza, ou seja, a riqueza de minerais. A cidade fica na base das montanhas de Chichibu que têm como uma das rochas principais o calcário. Quando a água percola pelas rochas calcárias da região, ela fica cristalina o suficiente para servir para o papel e, ao mesmo tempo, rica em minerais. Essa é a água classificada como dura. A condição geológica de Ogawa é rara no Japão e foi o que atraiu Yuemon Matsuoka para a região, ainda no período Edo.

Matsuoka vinha de Echigo, na atual província de Niigata, onde a água também é classificada como dura.  Parte de uma família de produtores de saquê, o homem viu potencial para criar sua própria fábrica na cidade que florescia como entreposto comercial. Assim nasceu a Matsuoka que, anos mais tarde, passou a dar ao seu saquê o nome de Mikadomatsu, usando o caractere que indica nobreza (帝) e o “matsu/松”, ou pinheiro, símbolo de prosperidade.

Atualmente, a Matsuoka produz mais de 40 tipos de bebidas diferentes, algumas delas premiadas com medalhas de ouro em competições nacionais de saquê. Embarcando num movimento de renovação, a empresa tem investido em novos formatos, como saquês saborizados, frisantes e licores. Além disso, a marca tem procurado se aproximar de novos públicos, inclusive atraindo estrangeiros para visitar sua fábrica. As visitas, infelizmente, ainda são só em japonês e é necessário fazer reserva. Mas alguns guias têm organizado visitas com estrangeiros, que saem bastante satisfeitos com a atenção recebida.

 

As visitas guiadas começam com a prova da água da região e mostram, nas próprias instalações da fábrica, como é feita a produção do saquê. O passeio inclui uma olhada nas antigas instalações, da época em que toda a produção era feita de forma artesanal. Nostálgico, o armazém de tonéis antigos mostra como se armazenava o saquê. A fábrica manteve, ainda, uma sala administrativa com os cadernos de registro da produção que eram usados no passado. Após a visita, o mestre-produtor faz a apresentação dos principais saquês da empresa, numa degustação gratuita, e os produtos também estão disponíveis para compra no local. Difícil é sair com uma garrafa só. Ou, ainda, ir embora sem provar o sorvete de saquê.

Fábrica de Saquês Matsuoka
Saitama-ken Hiki-gun Ogawa-machi Oaza Shimofurutera 7-2
埼玉県比企郡小川町大字下古寺7-2
0493-72-1234
www.mikadomatsu.com

 

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Ume – A Flor que Marca o Início da Primavera https://jpguide.co/ume-a-flor-que-marca-o-inicio-da-primavera/ https://jpguide.co/ume-a-flor-que-marca-o-inicio-da-primavera/#respond Tue, 21 Mar 2023 13:19:46 +0000 https://jpguide.co/?p=15007 No Japão, a observação das flores é popular não somente pela beleza do espetáculo que proporcionam mas, também, porque os locais atribuem a elas significados.

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Que os japoneses são apaixonados por flores, nós já sabemos. Isso porque elas são marcos da mudança das estações e da passagem do tempo. No Japão, a observação das flores é popular não somente pela beleza do espetáculo que proporcionam mas, também, porque os locais atribuem a elas significados. Esta simbologia, expressa em poemas, canções e outras obras de arte criam uma relação profunda entre a natureza e a vida humana. No Japão, este senso estético e filosófico é chamado de mono no aware, algo como “consciência da efemeridade das coisas”.

No Japão, as primeiras árvores a florir depois do inverno são as ameixeiras. Por isso, eles têm destaque especial na memória dos japoneses. Antes das cerejeiras conquistarem o coração dos japoneses, durante o Período Edo (1603 – 1808), eram as ameixeiras que mobilizavam os nobres nos hanami, os encontros para observar as flores. Elas estão presentes em milhares de poemas, pinturas, romances e outras obras de arte, produzidas no país ao longo dos séculos.

O nome da atual era do Japão, Reiwa, foi criado através de caracteres encontrados no Man’yō-shū, considerada a mais antiga coletânea poética em língua japonesa, compilada no ano de 759. Os caracteres que formam Reiwa (令和) fazem parte de um poema sobre a flor de ameixeira.

Neste mês promissor do início da primavera,
O tempo está ótimo e o vento, suave
A ameixeira desabrocha como se estivesse num camarim
e a orquídea lança um perfume doce, como um sachê

O nome da era foi tirado das palavras 令月/reigetsu (mês promissor) e 和/yawaragi (suave, gentil) e significa “beleza e harmonia”.

Em uma de suas obras sobre as flores do Japão, o pesquisador e professor Tanaka Osamu diz que não há coincidência na escolha de um poema sobre a flor de ameixeira para a criação do nome da Era Reiwa. A ameixeira é “parte integral das tradições japonesas”, conta ele no livro Nihon no hana wo itoshimu (algo como “o amor pelas flores japonesas”).

“Desde tempos imemoriais, os japoneses esperam com entusiasmo o desabrochar das ameixeiras que há muito vêm aparecendo com destaque nas artes e na poesia”, escreveu ele.

Flores voadoras

Significando “nobreza”, “devoção”, “perseverança” e “pureza de coração”, a flor de ameixeira aparece numa bela lenda que envolve o estudioso o santuário Kitano Tenmagu, um dos mais conhecidos de Kyoto. Sugawara no Michizane era um admirado poeta e pesquisador da segunda metade do século 9 quando caiu em desgraça com a corte imperial e foi mandado para o exílio em Kyushu, a centenas de quilômetros de distância, no sudoeste do Japão.

Na preparação para a partida, Sugawara escreveu uma poema em homenagem à uma ameixeira que ele adorava.

Quando soprarem os ventos do oeste
espalha o teu perfume, ó flor de ameixeira
Mesmo que teu mestre se tenha ido,
nunca te esqueças da primavera

Diz a lenda que a árvore sentiu tantas saudades de Sugawara que voou até ele até o local de seu exílio, onde criou raízes e cresceu. Esta árvore, hoje conhecida como Irotamagaki, pode ser vista no Santuário Dazaifu Tenmangu, na cidade de Fukuoka.

Sugawara, por sua vez, nunca mais voltou a Kyoto. Após a sua morte, no ano de 901, a cidade caiu em desgraça, com praga e seca. Na época, os fenômenos foram atribuídos à injustiça cometida pelo imperador contra ele. Para apaziguar a sua alma, os locais fundaram o Kitano Tenmangu e passaram a reverenciá-lo como a divindade do saber Tenman Tenjin.

O santuário é conhecido pelo belo jardim de ameixeiras e é muito visitado na temporada da floração. A árvore mais sagrada do santuário, chamada de Beni Wakon Bai, é uma ameixeira de 350 anos que, acredita-se, tenha sido plantada a partir de enxerto extraído da árvore amada por Sugawara e que o inspirou em seu poema.

Onde ver as ameixeiras no Japão

As ameixeiras costumam florescer no meado de fevereiro e podem ser vistas até o início de março em parques de várias partes do país. Confira algumas dicas.

IBARAKI
Kairaku-en
Ibaraki-ken Mito-shi Mikawa 1-1251 [mapa]

TÓQUIO
Yushima Tenjin
Tokyo-to Bunkyo-ku Yushima 3-30-1
[mapa]

KANAGAWA
Soga no Sato Bessho Bairin
Kanagawa-ken Odawara-shi Soga Bessho 282 [mapa]

MIE
Inabe-shi Nogyo Koen (Parque Agrícola Municipal de Inabe)
Mie-ken Inabe-shi Fujiwarachotei 717 [mapa]

KYOTO
Santuário Kitano Tenmangu
Kyoto-fu Kyoto-shi Kamigyo-ku Bakurocho [mapa]

FUKUOKA
Dazaifu Tenmangu
Fukuoka-ken Dazaifu-shi Saifu 4-7-1 [mapa]

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Cinco dias em Kagoshima https://jpguide.co/cinco-dias-em-kagoshima/ https://jpguide.co/cinco-dias-em-kagoshima/#respond Wed, 01 Mar 2023 01:51:00 +0000 https://jpguide.co/?p=30806 Dicas imperdíveis para um feriado prolongado na província mais meridional da ilha de Kyushu Janeiro é o mês do aniversário de um dos meus melhores amigos. Ele é meu parceiro de copo e pratos e já viajamos juntos para alguns dos mais remotos locais do Japão. Kagoshima era a única província do país na qual […]

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Dicas imperdíveis para um feriado prolongado na província mais meridional da ilha de Kyushu

Janeiro é o mês do aniversário de um dos meus melhores amigos. Ele é meu parceiro de copo e pratos e já viajamos juntos para alguns dos mais remotos locais do Japão. Kagoshima era a única província do país na qual eu nunca tinha pisado e, por isso, decidi convidá-lo para uma viagem gastro-histórica. Divido aqui com vocês, em forma de diário, os melhores momentos desta viagem.

DIA 1 – Reconhecendo o local

Kagoshima fica na ponta sul da ilha de Kyushu e, por conta de sua posição geográfica, é riquíssima em histórias e paisagens naturais. Chegamos ao aeroporto no final da manhã e o ônibus nos levou até o centro da cidade em cerca de 40 minutos. Era feriado, tudo estava meio morto e fomos procurar um lugar para comer. Num shotengai (calçadão) coberto próximo à estação de Kagoshima-Chuo fomos à procura de um restaurante de tonkatsu muito bem avaliado on-line. A espera era grande. Pegamos a senha e fomos dar uma volta.

Uma das poucas lojas abertas era a Fukae, dedicada ao shochu, bebida típica da ilha de Kyushu. Enfileiradas nas prateleiras, as garrafas coloridas – e inteligíveis para quem não lê japonês – chamam atenção. O shochu é uma bebida destilada que pode ser feita com diversos ingredientes. Em Kagoshima, o tipo mais popular é o imojochu, feito com batata-doce (imo, em japonês). O simpático vendedor apresenta os rótulos com atenção e explicações bem detalhadas e é difícil escolher um só. Deixo para depois.

No passeio pelo shotengai, acabamos encontrando o Kagaribi, um restaurante pequenininho de lámen que chamou nossa atenção. A fome era grande e entramos.

Pilotado por duas mulheres, o que é raro no mundo do lámen, o espaço de 8 lugares serve o tonkotsu, uma sopa feita com ossos de porco e rica em umami. Pedi o prato que leva o nome da casa e recebi uma tigela muito saborosa. Recomendadíssimo! O tonkatsu? Até fomos mas, honestamente, deixa quieto.

DIA 2 – Explorando a cidade a pé

Escolhi o Art Hotel Kagoshima por causa da vista esplendorosa do Sakurajima, o vulcão ativo que é símbolo da província. Acordamos com uma pequena quantidade de fumaça branca saindo da cratera, algo que, fui saber depois, é bem comum. Caminhamos pela beira da baía até o Mercado de Kagoshima com a intenção de tomar o café da manhã por lá. Estava meio tarde, não conseguimos ver o mercado em si e fomos direto para o Ichiba Shokudo. A ideia era comer peixe fresco, mas a foto mais chamativa do cardápio era a do aji fry, o carapau empanado e frito, como uma milanesa. De fato, o peixe chegou crocante e delicioso, muito bem acompanhado de verduras fresquinhas e um molho de pasta de soja missô bem adocicado. Para não sair da tradição, também fomos no chirashizushi, uma tigela de arroz coberta com sashimis diversos. Aqui, o destaque maior era o kaijiru, uma sopa de missô sarada em mariscos, com um sabor excepcional. Valeu muito a pena.

Seguimos na caminhada, desta vez à procura do shoyu local. O molho de soja de Kagoshima é conhecido por ser mais viscoso e adocicado. Nossa primeira visita foi a uma das lojas da Choshiya que produz shoyu desde 1735. Localizada num antigo posto de gasolina, a venda é um espaço supersimples que ganha vida por causa do vendedor e do seu gato. Ele nos ofereceu uma degustação dos produtos da casa que são bem interessantes. Além do shoyu, a Choshiya produz diversos outros molhos, todos à base do original de soja. Valeu a visita.

Mais 30 minutos de caminhada adiante e chegamos ao Monte Shiroyama, uma pequena elevação que oferece uma vista privilegiada para a cidade. A subida, pelo lado do hotel que fica no topo, tem uma escadaria e é bem amigável. O local é ocupado por um parque e a vista de cima é muito bonita, com o Sakurajima em destaque na paisagem. Uma visão inesquecível!

DIA 3 – Circulando o vulcão de bicicleta

O povo local tem muito respeito pelo Sakurajima. “Sakura” é a flor da cerejeira e “jima” é ilha. Hoje conectado a Kyushu por um minúsculo pedaço de terra, o vulcão era cercado de água por todos os lados até 1914 quando uma enorme erupção fez o serviço.

Nos últimos anos, foram tantas erupções no Sakurajima que as pessoas perderam a conta. Mas o Centro de Informações da “ilha” não deixa passar nada. A montanha de 1.117 metros é monitorada com atenção pelos cientistas. Eles consideram erupção toda exalação de cinzas que alcance mil ou mais metros de altura. Ou seja, a fumacinha branca que vimos ontem do quarto não é formada por cinzas. É apenas vapor d’água e, portanto, não se qualifica como erupção.

Da parte central da cidade de Kagoshima, são 15 minutos de barco até a ilha. Alugamos uma bicicleta esportiva no Centro de Informações e partimos para a volta à ilha. Poucos restaurantes estavam abertos e, por isso, levamos uma merendinha. Mas em menos de dez minutos de pedalada encontramos o Lapita, uma sorveteria. Com um interior feito com partes de antigas construções, o local é uma obra de arte em si. A Mana, dona da loja, veio de Tóquio para a ilha realizar seu sonho de morar no local. Os sorvetes dela são impecáveis, mas o de satsuma-imo, a batata-doce local, é cremoso e inesquecível.

Foi a adição de energia que precisávamos para a rota que totaliza 36 km e é cheia de altos e baixos. Além das belas vistas da Baía de Kinko, a imagem do vulcão vai mudando ao longo do trajeto. Num determinado ponto, no bairro de Kurokami, a cratera sul, que é a mais ativa, fica tão próxima que chega a amedrontar. Aliás, no bairro fica um dos pontos que remetem à erupção de 1914. O portal do santuário xintoísta local, que tinha 3 metros antes do evento, foi praticamente todo soterrado, ficando de altura menor que o de uma pessoa adulta.

É seguro passear no Sakurajima? Essa é uma pergunta capciosa. A antiga ilha é habitada e o risco que o turista sofre é o mesmo dos seus cinco mil moradores. A cratera está sob vigilância constante e, embora uma erupção seja imprevisível, eventos de grandes proporções costumam ter sinais e toda vez que a montanha fica mais invocadinha, alertas são emitidos. Além disso, há vários abrigos e rotas de fuga pelo mar. Tenha atenção e aproveite o passeio. O maior contato que você deve ter com a atividade vulcânica na ilha será o gostoso escalda-pés de água naturalmente aquecida que fica perto do Centro de Informações e que tem uma bela vista da montanha fumegante.

DIA 4 – Banquete francês e história local

Este foi o dia do aniversário do meu amigo e eu decidi convidá-lo para um almoço no Automne, considerado um dos melhores restaurantes de alta gastronomia de Kagoshima. A casa fica numa residência de mais de 100 anos de idade num pequeno penhasco à beira-mar. Impecável, o ambiente é tudo o que se imagina em termos de discrição e elegância japonesa, com espaços abertos, muito bem iluminados e um belo jardim com uma cachoeira.

O menu em seis passos traz ingredientes da região em diversos preparos franceses, num delicado encontro entre duas gastronomias que se combinam bem. Estiveram lá os frutos do mar, o kuroge wagyu, carne de boi marmorizada de alta qualidade, as inúmeras verduras e, claro, temperos como o shoyu e o missô. Tudo preparado com esmero e muito sabor, acompanhado por vinhos europeus de alta qualidade. Foi uma daquelas refeições que reverberam no paladar e no coração por muito tempo.

Daqui, seguimos prontos para a próxima parte da viagem, um mergulho na história de Kagoshima. Começamos pela Satsuma Glass Kogei, uma fábrica histórica de produção de copos no estilo kiriko, em que o vidro é trabalhado pelos artesãos com cortes para trazer cores e formas. Fiquei apaixonado por cada copo e cada garrafa produzidos em processo realmente artesanal. O ateliê de fabricação fica em área aberta e a gente pode assistir à destreza com que os trabalhadores criam as belas peças vendidas na loja ao lado.

A poucos metros da fábrica fica o Sengan-en, a residência de veraneio do clã Shimazu, que dominou Kagoshima até o século 19. O jardim, datado do século 17, é o cenário para uma residência incrível com quase 30 cômodos. Hoje, ela é apenas uma parte do que era até o final do xogunato e representa bem a sofisticação e o poder dos Shimazu na região. Tivemos a sorte de pegar uma visita guiada (em japonês) que apontou os detalhes da casa com muita clareza e contou histórias sobre a família e sobre visitantes ilustres que ali passaram. Foi possível entender como a estratégica posição e o olhar do clã Shimazu colocou Kagoshima na vanguarda da modernização do Japão no meado do século 19.

A área da cidade com a fábrica e o jardim faz parte dos Sítios da Industrialização Japonesa no Período Meiji, uma série de construções espalhadas pelo Japão e tombada como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.

DIA 5 – Vai me enterrar na areia?

Estamos em Ibusuki, cidade a pouco mais de uma hora de trem de Kagoshima. O dia começou com uma caminhada até o Porto de Yamakawa, uma área conhecida pela pesca do atum-bonito, ou katsuo, em japonês. O atum-bonito é um peixe de carne vermelha e sabor ferroso, muito apreciado pelos japoneses. Começamos o dia visitando o mercado que fica no Michi no Eki, as paradas de estrada do país. Lá, conhecemos o simpático Ken-chan, um senhor de 80 anos que vende diversos produtos derivados do atum-bonito, dentre eles o katsuobushi, essencial na gastronomia japonesa.

O peixe passa por um processo de cozimento, defumação e cura que pode levar até seis meses. O resultado final lembra o duríssimo guaraná em barra, muito comum no norte do Brasil. Depois, ele é laminado em lascas finíssimas para gerar um caldo rico em umami. Depois de fazer compras – e tomar uma dose de shochu – na barraca do Ken-chan, pudemos fazer um tour completo pela fábrica da Daimaru, que nos mostrou todo o processo, basicamente artesanal, da produção do katsuobushi. Antes, claro, a gente provou, no restaurante do Michi-no-eki, um katsuokatsu, empanado de atum-bonito. Perfeitíssimo.

Na volta para o centro de Ibusuki, passamos na principal atração da cidade. O suna-mushi é um relaxamento para o corpo que usa as areias quentes da Praia de Yunohama. A areia superficial do local nem parece tão quente ao primeiro toque. Basta escavar bem pouquinho para sentir que a água ali é quente. A placa indica que a temperatura é de mais de 80 graus!

A experiência, portanto, é ser enterrado na areia, num local sem água infiltrada, por 10 minutos. O tempo é considerado ideal para não ter problemas de tontura ou queda de pressão.

Para a atividade, não precisamos levar nada. O Suna Mushi Kaikan oferece um quimono que protege o corpo da areia e uma toalha para proteger os cabelos. A sensação é um pouco sufocante de início, muito mais pelo peso da areia do que pela temperatura, bem tolerável. Depois de ter perdido o medo, gostei da experiência que terminou no banho termal do local.

Depois da enterrada, foi hora de voltar para o hotel, dar uma descansada e se preparar para regressar a Tóquio, com a certeza de que deixo para trás um destino ainda pouco explorado

por quem visita o Japão. Uma pena! Kagoshima é um dos lugares mais sensacionais que eu visitei neste país.

por Roberto Maxwell

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Mais um copo, por favor! https://jpguide.co/vida-cervejeira-mais-um-copo-por-favor/ https://jpguide.co/vida-cervejeira-mais-um-copo-por-favor/#respond Sat, 07 Jan 2023 09:18:06 +0000 https://jpguide.co/?p=30613 No Japão, o Galinho de Quintino, que transformou o Flamengo num dos times mais amados do país, é reconhecido como Soccer no Kami-sama (deus do futebol, em japonês).

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Quando Marian Ietsugu, 37, deixou seu emprego na área de engenharia de alimentos no Brasil, decidiu trabalhar na confecção do pai por um tempo. Apesar da boa relação entre os dois no dia-a-dia, Marian estava insatisfeita. Ela queria retomar a carreira, se possível na área de bebidas, em especial as lácteas. “Sou intolerante à lactose e pensei que poderia ajudar de alguma forma se trabalhasse na área”, recorda.

Certo dia seu pai lhe fez uma proposta inusitada: trabalhar com cerveja. Inusitada porque seus pais não tinham o hábito de consumir a bebida. Em troca pelo serviço na confecção, o pai de Marian pagou o curso de sommelier de cervejas que abriu um novo mundo para ela.

“Foi a primeira vez que eu bebi cerveja artesanal com a devida atenção”, conta ela, que se a acabou se apaixonando pelo fermentado.

No entanto, ainda levou um tempo para que a cerveja ocupasse mais espaço na vida de Marian. Decidida a recomeçar, ela arrumou as malas e veio para o Japão. “Comecei como todo mundo, trabalhando em fábrica”, conta. Seu plano também não era muito diferente do de muita gente: trabalhar no Japão e juntar dinheiro por um ano para retornar para o Brasil.

“Ilusão, né?”, analisa, bem humorada.

Marian, no entanto, queria aproveitar a experiência na terra dos ancestrais para aprender mais. Procurou um curso de japonês comunitário na cidade em que morava, Okazaki, e encaixava as aulas nos horários de folga. “Foi lá que eu aprendi a fazer currículo em japonês”, recorda ela, que aplicou o conhecimento e se candidatou a uma vaga de trabalho num bar de cervejas artesanais de Tóquio. E conseguiu.

Com açaí e banana, a Solo Samba é uma cerveja inspirada em sabores do Brasil  (foto: West Coast Brewing/cedida)
No mundo cervejeiro japonês

A essa, outras experiências foram se somando em bares, onde foi aperfeiçoando o japonês e fazendo contatos com o mundo cervejeiro, até que pintou a primeira oportunidade para estagiar numa cervejaria que tinha uma rede de tap rooms na capital japonesa. Neste começo, alternou entre o balcão e a produção até conseguir uma vaga de tempo integral em uma outra fábrica.

As lembranças, no entanto, não são boas. “Foi uma oportunidade, mas que, infelizmente, não deu certo”, diz. Marian não se sentia respeitada na entrevista e, uma vez dentro, sequer teve acesso direto à produção. “No mundo da cervejaria, uma mulher precisa provar não somente que tem capacidade intelectual para o trabalho mas, também, física”, desabafa. “Mesmo quando mostramos nossa capacidade intelectual, isso não garante que teremos tratamento igual ao dos homens”, continua.

Ambiente oposto ao que vive hoje, na West Coast Brewing, uma cervejaria artesanal na capital da província de Shizuoka, onde se  estabeleceu desde junho de 2022. Marian é a primeira mulher a trabalhar na cervejaria.

“Desde a entrevista, em nenhum momento duvidaram da minha capacidade. Não vou dizer que foi fácil. No final do primeiro dia, minha perna doía porque eu tinha moído 300 quilos de grãos sozinha. Hoje o corpo já se acostumou, mas o mais importante foi ter sido tratada como uma pessoa, ser tratada em pé de igualdade com os funcionários homens da casa”, conta.

Paixão cervejeira: Marian e sua criação, a Solo Samba (foto: Roberto Maxwell)
Cerveja: substantivo feminino

Mulheres na cervejaria não são mais novidade mas, ainda assim, muitos obstáculos se apresentam para as que se dedicam à empreitada de produzir uma bebida que, por muitos anos, ficou associada ao universo masculino. Marian vem encontrando apoio em outras mulheres, como Fernanda Ueno, da Japas, uma marca brasileira criada por mulheres nipo-brasileiras e que vem conquistando mercado dentro e fora do Brasil com cervejas artesanais com uma pitada de Japão.

“Assim como em outros mercados, infelizmente a ascensão na carreira cervejeira para as mulheres é muito mais difícil que para homens”, conta Fernanda. “Temos que estudar mais, trabalhar mais –  muitas vezes recebendo menos –  e ainda sendo mega qualificadas, sempre teremos nossa capacidade e conhecimento julgados e questionados”, continua.

Tanto Fernanda quanto Marian apontam a importância de agir de forma colaborativa para impulsionar outras mulheres no universo da cerveja. “Tenho convicção de que o impacto que as ações de mulheres apoiando outras mulheres do universo cervejeiro pode, literalmente, mudar a vida de uma pessoa”, explica Fernanda. “Assim, pouco a pouco teremos cada vez mais mulheres ocupando esse espaço e também uma maior consciência no poder que temos de transformá-lo num ambiente muito melhor para todos”, segue.

Fernada indicou Marian para um importante programa de estudos nos Estados Unidos e ela foi aprovada. Ela está se preparando para viajar para a Califórnia,onde fará a formação de Mestres de Cerveja da UC Davis. Enquanto isso, também quer mostrar o caminho das pedras para outras mulheres. Ela fala com muita gratidão da Pink Boots Society, uma organização norte-americana que lhe ofereceu uma bolsa de estudos para um outro programa e é especializada em atividades de formação para mulheres e pessoas não-binárias.

Já na West Coast, um dos primeiros desafios da Marian foi criar uma cerveja original, a partir de elementos brasileiros. Assim nasceu a Solo Samba, uma sour com sabor de açaí e banana. “A gente sentou junto e fez a receita. Eu queria uma cerveja ácida, um pouquinho mais alcoólica. E foi o que aconteceu”, conta ela, que já tem planos para novos produtos e voos. O primeiro deles é, claro, o curso nos Estados Unidos, com seus três meses de treinamento intensivo.

Marian, no entanto, quer ir mais longe. Ainda sem data de retorno ao Brasil, ela sonha em abrir sua própria cervejaria, “talvez um pouco mais perto dos meus pais”, diz a paulista de Piraju. “Quero ter uma coisa que possa ser minha cara, em que eu possa colocar minha personalidade ali. Ainda tenho muito que aprender. Estou aprendendo muito e ainda tem uns passinhos aí”, finaliza.

Aconchego e cerveja artesanal à beira-mar

Fábrica e pousada em Mochimune, cidade de Shizuoka, a West Coast Brewing vai além das “loiras geladas
Quarto do The Villa (foto: West Coast Brewing/cedida)

O mercado da cerveja artesanal no Japão é recente. Exigências na legislação colocaram o país bem atrás na onda que tomou o mundo de assalto e mudou o modo como muita gente consome o fermentado mais popular do planeta. Muitos estrangeiros residentes contribuíram para a expansão das artesanais no país, grande parte deles trazendo conhecimento privilegiado de produção de seus países.

Foi assim que surgiu a West Coast Brewing, cujo nome é referência à Costa Leste dos Estados Unidos, onde ficam cidades como Los Angeles. É na produção da região que a cervejaria se inspira, com diversidade de estilos e sabores fortes e marcantes.

Para apresentar seus rótulos, a cervejaria recebe os clientes para visitas à pequena fábrica. Já a degustação é feita no tap room que fica bem em frente à área de produção e divide espaço com uma confortável pousada, o The Villa & Barrel Lounge. Os quartos amplos, cada um deles nomeado com um tipo de lúpulo, acomodam até quatro pessoas e têm um aspecto de casa.

O Mosaic, por exemplo, é um espaço no estilo loft, com um confortável sofá na “sala” e as camas baixas, na parte de cima. O desafio principal é subir a estreita escada de madeira depois de tomar os 10 litros de cerveja fresquíssima —  e exclusiva do hotel —  que é oferecida aos hóspedes a cada diária. “Por isso que colocamos um sofá confortável embaixo”, explica Erika Mochizuki, assessora de imprensa da cervejaria.

Quem ainda tiver disposição, pode provar a diversidade do line up da West Coast no frigobar ou harmonizada com comidinhas no tap room, não incluídos na diária. Antes de beber muito, vale a pena, também, uma visita Mochimune Port Spa, uma casa de banhos termais bem ao lado da cervejaria. A região no entorno não oferece muitos outros atrativos, o que não é nada mal. Uma estadia no local é, como propõe o hotel-cervejaria, um local para dormir, beber e dormir… de novo.

O J1Talks é um podcast produzido com a perspectiva e insights de empreendedores brasileiros inseridos na comunidade brasileira do Japão

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