A importância de seguir a recomendação médica no uso de remédios psiquiátricos
Muitas vezes recebemos pacientes que estão tomando medicação psiquiátrica, como ansiolíticos, antidepressivos, etc., e ao serem questionados a respeito da prescrição do remédio, não sabem dizer qual foi a última vez que foram ao médico que os prescreveu, qual a dose exata foi recomendada, ou ainda informam que já tomaram alguma medicação, mas que resolveram parar por conta própria, ou seja, abandonam o tratamento indicado, antes da hora, por acharem que já se sentem melhor; contudo, a descontinuação repentina é muito perigosa.
Todo tratamento psiquiátrico é individual e varia muito de pessoa para pessoa. A medicação deve ter sido indicada por um médico psiquiatra e tem como objetivo atingir a melhora dos sintomas, em caso de depressão, ansiedade, hiperatividade, distúrbios do sono, dentre outras; contudo, tais medicamentos não curam as doenças relacionadas, e sim auxiliam no cuidado das mesmas. Não há um prazo para que esse objetivo seja concluído e deve-se manter, paralelamente, um acompanhamento terapêutico com psicólogo, que auxiliará na busca da causa das doenças e na prevenção e no reaparecimento do quadro, evitando assim uma recaída ou recorrência.
As medicações psiquiátricas são do grupo de substâncias químicas que trabalham no sistema nervoso central, e sua interrupção repentina aumenta as chances de recaída, com aumento das queixas que o levaram a procurar ajuda, especialmente no uso de antidepressivos, ansiolíticos, antipsicóticos e remédios para dormir. Pode também desencadear sintomas de retirada, ou síndrome de descontinuação, como tontura, sensação de cabeça vazia, calafrios, irritação, insônia e alteração de humor, e ainda podem aparecer reações como sudorese, aumento da frequência cardíaca e pressão arterial, alucinações e crises de convulsão. Por isso, é indispensável seguir à risca a recomendação médica e nunca deixar de tomar as medicações antes do prazo determinado pelo profissional, que é quem determina a hora de parar com o medicamento, o que deve ser feito de forma gradual.
Ressaltamos que o apoio da família é fundamental nesse processo, pois deixa a pessoa mais confiante e fortalecida para dar continuidade ao tratamento. Se perceber a suspensão da medicação, o ideal será conversar, ouvir os motivos dessa decisão e reforçar a importância de cumprir o planejamento feito pelo profissional da saúde. Também é necessário entrar em contato com o médico para comunicar a situação e discutir orientações específicas. Alguns transtornos mentais podem cursar com alteração na capacidade de tomada de decisão e na percepção da realidade, como em um episódio psicótico agudo, e podem gerar riscos graves; nesses casos, é indicado uma intervenção mais incisiva da família e do médico para garantir o bem-estar do paciente.
Psicóloga
Vanessa Lima
CRP 08/27797
Graduada em Psicologia pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP),
possui Pós-graduação em Gestalt Terapia,
realizada no I.G.C (Instituto Gestalt de Curitiba).