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Onsen: aquecendo o corpo e alma no Japão
Com uma das mais ricas culturas de banho do mundo, a Terra do Sol Nascente mostra que a atividade vulcânica também pode ser uma bênção
por Roberto Maxwell

Onsen

 

Quando se fala no Japão, uma das coisas mais lembradas — depois das tradições e da tecnologia — são os terremotos. O país é formado por um conjunto de ilhas que se estende de norte a sul pelo oceano, numa zona conhecida como Círculo de Fogo do Pacífico. Na proximidade do assoalho marinho ficam as imensas rachaduras que delimitam as placas tectônicas, gigantescas “jangadas de pedra” sobre as quais ficam os continentes. O território do Japão fica dividido entre quatro delas e a atividade vulcânica formou boa parte das ilhas do arquipélago.

Para muitos, é fácil concluir que os japoneses vivem sob panelas de pressão prestes a explodir. Porém, os milhares de anos de convivência com uma das forças menos conhecidas da natureza fez com que o povo local aprendesse a se proteger e a tirar proveito da atividade vulcânica. A terra fértil, comum na base de vulcões, é limitada. Porém, oferece recursos importantes para o desenvolvimento agrícola que deu origem ao país. De quebra, as águas aquecidas naturalmente jorram do subsolo em diversas partes do país. Elas deram origem a uma das culturas de banhos mais ricas e duradouras da história da humanidade. Nesta edição, o GUIA JP traz dicas de três regiões do Japão em que os banhos de águas termais vão acalentar o seu corpo e o seu espírito.

As antigas ruelas de Arima Onsen
As antigas ruelas de Arima Onsen

Hakone: refúgio urbano

Localizada a pouco mais de uma hora de distância da capital japonesa, Hakone é uma das estâncias de águas termais mais populares do Japão. A cidade nas montanhas da província de Kanagawa é um dos principais refúgios dos toquiotas que querem deixar a megalópole nos momentos de folga.

A viagem pode ser feita no Romance Car, um elegante trem turístico operado pela companhia ferroviária Odakyu, com várias opções de horários ao longo do dia. Além do fácil acesso, Hakone construiu uma infraestrutura turística excepcional, com transporte público abundante e frequente, e uma rede de hoteleira com estabelecimentos para todos os bolsos.

Praticamente todos os hotéis e ryokans — pousadas tradicionais — oferecem os banhos de águas termais que são a principal atração da região. Alguns, inclusive, aceitam não hóspedes, que podem pagar a entrada e desfrutar dos banhos por algumas horas do dia. Esse tipo de serviço é chamado em japonês de higaeri, algo que pode ser traduzido grosseiramente como “bate e volta”. Um dos ryokans com higaeri mais populares da cidade é o Tenzan, localizado no entorno da estação de Hakone-Yumoto. Conhecido por ser amigável a visitantes tatuados, o Tenzan atualmente só permite a entrada de pessoas com tatuagens que estejam sozinhas. Fora esse inconveniente, o espaço é belíssimo, com grandes banhos a céu aberto, o que dá um toque a mais na experiência, já que eles ficam dentro da floresta.

Para quem está em família, outra opção é o Yunessun, um parque aquático com águas termais que, diferente da grande maioria dos onsens convencionais, tem espaços que podem ser usados por toda a família. Isso porque, normalmente, é necessário entrar nu nos banhos que são separados por gênero. No Yunessun, todos entram de roupas de banho; homens e mulheres usam os mesmos espaços. O local conta com banhos “saborizados” — e não “bebíveis” — de café, chá e vinho. Também existem um toboágua e outras atrações divertidas.

Além dos banhos de águas termais, Hakone se especializou em arte. A cidade abriga um dos primeiros museus a céu aberto do Japão, o Hakone Open Air Museum, no qual os visitantes podem apreciar esculturas de artistas renomados de todo o planeta numa ampla área coberta de verde e, no final, relaxar num ashiyu, um escalda-pés de água naturalmente aquecida.

 

Owakudani- o vale dos gases termais de Hakone
Owakudani- o vale dos gases termais de Hakone

Kusatsu Onsen: colheita de águas termais

Quem chega no centro de Kusatsu Onsen sempre fica impressionado. A vila, que cresceu em torno das fontes de águas termais, resolveu dedicar a elas uma verdadeira obra de arquitetura. Chamada de Yubatake, a estrutura que tem o tamanho de um campo de futsal é quase que uma escadaria de água corrente à temperatura de cerca de 80 graus, e que forma uma pequena cachoeira na praça central da vila. Yubatake, em japonês, quer dizer o “local em que se colhe a água termal”, um trocadilho com a palavra usada para a plantação de alimentos. Além da função estética, a estrutura também ajuda a resfriar as águas que depois são canalizadas e distribuídas pelos diversos ryokans existentes na área.

Bem em frente ao Yubatake fica o Netsunoyu, uma antiga casa de banho que se transformou em centro cultural. Aqui, os visitantes aprendem um pouco mais sobre a cultura dos banhos termais em Kusatsu. Ao longo do dia, um grupo de mulheres faz uma apresentação mostrando como a água era resfriada nos banhos da localidade. Elas usam pranchas de madeira e entoam canções laborais que dão ritmo à pesada função. Na praça, ficam, ainda, dois banhos públicos que atraem moradores locais e turistas e são ideais para quem não vai pernoitar na vila.

Porém, a atração mais bacana de Kusatsu fica a cerca de 2 quilômetros de caminhada da praça central. Na ruela cheia de lojinhas, é possível provar o onsen manju, um pãozinho doce tradicionalmente cozido no vapor termal. Seguindo adiante, chega-se a um rio de águas termais e, ladeira acima, o visitante atinge o Sainokawara, um banho público a céu aberto, na floresta. Com uma boa estrutura, o espaço é uma experiência essencial de relaxamento em meio à natureza, com segurança e tranquilidade.

 

Vista noturna do Sainokawara, Kusatsu Onsen
Vista noturna do Sainokawara, Kusatsu Onsen

 

Arima Onsen: banhos urbanos milenares

Kobe é uma das cidades mais conhecidas do Japão e a fama veio de uma tragédia. Em 1995, a localidade foi devastada por um grande terremoto que mudou o Japão para sempre. A destruição causou uma revolução nas tecnologias de construção e tornou as cidades japonesas mais seguras. E Kobe virou referência mundial em reconstrução pós-desastre.

Bem longe das áreas mais destruídas pelo sismo de 1995 fica Arima Onsen, uma das poucas estâncias urbanas de águas termais do Japão. Localizada na zona montanhosa da cidade, Arima tem sido um popular resort entre os moradores de Osaka, metrópole que fica a cerca de uma hora de distância. Num primeiro olhar, a estância parece ser bem moderna, com hotéis em prédios altos de aparência bem ocidental. Porém, basta entrar numa das muitas ladeiras para descobrir lojinhas e restaurantes em construções de madeira, como as das antigas cidades japonesas. Além disso, é possível explorar templos e santuários e ver fontes de águas termais.

Com mais de um milênio de história, Arima é considerada uma das mais antigas estâncias de águas termais do Japão. No Museu Taiko-no-yu, uma casa de banhos em atividade, é possível conhecer um pouco do passado de Arima. O espaço tem uma reconstrução de um antigo estabelecimento que era um dos preferidos de Toyotomi Hideyoshi, um dos unificadores do Japão, que viveu no século 16.

Além da história, Arima tem uma peculiaridade. No local, existem dois tipos diferentes de águas termais. O kinsen — ou água dourada — é composto por ferro e tem a coloração amarronzada. Já o ginzen — água prateada — é translúcido e contém rádio e carbonatos. Para “provar” as duas, é possível visitar os banhos públicos da cidade, chamados respectivamente de Kin no Yu e Gin no Yu. Para além das duas águas, Arima oferece uma experiência termal sem sair dos limites da cidade.

 

Onsen

Como utilizar os banhos de águas termais no Japão

Banhar-se nas águas termais em um onsen não requer nenhum tipo de preparo especial, mas algumas dicas vão deixar você mais seguro ao usar esses espaços tão significativos para os japoneses.

● Tire toda a roupa antes de entrar no banho.
● Antes de entrar na água, lave o corpo num chuveiro ou com um pequeno balde que fica na beira do banho.
● Duas toalhas costumam ser oferecidas a quem entra num banho termal. A pequena serve para secar o corpo na saída da “piscina”. A grande é para ser usada no vestiário e terminar a secagem do corpo. Não mergulhe as toalhas na água do banho.
● Não pule, nem nade na “piscina” termal.
● Não é obrigatório ficar em silêncio no banho termal. Porém, se for conversar, abaixe a voz. O banho é um espaço de descanso e relaxamento.

 

 

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