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Filme japonês com protagonistas brasileiros estreia no Brasil

 “Como está a família, Dona Neusa?”, diz o quitandeiro sentado na porta de sua loja já na primeira sequência da nova película do diretor Izuru Narushima que chega às salas japonesas no dia 6 de janeiro, na primeira leva de estreias cinematográficas do ano. Batizado de “Família”, o filme é protagonizado por Koji Yakusho (Dias Perfeitos) que, aos 67 anos de idade e mais de quatro décadas de carreira, é considerado um dos maiores nomes da dramaturgia nipônica. O elenco conta, ainda, com nomes conhecidos do showbizz japonês como Ryo Yoshizawa (Kamen Rider Fourze) e Miyavi, músico e Embaixador da Boa Vontade da ACNUR, a agência da ONU para refugiados.

Junto às estrelas, os créditos do filme destacam dois nomes estrangeiros ainda desconhecidos do grande público. Lucas Sagae e Fadile Waked são brasileiros e, em suas estreias como atores, carregam o peso de representar a juventude brasileira no Japão numa história carregada de emoção e com altas doses de realismo. Ao trazê-los no elenco, “Família” se torna o primeiro filme japonês que chega ao grande circuito trazendo brasileiros que foram criados na Terra do Sol Nascente como protagonistas, um marco nas três décadas de história da comunidade brasileira no Japão.

 

Lucas Sagae e Fadile Waked em cena de “Família” (foto: cedida/©2022 “Familia” FILM PARTNERS)

Caminhos de luta
Lucas Sagae tem 18 anos e sua ancestralidade japonesa vem da mãe, que veio para o Japão com o pai do rapaz. Nascido no Japão, Sagae tem o sonho de conhecer pessoalmente seu país de origem. Ele, como muitos jovens na mesma situação, nunca foi ao Brasil. Poderia ser a mesma história de Marcos, seu personagem em “Família”, um adolescente brasileiro cheio de boa vontade que, para proteger a namorada e os amigos, acaba se envolvendo com um grupo de mafiosos perigosos da região onde mora. Lutador e praticante de artes marciais na vida real, Sagae teve que aprender a apanhar para dar vida ao personagem que leva surras homéricas ao longo das duas horas de película.

Prestativo, mas um pouco retraído. Assim é o Lucas que nos recebe na entrevista exclusiva que os protagonistas brasileiros deram para o GUIA JP dias depois das sessões para imprensa realizadas em Tóquio em dezembro de 2022. Essas foram duas coisas da própria personalidade que o jovem levou para o personagem. “Eu sou assim. Sinto essa vontade de ajudar as pessoas porque me ajudaram bastante. Sofri bullying na escola e meus amigos sempre me deram a mão”, conta ele.

 

O cantor Miyavi vive um gângster em “Família” (foto: cedida/©2022 “Familia” FILM PARTNERS)

A luta, para Lucas, foi uma forma de defesa — não contra os assediadores, mas no combate a um inimigo invisível: a diabetes. “Descobri a doença aos 11 anos, depois de um exame que fiz na escola”, lembra ele que, já na época, era apaixonado por esportes. “Eu jogava beisebol no time escolar e tive que parar tudo”, continua, relembrando o momento difícil, que chegou a levá-lo à depressão. Foi durante o tratamento contra a doença que Lucas se encontrou com o kickboxing. O tratamento levou o rapaz ao equilíbrio do corpo e a luta, trouxe paz para a alma.

Foi na academia em que treina que Lucas viu o anúncio que o levou ao elenco de “Família”. Morador de Kani, Gifu, ele diz ter ficado surpreso com a chamada para os testes do filme. “É uma cidade pequena. Não esperamos encontrar uma oportunidade como essas por lá”, explica, bem humorado. O anúncio buscava por jovens entre 16 e 22 anos. Lucas tinha 15. “Fui fazer o teste já achando que seria reprovado por causa da idade”, recorda. O resultado foi diferente e, depois de diversas etapas de seleção, o lutador que dominou a diabetes acabou protagonista de filme.

Das revistas para a tela
Na sessão para as lentes da nossa fotógrafa, já dá para perceber a familiaridade que ela tem com as câmeras. Fadile Waked, 23, atua como modelo desde os 12 anos de idade, quando vivia em Nagoya. O sucesso no mundo da moda não impediu que ela nutrisse outro sonho: o de ser atriz. Fadile não imaginava, no entanto, que pudesse realizá-lo aqui mesmo, no Japão. Filha de um libanês e uma brasileira, a jovem veio parar na Terra do Sol Nascente porque a mãe divorciou-se do pai e se casou novamente com um descendente de japoneses.

A carreira de modelo acabou levando a moça para Tóquio, onde ela já fotografou para dezenas de marcas. Fadile acabou sabendo do teste através de contatos e pediu para a sua agência inscrevê-la na seleção. A aprovação veio e ela mergulhou nas filmagens, interrompidas pela pandemia e retomadas assim que os protocolos de segurança foram definidos, meses depois.

 

Festa no danchi: descontração de brasileiros ajudou Shoji Yakusho em cena (foto: cedida/©2022 “Familia” FILM PARTNERS)

Como o elenco brasileiro é formado por não-atores, Fadile e seus colegas  mergulharam num processo de preparação que levou três meses. Sob o olhar atento do diretor, ela foi trazendo elementos da sua própria personalidade para compor a Erika, uma jovem meiga e solar, que trabalha como hostess num clube noturno. “Ela é alegre e tagarela como eu. Mas, também, é bem expressiva nas emoções”, conta a jovem.

Maternal e amigável, Erika é o elo entre Marcos e o núcleo japonês da trama, a família Kamiya, cujo patriarca é Seiji, um ceramista em crise, personagem do veterano Koji Yakusho. O encontro entre os dois protagonistas masculinos ocorre de maneira inusitada, quando Marcos tenta fugir dos mafiosos chefiados pelo Kaito, um vilão frio vivido de forma quase caricatural pelo também cantor Miyavi.

Uma trama atual
É por uma ação de Erika que a família Kamiya acaba na roda de samba em um danchi — conjunto habitacional — cheio de brasileiros. A cena com os japoneses perdidos num pagode bem brasileiro é um dos momentos do filme com os quais os brasileiros no Japão certamente irão se identificar. Em entrevista divulgada pela assessoria de imprensa da película, Koji Yakusho relata as boas recordações que tem da gravação, realizada no Homi Danchi, em Toyota, Aichi. “Os figurantes brasileiros pareciam estar se divertindo no set”, diz ele. “Foi uma filmagem difícil, mas a alegria deles ajudou bastante. Sou muito grato”, completa.

No início do filme, a família Kamiya ganha um novo membro, Nadia, esposa de Manabu (Ryo Yoshizawa), filho de Seiji que trabalha numa empresa japonesa na Argélia. A personagem é vivida pela atriz paquistano-japonesa Malyka Ali. A partir daí, a história da família Kamiya e as desventuras do casal formado por Erika e Marcos vão se desenvolvendo de forma perturbadora até o clímax da obra que vai sendo conduzida com altos e baixos pelo diretor.

 

Ryo Yoshizawa vive Manabu, filho do personagem principal vivido por Koji Yakusho (foto: cedida/©2022 “Familia” FILM PARTNERS)

A película tem bons momentos, em especial nos encontros entre Seiji, Erika e Marcos. Ver como o personagem japonês acaba se envolvendo com uma história que aparentemente não diz respeito a ele fala muito sobre a relação entre os nipônicos e os estrangeiros residentes no Japão. Com suas feições de homem comum e uma atuação muito correta, Koji Yakusho traz credibilidade e verdade ao personagem, o que faz muita diferença.

Outro ponto forte é a participação de outros brasileiros em papéis menores, com destaque para Alan Shimada que vive Rui, amigo de Marcos, também perseguido pelos mafiosos locais. Shimada é membro do grupo de rap Green Kids, com o nome artístico de Flight-A. Formado por quatro brasileiros, um peruano e um japonês, o conjunto lançou  o clipe de “Datsugoku” (algo como ‘fuga’), música que o grupo apresenta em uma das cenas do filme. Flight-A liberou na época da estreia do filme no Japão o clipe de “Don’t Give Up”, uma incursão solo que também está na trilha sonora da obra. 

Descontando a inexperiência dos atores para papéis tão difíceis, “Família” é um retrato sincero de um momento em gestação para o Japão, um país cuja sociedade enxerga a si mesma como homogênea, mas que vive no século um desafio que vale a sua própria existência. Com uma população que já começou a encolher, ou o Japão acolhe o diferente ou tende a desaparecer.

 

Grupo Green Kids mostra a inserção de brasileiros na cena hip-hop local (foto: cedida/©2022 “Familia” FILM PARTNERS)

O filme cutuca o país na ferida já aberta da inclusão dos estrangeiros que aqui vivem. Protagonista da obra, Koji Yakusho faz uma observação que nem sempre é percebida pelos japoneses. “Acredito que quem não se pareça japonês realmente viva situações de discriminação e preconceito [no país]”, diz o ator. “Infelizmente, enquanto eu estiver vivo, provavelmente não vai ser possível ver o fim do preconceito e da desigualdade”, prossegue.

Enquanto tempos melhores não vêm, o ator deixa um recado. “Gostaria que as pessoas, ao verem o filme, sintam que, para nós seres humanos, os laços entre pessoas, dentre eles a família, são importantes”, diz. Entre erros e acertos, esta é a principal mensagem trazida pelo filme que estreia no Brasil no próximo dia 15 de agosto.

#29 Alvaro de Sa Freire Jr. – Economista Chefe e Gestor Versal Finance

Neste episódio do J1Talks, conversamos com Alvaro de Sa Freire Jr. e ele nos contou algums fatos que ocorreram no passado e tornaram a se repetir na economia dos países.
Ouça atentamente até o final para entender como funciona o sistema monetário e como isso influencia na sua vida diária. Sua experiência internacional é tão vasta que Alvaro já cuidou de clientes financeiros japoneses no Brasil além de bancos na Europa.
Foi um dos episódios mais longos, mas ao mesmo tempo, com mais densidade de informações que ultrapassam décadas de história das crises financeiras até os dias atuais.
Os temas abordados foram desde o império romano até o Bitcoin. E mais, como o BRICS+ está mudando a forma como os países utilizam moedas para fazer transações comerciais.
E para quem vive no Japão, entenda como pode ser seu futuro na ilha.
Muito obrigado! Responda nossa enquete e compartilhe a vontade.

Consulado-Geral do Brasil em Hamamatsu e Comunidade Brasileira – Parceria em prol do Empreendedorismo e do Empoderamento Feminino

Em virtude da significativa quantidade de nacionais brasileiros residentes no Japão com vocação empresarial, conferi alta prioridade ao fomento do empreendedorismo comunitário desde o início de minha gestão à frente do Consulado-Geral do Brasil em Hamamatsu. O Espaço do Empreendedor Brasileiro (EEB) do Consulado, o único da rede consular brasileira no exterior, presta consultoria presencial e individualizada a micro e pequenos empresários e leva a cabo diversos projetos e iniciativas para auxiliá-los a abrir ou expandir suas firmas e, dessa forma, a desenvolver plenamente seu potencial.

Merecem especial atenção as iniciativas do EEB dedicadas a mulheres. Muitas sonham com a abertura ou expansão de seus próprios negócios, mas são obrigadas a enfrentar longas jornadas de trabalho em fábricas para garantir o sustento familiar. Essa rotina provoca significativo cansaço físico e mental e, frequentemente, impede a transformação daqueles sonhos em salões de beleza, pet-shops, restaurantes e lojas de vestuário e calçados.

No dia 2 de junho passado, o Consulado em Hamamatsu lançou, no “Salão de Exposições de Hamamatsu” (ZIVA), dois novos projetos de incentivo ao empreendedorismo comunitário e ao empoderamento feminino: a “Feira do Micro e Pequeno Empreendedor Brasileiro no Japão” – Feira MIPE, e o catálogo “Artesanato Brasil”.

A cerimônia de lançamento dos projetos contou com a presença de diversas autoridades – do vice-prefeito de Hamamatsu, sr. Yutaka Yamana; do diretor-executivo da Fundação Internacional de Hamamatsu – HICE (vinculada à prefeitura desta cidade), sr. Hiroshi Anma; do presidente da Aliança de Intercâmbio Brasil-Japão, sr. Shozo Takagi; do vice-diretor da Agência de Cooperação Internacional do Japão – JICA Chubu, sr. Yoshihiro Miyamoto; e do presidente do “Brazilian Business Group” (BBG), sr. Marcelo Hironaka; de empresários; de outras personalidades; de mídias comunitárias brasileiras e da imprensa japonesa.

A Feira MIPE serviu de plataforma que propiciou a cerca de 140 expositores a inédita oportunidade de participação em diversas atividades essenciais para o êxito de qualquer empreendimento privado, a saber: reuniões para a exploração de novas propostas de negócios; encontros para criação e fortalecimento de redes de networking corporativo; e a divulgação de produtos e serviços junto a numeroso público visitante, estimado em cerca de 5 mil pessoas. Destaco a oportunidade de acesso direto dos expositores ao seleto grupo de tomadores de decisões que prestigiaram a Feira MIPE com suas presenças – políticos, líderes empresariais, personalidades, mídias comunitárias brasileiras e imprensa japonesa.

Tenho carinho muito especial pelo “Artesanato Brasil”, projeto de fomento do empreendedorismo e empoderamento femininos realizado em parceria com a “Metacom Communication”, cujo objetivo é apoiar e divulgar o trabalho de 65 talentosas artesãs brasileiras residentes no Japão por meio de exposições de seus trabalhos e da distribuição de exemplares do catálogo “Artesanato Brasil” a seleto público. Os trabalhos, caracterizados por diversidade de técnicas e materiais utilizados – tais como cerâmica, macramê, tricô e bordados –, retratam a riqueza da cultura artesanal de diversas regiões brasileiras.

Em razão de sua relevância e público-alvo, o “Artesanato Brasil” recebeu apoios institucionais ou financeiros de peso: do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte – MEMPE; do “Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas “ – SEBRAE Nacional; e do Grupo Mulheres do Brasil, da Agência de Cooperação Internacional do Japão – JICA, cujas sedes regionais abrirão seus respectivos espaços para futuras exposições em outras cidades japonesa; de mais de 20 patrocinadores; da mídia comunitária brasileira no Japão e da imprensa japonesa.

Ambos os projetos constituem relevantes contribuições do Consulado-Geral do Brasil em Hamamatsu para a realização dos sonhos de micro e pequenos empresários e empresárias integrantes da nossa vibrante comunidade residente neste país. O sucesso de seus negócios lhes garantirá a renda necessária para a transformação de suas vidas e as de suas famílias.

Em síntese, a Feira MIPE e o catálogo ” Artesanato Brasil” demonstram a força e o potencial da comunidade brasileira em todo o Japão.

O JAPÃO NÃO CONSEGUE ENGAJAR!

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Por: Matheus Braga

Antes de iniciar o texto desta coluna, tomo este espaço para me apresentar ao amigo leitor. Me chamo Matheus Braga, jornalista brasileiro e apaixonado pelo Japão. Sou o criador da página J.League Insider Brasil, onde posto, em português, as principais informações e curiosidades da J.League. Como um fã assíduo do futebol japonês, reparo o grande problema que o Japão tem em não conseguir se estabelecer como uma grande liga nacional na década 2020, mesmo tendo uma das melhores seleções nacionais.


Ao longo das próximas edições da GuiaJP, tentarei falar um pouco daquilo que identifico como os principais problemas para o estabelecimento da J.League no mercado internacional. Sei que existem diferenças culturais na visão de um brasileiro e de um japonês, mas a intenção aqui é ajudar a melhorar o futebol japonês.


Para este primeiro texto, é preciso falar em valores. Neste momento em que falamos, o Japão está sendo HUMILHADO pelos clubes europeus, e não são só os de alto escalão. Diferentes clubes do “velho continente” usam a J.League como um celeiro barato para promessas futuras. Compram dos clubes japoneses por 1 milhão de euros e vendem por 100 milhões. Mas por que isso acontece?
Na minha visão, além de uma certa “má vontade” na avaliação de jogadores da J.League, existem problemas nos contratos firmados e no tal “sonho europeu” dos jogadores.


Recentemente, Kuryu Matsuki, um dos maiores destaques do Japão, foi vendido por apenas 4 milhões de euros. Esse valor pode parecer gigante aos olhos japoneses, mas afirmo que não estará entre as 10 mais valiosas do Southampton esse ano. Essas vendas por valores ridículos pro mercado internacional transformam a J.League em uma liga que existe para ser abusada pelos europeus. Eles conseguem os destaques e o Japão fica sem o dinheiro, ou seja, menos possibilidade de realizar contratações e competir como o bilionário mercado da Arábia Saudita.


A J.League, como organização, precisa rever literalmente TUDO, desde as condições de investimento externo no clubes, passando por contratos firmados entre clube e jogador, até a forma de negociar com a Europa. Basicamente, a liga precisa intervir para garantir que os clubes consigam o que é justo para cada organização, sem se preocupar com a vontade do jogador. Aqui no Brasil, nossos atletas também querem ir pra Europa, mas conseguimos negociar preços justos.
Se os europeus não quiserem pagar mais caro, pelo menos a liga melhorará ao manter seus destaques.


Para encerrar, deixo uma frase que pode assustar, mas é a realidade. Clubes pequenos da Europa vem a J.League como um lugar a ser explorado, uma fonte de lucro quase garantido, destruindo clubes e, às vezes, jogadores.
Se a J.League não se atualizar e intervir nesses sistema predatório, ficará insustentável manter a liga e os clubes do que jeito que a conhecemos e o tal plano de 100 anos, irá falhar antes mesmo dos 50.

Associação Central Nipo-Brasileira promove encontro de intercâmbio entre empresas e universitários em Tóquio 

O Encontro de Intercâmbio entre Empresas e Estudantes, organizado pela Associação Central Nipo-Brasileira, está programado para acontecer em 5 de agosto de 2024, das 14h00 às 16h00, na Sala de Conferência da The Nippon-Foundation. Este evento pioneiro oferece uma plataforma única para estudantes universitários, formados e intercambistas sul-americanos, juntamente com japoneses que já vivenciaram intercâmbio na América do Sul, interagirem diretamente com representantes de diversas empresas japonesas.

Com o objetivo de promover conexões significativas e oportunidades de aprendizado prático, o encontro incluirá apresentações detalhadas das empresas participantes, seguidas de sessões de conversa livre em pequenos grupos. Os participantes terão a chance não apenas de praticar japonês para negócios, mas também de explorar potenciais colaborações e aprender sobre as operações das empresas em vários setores.

A participação no evento é gratuita, com inscrições abertas para aproximadamente 70 participantes, incluindo cerca de 30 estudantes de intercâmbio. Os interessados devem se registrar previamente e estar preparados para interagir com representantes empresariais, utilizando cartões de visita para facilitar o networking.

Para mais informações sobre inscrições e detalhes adicionais, visite os links abaixo:

O caminho do coração

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O caminho do coração

Existe no coração de cada ser humano uma tocha de luz. Um fogo ativador que estimula o amor e a alegria. São poderes naturais que nos fazem mais humanos, mais bondosos e que nos levam a sentir que pertencemos a algo maior do que nós.

Mas por qual motivo deixamos de acessar essa força? Por que esquecemos que dentro do nosso coração estão todas as chaves para a felicidade?

Talvez seja porque simplesmente não olhamos para dentro. No fundo, sentimos medo desse mergulho, medo do vazio. Esquecemos que é do vazio que nascem todas as possibilidades. Toda potencialidade emerge desse espaço e desse silêncio.

O silenciar das palavras induz a uma reconexão com o ser interno e nos leva a fazer uma avaliação das prioridades da vida. Dando essencial valor ao que não deve ser deixado de lado, passamos a caminhar com propósito e segurança.

Entretanto, estamos sempre buscando fora de nós por respostas. Corremos desesperadamente tentando encontrar o sentido apenas nas coisas do mundo, na sabedoria alheia, no prazer desmedido, nas posses e exageros.

Por que razão acudimos de um lado a outro na tentativa de aplacar as nossas angústias íntimas, sem nos perguntar que mensagem nos trazem e o que desejam de nós?

A alegria verdadeira se encontra guardada no tesouro do nosso coração. Quem se atreve a mergulhar? Quem se atreve a fechar os olhos e se aquietar para escutar a voz da própria alma?

O mergulho não precisa ser solitário, pois temos na terapia um enorme apoio para falar e entender os anseios que surgem de nossas reflexões.

O autoconhecimento é como uma luz que adentra nossa consciência, revelando os recursos e potenciais que já dispomos para viver de forma mais plena e feliz!

 

Psicóloga
Alessandra Hartveld
CRP- 05/ 22269
Psicóloga do Projeto Sakura.

Projeto Sakura – Atendimento psicológico no Japão

www.projetosakura.com.br

 

QUESTIONAMENTOS PARA QUEM ESTÁ CONSIDERANDO SE MUDAR PARA O JAPÃO 

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Mudei-me para o Japão recentemente com a vontade de me abrir a uma nova experiência, a um novo aprendizado. Já estive no Japão algumas vezes, mas agora, estou com outra visão.
Percebi o quanto os brasileiros que estão no Japão trazem consigo um pedaço do Brasil e o quanto se esforçam para se adaptar à cultura japonesa. Alguns gostam mais do Brasil, outros, mais do Japão. Percebo que alguns fatores são importantes para uma boa vivência e adaptação. São questionamentos muito particulares para cada pessoa ou família, mas que são necessários para uma boa adaptação. Eles são:

  1. Por que as pessoas envolvidas querem sair da situação que se encontram para vir para outro país? Além do questionamento dos motivos emocionais que levaram a tomarem essa decisão (muitos estão tentando resolver problemas, mas, muitas vezes, criam outros problemas maiores).
  2. O objetivo de vir para o Japão: objetivos individuais, do casal e da família.
  3. O planejamento: quem virá, escolha da cidade, escola para filhos, possibilidades de trabalhos, redes de apoio, qual a melhor época para vir. Esse é um questionamento que engloba: de que forma suas decisões impactarão na educação (formal e social) de seus filhos, como vocês lidarão com o relacionamento conjugal estando em outro país, enfim, várias questões que vão além do dinheiro que ganharão em outro país.
  4. O preparo para cada etapa como documentação, adaptação à moradia, trabalho, aos costumes e aos conflitos que haverá inevitavelmente.
  5. E ter, claro, a meta, o foco e até onde cada um pode ir emocionalmente, sem criar conflitos internos de valores, preservando a saúde mental. Nesse item, podemos pensar sobre mudanças de metas – Muitas vezes, a meta era ficar 2 anos para conseguir algo no Brasil, mas as pessoas vão ficando e ficando, e a meta muda, mas não fica claro para as pessoas envolvidas, e, sem perceberem, se perdem nas metas e isso pode gerar conflitos.

Tenho refletido muito sobre a saúde mental, sobre como estamos resolvendo nossos problemas e o quanto conseguimos enxergar estando inundados de dúvidas e em descompasso com nossos parceiros de vida (esposo(a), filhos(as), pai, mãe, irmãos).

Por conta disso, a psicoterapia é um momento de parada para reflexão, identificação de si, do outro e do mundo, para um melhor direcionamento nas escolhas e metas de forma orgânica e dinâmica.

    LEILA HARU OKUDA MARCHEZEPE

    CRP: 06/36663.

    Psicóloga do Projeto Sakura

    SERVIÇOS CONSULARES: PROCURAÇÕES


    Um dos serviços mais requisitados ao Consulado é a procuração, documento pelo qual uma pessoa (chamada “outorgante”) transfere poderes a outra (chamada “outorgado”) para, em nome daquela, praticar determinados atos como assinar contratos, receber e retirar documentos ou representar perante órgãos públicos, bancos e empresas privadas. Esta transferência de poderes é chamada de “mandato”, e a procuração é o instrumento que o formaliza.


    Todos os atos lícitos, tendo como principais exceções o testamento, o depoimento pessoal e a adoção, podem ser objeto de procuração. Casamento, hipoteca ou compra e venda de imóvel e, de modo geral, atos referentes à transferência de bens e direitos, no entanto, exigem procurações públicas, lavradas no Consulado ou em cartório no território brasileiro. Do contrário, o documento não será válido e não poderá produzir efeitos jurídicos.


    Para solicitar uma procuração pública, é preciso enviar pelo sistema e-Consular o texto dos poderes e um documento de identificação do outorgante, como o passaporte válido ou carteira de identidade recente, além de informar o número do CPF – que é obrigatório para todo cidadão brasileiro e fundamental para a prestação de serviços consulares. Em alguns casos específicos, é necessário apresentar documentação adicional.

    Depois que o requerimento for validado no e-Consular, deve-se agendar atendimento e comparecer ao Consulado com a documentação original para conferência. A procuração é processada e impressa rapidamente no atendimento presencial. Não é possível obter procurações públicas pelos correios nem online.
    Quando o mandato público não é necessário, basta lavrar uma procuração particular, que é mais simples e barata.

    A documentação necessária é a mesma, mas, ao agendar o serviço no e-Consular, deve-se escolher a opção de reconhecimento de firma. No atendimento presencial, será necessário registrar a firma no Consulado, preenchendo cartão-autógrafo, e assinar a procuração diante do agente consular. Quem já tem firma registrada pode solicitar o reconhecimento de firma na procuração particular pelos correios.


    Cabem aqui duas observações importantes, que valem tanto para procurações públicas quanto para privadas. Primeiro, o Consulado só registra procurações para cidadãos brasileiros ou estrangeiros portadores de CRNM (antiga RNE) que não estejam fora do Brasil há mais de dois anos.

    Segundo, o texto com os poderes é sempre responsabilidade do outorgante. O Consulado disponibiliza, em seu site, modelos que podem ser usados, mas também recomenda que consulte previamente seu advogado e confirme o teor da procuração junto às autoridades pertinentes (cartório, INSS) e partes interessadas (comprador/vendedor, instituições bancárias) para evitar contratempos na produção do documento.


    Se o outorgante entender que o mandato não é mais de seu interesse, será possível revogar a procuração a qualquer momento. O procedimento é feito pelo e-Consular e requer envio de formulário, da procuração a ser revogada, documento de identificação e CPF. Também é preciso agendar atendimento e comparecer ao Consulado, não sendo possível revogar a procuração online nem pelos correios.


    Confira mais informações sobre procurações acessando nosso site: https://www.gov.br/mre/pt-br/consulado-toquio/servicos-consulares/procuracao

    Tanabata Matsuri – Origens, tradições e celebrações

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    O Tanabata Matsuri, ou Festival das Estrelas, é uma celebração tradicional japonesa que remonta a lendas milenares. Originário da fusão entre mitologia chinesa e tradições japonesas, este festival é marcado pela reunião anual das divindades Orihime e Hikoboshi, representadas pelas estrelas Vega e Altair.

    Segundo a tradição, Orihime, a princesa tecelã das estrelas, se apaixonou por Hikoboshi, um pastor. Encantados um pelo outro, eles negligenciaram suas responsabilidades divinas. Isso enfureceu o pai de Orihme, o deus Tentei, que os separou na Via Láctea.

    Tanabata

    Com o tempo, comovido pela tristeza de sua filha, Tentei permitiu que Orihime e Hikoboshi se encontrassem uma vez por ano, no sétimo dia do sétimo mês lunar. Nesse dia, se as condições climáticas permitirem, é possível ver uma reunião simbólica das estrelas Vega e Altair no céu, simbolizando o reencontro anual dos amantes.

    A data, 7 de julho (no calendário lunar), é celebrada com enfeites coloridos de papel, conhecidos como tanzaku, onde os desejos são escritos e pendurados em bambus decorados. Esta prática simboliza a esperança de que os desejos se realizem ao longo do ano.

    Tradicionalmente, o Tanabata Matsuri é uma festa de união e renovação, onde comunidades se reúnem para dançar, comer iguarias como sōmen (macarrão frio) e apreciar os fogos de artifício que iluminam o céu noturno. É uma celebração que une o espiritual ao cultural, transmitindo valores de esperança, amor e renovação.

    Tanabata

    Ao longo dos séculos, o Tanabata Matsuri evoluiu, mantendo-se como uma das festividades mais amadas no Japão e, cada vez mais, sendo celebrada ao redor do mundo. Uma oportunidade única de mergulhar na rica cultura japonesa e nas suas tradições que resistem ao tempo.

    Enoura Observatory: uma ode ao tempo e ao mar

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    Estar antenado na arte contemporânea japonesa é tarefa difícil para quem está no Brasil. Não somente pelo fato do país estar fora dos grandes centros mundiais de exposição como também porque os japoneses são relativamente lentos em se projetar fora do circuito óbvio. Por isso o nome de Sugimoto Hiroshi [sobrenome – prenome] soa desconhecido até para amantes de arte. Destacado na fotografia e na arquitetura, este japonês de 72 anos é um dos nomes da mostra STARS: Six Contemporary Artists from Japan to the World que está em cartaz no Mori Art Museum, em Tóquio.
     
    Localizado a cerca de uma hora e meia da capital japonesa, o Enoura Observatory pode ser considerado uma declaração da obra e do pensamento de Sugimoto Hiroshi. Construído numa falésia banhada pelas águas da Baía de Sagami, o espaço é uma espécie de reverência ao tempo. Sugimoto se apropriou de técnicas de construção antigas para construir o museu a céu aberto, no qual as obras são as próprias edificações.
     
    Além disso, o arquiteto-artista se apropriou de materiais e ruínas de outras construções para ressignificá-las no espaço do observatório. O portal Meigetsu, por exemplo, fica logo na entrada e é datado do Período Muromachi (1338-1573). Já a casa de chá Uchoten recebeu telhas de ferro corrugado de um antigo armazém da região. Construído em homenagem ao mestre Rikyu criador de vários projetos de casas de chá no Japão feudal —, o espaço ganhou um nome formado pelos caracteres para “chuva”, “audição” e “céu”. Quando a chuva cai, pode ser ouvido o som das gotas batendo no telhado. “Se o Rikyu estivesse vivo, algo me diz que um pedaço enferrujado de ferro corrugado seria exatamente o tipo de material que ele usaria”, conta Sugimoto no site que apresenta o projeto.
     
    Aliás, a interação com elementos da natureza não para ali. Todo o espaço foi pensando para dialogar com a paisagem, em especial a posição do sol em épocas significativas do ano, como os solstícios e equinócios. No Light Well, um poço é construído no final de um apertado túnel através do qual a luz do sol chega. No solstício de inverno, o dia mais curto do ano, o sol forma um diamante na entrada do túnel que dá para o mar.
     
    Mas não é preciso estar no local num dia especial para entender a proposta do espaço. O anfiteatro romano, construído em conjunto com um tablado de madeira no estilo de pilares suspensos kakezukuri, o sol é a estrela a ser observada. Já o Stone Stage é um espaço aberto feito de pedras e que faz uma referência à lenda que conta que a deusa do sol, Amaterasu, devolve a luz ao mundo ao ser seduzida por uma dança que a retira de seu esconderijo dentro de uma caverna. Com as dimensões de um palco de nô, o espaço é outra reverência à natureza e aos ciclos.
     
    Além das construções, fotografias do artista podem ser vistas numa estreita galeria de 100 metros de comprimento, com as obras expostas na parede construída em pedra de oya, uma espécie de rocha ígnea de fácil modelação e muito usada em artesanato e construção. Oposta às obras, uma parede de vidro completa um diálogo, inevitável ao falarmos de Japão, entre passado e presente. Apresentadas na galeria, fotografias da série Seascapes, em que mar e céu são retratados, chegam a ser uma pitada de ironia com a paisagem vista do lado de fora e com a arte de um modo geral. Porque não é possível chegar a outra conclusão no Enoura Observatory: a gente só precisa olhar para o mar para ver toda a obra que é o planeta em que vivemos.
     

    Serviço

    ENOURA OBSERVATORY (江之浦測候所)
    espaço de arte
    Kanagawa-ken Odawara-shi Enoura 362-1

    Reserva de tickets 3,300 yen para admissões de manhã e tarde
    2,200 yen para admissão à noite

    Tickets na Hora
    3,850 yen para admissões de manhã e tarde
    2,750 yen para admissão à noite

    A venda de ingressos na hora é limitada e depende da quantidade de ingressos reservados para cada horário de admissão. Se os ingressos reservados atingirem o limite estabelecido, nenhum ingresso na hora será disponibilizado.

    O local é de difícil acesso por transporte público. No ato da compra da entrada, é possível reservar o serviço de transporte gratuito do local. Informações no site.
    Este texto foi publicado anteriormente no site Direto do Japão. Reprodução autorizada pelo autor.