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Ano novo judaico: O que é e como o Rosh Hashaná nos inspira à mudança

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Rosh Hashaná, que se traduz como “cabeça do ano” em hebraico, é o Ano Novo judaico e uma festividade de grande importância cultural e espiritual. Este evento marca o início do mês de Tishrei no calendário hebraico, que difere do calendário romano (gregoriano) amplamente utilizado em todo o mundo. O calendário hebraico é lunissolar, ou seja, é baseado nas fases da lua e na posição do sol, enquanto o calendário romano é puramente solar, resultando em uma diferença significativa nas datas de celebração dos feriados. Em 2024, Rosh Hashaná será celebrado a partir do pôr do sol do dia 2 de outubro, estendendo-se até o anoitecer do dia 4 de outubro.

A Origem de Rosh Hashaná

A origem de Rosh Hashaná remonta aos textos bíblicos, onde é mencionado como um tempo de trombetas, um chamado para a reflexão e o arrependimento. Tradicionalmente, é visto não apenas como o começo do novo ano, mas também como um período de julgamento. Segundo a crença judaica, durante esses dias, Deus julga as ações de cada pessoa e decide seu destino para o ano que se inicia. Este conceito de julgamento é reforçado nas orações e reflexões que ocorrem durante a festividade.

Rosh Hashaná: Toque do shofar, um chifre de carneiro, que serve como um chamado à mudança e à autoavaliação.

Significado e Tradições

Rosh Hashaná é celebrado por dois dias e é repleto de tradições que promovem a introspecção e a renovação espiritual. Uma das práticas mais icônicas é o toque do shofar, um chifre de carneiro, que serve como um chamado à mudança e à autoavaliação. Este ritual simboliza a necessidade de despertar a consciência para as ações passadas e se preparar para um novo começo.

Durante as celebrações, os judeus costumam realizar refeições festivas que incluem alimentos simbólicos. A maçã mergulhada em mel é um exemplo clássico, representando o desejo de um ano doce e repleto de bênçãos. O pão redondo, conhecido como challah, simboliza o ciclo da vida e a continuidade. 

Alimentos simbólicos Rosh Hashaná: Maçã mergulhada em mel representando o desejo de um ano doce e repleto de bênçãos.

Rosh Hashaná e a Mudança Pessoal

O impacto de Rosh Hashaná se estende além das festividades. Este período é um convite à mudança pessoal e à autoavaliação. Nos dias que precedem o feriado, é comum que os judeus dediquem tempo para refletir sobre suas ações do ano anterior e buscar reconciliação com aqueles que possam ter ferido. Essa prática de introspecção é essencial, pois estabelece as bases para a mudança e a renovação que Rosh Hashaná representa.

Ademais, Rosh Hashaná inicia um período conhecido como “Os Dez Dias de Arrependimento”, que culminam no Yom Kipur, o Dia da Expiação. Esses dias são dedicados à busca pelo perdão, tanto de Deus quanto de outros, e à fixação de metas pessoais para o ano que se inicia. Essa jornada de autoavaliação e anseio por melhorias pessoais é uma inspiração universal que ressoa com todos que desejam um novo começo.

Rosh Hashaná

A Relevância Contemporânea

No mundo contemporâneo, Rosh Hashaná oferece um espaço valioso para que indivíduos de todas as origens reflitam sobre suas vidas e ações. Em um contexto de mudanças rápidas e desafios constantes, a ideia de um novo começo é um motivador poderoso. O desejo de renovação, tanto espiritual quanto pessoal, encontra eco em muitas pessoas, independentemente de sua fé ou crença.

Rosh Hashaná nos convida a reavaliar nossas vidas, abraçar novas oportunidades, fortalecer nossos relacionamentos e nos comprometer a ser versões melhores de nós mesmos. É um tempo de esperança, um momento de introspecção e um chamado à ação, onde todos podem encontrar um significado mais profundo e renovador em suas vidas.

Diversão e solidariedade no evento beneficente em apoio ao Lar São Vicente de Paulo

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No dia 20 de outubro, o Shalon Sports Center sediará um evento beneficente em prol do Lar São Vicente de Paulo, de Piedade, São Paulo. Com o slogan “Faça parte desta jogada bonita”, o evento tem como objetivo arrecadar fundos para a entidade, que apoia crianças e famílias em situação de vulnerabilidade.

Desde 2006, o evento tem se destacado por promover atividades que unem diversão e solidariedade. Neste ano, as atividades ocorrerão das 10h às 17h e contarão com diversas atrações, incluindo comidas típicas, brinquedos infantis, jogos, bingo, sorteio de brindes e gincanas.

O evento conta com patrocínios de diversas empresas, incluindo a Casa da Sogra, que é patrocinador master, além de outras empresas que contribuem como patrocinadores ouro, prata e bronze.

Organizado pelos Santos Eventos e pelo próprio Lar São Vicente de Paulo, o evento busca mobilizar a comunidade local para participar, colaborar e fazer doações.

O Shalon Sports Center está localizado em Ibaraki-ken, Chikusei-shi, a 5 minutos de carro da Estação JR Tamadol. Para mais informações, entre em contato pelos telefones 080-3913-1968 (Santos) ou 090-6383-1202 (Paulo).

BFC promove campeonatos infantis de futebol e atletismo

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Nos dias 5 de outubro e 17 de novembro, o Brazil Futsal Center (BFC) realizará o Campeonato de Futebol Infantil e o Campeonato de Atletismo Infantil, respectivamente. Esses eventos têm como objetivo proporcionar oportunidades de lazer e desenvolvimento para as crianças da região, alinhando-se às celebrações do Dia das Crianças.

O Campeonato de Futebol ocorrerá no Estádio Municipal de Oizumi, reunindo aproximadamente 200 crianças com idades entre 5 e 14 anos. Programado para o dia 5 de outubro, o Campeonato de Futebol contará com a participação de equipes formadas por estudantes das escolas Paralelo, EAS Pitágoras, Gente Miúda, BFC e duas equipes japonesas. As atividades terão início às 9h no Izumi Soccer Field, e a entrada é gratuita.

No dia 17 de novembro, o Campeonato de Atletismo será realizado na pista de atletismo Ohta Subaru Undokoen, com uma expectativa de 200 a 300 participantes, abrangendo crianças de 6 a 12 anos. A expectativa é de que ambos os eventos atraiam um público entre 1.600 e 1.800 pessoas.

Campeonato de Futebol:

  • Data:5/10/24
  • Local: Estádio Municipal de Oizumi
  • Horário: 9:00h ~

Campeonato de Atletismo:

  • Data:17/11/24
  • Local:Ohta Subaru Undokoen

Para mais informações, acesse a página oficial do BFC AQUI.

A vida de um nikkei executivo e voluntário: Palestra com Dr. Renato Ishikawa, Presidente do Bunkyo Brasil, em Hamamatsu

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O Conselho de Cidadãos do Consulado do Brasil em Hamamatsu, o Bunkyo, e o Consulado Geral do Brasil em Hamamatsu têm a honra de convidar para a palestra “A Vida de um Nikkei Executivo e Voluntário”, ministrada pelo renomado Dr. Renato Ishikawa, presidente do Bunkyo Brasil. O evento ocorrerá no dia 6 de outubro de 2024, no Hamamatsu City Information Processing Center, em Shizuoka.

Data e Local:

•   Data: 6 de outubro de 2024 (domingo)
•   Horário: Abertura às 10:00 | Início às 10:15
•   Local: Hamamatsu City Information Processing Center 1 Chome-12-7 Central Chuo Ward, Hamamatsu, Shizuoka 430-0929
•  Telefone: 053-456-3000 (local)
•  Formulário de inscrição para participar da palestra: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdjxllzHv9BoK4zYgrfrXbeY-3dj7jQR5NDv7XiSOCua-n-fA/viewform (VAGAS LIMITADAS)

Sobre o Palestrante:

Dr. Renato Ishikawa, nascido em Paraguaçu Paulista, é uma figura de destaque tanto no setor empresarial quanto no voluntariado nikkei. Foi o primeiro nikkei a assumir a presidência da NEC do Brasil, onde implementou transformações significativas, como a instalação da primeira telefonia celular no Rio de Janeiro, em 1992. Em reconhecimento ao seu trabalho, foi eleito Líder Empresarial do Setor de Telecomunicações pelo Fórum de Líderes Empresariais.

Além de seu sucesso empresarial, Dr. Ishikawa tem uma forte atuação no voluntariado. Como presidente do Hospital Santa Cruz, ele conduziu uma reestruturação que modernizou a instituição, integrando um atendimento humanizado ao estilo japonês “Omotenashi” e introduzindo o sistema de produção da Toyota (TPS). Atualmente, como presidente do Bunkyo, ele se dedica à preservação da cultura japonesa no Brasil e ao fortalecimento das relações Brasil-Japão, com foco no protagonismo da juventude nikkei.

Condecorações:

Dr. Renato Ishikawa recebeu diversos prêmios e honrarias ao longo de sua carreira, incluindo:

•   2024: Honra ao Mérito da Assembleia Legislativa e Câmara Municipal de São Paulo.
•   2022: Outorga da Comenda de Primavera do 4º Ano da Era Reiwa (Ordem do Sol Nascente, Raios de Ouro com Roseta).
•   2021: Diploma de Medalha do Exército Brasileiro, Brasília.
•   2021: Diplomada Cidade de São Paulo, Câmara Municipal.
•   2020: Cidadão Paulistano, Câmara Municipal de São Paulo.
•   2019: Reconhecimento da Câmara Municipal do Estado de São Paulo pelos 111 anos da Imigração Japonesa.
•   2019: Menção Honrosa - Homenagem aos 111 anos da Imigração Japonesa no Brasil pela Câmara dos Deputados, Brasília.
•   2018: Honra ao Mérito pelos relevantes serviços à humanidade - SP (Rotary Club).
•   2017: Diploma de Honra ao Mérito, pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão.
•   2017: Colar de Honra ao Mérito, pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

Organizadores e Apoio:

A palestra é uma realização do Conselho de Cidadãos do Consulado do Brasil em Hamamatsu, do Bunkyo, e do Consulado Geral do Brasil em Hamamatsu. O evento conta com o apoio de diversas instituições, entre elas o International Institute of Education and Culture, HICE, Garoto Japan, Infi 21, Pure Beauty, Matsuura Giken, e Aliança Intercâmbio Brasil.

Maior evento beneficente de Forex Trading no Japão

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Em comemoração ao aniversário de três anos da Tokai Invest, no dia 21 de Setembro a partir das 10h, no Central Mie para as Artes na cidade de Tsu, irá ser realizada a segunda edição do evento beneficente “Sua virada de chave”.

O ingresso são 2 itens de alimentos não perecíveis, que serão doados às famílias mais necessitadas da nossa comunidade, através das igrejas encarregadas pela logística da distribuição: Ministério a Casa do Pai e Assembleia de Deus Tokyo.

No ano passado, contamos com a presença de 800 pessoas e foram arrecadados quase uma tonelada de alimentos; para este ano nossa meta é conseguir a mesma quantidade de doações.

O tema da vez será: Forex para Todos.

O evento será em formato de seminário, focando nos iniciantes do zero, mas também, terá conteúdo para auxiliar os mais experientes que não conseguem alcançar a consistência nos lucros.

O anfitrião Roberto Nacaya e seu convidado Wagner Hayashida, irão compartilhar aprendizados valiosos para os futuros traders, e também contaremos com a presença no palco dos membros da equipe e professores: Eduardo Omura, Marcos Nakao e Eduardo Fuli.

A “Sua virada de chave” não possui qualquer apoio e é totalmente sem fins lucrativos. O intuito é fazer desse dia, uma grande corrente do bem, onde a Tokai Invest alimenta com conhecimento gratuito e os participantes alimentam as famílias que estão passando por dificuldades.

Juntos somos fortes!

Palestra Especial com Renato Ishikawa: Insights sobre a Economia e a Comunidade Nipo-Brasileira

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A Associação Cultural e de Assistência ao Brasil e Japão (conhecida como “Bunkyo”) está promovendo uma palestra em sua visita ao Japão por Renato Ishikawa, uma figura proeminente da comunidade nipo-brasileira.

Após o fim da Segunda Guerra Mundial, o período de agitação interna na comunidade nipo-brasileira só começou a se acalmar na década de 1950. Naquele momento, os líderes nipo-brasileiros se uniram para superar as divisões entre compatriotas, levando à fundação da Associação Cultural e de Assistência ao Brasil e Japão em 1955, conhecida então como Associação Cultural Japonesa de São Paulo. Em 2006, a associação mudou seu nome para Associação Cultural e de Assistência ao Brasil e Japão (Bunkyo), e desde então continua a desenvolver diversas atividades no Brasil, além de manter colaborações com organizações nipo-americanas e parceiros no Japão.

Renato Ishikawa, atual presidente do Bunkyo desde 2019, é conhecido por seu trabalho como empresário em setores como imóveis, cafeicultura e como presidente da NEC Brasil. De 2012 a 2019, atuou como presidente do Hospital Santa Cruz, onde melhorou as finanças e promoveu a internacionalização da instituição antes de assumir a presidência do Bunkyo.

Nesta palestra, Renato Ishikawa compartilhará suas experiências e perspectivas sobre “Os Laços entre Brasil e Japão”, abordando a economia e as atividades da comunidade nipo-brasileira. A palestra será em português com tradução simultânea disponível. Espera-se uma discussão profunda sobre o passado, presente e futuro da comunidade nipo-brasileira.

Esta será a última visita de Renato Ishikawa ao Japão como presidente da Bunkyo, e a entrada é gratuita para todos: empresários, membros da comunidade nipo-brasileira, organizações relacionadas ao Brasil, estudantes de português, e amantes do Brasil, todos serão muito bem-vindos.

Data e Horário: 9 de outubro de 2024 (quarta-feira) 14:00 – 16:30

Local: Sala de Conferências da Fundação Nippon (2º andar) 1-2-2 Akasaka, Minato-ku, Tóquio

Abertura dos portões: 13:30

Palestra: 14:00

Recepção: 16:00 (Sala separada no 2º andar, opcional)

Tema da Palestra: “Os Laços entre Brasil e Japão – Perspectivas de um Empresário Nipo-Brasileiro sobre a Economia e Atividades da Comunidade Nipo-Brasileira”

Tradução simultânea: Hitomi Sekiguchi, Diretora Executiva (ex-Cônsul Geral em Manaus)

Entrada: Gratuita

Organização: Associação Cultural e de Assistência ao Brasil e Japão

Detalhes e Inscrições: https://nipo-brasil.org/archives/event/lec20241009/

Viver é a melhor opção: A importância de falar sobre suicídio

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A discussão sobre suicídio é frequentemente cercada por estigmas e tabus, o que pode dificultar a abertura para o diálogo e a busca de ajuda. No entanto, falar sobre suicídio é essencial para a prevenção e para apoiar aqueles que estão em risco. O Setembro Amarelo, campanha global dedicada à conscientização sobre a prevenção do suicídio, é uma oportunidade crucial para promover a saúde mental e oferecer suporte. Neste contexto, é importante entender a relevância da comunicação aberta sobre o tema, a história do Setembro Amarelo e a importância de buscar ajuda profissional.

  1. A Importância de Falar Sobre Suicídio

Falar sobre suicídio é fundamental para desestigmatizar o tema e encorajar aqueles que estão enfrentando pensamentos suicidas a buscar ajuda. Muitas vezes, o medo do julgamento ou a vergonha impede que pessoas em sofrimento compartilhem suas experiências e procurem apoio. Estudos mostram que a comunicação aberta sobre o suicídio pode reduzir o estigma e aumentar a disposição das pessoas para buscar ajuda. A prevenção eficaz começa com a capacidade de discutir o assunto de maneira franca e empática, criando um ambiente onde os indivíduos se sintam seguros para expressar suas angústias e receber o suporte necessário.

  1. História e Propósito do Setembro Amarelo

O Setembro Amarelo é uma campanha internacional que surgiu no Brasil em 2015, promovida pelo Centro de Valorização da Vida (CVV) em parceria com diversas organizações. A escolha do mês de setembro é significativa, pois o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio é comemorado no dia 10 de setembro.

O Setembro Amarelo tem suas raízes em uma história comovente dos Estados Unidos. Em 1994, Mike Emme, um jovem de 17 anos conhecido por sua habilidade em restaurar automóveis, cometeu suicídio. Mike, conhecido como “Mustang Mike” devido ao seu trabalho de restauração de um Mustang 68 pintado de amarelo, lutava com problemas psicológicos graves que passaram despercebidos por seus pais e amigos. Durante o velório de Mike, seus entes queridos criaram uma cesta cheia de cartões decorados com fitas amarelas, acompanhados da mensagem: “Se você precisar, peça ajuda.” Essa simples, mas poderosa, iniciativa tocou muitos e ajudou a inspirar um movimento de prevenção ao suicídio, destacando a importância de oferecer suporte e visibilidade.

O laço amarelo, símbolo da luta contra o suicídio, foi escolhido em homenagem a essa história e para representar a esperança e a luta pela vida. Desde então, o Setembro Amarelo se expandiu para se tornar uma campanha internacional, promovendo a conscientização e incentivando a discussão aberta sobre o suicídio.

A campanha do Setembro Amarelo visa aumentar a conscientização sobre a saúde mental e os sinais de alerta para o suicídio, promovendo a educação sobre o assunto e incentivando a busca de ajuda. Durante este mês, diversas atividades são realizadas, como palestras, rodas de conversa e eventos comunitários, com o objetivo de informar e engajar a sociedade na prevenção do suicídio.

  1. A Importância de Procurar Ajuda

Buscar ajuda é um passo crucial para a prevenção do suicídio e para a manutenção da saúde mental. Profissionais de saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, são treinados para oferecer suporte e tratamento para pessoas que enfrentam crises emocionais. Além disso, linhas de apoio, como o CVV, estão disponíveis 24 horas por dia para oferecer suporte imediato e confidencial.

É importante que tanto indivíduos quanto familiares estejam atentos aos sinais de alerta do suicídio, como mudanças comportamentais abruptas, isolamento social e menções a pensamentos suicidas. A intervenção precoce pode fazer uma diferença significativa na vida de uma pessoa em crise, oferecendo a oportunidade de tratamento e recuperação.

Falar sobre suicídio é uma questão de vida e morte, e a importância de abordar o tema com abertura e empatia não pode ser subestimada. O Setembro Amarelo serve como um lembrete anual da necessidade de desestigmatizar o suicídio e promover a saúde mental. Ao encorajar a comunicação aberta e a busca de ajuda, podemos contribuir para a construção de uma sociedade mais compreensiva e solidária.

A mensagem central é clara: viver é a melhor opção, e todos nós desempenhamos um papel vital em garantir que aqueles que estão em crise saibam que há esperança e apoio disponível.

Precisa de ajuda? Veja a quem procurar:

Apoio em língua portuguesa
1 Consulado-Geral do Brasil em Tóquio
Atendimento emergencial psicossocial gratuito em português ou japonês, com limite de 10 sessões por pessoa.
📧 assistencia.cgtoquio@itamaraty.gov.br


2 LAL – Linha de Apoio ao Latino
Atendimento por telefone para pensamentos suicidas e outras questões psicológicas.
http://lal-yokohama.org/home/


3 CVV: Centro de Valorização da Vida
Situado no Brasil, pode ser acessado via chat ou e-mail por quem reside no exterior.
https://www.cvv.org.br/


4 Serviço de Assistência aos Brasileiros no Japão (SABJA)
📞 050-6861-6400
https://www.nposabja.org/


Apoio em língua japonesa


1 Consulado-Geral do Brasil em Tóquio
Atendimento emergencial psicossocial gratuito em português ou japonês, com limite de 10 sessões por pessoa.
📧 assistencia.cgtoquio@itamaraty.gov.br


2 Inochi SOS
Serviço mantido por NPO japonesa e apoiado pelo Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar.
https://www.lifelink.or.jp/inochisos/


3 Serviços de consulta/orientação por província
O Centro de promoção de medidas contra suicídio do Japão lista em sua página serviços divididos por província.
https://jscp.or.jp/soudan/


4 Yorisoi hotline
Serviço 24h de apoio para diversos tipos de demandas, inclusive suicídio. Também disponível em português.
http://www.since2011.net/yorisoi/


5 Inochi no denwa
Linha telefônica dedicada exclusivamente para prevenção do suicídio. Cada província tem seu próprio número de atendimento e horários de funcionamento.
https://www.inochinodenwa.org/?page_id=267


6 Kokoro no kenko sodan dial
Atendimento por telefone direcionado a questões psicológicas.
📞 0570-064-556


7 Kodomo no SOS no sodan madoguchi
Atendimento por mídias sociais e telefone voltado para menores de idade, disponibilizado pelo Ministério da Educação.
https://www.mext.go.jp/a_menu/shotou/seitoshidou/06112210.htm

8 NHK – Jisatsu to mukiau
Página da emissora de televisão dedicada a temas relacionados a suicídio.
https://heart-net.nhk.or.jp/mukiau/

Viva como um Imperador! Experiência única no castelo japonês com banquete e trajes tradicionais

Se você sempre sonhou em viver como um verdadeiro imperador japonês, a experiência única “Senhor do Castelo” no icônico Castelo de Odawara é a oportunidade perfeita para você!

A apenas 80 quilômetros de Tóquio, Odawara combina charme histórico e aventuras imersivas, proporcionando uma viagem no tempo para o período feudal japonês. Os visitantes têm a chance de se transformar em “daimyo” – senhores de castelo – com direito a trajes tradicionais e um banquete digno de um nobre.

Desde o momento em que você coloca o capacete “kabuto” e ajusta a tira de queixo com cordão, a transformação é completa. Guiados por especialistas em figurinos e armaduras, os participantes se vestem com precisão histórica, incluindo a famosa “katana” e “wakizashi”.

O Castelo de Odawara, que desempenhou um papel crucial na história do Japão, oferece mais do que apenas uma reconstituição medieval. Os visitantes exploram a fortaleza majestosa, com suas muralhas impressionantes e torres de guarda, enquanto imitam a jornada de antigos senhores de guerra.

A experiência não se limita ao passado. Em uma recepção animada, os visitantes desfrutam de uma apresentação de habilidades ninjas e são recebidos por músicos tradicionais que tocam tambor “taiko”, alaúde “shamisen” e flauta “shinobue”.

E o final do dia é marcado por um banquete “kaiseki” inesquecível, com iguarias locais servidas em um ambiente autêntico, completo com danças de gueixas e uma lareira “irori”.

Com uma combinação de história, cultura e gastronomia, o “Senhor do Castelo” oferece uma imersão total na vida dos nobres samurais e é uma oportunidade imperdível para qualquer entusiasta da cultura japonesa.

Ficou interessado? Para fazer a sua reserva, basta fazê-la através do site oficial da Associação de Turismo de Odawara.

Conheça a trajetória de Lucilene Yukawa, de dekassegui a empreendedora visionária no Japão

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Natural de Catanduva, São Paulo, Lucilene Yukawa, ex-professora de inglês na sua cidade natal, é hoje uma mulher multifacetada com uma história inspiradora. Mãe de quatro filhos e avó, Lucilene chegou ao Japão há 31 anos, estabelecendo-se no Estado de Toyama.


Como muitos dekaseguis, começou sua trajetória em fábricas de produção, com a perspectiva de trabalhar duro, economizar dinheiro e retornar ao Brasil, mas logo percebeu que queria construir uma vida permanente no Japão, sem estar presa às fábricas de produção:


“Eu queria continuar aqui, mas não queria continuar trabalhando numa fábrica de produção. Não desmerecendo, mas eu achava que poderia fazer algo mais.”, ressalta Lucilene.


Foi em 1990 que a jornada de Lucilene começou, como a de muitos brasileiros: buscando melhores oportunidades econômicas.
“Na época, eu era professora de inglês em um colégio de freiras em Catanduva. Meu marido (descendente de japoneses) e eu vimos o Japão como uma oportunidade para melhorar nossa condição financeira,” lembra.

E como que foi esse início para você aqui? A ideia inicial sempre foi abrir um negócio aqui no Japão?
“Não, na época a intenção era mesmo trabalhar aqui, juntar o dinheirinho e voltar pro Brasil, né? Mas aí eu fui adorando essa cultura”, afirma Lucilene.
E assim deu-se início à sua jornada trabalhando no Japão, primeiro em uma madeireira e depois em uma fábrica de alumínio, onde teve seu primeiro contato com o setor de empreiteiras.


“Foi quando conheci um Tantosha de uma empreiteira que tinha muitos filipinos. Ele não dominava inglês e eu o ajudei na comunicação”, conta Yukawa. Essa experiência despertou nela a paixão pelo empreendedorismo e a vontade de ajudar outros estrangeiros a superar barreiras linguísticas e burocráticas.
Mas foi apenas seis anos depois de trabalho em fábricas que Lucilene começou a vislumbrar a possibilidade de ter seu próprio negócio:


“Eu sou muito comunicativa e sempre quis ajudar. Na época, muitos filipinos tinham dificuldade de se comunicar, e eu via que podia fazer a diferença”, explica. E complementa: “Fui me informando, comecei a estudar, tirando licenças que exigem para você ter uma empreiteira, e foi quando eu falei: Pronto, acho que agora eu posso seguir com minhas próprias pernas, se der errado é por minha culpa, se der certo também por minha culpa”.

Transformando desafios em oportunidades no Japão
No competitivo e tradicional ambiente empresarial japonês, encontrar espaço para inovação e inclusão pode ser um grande desafio, especialmente para estrangeiros, o que não foi diferente na jornada de Lucilene:


“Se aparecesse um carro torto ou riscado no estacionamento, corre lá que foi algum estrangeiro”, relembra Lucilene, no período em que trabalhava em uma grande empreiteira. E foram episódios como este, de preconceito e dificuldades, que a levaram a despertar para o lado empreendedor e buscar formas de deixar o serviço em fábricas.


Determinação foi o motor que impulsionou Lucilene a fundar sua própria empreiteira, mesmo sabendo que não seria um caminho fácil:
“Não é tão romântico como parece”, adverte. “Para abrir a firma, precisei de dinheiro, orientação de um contador e enfrentar vários desafios”, afirma a entrevistada.


Sem recursos financeiros imediatos, Lucilene enfrentou recusas consecutivas nos bancos, que questionavam sua capacidade de sucesso como mulher em um setor dominado por grandes empresas japonesas. Persistente, conseguiu o capital necessário com ajuda da família e finalmente abriu sua empresa, mas a luta estava apenas começando.


A batalha não foi apenas por reconhecimento profissional, mas também por igualdade de oportunidades em um setor dominado por empresas japonesas.
“Tiveram situações de eu agendar uma entrevista, chegar lá, e já perceberem que sou estrangeira só pela pronúncia do meu nome. Isso cria uma barreira inicial”, explica Lucilene.


À medida que sua empresa cresceu e se destacou na região, Lucilene começou a receber reconhecimento e apoio. “Depois que a gente cresceu, que começou a se destacar em várias coisas aqui na região, aí muitos ligaram, queriam fazer empréstimos, mas aí era minha vez de falar ‘não'”, destaca.

Neste modelo de negócio (terceirização de mão de obra) qual o maior desafio atual: Encontrar novas empresas ou trazer mão de obra para estas empresas?
“Hoje está mais difícil essa pecinha da mão de obra chegar até a empresa,” revela Lucilene. Segundo a empreendedora, o maior desafio atual das empreiteiras no Japão é encontrar a mão de obra especializada para as empresas.


Para Lucilene, isso se deve à dificuldade na aceitação de oportunidades para muitos trabalhadores estrangeiros. Yukawa exemplifica: “Eu tinha aula de japonês para os funcionários, mas vinham só uns gatos pingados. Aí, eu abri para o público e pedi para quem viesse que trouxesse um alimento para montar cestas para famílias carentes. Nisso, apareceram muitos de fora e, através dessa boa ação, nossos funcionários também começaram a participar”, relembra.


A resistência a novas oportunidades de capacitação é outro obstáculo que Lucilene observa “Temos um plano de carreira para ajudar na parte da solda, tirar licença de lift, de tamakake, de koren, mas ninguém quer fazer. Infelizmente, as reclamações de falta de hora extra ou excesso de trabalho surgem, mas quando há oportunidades de qualificação, muitos não aproveitam”, relata.

Diversificação de negócios e relações Brasil- Japão


Além de sua principal empresa de recrutamento, que conecta trabalhadores estrangeiros ao mercado japonês, Yukawa diversificou suas atividades empresariais, tanto no Japão quanto no Brasil, criando um ecossistema de negócios que abrange educação, esportes e serviços consulares.

A Yukawa Jinzai, com escritórios em São Paulo e Mato Grosso, está voltada para facilitar a migração de trabalhadores brasileiros para o Japão, especialmente os descendentes. “Nós cuidamos de todo o processo, desde visto, passaporte, elegibilidade até o financiamento de passagem”, explica Yukawa. Esse suporte integral garante que os trabalhadores estejam bem preparados e documentados para iniciar suas jornadas no Japão.


Além da Yukawa Jinzai, Lucilene fundou em 2016 o Yukaia Group, que inclui a Escola de Futebol Zico 10 em Toyama e Hamamatsu. “Começamos em fevereiro e já estamos com tudo em andamento” diz Yukawa, destacando o crescimento contínuo dessa iniciativa esportiva.


Outra vertente do Yukaia Group é a educação a distância (EAD), com programas para ensino médio e fundamental. No entanto, essa área não teve a adesão esperada. “Achei que ia ter muita procura, mas não tem. Mesmo jovens que poderiam concluir o ensino médio não o fazem”, observa Yukawa. A EAD visa oferecer flexibilidade para que os estudantes possam concluir seus estudos, mas a resistência à modalidade ainda é um desafio.


Yukawa também desmitifica a percepção negativa sobre os cursos online, compartilhando uma visão mais moderna e positiva: “Hoje, essa ideia de que cursos online são para quem não quer estudar já caiu por terra. Na verdade, os cursos online desenvolvem muito mais características, como disciplina e determinação, do que muitas vezes a faculdade presencial”.


Além dessas iniciativas, o Yukaia Group oferece serviços consulares e de passagem, facilitando processos burocráticos para os brasileiros no Japão. “Nós orientamos sobre vistos, elegibilidade e outros aspectos consulares, especialmente para aqueles que estão longe de Nagoya e precisam de apoio” comenta Lucilene.

Como começou esse contato com o Zico? Por que uma escola de futebol?
“Meu filho era fanático por futebol, mas as escolas de futebol eram distantes e muitas vezes não tinham professores capacitados, apenas pais brincando com as crianças”, relembra Lucilene.


A oportunidade de fundar a Escola de Futebol Zico 10 surgiu quando ela conheceu os filhos de Zico, Bruno e Thiago, durante uma viagem ao Brasil. “Foi uma conversa que durou três anos, até que o Zico disse que estava liberado para abrir a escola aqui”, conta.


Para Lucilene, a Escola de Futebol Zico 10 não é apenas sobre ensinar técnicas de futebol. O objetivo principal é resgatar crianças que, muitas vezes, estão imersas em telas de telefone e redes sociais, e proporcionar-lhes uma vida mais ativa e social.


“A base é ensinar futebol, mas também formar cidadãos. Queremos que as crianças aprendam a respeitar o próximo… Isso é algo que vão levar para a vida.”

Aberta a toda comunidade, a Escola Zico 10 conta hoje com uma mistura de japoneses, brasileiros, peruanos, paraguaios, dentre outras nacionalidades; porém, Lucilene relembra que o foco não é apenas descobrir talentos: “Não somos uma escola de ‘olheiros’. Nosso objetivo é orientar e formar, não apenas focar em quem tem potencial para ser um grande jogador”, explica Lucilene. A filosofia é que, enquanto nem todos se tornarão jogadores de futebol profissionais, todos podem aprender valiosas lições de vida através do esporte.


O projeto está crescendo rapidamente, com uma nova unidade aberta em Hamamatsu: “Fizemos uma inauguração e já começamos com as aulas desde fevereiro deste ano”, compartilha Lucilene, evidenciando o sucesso inicial e a recepção positiva da comunidade. “O futebol, o esporte em geral, tem o poder de unir as crianças e ensinar-lhes habilidades que vão além do campo.”


A iniciativa da Escola de Futebol Zico 10 é mais do que um negócio; é um projeto de vida que visa fazer uma diferença significativa no futuro das crianças, proporcionando-lhes uma base sólida tanto no esporte quanto na vida.
“O nosso intuito é ensinar através da brincadeira informal, onde as crianças se soltam e desenvolvem suas habilidades”, conclui Lucilene, reforçando a importância de um ambiente lúdico e educativo.


E fora do âmbito esportivo, existem novos projetos focados no auxílio à comunidade?
“Sim. Nós temos um training center onde vamos orientar as pessoas que querem aprender a soldar e ajudá-las a tirar as licenças necessárias”, compartilha Lucilene, sobre o novo projeto ambicioso: um centro de treinamento voltado para qualificação de mão de obra no Japão.


O centro, que já está em funcionamento, visa fornecer tanto conhecimento teórico quanto prático, atendendo às necessidades de diversos perfis de trabalhadores: “Tem pessoas que já têm a licença de solda, mas não têm a experiência. Outros têm a experiência, mas não têm a licença, ou têm experiência no Brasil, mas aqui é totalmente diferente”, explica Yukawa.


Para garantir a melhor formação possível, o centro conta com professores brasileiros e japoneses, proporcionando uma abordagem multicultural que beneficia os alunos.


“O objetivo é criar uma mão de obra mais especializada e qualificada, o que beneficia tanto as empresas quanto os trabalhadores. Para a empresa, adquirir mão de obra qualificada traz tranquilidade, e para o profissional, isso significa receber o valor que realmente merece pela sua qualificação”, conclui a empreendedora.

Tem uma mensagem que você queira deixar para o mercado, para inspirar outras pessoas, empreendedores?
“Foca, corre atrás. Não importa se é mulher, se é homem, isso não importa. O que vale é ter o objetivo e o resto é resto”, finaliza Lucilene.

Filme japonês com protagonistas brasileiros estreia no Brasil

 “Como está a família, Dona Neusa?”, diz o quitandeiro sentado na porta de sua loja já na primeira sequência da nova película do diretor Izuru Narushima que chega às salas japonesas no dia 6 de janeiro, na primeira leva de estreias cinematográficas do ano. Batizado de “Família”, o filme é protagonizado por Koji Yakusho (Dias Perfeitos) que, aos 67 anos de idade e mais de quatro décadas de carreira, é considerado um dos maiores nomes da dramaturgia nipônica. O elenco conta, ainda, com nomes conhecidos do showbizz japonês como Ryo Yoshizawa (Kamen Rider Fourze) e Miyavi, músico e Embaixador da Boa Vontade da ACNUR, a agência da ONU para refugiados.

Junto às estrelas, os créditos do filme destacam dois nomes estrangeiros ainda desconhecidos do grande público. Lucas Sagae e Fadile Waked são brasileiros e, em suas estreias como atores, carregam o peso de representar a juventude brasileira no Japão numa história carregada de emoção e com altas doses de realismo. Ao trazê-los no elenco, “Família” se torna o primeiro filme japonês que chega ao grande circuito trazendo brasileiros que foram criados na Terra do Sol Nascente como protagonistas, um marco nas três décadas de história da comunidade brasileira no Japão.

 

Lucas Sagae e Fadile Waked em cena de “Família” (foto: cedida/©2022 “Familia” FILM PARTNERS)

Caminhos de luta
Lucas Sagae tem 18 anos e sua ancestralidade japonesa vem da mãe, que veio para o Japão com o pai do rapaz. Nascido no Japão, Sagae tem o sonho de conhecer pessoalmente seu país de origem. Ele, como muitos jovens na mesma situação, nunca foi ao Brasil. Poderia ser a mesma história de Marcos, seu personagem em “Família”, um adolescente brasileiro cheio de boa vontade que, para proteger a namorada e os amigos, acaba se envolvendo com um grupo de mafiosos perigosos da região onde mora. Lutador e praticante de artes marciais na vida real, Sagae teve que aprender a apanhar para dar vida ao personagem que leva surras homéricas ao longo das duas horas de película.

Prestativo, mas um pouco retraído. Assim é o Lucas que nos recebe na entrevista exclusiva que os protagonistas brasileiros deram para o GUIA JP dias depois das sessões para imprensa realizadas em Tóquio em dezembro de 2022. Essas foram duas coisas da própria personalidade que o jovem levou para o personagem. “Eu sou assim. Sinto essa vontade de ajudar as pessoas porque me ajudaram bastante. Sofri bullying na escola e meus amigos sempre me deram a mão”, conta ele.

 

O cantor Miyavi vive um gângster em “Família” (foto: cedida/©2022 “Familia” FILM PARTNERS)

A luta, para Lucas, foi uma forma de defesa — não contra os assediadores, mas no combate a um inimigo invisível: a diabetes. “Descobri a doença aos 11 anos, depois de um exame que fiz na escola”, lembra ele que, já na época, era apaixonado por esportes. “Eu jogava beisebol no time escolar e tive que parar tudo”, continua, relembrando o momento difícil, que chegou a levá-lo à depressão. Foi durante o tratamento contra a doença que Lucas se encontrou com o kickboxing. O tratamento levou o rapaz ao equilíbrio do corpo e a luta, trouxe paz para a alma.

Foi na academia em que treina que Lucas viu o anúncio que o levou ao elenco de “Família”. Morador de Kani, Gifu, ele diz ter ficado surpreso com a chamada para os testes do filme. “É uma cidade pequena. Não esperamos encontrar uma oportunidade como essas por lá”, explica, bem humorado. O anúncio buscava por jovens entre 16 e 22 anos. Lucas tinha 15. “Fui fazer o teste já achando que seria reprovado por causa da idade”, recorda. O resultado foi diferente e, depois de diversas etapas de seleção, o lutador que dominou a diabetes acabou protagonista de filme.

Das revistas para a tela
Na sessão para as lentes da nossa fotógrafa, já dá para perceber a familiaridade que ela tem com as câmeras. Fadile Waked, 23, atua como modelo desde os 12 anos de idade, quando vivia em Nagoya. O sucesso no mundo da moda não impediu que ela nutrisse outro sonho: o de ser atriz. Fadile não imaginava, no entanto, que pudesse realizá-lo aqui mesmo, no Japão. Filha de um libanês e uma brasileira, a jovem veio parar na Terra do Sol Nascente porque a mãe divorciou-se do pai e se casou novamente com um descendente de japoneses.

A carreira de modelo acabou levando a moça para Tóquio, onde ela já fotografou para dezenas de marcas. Fadile acabou sabendo do teste através de contatos e pediu para a sua agência inscrevê-la na seleção. A aprovação veio e ela mergulhou nas filmagens, interrompidas pela pandemia e retomadas assim que os protocolos de segurança foram definidos, meses depois.

 

Festa no danchi: descontração de brasileiros ajudou Shoji Yakusho em cena (foto: cedida/©2022 “Familia” FILM PARTNERS)

Como o elenco brasileiro é formado por não-atores, Fadile e seus colegas  mergulharam num processo de preparação que levou três meses. Sob o olhar atento do diretor, ela foi trazendo elementos da sua própria personalidade para compor a Erika, uma jovem meiga e solar, que trabalha como hostess num clube noturno. “Ela é alegre e tagarela como eu. Mas, também, é bem expressiva nas emoções”, conta a jovem.

Maternal e amigável, Erika é o elo entre Marcos e o núcleo japonês da trama, a família Kamiya, cujo patriarca é Seiji, um ceramista em crise, personagem do veterano Koji Yakusho. O encontro entre os dois protagonistas masculinos ocorre de maneira inusitada, quando Marcos tenta fugir dos mafiosos chefiados pelo Kaito, um vilão frio vivido de forma quase caricatural pelo também cantor Miyavi.

Uma trama atual
É por uma ação de Erika que a família Kamiya acaba na roda de samba em um danchi — conjunto habitacional — cheio de brasileiros. A cena com os japoneses perdidos num pagode bem brasileiro é um dos momentos do filme com os quais os brasileiros no Japão certamente irão se identificar. Em entrevista divulgada pela assessoria de imprensa da película, Koji Yakusho relata as boas recordações que tem da gravação, realizada no Homi Danchi, em Toyota, Aichi. “Os figurantes brasileiros pareciam estar se divertindo no set”, diz ele. “Foi uma filmagem difícil, mas a alegria deles ajudou bastante. Sou muito grato”, completa.

No início do filme, a família Kamiya ganha um novo membro, Nadia, esposa de Manabu (Ryo Yoshizawa), filho de Seiji que trabalha numa empresa japonesa na Argélia. A personagem é vivida pela atriz paquistano-japonesa Malyka Ali. A partir daí, a história da família Kamiya e as desventuras do casal formado por Erika e Marcos vão se desenvolvendo de forma perturbadora até o clímax da obra que vai sendo conduzida com altos e baixos pelo diretor.

 

Ryo Yoshizawa vive Manabu, filho do personagem principal vivido por Koji Yakusho (foto: cedida/©2022 “Familia” FILM PARTNERS)

A película tem bons momentos, em especial nos encontros entre Seiji, Erika e Marcos. Ver como o personagem japonês acaba se envolvendo com uma história que aparentemente não diz respeito a ele fala muito sobre a relação entre os nipônicos e os estrangeiros residentes no Japão. Com suas feições de homem comum e uma atuação muito correta, Koji Yakusho traz credibilidade e verdade ao personagem, o que faz muita diferença.

Outro ponto forte é a participação de outros brasileiros em papéis menores, com destaque para Alan Shimada que vive Rui, amigo de Marcos, também perseguido pelos mafiosos locais. Shimada é membro do grupo de rap Green Kids, com o nome artístico de Flight-A. Formado por quatro brasileiros, um peruano e um japonês, o conjunto lançou  o clipe de “Datsugoku” (algo como ‘fuga’), música que o grupo apresenta em uma das cenas do filme. Flight-A liberou na época da estreia do filme no Japão o clipe de “Don’t Give Up”, uma incursão solo que também está na trilha sonora da obra. 

Descontando a inexperiência dos atores para papéis tão difíceis, “Família” é um retrato sincero de um momento em gestação para o Japão, um país cuja sociedade enxerga a si mesma como homogênea, mas que vive no século um desafio que vale a sua própria existência. Com uma população que já começou a encolher, ou o Japão acolhe o diferente ou tende a desaparecer.

 

Grupo Green Kids mostra a inserção de brasileiros na cena hip-hop local (foto: cedida/©2022 “Familia” FILM PARTNERS)

O filme cutuca o país na ferida já aberta da inclusão dos estrangeiros que aqui vivem. Protagonista da obra, Koji Yakusho faz uma observação que nem sempre é percebida pelos japoneses. “Acredito que quem não se pareça japonês realmente viva situações de discriminação e preconceito [no país]”, diz o ator. “Infelizmente, enquanto eu estiver vivo, provavelmente não vai ser possível ver o fim do preconceito e da desigualdade”, prossegue.

Enquanto tempos melhores não vêm, o ator deixa um recado. “Gostaria que as pessoas, ao verem o filme, sintam que, para nós seres humanos, os laços entre pessoas, dentre eles a família, são importantes”, diz. Entre erros e acertos, esta é a principal mensagem trazida pelo filme que estreia no Brasil no próximo dia 15 de agosto.