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Fumio Kishida está com COVID-19

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Primeiro-ministro passa bem

 

O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, testou positivo para o Coronavírus neste domingo, 21, um dia antes de retomar suas funções governamentais.

A Secretaria do Gabinete diz que Kishida desenvolveu uma febre leve e tosse desde sábado a noite. Domingo de manhã fez um teste de PCR, que confirmou a suspeita.

Kishida está de férias de verão, descansando na residência oficial.

O líder japonês de 65 anos provavelmente continuará com suas funções a partir de segunda-feira, 22, em sua residência enquanto estiver isolado, desde que os sintomas permaneçam leves, informou o escritório.

A via de infecção permanece desconhecida. Funcionários do governo dizem que Kishida só esteve em contato próximo com a esposa Yuko e outros membros da família.

O primeiro-ministro tem agendada a participação na 8ª Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano, a ser realizada na Tunísia nos dias 27 e 28 de agosto.

Como ele deve permanecer isolado até 30 de agosto, o governo considera a participação virtual no encontro.

 

Fontes: NHK e Kyodo

 

#17 O e-commerce no Brasil: um papo reto com Bruno Berezaga do Shopify

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Um dos setores que mais cresce no Brasil e no mundo é o comércio eletrônico. Para entendermos melhor o contexto atual brasileiro, conversamos com o Bruno Berezaga, Senior Partner Manager do Shopify no Brasil. Neste episódio, ele desvenda os caminhos para quem deseja aumentar as vendas através da plataforma. Confira!

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Em prol do amor

Um apaixonado pelo Japão: é assim que pode-se definir o cantor, ator e compositor Toni Garrido. Poucos sabem, mas sua carreira tem uma ligação forte com a Terra do Sol Nascente. Toni esteve no país quando ainda era um nome de pouca projeção, com o seu primeiro conjunto como artista profissional, a Banda Bel. De lá para cá, já foram outras quatro viagens que sempre deixam marcas, no corpo e na alma do cantor. Há pouco mais de um mês de sua apresentação no Brazilian Day Hamamatsu 2022, o JP Guide conversou por e-mail com Toni Garrido. Confira.

Qual a sua expectativa para voltar ao Japão?

Eu gosto tanto, mas tanto, mas tanto dessa terra. Gosto tanto desse país, dessa nação. Tenho também, de certa forma, gratidão do quanto a gente tem da cultura [japonesa] a partir do êxodo do Japão para cá e, ao mesmo tempo, do êxodo do Brasil para o Japão. Tem muita gente amorosa daqui que vai para aí em busca de uma vida melhor, de um país acolhedor. Minha expectativa quando vou ao Japão é de me divertir muito e, mais que isso, de ficar com a minha alma tomada de amor. Já fui ao Japão quatro vezes para tocar e, duas vezes, eu escolhi o lugar mais distante que eu poderia escolher para passar férias ou para passear. Gosto tanto daí que eu poderia ir para o Caribe que é pertinho. Mas escolhi ir para o Japão. Amo muito esse lugar e a expectativa que eu tenho é de voltar mais feliz para casa.

Que memórias você tem das outras vezes em que tocou aqui no país?

Cada vez que eu vou, tenho uma memória diferente. Da última vez que eu fui, a 4 ou cinco anos atrás, fiquei tão feliz com o que aconteceu que, em Tóquio, no último dia, tive que fazer tatuagens para marcar a minha passagem. Foi a primeira vez que eu tatuei os nomes das minhas filhas, Vitória e Isadora, um em cada ombro. Elas não estavam comigo, mas queria que elas sentissem a alegria que eu estava sentindo. Está no meu corpo essa minha última viagem ao Japão.

Na primeira vez que fui ao Japão, eu nunca tinha saído da minha cidade, o Rio de Janeiro. Nunca tinha pego avião. Eu tinha uma banda, a Banda Bel, e a gente viu um anúncio, no jornal, de um festival chamado One World Pop Festival. Eles colocaram anúncios no mundo inteiro para recrutar bandas. A gente se inscreveu e, um dia, recebeu uma carta dizendo que a banda tinha sido selecionada entre trezentas. Daí, a gente foi recebendo outras cartas dizendo que estávamos dentre os 100, dentre os 80, dentre os 25. A gente acabou sendo um dos três selecionados da América Latina, junto com uma banda da Argentina e outra do Peru. Isso foi em 1989, se eu não me engano. A gente foi para o festival e a primeira vez que eu peguei um avião na vida, a primeira viagem que eu fiz na vida, não foi para ir a São Paulo. Foi para ir para o Japão! Ganhei o prêmio de melhor intérprete do festival e juntei com o dinheiro da galera e a gente ficou morando dois meses morando em Nova Iorque. Daí começou a minha história de amor com o Japão.

Toda vez que eu vou ao país, gosto de visitar um restaurante em Nagoya. É um sushi de um casal de 80 anos de idade, uma casa pequenininha que me enche de alegria. Eles me tratam com muito carinho e se lembram de todas as vezes que eu fui lá. Só sinto que a viagem está completa quando passo no restaurante para dar um abraço nos donos e me sento para comer um pouco da comida deles.

“Toda demanda é
demanda de amor.

Qual vai ser o repertório do show do Brazilian Day?

Uma vasta seleção de canções muito importantes, muito memoráveis do Brasil. É um show de canções, mesmo. Dançante pra caramba, da primeira à última música e é uma memória viva de casa que eu acho que a galera vai gostar muito.

O que o público deve esperar do show do Brazilian Day Hamamatsu 2022?

Irmão, é amor. Vou atravessar o mundo para dar amor, trocar amor, receber amor. Para mim, toda demanda é demanda de amor. Todo ato é em prol do amor. Cantar para mim é amor puro. Visitar vocês vai ser maravilhoso e não vejo a hora. Fiquem com Deus. Beijo!

 

“Nossos companheiros, nossos parceiros”

Yasumoto Suzuki, 64, é um homem de sorriso fácil. No dia 17 de junho, após receber o cônsul-geral do Brasil em Hamamatsu, Aldemo Garcia, e o empresário Mario Makuda para uma reunião sobre as comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil, ele soube que sua popularidade está alta entre os brasileiros residentes na cidade. Soltou uma simpática risada e mostrou apreço pelo carinho recebido.

A popularidade não é gratuita. No comando da prefeitura desde 2007 (este é o seu quarto mandato consecutivo), o político atualmente sem filiação partidária viveu momentos intensos junto com a comunidade brasileira da cidade, como a crise de 2008. Na avaliação das lideranças locais, Suzuki está sempre procurando soluções para as questões que envolvem a integração dos estrangeiros em Hamamatsu e, por isso, tem a admiração dos brasileiros.

Logo após a audiência com o cônsul, o alcaide recebeu o repórter do GUIA JP e falou um pouco sobre a comunidade, projetos futuros e ainda deu uma dica de viagem para quem pretende visitar a cidade. Confira.

Qual a sua visão sobre a comunidade brasileira em Hamamatsu?

Em 1990, a legislação japonesa mudou e, desde então, muitos brasileiros vieram [para o Japão]. Assim, são mais de 30 anos de convivência com os brasileiros. Atualmente, cerca de 80% dos que estão aqui têm vistos de residência permanente ou de longa duração e são cidadãos de Hamamatsu, como os demais munícipes. Eles ajudam a construir, a levantar a cidade. Eu os vejo como nossos companheiros, nossos parceiros.

Hamamatsu também é conhecida como uma cidade intercultural, o que exatamente a cidade espera de seus cidadãos estrangeiros?

Até o momento, temos encontrado muitos desafios para serem solucionados, questões sobre o que fazer com a educação das crianças, com os problemas de seguro social, com problemas no ambiente de trabalho. Alguns deles estão bem encaminhados. De qualquer modo, os estrangeiros são muito diferentes dos japoneses. Há muita diversidade cultural e de habilidades e nós temos que aproveitar o potencial dos estrangeiros para que a cidade prospere e cresça. É isso que nós esperamos dos cidadãos estrangeiros.

Audiência do cônsul-geral do Brasil com o prefeito Suzuki (foto: Roberto Maxwell)

Muitos brasileiros, como o senhor já disse, já não são mais “dekasseguis”. Eles já fazem parte da vida de Hamamatsu. Que projetos a prefeitura tem realizado para integrar ainda mais os brasileiros à comunidade local? Acredito que muito já tenha sido feito em vários setores mas, de certo modo, esses projetos de integração ainda são necessários?

Muitos dos problemas realmente já foram encaminhados. Mas temos crianças nascendo e a questão da educação delas é um dos desafios. Em especial, temos os casos das crianças que deixam de ir à escola — e podemos incluir aí as japonesas. Crianças fora da escola não é algo bom. Por isso, a cidade de Hamamatsu está trabalhando para levar a zero o número de crianças fora da escola. É algo muito importante [para a cidade] e que deve ter continuidade. Procuramos agir com rapidez quando encontramos uma criança fora da escola. Além disso, têm a questão dos desastres naturais que nunca sabemos quando podem ocorrer. Então, devemos preparar os brasileiros que estão aqui, bem como os japoneses, para evitar perdas; enviar informações para que todos saibam o que fazer no caso de um desastre natural. São diversas coisas que precisamos pensar para quem está vivendo aqui. Sendo assim, não separamos brasileiros e japoneses. Pensamos na comunidade como uma só e que, juntos, vamos buscar as soluções.

Há 10, 20 anos, pensávamos nas questões envolvendo as crianças. Atualmente, os brasileiros estão envelhecendo…

Isso, do mesmo modo que os japoneses. Por isso, precisamos pensar na questão de apoio para os idosos e estamos lidando com isso do mesmo modo para japoneses e estrangeiros.

Hamamatsu é a cidade da música e o Brasil, um país muito musical. Existe algum projeto da prefeitura para incentivar intercâmbios musicais entre japoneses e brasileiros?

O maior projeto que fizemos foi o Samba Festival, há três anos, do qual os brasileiros também participaram. É um evento grande da cidade. A partir de agora, teremos apresentações de outros estilos além do samba, para que possamos apresentar as músicas produzidas pelos estrangeiros. Vai se chamar Tabunka Festa Hamamatsu e ocorrer no dia 28 de agosto. Com isso, pretendemos ampliar as trocas culturais na cidade. Conversei com o cônsul anteriormente e ele me informou que o consulado está planejando organizar diversos eventos. Nós pretendemos participar ativamente desses eventos e colocar nossos esforços para ampliar as trocas culturais.

Anteriormente, o senhor chegou a falar que participou do [evento musical] Bossa Brasil, organizado pelo consulado. Além dessa, teve outras experiências com a cultura brasileira?

Gosto muito de churrasco. Também gosto muito de caipirinha, de preferência sem açúcar. Tomo com frequência.

Qual é a sua dica de turismo em Hamamatsu para os brasileiros que virão visitar a cidade após lerem a nossa revista?

Hamamatsu tem um castelo e muitos outros pontos históricos, mas a cidade também é rica em natureza. Temos o Oceano Pacífico, o Lago Hamana. Nos dias de folga, muitos brasileiros costumam passear no Hamanako e no mar. Além disso, temos montanhas com rios limpos. Sei que muitos brasileiros acampam nessas áreas. Em Hamamatsu, essas áreas naturais são próximas à cidade, são de fácil acesso e isso é muito bom.

A capital do bicentenário

Música, gastronomia, esportes, literatura e muito mais. Vai ser assim, com programação variada e para todos os gostos, que os postos diplomáticos brasileiros irão celebrar o Bicentenário da Independência do Brasil, neste ano de 2022. Com o índice vacinal alto e o controle do número de casos graves de infecção pelo coronavírus, a efeméride vai ser comemorada também com eventos reunindo um grande número de pessoas, algo inimaginável há um ano.

É o caso do Brazilian Day Hamamatsu 2022 que será realizado nos dias 3 e 4 de setembro, no Soramo, perto da estação central da cidade. Segundo Mario Makuda, da Promotion Brazil, a organização espera a participação de mais de 15 mil pessoas nas datas. Sem a realização do Brazil Festival, evento anual em Tóquio paralizado desde o início da pandemia, o Brazilian Day Hamamatsu deverá ser a apoteose da celebração do Bicentenário no Japão.

“Tendo em vista que Hamamatsu é considerada a Cidade da Música no Japão pela UNESCO e que, também, moram cerca de 10 mil brasileiros no município — e cerca de 30 mil na província de Shizuoka —, nada mais natural do que fazer de um evento musical como o Brazilian Day Hamamatsu 2022 o principal da comemoração”, explica o embaixador Aldemo Garcia, Cônsul-Geral do Brasil em Hamamatsu há pouco mais de um ano.

Segundo o diplomata, a ideia é trazer para o palco diferentes estilos, com o melhor da música brasileira. Além dos artistas locais, brasileiros e japoneses, o ex-vocalista do Cidade Negra, Toni Garrido, é uma das atrações confirmadas. O elenco musical deverá contar, ainda, com a participação de uma banda peruana. Já confirmado, o mestre de cerimônias do evento será o apresentador Jhony Sasaki que atualmente mora no Brasil, onde atua como vereador na cidade de São Vicente, no estado de São Paulo.

O Brazilian Day Hamamatsu também deverá destacar a gastronomia das diversas regiões brasileiras. Haverá espaço para 12 barracas e cinco food trucks e a ideia é atrair restaurantes e cozinheiros com diferentes perfis. Além disso, 20 outras barracas estarão à disposição para quem queira vender seus produtos. Os interessados devem entrar em contato com a organização para ter mais informações.

Na seara dos eventos musicais para este Ano do Bicentenário, o consulado em Hamamatsu pretende organizar mais edições do Bossa Brasil, espetáculo focado em ritmos brasileiros e realizado numa cervejaria da cidade. A próxima edição, em data a ser divulgada deste mês de julho, será dedicada ao pop e ao rock. Além disso, o Brasil deverá estar representado no line up do Hamamatsu Jazz Festival que rola em setembro.

Além da música

O ano de celebrações não para no Brazilian Day. Já neste mês de julho, no dia 9, as quatro representações diplomáticas realizam a Olimpíada Escolar Brasileira junto com o Centro Educacional Sorriso de Criança, a BFC Japan e a Cavom Estudantil. O evento será no Shizuoka Stadium ECOPA, onde o Brasil bateu a Inglaterra por 2 a 1 na Copa de 2002. Cerca de mil atletas estudantis estão sendo esperados na competição que reunirá as 36 escolas brasileiras do Japão e contará, ainda, com a participação de alunos de uma escola peruana e duas japonesas. Os competidores irão se enfrentar em provas de atletismo, salto em distância, tênis de mesa, xadrez, vôlei, futebol e natação.

Eventos culturais estão na programação do Ano do Bicentenário do Brasil em Hamamatsu (foto: Consulado-geral de Hamamatsu/cedida)

Como convidado especial, o mesatenista brasileiro Hugo Hoyama estará no evento. Hoyama é um dos maiores medalhistas brasileiros da categoria nos Jogos Pan-americanos. Ele conquistou 15 medalhas em diversas participações, 10 delas de ouro. O atleta também participou de seis edições dos Jogos Olímpicos. Atualmente, ele compete pelo Palmeiras e treina a seleção brasileira feminina de sua categoria. Hoyama deverá oferecer, ainda, clínicas de tênis de mesa para atletas iniciantes. Outra presença especial confirmada no evento é a do jogador Ruy Ramos, brasileiro naturalizado japonês e ex-atleta da seleção japonesa de futebol.

Além da Olimpíada Escolar Brasileira, a cidade deve ser o palco de um evento esportivo na praia, o Summer Sports Brazil, previsto para agosto.

Outras artes também ganham destaque no Ano do Bicentenário em Hamamatsu. A literatura está sendo contemplada com o lançamento de obras brasileiras traduzidas em japonês. “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, foi a primeira delas e chegou às prateleiras em fevereiro deste ano. Neste mês de julho, o escritor Oscar Nakazato traz o seu premiado “Nihonjin”, uma obra que fala sobre a imigração japonesa ao Brasil. Nakazato deverá circular por diversas cidades do país em eventos de lançamento. Ele estará em Hamamatsu nos dias 5 e 6 para palestras em universidades japonesas e no Colégio Mundo de Alegria. Uma noite de autógrafos será realizada na livraria Yajimaya.

Estão previstos, ainda, os lançamentos de “As Meninas” de Lygia Fagundes Telles (agosto), “Torto Arado”, de Itamar Vieira Junior (em novembro) e da coletânea “O melhor do conto brasileiro”, em dezembro.

Também em julho, dentre os dias 14 e 18, a artista Amanda de Godoy fará uma exposição solo no Create Hamamatsu. “Amanda’s Universe” trará obras da jovem de apenas 14 anos, fortemente inspiradas no movimento das águas. Aos três anos de idade, ela foi diagnosticada com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e encontrou na pintura uma forma de se comunicar e de lidar com a ansiedade. Com cores fortes e pinceladas firmes, as obras de Amanda têm uma maturidade impensável para uma artista de sua idade.

embaixador Aldemo Garcia, Cônsul-Geral do Brasil em Hamamatsu (foto: Roberto Maxwell)

No campo das artes plásticas, Hamamatsu também deve receber uma exposição solo de Darlan Rosa (outubro) e um painel da renomada dupla de grafiteiros OSGEMEOS (novembro).

“A gente está com muitas ideias, muitos projetos”, diz o cônsul. Ele explica que o principal entrave para a realização dos eventos é a falta de recursos financeiros. “Esperamos contar com o apoio do empresariado local que até agora tem respondido muito bem”, continua. “Espero contar com esse apoio no futuro para a gente colocar Hamamatsu no mapa da promoção da cultura brasileira no Japão”, finaliza o diplomata.

“A política é uma ferramenta de equalização”

Toda vez que Jhony Sasaki, 45, voltava ao Brasil, sentia que podia fazer alguma coisa para melhorar o país. “Via as pessoas reclamando da situação e ficava fazendo comparações para tentar entender como poderia ajudá-las”, conta o apresentador e repórter, que viveu metade de sua vida na Terra do Sol Nascente. Do Japão, vêm parte das referências que, acredita, podem ajudar a mudar o Brasil: “a disciplina, a persistência, a organização, o saber que tudo tem começo e fim e que é preciso estar organizado para que as coisas aconteçam”, explica.

Mas foi algo muito concreto que fez Jhony deixar uma carreira consolidada como repórter para trás e investir na política. Convites não faltavam, inclusive de um amigo de infância que acabou sendo a razão para a grande mudança. “Ele teve uma parada cardíaca e foi parar num hospital municipal. Não tinha leito e teve que ficar numa maca”, recorda. A pedido da família, Jhony recorreu à ajuda de uma amiga deputada e conseguiu uma vaga num hospital para o amigo. No entanto, não havia ambulância para a transferência. “Ele veio a óbito”, conta Jhony. “Isso mexeu muito comigo e eu pensei: ou fico só reclamando ou faço alguma coisa”, continua.

Ao retornar ao Brasil, Jhony embarcou numa campanha para vereador em São Vicente, sua cidade de residência. Ele conta que levantava às seis e dormia às onze da noite, batendo de porta em porta para se apresentar aos eleitores. “Muitas pessoas não acreditavam que, com apenas um mês e meio, eu pudesse fazer uma campanha sem comprar votos, sem entrar nesse jogo sujo da política. Fiz uma campanha limpa e relativamente barata”, explica. Segundo dados do TSE-SP, o então candidato gastou R$ 277.923,32 na campanha, valor semelhante ao dos três candidatos mais bem sucedidos na disputa. Novato na política, Jhony conquistou 2.458 votos e foi o sétimo mais votado da cidade.

 

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Eleito, o agora vereador encontrou novos desafios. Descobriu verbas para o saneamento paradas por falta de projetos e foi atrás de um modo de destravá-las. Nas redes sociais, Jhony mostra suas visitas quase que diárias às comunidades de São Vicente para ouvir os problemas locais e encaminhá-los. “Em um ano e meio de mandato, sou o vereador que mais conseguiu destinar recursos, através dos governos estadual e federal, para a cidade”, conta ele que tem uma forte crença. “A política é uma ferramenta de equalização, em que você transforma a vida das pessoas de forma coletiva”, diz.

O envolvimento local não fez com que Jhony esquecesse a situação dos brasileiros no Japão. “Há anos venho falando do envelhecimento da comunidade brasileira, dos vistos para yonsei, da desigualdade de vistos. Antes eu falava, mas as autoridades políticas não me davam ouvidos. A entrada na política me deu um caminho para chegar até essas autoridades e é isso que eu venho fazendo desde que cheguei ao Brasil”, conta ele que pretende usar parte do tempo em que estiver no Japão para se encontrar com o novo embaixador do Brasil, Octávio Henrique Dias Garcia Côrtes, e com representantes do governo japonês. A ideia é fazer o possível para destravar pautas que possam beneficiar os brasileiros que vivem no Japão.

 

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Mas, sem dúvida, boa parte da estadia de Jhony no país será dedicada a matar a saudade dos amigos e da comunidade que o acolheu por mais de duas décadas. O atual vereador era um adolescente roqueiro e fã de Charlie Brown Jr. quando foi recrutado para ser a cara jovem da extinta IPC TV. Na emissora, Jhony apresentou, dentre outros programas, o Agenda +, que mostrava a comunidade brasileira de forma divertida e atraente. Com o tempo e a maturidade, o apresentador foi conquistando espaço. Apadrinhado por Ana Maria Braga, virou correspondente do programa Mais Você. Também fez coberturas para o noticiário da Rede Globo, inclusive durante momentos dramáticos como o Grande Terremoto do Leste do Japão, em 2011.

Com carisma e simpatia, Jhony se consolidou também como apresentador do Festival do Brasil de Tóquio, que até antes da pandemia era o mais importante evento brasileiro organizado no Japão. O vereador diz que tem altas expectativas para a volta ao país. “Quero reencontrar os amigos, abraçar a comunidade brasileira”, conta ele que pretende fazer um evento interativo e com muita emoção. “A saudade é algo que nos divide. Quando estamos no Japão, sentimos saudades do Brasil. Quando estamos no Brasil, sentimos saudade do Japão. Quero trazer a nossa brasilidade, as nossas cores, a nossa musicalidade e o nosso jeito de ser. Quero que as pessoas se sintam em casa”, finaliza.

Um fim de semana para o Brasil

Música, festa, folia são palavras que poderiam muito bem ser sinônimo de brasilidade. E é prometendo isso e muito mais que a cidade mais brasileira do Japão se prepara para receber o Brazilian Day Hamamatsu 2022, o maior evento verde e amarelo do ano em que o Brasil celebra 200 anos de independência. Nos dias 3 e 4 de setembro, a maior cidade da província de Shizuoka receberá no palco do evento inúmeras personalidades e destaques dos meios artístico e esportivo, além de apresentação dos alunos das escolas brasileiras locais.

Herdeiro direto do Festival de Brasil em Tóquio, cancelado nos anos anteriores por causa da pandemia, o Brazilian Day Hamamatsu 2022 manterá a estrutura do seu evento-pai, com um line-up musical formado por uma atração internacional e artistas brasileiros e japoneses locais. Esta edição recebe, diretamente do Brasil, o cantor Toni Garrido, em sua segunda turnê pelo Japão. O ex-vocalista do Cidade Negra esteve na Terra do Sol Nascente em 2018 e fez shows em várias províncias japonesas. Dentre os nomes locais estão o duo Roberto Casanova & Mika da Silva, a já lendária Via Brasil e a Banda Dahu são apenas alguns dos artistas que trazem os diversos estilos de música brasileira para o palco do evento.

Outro destaque do evento é Jhony Sasaki. Conhecido pela comunidade brasileira como repórter e apresentador da Rede Globo de Televisão e da extinta IPC TV, Sasaki atualmente está no Brasil onde foi eleito vereador na cidade de São Vicente, no litoral do estado de São Paulo. O apresentador retorna ao Japão para receber o público do Brazilian Day Hamamatsu 2022 no segundo dia do evento e matar as saudades da comunidade brasileira.

O vereador e apresentador Jhony Sasaki (foto: arquivo pessoal)

Paralelo ao calendário de apresentações, os empreendedores da comunidade oferecerão serviços e produtos, juntamente com o tempero mais que especial da gastronomia brasileira. Tudo isso com entrada franca e pronto para receber um público esperado de 15 mil participantes nos dois dias de festa. Nesta edição, o GUIA JP te dá um panorama do que você pode esperar desta celebração que será uma oportunidade única de encontros, lazer e diversão. Confira!

Na cadência do samba, do forró, do axé…

As atrações musicais são o carro-chefe do Brazilian Day Hamamatsu 2022. Conheça alguns dos artistas que se apresentarão no evento.

TONI GARRIDO

(pop, black music)

Um dos cantores mais carismáticos do Brasil, o ex-vocalista do Cidade Negra faz sua segunda viagem de apresentações em palcos do Japão. Com uma carreira multifacetada, Garrido estreou como ator no filme Orfeu (1999) em que, além de viver o protagonista, emprestou sua voz para as belíssimas composições de Caetano Veloso para a trilha sonora. O artista também brilhou como apresentador ao lado de Angélica no programa Fama e como jurado na segunda temporada do The Voice +. Uma das mais belas vozes do pop brasileiro, Garrido promete embalar a plateia com novos e antigos sucessos. Veja entrevista completa com o cantor aqui.

ROBERTO CASANOVA & MIKA DA SILVA

(bossa nova, MPB)

Ele, brasileiro; ela, japonesa: uma história de amor cuja trilha sonora é sem fronteiras. Oriundo da cena dos karaokê da comunidade japonesa em São Paulo, Roberto Casanova  fez o seu nome ao vencer o Nodojiman, o maior concurso do estilo do Japão. Mika, por sua vez, apaixonou-se pela música brasileira e, com sua voz suave, conquistou o público brasileiro no Japão e no Brasil com suas interpretações de sucessos da bossa nova e da MPB.

BANDA DAHU

(pop rock, sertanejo, reggae)

Nos palcos desde 2001, a banda de repertório alegre e dançante é conhecida por animar as noites brasileiras no Japão. Por sua performance marcante e contribuição para a difusão da cultura brasileira no país, o quinteto já venceu por duas vezes o Brazilian International Press Awards Japan. Quem conhece a energia deles no palco sabe que vai dançar a tarde toda!

VIA BRASIL

(MPB, samba, soul jazz)

Com 35 anos de história, divididos entre Brasil e Japão, a Via Brasil é uma das mais conhecidas bandas de música brasileira em atividade no Japão. Com um repertório clássico que vai do samba ao soul jazz, os artistas se apresentaram em todos dos principais palcos e eventos voltados ao Brasil na Terra do Sol Nascente. Espere ouvir clássicos de diversas épocas em performances memoráveis.

DIEGO SILVA + CÉSAR VALENTIM E SONIA SANTOS

(baião, xote, forró)

O Embaixador da Cultura Nordestina no Japão se junta aos amigos para fazer o público do Brazilian Day Hamamatsu 2022 dançar de rosto e umbigo colados. Com um balanço digno de Dominguinhos, a irreverência de Genival Lacerda e a presença de palco de Luiz Gonzaga, o cantor e radialista que sempre surpreende o público vai transformar o Brazilian Day Hamamatsu 2022 numa Festa de São João.

JP DO VALE

(MPB, world music)

Atração vinda de Seul, o soteropolitano é multi-instrumentista, compositor e produtor musical e se apresenta pela primeira vez no Japão.

RYOSUKE WHISTLING

(MPB, jazz, assobio)

O toquiota é especialista na arte do assobio e faz suas apresentações em forma de trio mostrando a música brasileira de forma peculiar.

CECILIA KEIKO

(MPB)

Com 9 anos, a artista de voz suave realizou o sonho de subir num palco pela primeira vez e traz sua delicadeza para o palco do Brazilian Day Hamamatsu 2022.

DUO SABIÁ & BANDA

(sertanejo, pop, MPB e outros)

A vocalista Sueli Gushi e o instrumentista Hiroshi Nakanuma vêm acompanhado de banda para fazer um passeio por diversos estilos brasileiros.

H20

(rap, hip-hop)

Grupo multicultural criado em Matsumoto, Nagano, levando mensagens positivas através de suas letras em português, inglês, japonês e espanhol.

NAYARA VANYSE

(sertanejo, sofrência)

Com voz potente e cheia de emoção, a cantora piauiense promete arrasar os corações com músicas próprias e sucessos consagrados.

DANILO ARRUDA

(pop, rock)

A música é o baú de memórias deste paulista de Andradina que desde os 17 anos toca em bares e eventos. Espere muita nostalgia.

RICO MOUE E BANDA CASA

(bossa nova)

Apaixonada pelas melodias brasileiras, a cantora japonesa se junta à Banda Casa traz o seu olhar para a bossa nova.

REI CAPOEIRAP

(rap, funk)

O japonês foi até o Brasil para gravar com o rei do funk Kondzilla a faixa “Baile de Tóquio”, sua música-assinatura e promete fazer o público dançar até o chão.

ROGÉRIO KIMITA

(sertanejo)

O paranaense de voz potente traz o seu violão melódico e belas interpretações para sucessos consagrados do estilo.

Saiba mais sobre outros artistas e atrações no site do evento.

Hamamatsu – música para todos os sentidos

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Maior cidade da província de Shizuoka, Hamamatsu não é desconhecida pelos brasileiros que vivem no Japão. Dificilmente há alguém na nossa comunidade que não relacione “Hama” ao que ficou conhecido como “Movimento Dekassegui”, a imigração pendular de descendentes de japoneses entre o Brasil e o Japão. “Com a mudança da Lei de Imigração há mais de 30 anos, muitos nikkeis brasileiros vieram para Hamamatsu”, relembra Yasutomo Suzuki, prefeito do município de mais de 800 mil habitantes, que hoje acolhe quase 10 mil brasileiros, “muitos dos quais têm visto de residência permanente”, como lembra o alcaide, apontando a mudança que se desenhou na última década na imigração brasileira ao Japão.

Parte de uma importante zona industrial do país, que engloba ainda cidades próximas como Iwata, Fukuroi, Kosai e Toyohashi, Hamamatsu também é o nascedouro de grandes companhias como a Honda, a Suzuki e a Yamaha, cujos nomes e marcas são familiares mesmo para quem nunca pisou no Japão. Esse poder empreendedor e produtivo começou a atrair brasileiros e peruanos de origem japonesa, já no estouro da bolha econômica no país, no final dos anos 1980. No auge, Hamamatsu teve mais de 20 mil imigrantes brasileiros, gente trabalhadora que movimenta a cidade até os dias de hoje, não somente o setor industrial como, também, o de comércio e serviços e o imobiliário.

A Hamamatsu que habita a memória de muitos brasileiros é esta: uma das locomotivas da economia e do desenvolvimento do país. Mas os moradores locais também têm acesso a uma cidade cheia de belezas naturais, parques, monumentos históricos, praias e rica gastronomia. Essa Hamamatsu turística é algo que muitos dos nossos compatriotas de outras regiões — e de fora do Japão — simplesmente desconhecem. Por isso, nesta edição do GUIA JP, a gente leva você para fazer uma viagem com os cinco sentidos por essa cidade de grande significado para a comunidade brasileira no Japão. Vem com a gente?

Música para os ouvidos

Quem chega e sai da estação de Hamamatsu não consegue deixar de notar a presença de um prédio enorme, que lembra uma gaita. É o Act City, um dos principais pontos de referência da cidade. O formato da construção não é um acaso. Hamamatsu é considerada a “Cidade da Música” no Japão, reconhecimento também dado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) desde 2014 através do projeto global Cidades Criativas.

Em forma de gaita, o Act City é um ponto de referência em Hamamatsu
Em forma de gaita, o Act City é um ponto de referência em Hamamatsu (imagem: Pixta)

Dentro do processo de desenvolvimento industrial de Hamamatsu, fábricas de instrumentos musicais como a Yamaha, a Roland e a Kawai estão estabelecidas na cidade. Junto com elas, os cidadãos desenvolveram um interesse especial pela música e muito disso se reflete no Museu de Instrumentos Musicais de Hamamatsu, que fica, justamente, dentro do complexo do Act City.

A exposição permanente do museu traz centenas de instrumentos de diversos estilos e de todas as partes do planeta, contando, através das peças, um pouco sobre as inúmeras tradições musicais. O museu também organiza visitas guiadas e uma série de atividades, em especial nos fins de semana, com apresentações e workshops para a criançada.

Quem quiser conhecer melhor a história da Yamaha e o processo de produção de vários instrumentos vai gostar de conhecer o Innovation Road, um espaço de exibição altamente tecnológico na sede da empresa localizada na cidade. A exposição é dividida em três partes, pensadas para estimular a audição, o tato e a visão. A entrada é franca e as visitas precisam ser agendadas pelo site da instituição.

A programação musical de Hamamatsu é agitada. Espaços como as salas de concertos dos Act City e o Create Hamamatsu estão sempre trazendo artistas nacionais e internacionais, em especial no campo da música clássica. Além disso, o Consulado-geral de Hamamatsu criou uma série de eventos de música popular brasileira com o nome de Bossa Brasil. Os shows são temáticos e são divulgados pelas redes oficiais do consulado.

Um pouco de história

Localizado bem perto da prefeitura e do consulado, o Castelo de Hamamatsu é o ponto turístico mais conhecido da cidade. Provavelmente fundada no início do século 16, a fortificação era chamada inicialmente de Castelo de Hikuma. A construção tem importância histórica por ter sido a residência do unificador do Japão, Tokugawa Ieyasu, no começo de sua carreira como senhor feudal. Após vencer o clã Imagawa, Ieyasu se transferiu de Okazaki, na província vizinha de Aichi, para Hamamatsu de onde, de acordo com os registros, sonhava em conquistar o mundo.

O prédio atual é uma réplica do castelo que tinha sido levantado em 1570, quando Ieyasu ocupou o lugar. Hamamatsu foi uma das cidades mais bombardeadas durante a Segunda Guerra Mundial, e o castelo é uma das construções mais atingidas. Na versão atual, a fortificação ganhou um museu através do qual é possível saber mais sobre a história da construção e de seu mais ilustre morador. Além disso, a área ocupada pelo castelo fica dentro de um parque que se transformou num dos principais pontos de observação das cerejeiras em flor na cidade.

Cerejeiras no Castelo de Hamamatsu
Cerejeiras no Castelo de Hamamatsu (imagem: Pixta)

Já nas montanhas, bem no norte da cidade, fica o pouco conhecido Castelo de Takane. Datada da primeira metade do século 15, a fortificação fica bem perto da fronteira entre as províncias de Shizuoka e Nagano, na linha Iida da JR, com acesso a partir de Toyohashi. Controlado pelo clã Takeda em praticamente toda a sua história, sua posição estratégica nas montanhas era ambicionada por muitos senhores feudais. Em 1580, a família Takeda acabou derrotada pelas forças de Tokugawa Ieyasu e o castelo foi abandonado. O acesso ao castelo é feito por trilhas bem abertas nas montanhas.

À beira do lago

No oeste de Hamamatsu, fica um dos mais belos e recortados lagos do Japão, o Hamanako. Ao longo de suas margens, estão localizados hotéis, pousadas, ryokans e inúmeros restaurantes que, juntamente com as pequenas marinas, atraem visitantes de toda a região.

A área com maior número de atrações é Kanzanji Onsen, uma pequena estância de águas termais, onde se pode, também, conhecer um pouco da cultura de banhos do Japão. Na localidade, alguns dos hotéis e pousadas com vista para o lago abrem suas termas também para quem não está hospedado por um preço bem bacana. Para economizar, leve uma toalha grande e uma pequena.

Teleférico de Kanzanji, sobre o Lago Hamana
Teleférico de Kanzanji, sobre o Lago Hamana (imagem: Pixta)

Mas antes de relaxar nos banhos termais, vale a pena explorar um pouco a área. O Parque das Flores de Hamamatsu pode ser um bom começo. O jardim botânico conta com cerca de 3 mil variedades de plantas, com espécies florescendo em todas as épocas do ano. Uma grande estufa — conhecida como Palácio de Cristal — e uma fonte com espetáculo de águas ao longo do dia completam a paisagem.

Entre os meses de março e junho, é realizado o Lake Hamanaka Flower Festa. É justamente a época mais colorida do ano, com cerejeiras e tulipas colorindo o início da primavera. As glicínias, que florescem logo depois, formam um túnel púrpura de 150 metros que é muito instagramável. Ameixeiras, rosas, íris, azaleias e hortênsias completam o festival de beleza até o verão.

Pipas no ar

Um dos festivais mais emocionantes do Japão é o Hamamatsu Matsuri. Realizado anualmente entre os dias 3 e 5 de maio, o evento celebra as crianças e ocorre em duas localidades. Na Praia de Nakatajima, as diversas comunidades da cidade se reúnem para uma batalha de pipas, que teve origem em meados do século 16, antes da chegada de Tokugawa Ieyasu à região.

Conta-se que no nascimento do primeiro filho de um dos senhores do antigo Castelo de Hikuma, uma grande pipa foi empinada para celebrar a chegada do rebento. Desde então, a prática foi adotada por várias famílias na região. Com o tempo, o festival foi ganhando corpo e passou a ser realizado na praia. Além disso, as famílias foram substituídas pelas comunidades, que passaram a celebrar juntas o nascimento e o crescimento de seus filhos. Nos dias de hoje, meninos e meninas são celebrados.

O Festival de Hamamatsu é um dos maiores eventos anuais da cidade (imagem: Pixta)

Na Praia de Nakatajima, os ventos são fortes e, por isso, a competição se torna ainda mais acirrada. Como as pipas são enormes, maiores que as pessoas, é preciso ter cuidado com as cordas no Japão e com a queda dos objetos. Por isso, usar um capacete é recomendado.

À noite, no centro da cidade, carros ricamente decorados com lanternas desfilam pelas ruas da cidade com pequenas bandas e muita música. São cerca de 104 carros nos desfiles ao longo dos dois dias de festival.

Vistas do alto

A poucas paradas de ônibus do parque fica o Teleférico de Kanzanji, o único do Japão que circula sobre um lago. As cabines conectam a margem do Hamanako ao tipo do Monte Okusa, de onde a vista é ainda mais encantadora. Mesmo lá do alto, a vocação de Hamamatsu para a música soa forte. Aqui fica o Hamanako Orgel Museum, um espaço totalmente dedicado às caixinhas de música. A coleção parece ser infinita e o museu oferece, ainda, workshops de como fazer esses pequenos universos sonoros.

Em uma curta caminhada a partir da estação inferior do teleférico, no alto de uma pequena colina, fica o Kanzanji, um templo budista fundado no início do século 9. Mais popular que o salão principal do espaço é uma capelinha dedicada a Jizo, uma entidade que costuma auxiliar os terrenos a encontrar o caminho para a iluminação. No Kanzanji, Jizo ganhou uma missão especial: ele é o casamenteiro e isso pode ser visto nos ema, as placas volitivas de madeira, que são colocadas em grande quantidade pelos fiéis em busca de matrimônio. No alto da colina fica, também, uma estátua da deusa da misericórdia, Kannon.

Pôr do sol em Bentenjima
Pôr do sol em Bentenjima (imagem: Pixta)

Na área, ainda é possível caminhar pela beira do lago e até mesmo pegar uma praia. A Kanzanji Sun Beach costuma ficar lotada durante o verão. As águas tranquilas do lago são excelentes para quem viaja com crianças. Além disso, é possível alugar um caiaque ou mesmo praticar wind surf.

Mas não existe melhor lugar para terminar uma viagem por Hamamatsu do que Bentenjima, na parte sul do Hamanako. Ali, fica uma pequena faixa de areia voltada para a Rota 1 e para o mar. A estreita saída de água forma uma laguna no meio na qual fica o Akadorii, um portal xintoísta vermelho. Conforme o sol se põe e a luz vai sumindo no horizonte, o portal e o sol formam um belo conjunto. Uma imagem inesquecível para uma viagem pelos cinco sentidos neste pedaço de Brasil dentro do Japão.

Gyoza ou enguia?

Hamamatsu é conhecida por duas iguarias bem distintas, que disputam a preferência no paladar de quem visita a cidade. Originário da China, o gyoza lembra um pastel que pode ser frito ou cozido. Servido como prato principal em seu país de origem, o gyoza no Japão é um acompanhamento que vai muito bem com lámen ou outros pratos.

Em “Hama”, o gyoza já é popular desde o início do século 20, bem antes da Segunda Guerra, época em que o prato ficou conhecido em todo o Japão. Por conta do pioneirismo, muitos apontam a cidade como “a capital do gyoza” no país. Aqui, eles costumam ser fritos em frigideiras circulares e recheados, principalmente, com porco, repolho e cebola. O bom gyoza frito precisa ter uma base crocante, o topo macio e o recheio suculento. A Associação do Gyoza de Hamamatsu produziu um “Mapa do Gyoza”, com os restaurantes que oferecem a iguaria. Ele é gratuito e está disponível nos Centros de Informação Turística da cidade.

Conhecida como “unagi” (lê-se ‘unagui’) em japonês, a enguia de água doce é produzida no Hamanako, que há 100 anos é considerado o local de maior produção do peixe no país. O unagi de Hamamatsu é um produto comercializado em todo o país.

Unagi, uma das iguarias de Hamamatsu (imagem: Pixta)

Existem dois modos de saborear a iguaria. No estilo de Kanto, região onde fica Tóquio, o peixe é aberto pelas costas, grelhado levemente e, depois, cozido no vapor dentro de uma cesta. O local do corte não é uma coincidência. Abrir um peixe pela barriga lembra o ritual do seppuku, o suicídio ritual cometido pelos antigos guerreiros. Como a área era, no passado, um forte centro militar, é possível que o preparo do peixe trouxesse gatilhos para os antigos samurais e, por isso, o unagi passou a ser aberto pelas costas. Enfim, depois do corte, o peixe é coberto com o tarê, um molho adocicado, e grelhado novamente.

Já no estilo de Kansai, onde fica Osaka e Kyoto, o unagi é cortado aberto pela barriga e, em seguida, colocado em espetos de metal para ser temperado com tarê e grelhado na brasa. Assim, o peixe fica saboroso e levemente crocante, em contraste com o unagi produzido na área da atual capital japonesa, que é macio e úmido.

SERVIÇO

Como chegar?
Hamamatsu é acessível pelas linhas Tokaido e Tokaido Shinkansen da JR.

Água que tsuru não bebe

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É incontestável: os japoneses preferem a cerveja à sua bebida nacional, o saquê. Não é novidade. Quase sempre gelada, a loira tomou de assalto o paladar dos bebuns de todo o planeta e no Japão não seria diferente. Acontece que o saquê japonês não está deixando barato: do mesmo modo que ocorre no Brasil com a cachaça, os produtores tradicionais estão em ponto de reação.

Em todo o país, têm surgido pessoas motivadas na intenção de resgatar o consumo do saquê e de outras variedades de bebidas alcólicas japonesas e elas são unânimes na conclusão de que um dos motivos pelos quais muitos japoneses, em especial os jovens, não consomem esses produtos é a falta de conhecimento.

O aumento no consumo da bebida ainda tem sido considerado tímido. Porém, a badalação em torno do saquê vem aumentando nos últimos anos, não somente no Japão mas, também, no exterior. Só que ainda há pouca informação em português para quem quer aprender mais sobre a bebida, mesmo para quem vive aqui na Terra do Sol Nascente. Conheça esta bebida japonesa que carrega tanta história, tradição e, claro, uma boa dose de álcool.

Uma fábrica costuma produzir diferentes variedades de saquê (foto: Roberto Maxwell)

Muito prazer, saquê

Fora do Japão, sake (assim como sua versão aportuguesada ‘saquê’) virou o nome genérico pelo qual ficou conhecido o nihonshu, uma bebida feita de arroz que é o goró legitimamente japonês mais consumido fora da Terra do Sol Nascente. Fermentada, a bebida costuma ter entre 16 e 20 por cento de teor alcóolico, o mais alto nesta categoria etílica. Mas a família kokushu — nome usado pelos japoneses para as suas bebidas nacionais — é ainda maior.

Além do saquê/nihonshu, os japoneses produzem tradicionalmente o shōchū e o awamori. O primeiro é destilado e pode ser feito com diversos ingredientes: arroz, cevada, batata-doce, trigo sarraceno, açúcar mascavo e outros. O teor alcoólico fica entre 25 e 35 por cento, de acordo com o método de produção. Já o awamori, típico da província de Okinawa, é um destilado feito com um tipo específico de arroz, da espécie Oryza sativa, e tem entre 30 a 43 por cento de teor alcóolico.

Cada uma dessas variedades é um universo em si mesmo e merece uma reportagem só para ela. Por isso, aqui, a gente se foca no nihonshu que vai ser chamado simplesmente de saquê.

Produção

O arroz é a matéria-prima principal do saquê. Apesar de grande parte da produção da bebida usar a variedade do cereal que poderia estar num prato de comida, os saquês de alta qualidade são feitos com um tipo de arroz especial chamado genericamente de sakamai. Ele difere do gohan (arroz japonês) nosso de cada dia por conter uma versão maior do shinpaku, uma reserva de amido que fica no centro do grão de arroz.

Além do amido, o grão de arroz contêm gorduras e proteínas que tendem a evitar que a bebida seja mais frutada e aromática. Por isso, o maior desafio na fabricação de saquês de alta qualidade é se ver livre de substâncias consideradas pouco nobres. Nesse caso, as diversas variedades de sakamai levam vantagem porque, com o amido concentrado no meio do grão, basta polir o arroz até retirar o máximo possível da parte que é indesejada.

Saquês estão buscando aliar contemporaneidade e tradição estão ficando mais populares (foto: Roberto Maxwell)

Os saquês de alta qualidade são classificados pelo grau de polimento do arroz. Quanto menos do grão de arroz é utilizado na produção da bebida, mais frutado tende a ficar o sabor. Quando a bebida é produzida com 50% ou menos do grão de arroz, ela é chamado de daiginjō (lê-se ‘dai-guin-jô’) e é considerada de altíssima qualidade. Se a proporção usada do arroz fica entre mais de 50% e até 60%, a bebida ganha a classificação de ginjō (lê-se ‘guin-jô’). Não é o melhor de todos mas, ainda assim, é um goró de alta qualidade.

Onipresente bolor

Quando a gente se muda para o Japão, parece que descobre magicamente uma categoria de seres vivos que só tinha visto em desenhos animados: os bolores. Não que eles não estejam presentes no Brasil, muito pelo contrário. Acontece que temos tanto horror aos fungos que praticamente os desprezamos.

No Japão, essa categoria de organismos ganha um outro status. Dezenas de fungos comestíveis são utilizados nas refeições, por exemplo. Mas eles são apenas a ponta micológica do iceberg que é a cultura gastronômica japonesa. Daquele shoyu inocente que a gente usa para dar sabor no yakissoba até as sempre presentes conservas tsukemono, um sem número das comidas tradicionais do país é fermentada, ou seja, chega às nossas mesas depois da ação de algum fungo.

Grãos de arroz polidos, a “mancha branca” no interior é chamada de shinpaku (imagem: reprodução)

Em comum com o shoyu e o missô, o saquê tem o Aspergillus oryzae, um fungo conhecido em japonês como kōjikin. Apesar de ter sido trazido da China, essa espécie é tão importante para o Japão que ganhou o status de fungo nacional. Mas ela não atua sozinha na produção do saquê. Na verdade, o kōjikin tem uma função bem específica na fabricação da bebida. Ele é usado num processo chamado de sacarificação, ou seja, o momento em que o amido presente no arroz é transformado em açúcar. Para o processo de fermentação em si, no qual o açúcar é transformado em álcool, entra em ação as leveduras, uma outra categoria de fungos usada também na produção de cerveja. No saquê, esses dois processos acontecem ao mesmo tempo e, por isso, eles são chamados de fermentação múltipla paralela.

As etapas do processo

Na produção do saquê, o arroz é inicialmente polido e lavado. Em seguida, o cereal é imerso em água tempo suficiente para absorver cerca de 30% do seu peso. Depois, ele é retirado da imersão e cozido no vapor por cerca de uma hora. Somente após o cozimento que o kōjikin é aplicado. Leva cerca de dois dias para o arroz ser coberto pelo fungo num espaço de armazenamento com temperatura a cerca de 30 graus e umidade entre 50 e 80%. Neste primeiro passo, o arroz também é usado para a preparação do shubo, uma cultura-mãe de leveduras, altamente ácida, que tem ainda a função de exterminar os microorganismos nocivos que possam estragar o mosto de fermentação.

A preparação do arroz de koji é feita em salões com alta temperatura e umidade (foto: Roberto Maxwell)

Este preparo é feito em três estágios. Inicialmente, é colocada uma pequena proporção do arroz cozido puro, do arroz inoculado com o kōjikin (arroz de kōji), da levedura e da água. Dois dias depois, uma porção um pouco maior de água, arroz cozido e arroz de kōji é acrescida. Por fim, no quarto dia, uma parte maior desses três últimos ingredientes é colocada. A fermentação ocorre por entre três e cinco semanas, numa temperatura que varia entre 8 e 18 graus. Quanto menor a temperatura, maior é o tempo necessário para a fermentação. O saquê que é fermentado por mais tempo fica menos ácido e, dependendo das condições do arroz utilizado, tende a ficar com um aroma e sabores bem frutados.

O produto desse processo de fermentação é chamado de moromi, o mosto do saquê. Depois da fermentação, o moromi passa por um processo de filtragem por pressão. A massa é colocada em sacos de pano e pressionadas por uma máquina ou a mão (em produções bem artesanais) para a separação entre partes líquida e sólida. A massa formada pelo arroz que não se desintegrou na etapa anterior é chamada de sakekasu e contêm cerca de 8% do seu peso em álcool. O sakekasu é considerado altamente nutritivo e pode ser consumido puro ou usado em receitas e para fazer conservas de legumes. Ele também costuma figurar como matéria-prima para fazer o shōchū.

Álcool adicionado

Antes da separação do moromi, é possível adicionar álcool à mistura. Só de curiosidade, vale contar que boa parte do aditivo vem do Brasil. De um modo geral, essa adição extra não tem como função aumentar o teor alcoólico da bebida. A ideia, em especial em produtos de alta qualidade, é realçar os sabores e aumentar o tempo de vida útil da bebida.

Os saquês que não recebem adição de álcool são chamados de junmai, ou seja, ‘puro arroz’ e costumam ser mais valorizados no mercado. Mas a dose extra de álcool não quer dizer a bebida foi batizada e que, por isso, sua qualidade se torna automaticamente inferior. Tudo vai depender da maestria do produtor na alquimia dos sabores.

Usando um tecido um pouco mais grosseiro, é possível filtrar menos o moromi, deixando passar mais substância sólida para o líquido. Este saquê, de cor esbranquiçada e parecendo um leite meio ralo, é chamado de nigorizake. Quando o nigorizake é vendido sem pasteurização ele ganha o nome de kassei seishu (algo como saquê ativo) e é rico em leveduras vivas e enzimas.

Depois do primeiro processo de filtragem, a bebida passa por decantação. O líquido fica em repouso em temperatura baixa e, com isso, as partículas misturadas se assentam no fundo do recipiente. Para garantir uma coloração cristalina, o processo de filtragem pode ser repetido outras vezes e até substâncias como o tanino de caqui ou o carvão ativado podem ser usadas com este fim. Para encerrar, o saquê é pasteurizado, uma forma de esterilizá-lo e bloquear a ação de enzimas que possam lhe alterar o sabor.

Saquês em taças de vinhos: melhor forma de sentir aromas e sabores mais frutados (foto: Roberto Maxwell)

No entanto, alguns fabricantes reservam uma parte da produção do ano para ser comercializada em pasteurização. Essa bebida é chamada de namazake (saquê fresco). O saquê não pasteurizado costuma ter um sabor mais refrescante e precisa ficar conservado em geladeira. Por isso, em muitos casos, o namazake nem chega a ser vendido fora da própria fábrica.

Finalizando, a bebida passa por um processo de maturação, entre seis meses e um ano, para refinar o sabor e o aroma. De um modo geral, o nihonshu é produzido logo depois da colheita do arroz, no final do outono e no inverno, para que passe a primavera e o verão em maturação até ser colocado à venda.

Em nenhuma das etapas, o saquê usa qualquer tipo de insumo de origem animal. Isso quer dizer que a bebida é totalmente vegana. Agora, é hora de escolher a sua tacinha e fazer o seu brinde com o saquê. Kanpai!

Prefeituras realizam pagamento integral da ajuda financeira

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Muitas administrações já fizeram o depósito

 

Em meados de novembro, o governo do Japão aprovou um programa de ajuda financeira para crianças e adolescentes de até 18 anos de idade, cuja renda anual do principal mantenedor seja inferior a 9,6 milhões de anos.

Segundo o projeto, serão ¥ 100 mil que poderão ser pagos de três maneiras:  ¥ 50.000, ou cerca de 440 dólares, em dinheiro, seguido pela metade restante em cupons; duas parcelas de ¥ 50.000 em dinheiro; e ¥ 100.000 pagos inteiramente em dinheiro. As gestantes com o parto previsto para até 31 de março de 2022 também terão direito ao dinheiro destinado ao bebê.

Os partidos de oposição exigem que as doações sejam oferecidas inteiramente em dinheiro, porque a distribuição de metade do apoio em cupons deve aumentar os custos administrativos em cerca de 90 bilhões de ienes, ou cerca de 800 milhões de dólares. O dinheiro que seria economizado poderia ser usado ​​para ajudar as pessoas que enfrentam dificuldades econômicas.

A maioria das prefeituras tem optado pelo pagamento total em dinheiro. É o caso de Toyokawa (Aichi). Em carta oficial encaminhada aos moradores, e também publicada no informativo municipal, o pagamento será nesta segunda-feira, 27. E o valor será depositado integralmente em dinheiro.

A província de Aichi tem 54 prefeituras. Na sexta-feira passada, 24, véspera do Natal, algumas cidades já efetuaram o depósito do valor integral ou parcial do benefício.
A prefeitura de Nagoia informou que realizou o depósito para 137.667 famílias, com filhos de até 15 anos, no valor de ¥ 50 mil. A segunda parcela será depositada em 21 de janeiro. Para as famílias com filhos no colegial (16 a 18 anos), as inscrições serão aceitas a partir de 5 de janeiro e os depósitos do valor integral serão a partir de 28 de janeiro.

 

Carta da prefeitura de Toyokawa (Foto: Cris Ezaki)

 

As prefeituras começaram a agendar as datas dos depósitos e quem já recebe o auxílio-infantil (o Jido Teate, conhecido como ajuda do leite), não será necessário fazer nenhuma inscrição. Quem não recebe o auxílio terá que se inscrever pelo correio ou diretamente no balcão da prefeitura.

Em Oizumi
No informativo de 10 de dezembro, a prefeitura de Oizumi, província de Gunma, havia comunicado que o pagamento do Subsídio Extraordinário às Famílias que Cuidam de Crianças (Rinji Tokubetsu Kyufukin) seria de ¥ 50 mil por criança.
Mas em nova carta distribuída para a população, isso foi alterado. ¨Levando-se em conta a dificuldade financeira da população por falta de serviço pela pandemia do Coronavírus, a cidade de Oizumi resolveu depositar de uma só vez, o valor de ¥ 50 mil mais o mesmo valor equivalente do cupom¨.
Comunicado de Oizumi (Foto: Divulgação)
Dessa forma, no dia 23, foi feito o depósito de ¥ 100 mil por criança, de uma só vez, na mesma conta bancária do Jido Teate.
Em Shiga
Segundo divulgou a NHK, as prefeituras de 19 municípios da província de Shiga irão efetuar o pagamento do valor integral até o final do mês. Nenhuma prefeitura irá usar a proposta dos cupons para pagar o benefício concedido pelo governo.
Por exemplo, as prefeituras de Kusatsu e Hikone fariam o depósito no dia 24, enquanto que Otsu será dia 27.

Orçamento recorde

O Parlamento do Japão promulgou na semana passada, um orçamento suplementar recorde de ¥ 36,0 trilhões (US $ 320 bilhões) para o ano fiscal de 2021, financiando parcialmente o mais recente pacote econômico.

O orçamento aloca ¥ 31,6 trilhões para o novo plano de estímulo do governo, com gastos fiscais totalizando um recorde de ¥ 55,7 trilhões. Do total, ¥ 18,6 trilhões são destinados a medidas para conter a disseminação do vírus e apoiar instituições médicas, incluindo ¥ 2,0 trilhões para ajudá-las a garantir mais leitos para pacientes com COVID-19.

 

Kishida cedeu à pressão dos Partidos de oposição (Foto: NHK)

 

Como uma medida política fundamental no pacote de estímulo, ¥ 1,2 trilhão serão para o programa do governo de doar ¥ 100.000 para as famílias que cuidam de crianças.

 

 

Fontes: Kyodo e NHK