Há dias em nossas rotinas que nos sentimos inseguros, apreensivos, duvidosos, ansiosos, preocupados para lidar com algumas decisões (sejam positivas ou negativas), não é mesmo? E esse tipo de sentimento pode estar possivelmente relacionado com o medo de errar; por exemplo, uma pessoa que sente medo de fazer algo, pode acreditar que as chances de dar errado são maiores do que de dar certo. Nesse sentido, as pessoas podem sentir algumas emoções e sentimentos que podem ser nocivos, como o medo e a culpa. Neste texto, falaremos então sobre a relação dessa emoção e sentimento.
Bom, antes de entendermos mais sobre esses dois conceitos, é importante primeiro definirmos o significado e função das emoções e sentimentos. A emoção pode ser definida comouma resposta (reação) imediata a um estímulo, não é necessariamente algo complexo e premeditado. Dependendo da situação ou contexto, não é necessário racionalizar a emoção, a pessoa simplesmente a vivencia, podendo ser uma sensação agradável ou desagradável. Já os sentimentos são informações que as pessoas são capazes de sentir e processar em diferentes contextos, envolvendo o processamento cognitivo, de percepção e avaliação da situação. Tanto a emoção quanto os sentimentos têm a função adaptativa para qualquer pessoa. Basicamente, a ideia é que eles sejam facilitadores para que o indivíduo consiga lidar com determinada situação.
Feita essa breve explicação, existem emoções e sentimentos que podem ser nocivos para as pessoas por conta das suas consequências; por exemplo, o medo e a culpa. Como nossas emoções e sentimentos estão relacionados com a história de vida e experiências passadas, pode acontecer de a pessoa ter algum tipo de dificuldade em identificar e até mesmo lidar com algo. O medo está relacionado inerentemente relacionado a uma resposta diante de uma situação de possível perigo, seja físico ou psicológico. Mas e quando a situação não envolve um perigo iminente? Trocar o corte de cabelo, conhecer pessoas novas, começar a estudar algo novo, por exemplo, são situações que não colocam as pessoas em risco, mas as pessoas podem sentir medo.
Dentro da psicologia podemos “dividir” essa emoção em dois tipos: o primeiro está relacionado aos medos reais, (catástrofes naturais, situações de risco, etc.) que nos protegem de possíveis perigos; e o segundo, está relacionado aos medos irreais que são criados pela mente das pessoas, influenciando diretamente na vida da pessoa, impedindo de fazer algo como o ato de evitar uma determinada situação.
O medo pode também estar relacionado ao erro, aquele famoso pensamento “e se der errado” (aposto que você já deve ter pensando pelo menos uma vez), ou impedindo a pessoa de tomar alguma decisão ou se expor a alguma situação. Além disso, ele pode estar relacionado a outro sentimento: a ansiedade. Algumas pessoas relatam que quando deixam de fazer algo, como consequência, acabam se sentindo culpadas. E esse sentimento, mesmo sendo nocivo para as pessoas, pode moldar o nosso comportamento.
Quem nunca se sentiu culpado por alguma coisa que fez, ou deixou de fazer? Pode ser por situações complexas, como o luto (ter a ideia de que poderia ter feito algo a mais), ou algo simples como furar a dieta (comendo algum alimento gorduroso), aplicar determinadas mentiras para evitar alguma situação, deixar de estudar para curtir com amigos, ou até mesmo não aceitando a própria situação ou características. O ponto principal desse sentimento é que está relacionado a quando avaliamos e reprovamos nossas ações.
Todos nós já nos sentimos culpados por algo, em algum momento da vida. Apesar de ser um sentimento negativo, a culpa pode auxiliar a regular nossos comportamentos quando experienciada de maneira proporcional ao contexto, contribuindo diretamente para a nossa evolução pessoal. A grande questão é quando a culpa é experimentada de forma disfuncional (intensamente ou o oposto, a falta dela), desencadeando pensamentos negativos e/ou autodepreciativos, que, como consequência, controla nossos comportamentos e nossas relações sociais. Por isso, é importante saber identificá-la (sua autocobrança pode levar a transtornos psicológicos). A culpa pode em sua essência pode estar relacionada a transtornos psicológicos como ansiedade e depressão, por exemplo.
A psicologia tem estudado essa temática, e algo que foi constatado é que a psicoterapia é extremamente eficaz e demonstra ótimos resultados, pois o(a) psicólogo(a) ajuda o indivíduo a desenvolver estratégias de manejo de situações diferentes. Caso você tenha alguma dúvida, dificuldade ou necessite de orientação, procure a equipe de psicólogos do Projeto Sakura.
Autor: Gabriel Goldstein Barros CRP: 08/28170. |Psicólogo do Projeto Sakura