Arquivos Viagem - JP Guide https://jpguide.co/category/viagem/ Site de suporte ao residente no Japão. Conteúdos exclusivos de turismo para quem busca qualidade de vida e boas experiências no país. Thu, 02 May 2024 15:46:07 +0000 pt-BR hourly 1 https://jpguide.co/wp-content/uploads/2022/08/cropped-cropped-logo-jp-32x32.png Arquivos Viagem - JP Guide https://jpguide.co/category/viagem/ 32 32 232509528 Tesouros escondidos do Japão: 5 destinos incríveis fora do comum https://jpguide.co/tesouros-escondidos-do-japao-5-destinos-incriveis-fora-do-comum/ https://jpguide.co/tesouros-escondidos-do-japao-5-destinos-incriveis-fora-do-comum/#respond Fri, 26 Apr 2024 22:00:30 +0000 https://jpguide.co/?p=32554 Quando pensamos em turismo no Japão, lugares como Tóquio, Kyoto e Osaka rapidamente vêm à mente. No entanto, o Japão é um país de vasta beleza e cultura, repleto de destinos menos explorados que oferecem uma visão mais profunda e autêntica da vida japonesa. Se você está procurando uma experiência única, longe dos circuitos turísticos […]

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Quando pensamos em turismo no Japão, lugares como Tóquio, Kyoto e Osaka rapidamente vêm à mente. No entanto, o Japão é um país de vasta beleza e cultura, repleto de destinos menos explorados que oferecem uma visão mais profunda e autêntica da vida japonesa. Se você está procurando uma experiência única, longe dos circuitos turísticos tradicionais, este artigo é para você.

Vamos embarcar numa jornada por alguns dos tesouros escondidos do Japão que prometem enriquecer sua experiência de viagem com tranquilidade e vistas deslumbrantes.

Kanazawa — O refinamento cultural do Japão

Localizada na costa do Mar do Japão, Kanazawa é uma joia que preserva a essência do período Edo. A cidade é famosa pelo Kenrokuen, um dos três jardins mais belos do Japão, que oferece uma paisagem espetacular em todas as estações do ano. Além do jardim, Kanazawa é renomada por sua cena artística vibrante, incluindo artesanato tradicional como a cerâmica Kaga Yuzen e a folha de ouro.

Passe um dia explorando o distrito de Higashi Chaya, onde você pode vivenciar a atmosfera de uma antiga casa de chá.

Yakushima — A Ilha das Florestas Antigas

Se você é um amante da natureza, Yakushima é um destino imperdível. Esta ilha, situada ao sul de Kyushu, é famosa por suas florestas antigas que inspiraram o filme “Princesa Mononoke” de Hayao Miyazaki. Yakushima é o lar de árvores milenares, como os cedros Jomon, alguns dos quais têm mais de 2.000 anos. Trilhas bem preservadas permitem que os visitantes explorem a rica biodiversidade da ilha, que é também um Patrimônio Mundial da UNESCO.

Iya Valley — A Serenidade das Montanhas de Shikoku

Escondido nas montanhas de Shikoku, o Vale de Iya é um refúgio para aqueles que buscam paz e tranquilidade. Conhecido por suas pontes de videira e desfiladeiros impressionantes, o vale oferece uma fuga da vida urbana acelerada. O local é ideal para caminhadas, com trilhas que oferecem vistas espetaculares das montanhas e rios serpenteantes. Não deixe de visitar a estátua de Peeing Boy, que se equilibra precariamente sobre um dos penhascos do vale.

Tottori — As Dunas de Areia do Japão

Ao norte da região de Chugoku, Tottori pode surpreender os visitantes com suas vastas dunas de areia, um cenário que você dificilmente espera encontrar no Japão. As Dunas de Tottori são o maior campo de dunas do país e oferecem uma paisagem desértica única, perfeita para caminhadas e até passeios de camelo. Além das dunas, Tottori também abriga belas praias e oferece deliciosos frutos do mar frescos.

Shirakawa-go — Uma Viagem no Tempo

Shirakawa-go é famosa por suas casas de estilo gassho-zukuri, cujos telhados íngremes lembram mãos em oração. Este pequeno vilarejo, também um Patrimônio Mundial da UNESCO, parece um cartão postal vindo diretamente do passado. No inverno, as casas cobertas de neve oferecem um cenário encantador, enquanto no verão, os campos verdes são perfeitos para passeios relaxantes.

Shirakawa Village, Japan from Ogimachi at twilight.

Explorar estes destinos menos conhecidos no Japão não só lhe proporcionará uma experiência mais autêntica, mas também a oportunidade de criar memórias que durarão uma vida inteira. Então, na próxima vez que você pensar em visitar o Japão, considere desviar um pouco dos caminhos mais batidos e descobrir o que realmente faz deste país um lugar tão mágico e diversificado.

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Numa fria pelo Japão https://jpguide.co/numa-fria-pelo-japao/ https://jpguide.co/numa-fria-pelo-japao/#respond Sat, 09 Mar 2024 00:28:19 +0000 https://jpguide.co/?p=32360 Ainda pouco conhecido por atrações de natureza, o Japão é uma potência de inverno ainda a ser descoberta. No inverno, o Japão se transforma em um paraíso para os amantes de esportes radicais, com suas montanhas cobertas de neve e uma cultura rica em tradições de esqui. Montanhoso e com um clima propício, o país […]

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Ainda pouco conhecido por atrações de natureza, o Japão é uma potência de inverno ainda a ser descoberta.

Japão

No inverno, o Japão se transforma em um paraíso para os amantes de esportes radicais, com suas montanhas cobertas de neve e uma cultura rica em tradições de esqui. Montanhoso e com um clima propício, o país oferece uma ampla gama de estâncias de esqui, em especial nas províncias localizadas ao norte de Tóquio. E o melhor: aliada à qualidade da neve e das pistas, as estações de esqui japonesas são conhecidas também pela hospitalidade e pela boa gastronomia. Nesta edição, o GUIA JP traz uma lista com as melhores localidades para você se aventurar pela neve na Terra do Sol Nascente. Embarque conosco nesta jornada e descubra as maravilhas que as estâncias de esqui do Japão têm a oferecer.

Myoko Kogen

Localizada na região de Niigata, Myoko Kogen é uma das estâncias de esqui mais antigas e populares do Japão. Formada por nove estâncias e tendo como centro a vila de Akakura, a região oferece paisagens deslumbrantes, neve de alta qualidade e uma atmosfera acolhedora de cidade de montanha. Com uma grande variedade de pistas para esquiadores de todos os níveis, Myoko Kogen também é conhecida por suas trilhas de backcountry, como são chamadas as zonas periféricas fora das pistas de esqui, mas que ainda são boas para a prática do esporte. Quem pensa em fazer algo menos aventureiro pode participar de alguma tour de snowshoeing, caminhadas na neve com encaixes especiais para os sapatos.

Naeba

Favorita entre locais e turistas, Naeba também fica em Niigata, numa localidade com excelentes pistas bem próxima de Tóquio. Aliás, só para constar, a zona de esqui é ocupada no verão pelo Fuji Rock Festival. No inverno, o local é ótimo não só para esqui e snowboard, mas, também, para quem quer pegar leve em passeios de snowmobile e trenós. Em Naeba também fica o teleférico mais longo do Japão, o Dragondola, que atravessa as montanhas locais por quase 6 km de extensão. No outono, a paisagem local, com o envelhecimento das folhas, fica impressionante.
Uma das pistas da popular Naeba
Uma das pistas da popular Naeba

Shiga Kogen

 

Esta é a maior estância de esqui do Japão. São mais de 50 quilômetros de pistas interligadas. Localizada nas montanhas de Nagano, é um paraíso para os esquiadores e snowboarders, com uma variedade de terrenos desafiadores e paisagens espetaculares. Não muito distante da zona de esqui fica o Parque dos Macacos de Jigokudani, famoso internacionalmente por oferecer um banho de águas termais a céu aberto para os símios que habitam a região. Já faz um tempo que uma comunidade de macacos-japoneses adotou o local e vive ali em boa interação com os humanos que vêm visitá-los.

Teleféricos em Shiga Kogen
Teleféricos em Shiga Kogen

Appi Kogen

Situada na província de Iwate, Appi Kogen é uma das estâncias de esqui mais faladas do momento, embora ainda não tenha caído no radar dos turistas internacionais. Ou seja, o local ainda é relativamente inexplorado, embora tenha uma rede hoteleira moderna e forte apelo gastronômico. Como neva muito na região, a neve profunda é uma das características das pistas locais. São 21 circuitos para iniciantes e experientes.

 

Vale de Hakuba

Sede principal dos Jogos Olímpicos de Inverno de 1998, Hakuba, em Nagano, se tornou parada obrigatória para quem curte esportes como o esqui e afins. São dez resorts muito bem conectados entre si, o que proporciona experiências em pistas de características diferentes. A região, como outras estâncias já citadas, também é conhecida pelas águas termais para dar aquela relaxada depois do esforço na neve.

 

Nozawa Onsen

Com uma história antiga como resort de águas termais, Nozawa Onsen, também em Nagano, combina esqui de classe mundial com a tradição do omotenashi, a hospitalidade japonesa, nos famosos ryokan. Isso significa que, além de se aventurar na neve, é possível mergulhar na atmosfera local através de uma arquitetura única e rústica e ruas estreitas de paralelepípedo. Uma verdadeira viagem no tempo.

Vista da estância de Nozawa Onsen
Vista da estância de Nozawa Onsen

 

Niseko

Mais conhecida estância de esqui do Japão, Niseko, em Hokkaido, se tornou o principal destino de esportes de neve do Extremo Oriente por causa da neve no estilo powder — formada por cristais de gelo secos e, portanto, mais macia. A estância cresceu tanto que, nos últimos anos, se tornou um disputado estilo de luxo, com uma das melhores redes de alta hotelaria do país. Badalada e elegante, Niseko também se destaca na gastronomia e na coquetelaria e atrai turistas de todo o planeta para suas pistas de alto nível, incluindo as de backcountry.

 

Rusutsu

Localizada não muito distante de Niseko, Rusutsu também tem neve de alta qualidade e vastas áreas esquiáveis. Com terrenos para todos os níveis de habilidade, bem como atividades extras como snowmobile e snowbikes, além de pesca no gelo, Rusutsu procura se diversificar para concorrer com a vizinha mais famosa. Um dos destaques é o Parque Infantil Crayon Shinchan que passa longe dos lápis de cera (crayon em inglês) e oferece muita diversão para a garotada.

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Onsen: o calor aconchegante das entranhas do Japão https://jpguide.co/onsen-o-calor-aconchegante-das-entranhas-do-japao/ https://jpguide.co/onsen-o-calor-aconchegante-das-entranhas-do-japao/#respond Fri, 19 Jan 2024 17:31:25 +0000 https://jpguide.co/?p=32204 ONSEN – O calor aconchegante das entranhas do Japão Autênticos refúgios termais do Japão, os onsens são tesouros naturais que transcendem a mera indulgência física. Para os japoneses, essas fontes de águas termais representam mais do que um banho revigorante. Elas são portais de entrada para uma profunda conexão do indivíduo consigo mesmo e com […]

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ONSEN – O calor aconchegante das entranhas do Japão

Onsen

Autênticos refúgios termais do Japão, os onsens são tesouros naturais que transcendem a mera indulgência física. Para os japoneses, essas fontes de águas termais representam mais do que um banho revigorante. Elas são portais de entrada para uma profunda conexão do indivíduo consigo mesmo e com a natureza.

A popularidade dos onsen se manifesta na rotina diária dos japoneses, que buscam nesses locais não apenas descanso, mas uma imersão em tradições milenares. A atmosfera tranquila e as propriedades terapêuticas fazem dos onsen não apenas um luxo, mas um aspecto intrínseco da vida japonesa.

São mais de 25 mil fontes termais no Japão e a abundância delas é uma dádiva geológica moldada pela posição única do país no globo terrestre. Localizado sobre quatro placas tectônicas, o país fica numa zona de intensa atividade vulcânica. Uma das consequências disso é a formação de uma rede complexa de fontes termais, alimentadas pelo calor emanado do interior do planeta. A dança geológica entre essas placas cria uma sinfonia de atividades sísmicas que, dentre outras coisas, geram as águas termais que jorram em diversos pontos do território japonês. Em outras palavras, é a própria Terra, em sua pulsação geológica, proporcionando santuários de relaxamento.

Com raízes em tradições xintoístas e budistas, os banhos termais são um elemento cultural importante para os japoneses. Registros antigos mostram que membros da corte e da aristocracia faziam caridade usando as águas quentes oferecidas pela natureza. Guerreiros costumavam ir para estâncias termais em busca de cura para os ferimentos adquiridos em batalhas. Rituais religiosos usando as mesmas águas também eram comuns. Essa herança de fé, longe de ser esquecida, evoluiu para uma cultura turística florescente. Os japoneses transformaram as jornadas para estâncias termais em peregrinações modernas, explorando não apenas as águas revitalizantes, mas também absorvendo a atmosfera única de cada local, com seus códigos próprios, incluindo as vestimentas.

Onde no Japão além das estâncias termais que você vai ver as pessoas caminhando pelas ruas de robes e chinelinhos?

Além disso, visitar uma casa de banhos também é uma experiência estética. A arquitetura desses espaços, quase sempre construídos em madeira, é toda pensada para aproveitar a luz natural e criar um ambiente de acolhimento e relaxamento. Isso sem falar nos banhos a céu aberto, os rotemburô, em que é possível se sentir em contato direto com a natureza. Relaxar em águas termais é uma experiência japonesa completa, acessível a todos.

O GUIA JP lista dez das melhores estâncias de águas termais de todo o Japão.

Monstros do Gelo, árvores congeladas em Zao Onsen, Yamagata
Monstros do Gelo, árvores congeladas em Zao Onsen, Yamagata

 

Tokachigawa Onsen (Hokkaido)

Aninhado nas terras geladas de Hokkaido, Tokachigawa oferece não apenas banhos relaxantes, mas a experiência única de imersão nas águas termais enquanto a neve cai suavemente. As águas da região brotam numa área de vegetação rasteira que influencia em sua composição. Por isso, diz-se que os banhos em Tokachigawa são ótimos para a pele.

 

Nyuto Onsen (Akita)

Envolto nas montanhas pitorescas de Akita, Nyuto Onsen é uma das estâncias de águas termais mais originais do Japão. Oito ryokans – pousadas no estilo japonês – oferecem banhos termais com águas de diferentes origens. Porém, a estância ficou conhecida pela cor leitosa dos banhos. Nyuto Onsen é parte do Parque Nacional Towada-Hachimantai, uma bela área de floresta preservada que garante maravilhosos banhos de verde em complemento à imersão nas águas termais.

 

Zao Onsen (Yamagata)

Mais do que uma estância termal, Zao é um espetáculo da natureza. Além de suas fontes ricas em minerais, o local é famoso pelo lago vulcânico Okama, de cor esverdeada. Zao também é um paraíso para os entusiastas de esportes de inverno, com renomadas estações de esqui e vistas panorâmicas da região montanhosa. Além disso, a área é conhecida pela iluminação de inverno dos chamados Monstros de Gelo, árvores que são cobertas de neve e sobrevivem congeladas à estação mais fria do ano.

 

Kusatsu Onsen (Gunma)

Kusatsu Onsen, Gunma
Yubatake, instalação com águas termais em Kusatsu Onsen

Em Gunma, Kusatsu é uma pérola termal conhecida por suas águas sulfurosas e pela atmosfera encantadora da cidade. A atração mais conhecida de Kusatsu é o Yubatake, uma enorme instalação que forma uma cachoeira termal na praça central. A cidade procura preservar as tradições através de apresentações do yumomi, o processo tradicional de resfriamento das águas termais feitos pelas trabalhadoras dos ryokan ao som de uma bela canção.

 

Hakone (Kanagawa)

Owakudani, vale de fumarolas termais em Hakone, Kanagawa
Owakudani, vale de fumarolas termais em Hakone, Kanagawa

Próximo a Tóquio, Hakone é a estância de águas termais preferida dos moradores da capital japonesa. Localizada nas montanhas da província de Kanagawa, o local é um convite ao relaxamento com inúmeras opções de passeio a céu aberto e vistas do Monte Fuji de locais como o Lago Ashi, e a cratera vulcânica de Owakudani. Além disso, a cidade se especializou em arte com vários museus, dentre eles o Hakone Open Air Museum.

 

Shibu Onsen (Nagano)

Macacos curtindo um banho termal no Jikokudani, em Nagano
Macacos curtindo um banho termal no Jikokudani, em Nagano

Esta pequena estância de águas termais situada nas montanhas da província de Nagano é uma joia. Com ryokans e banhos públicos localizados em uma rua estreita, Shibu Onsen é o local mais apropriado para sair batendo perna na rua vestido com os tradicionais yukata e chinelos de madeira. O local é conhecido, também, pelas lojas que oferecem os ovos cozidos lentamente nas águas termais. É comum vê-los sendo preparados em cestinhas na frente dos estabelecimentos. Não muito distante daqui fica o famoso Jigokudani, onde os macacos selvagens desfrutam das águas termais naturais sob os olhos dos visitantes.

 

Arima Onsen (Hyogo)

Entre as colinas da cidade de Kobe fica uma das estâncias de águas termais mais antigas do Japão: Arima. Conhecida por suas águas “de ouro” e “de prata”, nomes atribuídos por causa da cor, a localidade era um retiro onde batia ponto um dos maiores guerreiros samurai do Japão, Toyotomi Hideyoshi. Dos grandes ryokans localizados à margem do Rio Arima, até as ruelas onde ficam restaurantes, templos e santuários, a estância é um dos refúgios preferidos dos moradores de Osaka.

 

Dogo Onsen (Ehime)

Dogo Onsen, o Honkan, é uma das casas de banho mais icônicas do Japão
Dogo Onsen, o Honkan, é uma das casas de banho mais icônicas do Japão

Imortalizado no filme “A Viagem de Chihiro”, a casa de banho que dá nome a esta estância de águas termais da cidade de Matsuyama costumava ser frequentada por membros da Família Imperial Japonesa. A arquitetura impressionante do prédio do século 19 faz de Dogo um destino que atrai turistas de todo o mundo em busca de uma experiência onsen com estética redobrada. A estância, frequentemente citada por poetas e escritores, também é conhecida pelas águas bem mais quentes do que em outras localidades.

 

Beppu Onsen (Oita)

Em Oita, Beppu é um epicentro de fontes termais com uma variedade surpreendente de experiências. De banhos de lama a areias vulcânicas, os visitantes podem explorar as diferentes facetas de relaxamento nas águas de Beppu. Além dos banhos rejuvenescedores, Beppu oferece um circuito com múltiplas fontes termais, conhecidas como “Os Infernos de Beppu”. São sete atrações que usam as águas termais de diversas maneiras para criar espaços de entretenimento. Um gêiser, o único do Japão em zona acessível ao público, e uma fonte de lama borbulhante são alguns dos Infernos.

 

Kurokawa Onsen (Kumamoto)

Esta estância de águas termais é um tesouro escondido nas montanhas da província de Kumamoto. Rodeado por uma paisagem exuberante, o local tem ryokans encantadores – com uma arquitetura que mescla tradição, modernidade e banhos no meio da natureza –, proporcionando uma experiência mais íntima e reservada. O cenário tranquilo e as águas termais cercadas pela natureza fazem de Kurokawa um refúgio idílico, onde os visitantes podem desfrutar da serenidade das montanhas enquanto relaxam.

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Barato e no ar https://jpguide.co/barato-e-no-ar-viajar-economizando/ https://jpguide.co/barato-e-no-ar-viajar-economizando/#respond Mon, 27 Nov 2023 21:54:18 +0000 https://jpguide.co/?p=32153 Embora ainda para trás quando o assunto é low cost, o Japão tem, sim, formas de economizar no aéreo nas viagens domésticas. Conhecida como a terra do trem-bala mais eficiente do mundo, o Shinkansen, o Japão também tem algumas das companhias aéreas mais bem avaliadas do planeta. O país também tem aeroportos em todos os […]

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Embora ainda para trás quando o assunto é low cost, o Japão tem, sim, formas de economizar no aéreo nas viagens domésticas.

Conhecida como a terra do trem-bala mais eficiente do mundo, o Shinkansen, o Japão também tem algumas das companhias aéreas mais bem avaliadas do planeta. O país também tem aeroportos em todos os pontos nacionais de relevância, incluindo ilhas mais remotas. Dependendo da distância, viajar pelo país de avião é mais vantajoso do que ir de trem ou de carro. Acontece que se deslocar pelo Japão de JAL ou de ANA — as duas principais companhias aéreas do país — pode provocar um rombo nas contas do viajante. Ocorre que, em bem menos do que vemos na Europa ou nos Estados Unidos, o Japão também tem companhias low cost, ou seja, com tarifas aéreas baixas. Nesta edição, o GUIA JP apresenta as principais empresas aéreas deste tipo para você viajar pelo país pelos ares sem pesar tanto nos bolsos.

Air Do

A companhia fundada em Hokkaido em 1998 liga o norte do Japão a diversos destinos em Honshu, a principal ilha do arquipélago japonês. Seus hubs — aeroportos principais — são Shin-Chitose (Sapporo) e Haneda (Tóquio). Com 12 aeronaves à disposição, a companhia opera voos de Tóquio, Nagoya, Kobe e Sendai para destinos como Sapporo, Asahikawa, Hakodate, Kushiro, Obihiro e Ozora, todos em Hokkaido. No momento da produção desta reportagem, um voo entre Nagoya e Sapporo pela Air Do para o dia 1 de dezembro de 2023 está saindo por ¥13.910 contra o valor de ¥49.910 cobrados pela ANA para o mesmo trecho.

Jetstar Japan

Tendo Narita como base e outros hubs como Osaka (Aeroporto de Kansai) e Nagoya (Aeroporto de Chubu), a companhia de origem australiana fincou os pés no Japão em 2012 e foi uma das low cost pioneiras a atuar no país. Com uma frota de 22 aeronaves, a Jetstar conecta Naha e Miyako em Okinawa; Fukuoka, Miyazaki e outros destinos em Kyushu. Além disso, a empresa opera voos internacionais para destinos na Austrália, em Taiwan e em Hong Kong. Para o início de dezembro, um voo entre Narita e Fukuoka sai na Jetstar por ¥5.880. Na JAL, que oferece o trecho partindo de Haneda, a viagem sai por ¥18.630.

Peach Aviation

Com uma frota de 37 aeronaves, a Peach Aviation é uma das maiores companhias low cost em operação no país. O gigantismo não é uma coincidência, a empresa é controlada pela ANA, uma das duas gigantes do Japão. Seu hub é o Aeroporto Internacional de Kansai, na província de Osaka. Tendo bases nos dois aeroportos internacionais de Tóquio, em Naha e em Sendai (Miyagi), a companhia oferece voos para diversas cidades do sudoeste do país, dentre elas Kagoshima e Nagasaki, além da ilha de Amami. Rotas internacionais também estão no cardápio da Peach que voa do Japão para a China, Hong Kong, Taiwan, Coreia do Sul e Tailândia. Um voo entre Nagoya e Naha pela Peach, em 1º de dezembro, está custando a partir de ¥9.390. Na ANA, o mesmo trecho na mesma data custa pelo menos ¥17.620.

Solaseed Air

Baseada em Miyazaki, a Solaseed Air tem seu forte nos voos conectando destinos na ilha de Kyushu a Tokyo e Nagoya. Além disso, a empresa voa de Naha, em Okinawa, para Fukuoka e Kobe, dentre outros. Com 14 aeronaves, a empresa fundada em 2015 atua também em code share (voos operados em conjunto) com a ANA, além de realizar charters, voos excepcionais privados, entre algumas regiões do país. Para o primeiro dia de dezembro deste ano, a passagem entre Tokyo e Miyazaki pela Solaseed Air está saindo por ¥14.870 contra ¥19.270 cobrados pela ANA para o mesmo trajeto.

Skymark Airlines

Fundada em 1996 e com operações iniciadas dois anos depois, a Skymark tem como base principal o aeroporto de Haneda, em Tóquio, além de uma base secundária em Kobe (Hyogo). Além disso, a empresa é a única japonesa a operar voos regulares partindo do Aeroporto de Ibaraki. Com 29 aeronaves, a empresa atua em 11 destinos, mais notavelmente em Sapporo, Fukuoka e na ilha de Miyako, em Okinawa. A Skymark foi a primeira low cost do Japão e, durante um tempo, mudou seu foco para serviços premium, o que acabou levando a empresa à bancarrota. Atualmente recuperada, a companhia oferece voos de Haneda a Fukuoka a partir de ¥14.880. O mesmo trecho pela JAL sai por, pelo menos, ¥18.630.

 

Spring Japan

Com uma frota de 6 aeronaves, a Spring Japan teve como origem a chinesa Spring, que hoje detém apenas 30% das ações da companhia. A acionista com o restante é a Japan Airlines (JAL). A empresa tem como base o Aeroporto de Narita, de onde opera para Hiroshima, Saga e Sapporo. Além dessas rotas domésticas, a Spring Japan voa para três destinos na China. Um voo entre Narita e Sapporo, no início de dezembro, nesta companhia fundada no ano de 2012, sai por ¥5.680 ienes contra os ¥15.890 pagos pelo mesmo trecho para a JAL.

StarFlyer

Apresentando-se como uma opção híbrida entre uma low cost e uma companhia regular, a StarFlyer foi fundada em 2002 e tem como base o Aeroporto de Kitakyushu, na província de Fukuoka. A empresa ainda tem Haneda, em Tóquio, como uma base adicional. Com uma frota de 11 aeronaves, a StarFlyer oferece voos para os aeroportos de Nagoya (Chubu), Osaka (Kansai), Fukuoka e Naha. Além das rotas domésticas, a aérea conta ainda com linhas regulares para o Taipei (Taiwan) e voos charters para Muan, na Coreia do Sul. A empresa atua em code share com a ANA e a Solaseed Air. Um voo entre Nagoya e Fukuoka em 1º de dezembro sai por, no mínimo, ¥10.250. Já na ANA o mesmo voo, operado em conjunto, custa pelo menos ¥16.550.

 

Pesquise para encontrar voos mais baratos

Com a quantidade de informação à disposição, encontrar voos baratos se tornou bem mais fácil. Comparadores de preços, como o Google Flights, encontram os voos disponíveis para determinados trechos e fornecem os preços, para comparação, incluindo tarifas de agências de viagens que podem conseguir valores ainda menores do que os praticados pelas companhias aéreas. No entanto, a compra em agências merece atenção. Mudanças e cancelamentos só podem ser feitos pelas empresas que venderam as passagens, o que pode dar alguma dor de cabeça no caso das agências on-line.

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3 tesouros naturais em Nagano para desfrutar no outono https://jpguide.co/3-tesouros-naturais-em-nagano-para-desfrutar-no-outono/ https://jpguide.co/3-tesouros-naturais-em-nagano-para-desfrutar-no-outono/#respond Fri, 27 Oct 2023 14:28:57 +0000 https://jpguide.co/?p=6186 Os tesouros naturais do Japão são espalhados por todo o país e são apreciados durante todas as quatro estações do ano. Durante o outono, no entanto, a diversidade e brilho das cores é incomparável. E na bela prefeitura de Nagano, o que você verá serão sempre paisagens originais com uma composição e beleza própria.

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3 tesouros naturais em Nagano para desfrutar no outono

O Japão é conhecido em todo o mundo como o país da tecnologia avançada e cidades desenvolvidas. Mas além de todos os seus incríveis arranha-céus e infraestruturas, o país orgulha-se da sua natureza maravilhosa e cenários perfeitos.
Os tesouros naturais do Japão são espalhados por todo o país e são apreciados durante todas as quatro estações do ano. Durante o outono, no entanto, a diversidade e brilho das cores é incomparável. E na bela prefeitura de Nagano, o que você verá serão sempre paisagens originais com uma composição e beleza própria.

1 – Mt. Karasawa
Ao falar sobre as cores mágicas do outono, é impossível não fazer menção da palavra “montanhas”, pois elas, sem dúvida, possuem o cenário que todos os viajantes estão procurando. O monte Karasawa é um dos picos das montanhas Hotaka que fazem parte dos Alpes do Norte do Japão. Os Alpes japoneses são uma série de montanhas altas em Honshu, a principal ilha do Japão, que são conhecidos por suas vistas espetaculares e altos picos. Na verdade, todos os 30 picos mais altos do Japão estão aqui, exceto para o Monte Fuji.

As cores do outono podem ser apreciadas cada vez mais à medida que a subida aumenta e, uma vez alcançado o topo, uma visão de 360 graus dos majestosos Alpes do Norte dá as boas vindas a todos!

A folhagem de outono em Karasawa pode ser melhor vista entorno do fim de setembro ao início de outubro. Durante esta estação, a temperatura pode cair de 20° C a 0° C, por isso não esqueça de ir bem agasalhado!

Nome: 涸沢岳
Acesso: Existem diversas opções de pontos de origem e transporte para se chegar a Matsumoto, de onde se recomenda iniciar o passeio ao Monte Karasawa. Para mais detalhes e planejamento consulte o link: http://welcome.city.matsumoto.nagano.jp/contents01+index.id+2.htm
Telefone: 0263-32-2814
Site: http://welcome.city.matsumoto.nagano.jp

2 – Lago Tatsugasawa
Este pequeno reservatório em Nagano é conhecido pelo reflexo perfeito das folhas de outono sobre a superfície da água lisa.

O lago Tatsugasawa, é uma joia escondida. Os chamado “espelho d’água” que reflete todas as cores ao seu redor em sua superfície é deslumbrante. No entanto, o Lago Tatsugasawa é tão pouco conhecido que mesmo os guias de turismo sobre a folhagem de outono mais abrangentes, muitas vezes não o enumeram, por isso, se tiver a oportunidade para ir vê-lo em meados de outubro a início de novembro, não perca!

Nome: 竜ヶ沢ダム( たつがさわだむ )
Acesso: 15 minutos a pé da Associação de turistas de Takeishi, 50 minutos de táxi da estação Ueda
Telefone: 0268-85-2311
Site: http://www.ueda-trenavi.jp

3- Kamikochi
E, finalmente, o melhor dos melhores!
Se você planeja visitar Nagano no outono, você provavelmente já ouviu falar de Kamikochi. É um lugar fascinante na cidade de Matsumoto, oferecendo muitos tipos de paisagens como lagoas, rios, vales e montanhas.

Kamikochi é um resort turístico muito popular em Nagano, na região dos Alpes do Norte, que mesmo apesar da popularidade, preservou sua beleza natural cênica perfeitamente por fazer parte do Parque Nacional Chubu-Sangaku. Por isso como medida preventiva, os carros foram restringidos na área e só são permitidos até as áreas de estacionamento de Hirayu e Sawando. Os visitantes devem pegar um ônibus ou um táxi para acessar o parque.

Existem muitas trilhas diferentes ao redor da área que o tornam um bom lugar para caminhantes de diferentes níveis. Algumas das melhores montanhas para escalar aqui são os Yarigatake (3.180 metros) e Hotakadake (3.190 metros). Para aqueles que preferem uma abordagem muito mais calma para a natureza, várias trilhas para caminhadas e lagoas também podem ser feitas aqui pelas lagoas Taisho-ike e Myojin-ike que são dois dos pontos mais procurados em Kamikochi. Não se deve deixar de ver a Ponte Kappa, uma ponte suspensa de madeira considerada como o símbolo de Kamikochi. A partir daqui, as vistas dos gigantes Alpes do Norte e o fluxo do rio Asuza podem ser vistas e perfeitamente apreciadas.

Kamikochi é definitivamente um pacote completo, então certifique-se de conferir no outono (meados de abril até 15 de novembro), durante o inverno não há mais acesso disponível.

Nome: 上高地
Acesso: Por se encontrar nas proximidades do Monte Karasawa, recomenda-se partir de Matsumoto para a trilha, no entando exitem opções de ônibus a partir da estação de Matsumoto para Kamikochi, para detalhes e opções, consulte: http://www.kamikochi.org/plan/access
Site: http://www.kamikochi.org/

 

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Como funciona o passaporte da vacina no Japão? https://jpguide.co/como-funciona-o-passaporte-da-vacina-no-japao/ https://jpguide.co/como-funciona-o-passaporte-da-vacina-no-japao/#respond Wed, 23 Aug 2023 17:57:50 +0000 https://jpguide.co/?p=16247 Com o aumento da número de vacinados mundo afora, os países começam a organizar formas de voltar a aceitar a entrada de pessoas que moram no exterior em seu território. Muitos países têm criado “passaportes da vacina” que estão sendo usados como pré-requisitos para quem pretende visitar outros países a negócio ou mesmo a passeio.  […]

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Com o aumento da número de vacinados mundo afora, os países começam a organizar formas de voltar a aceitar a entrada de pessoas que moram no exterior em seu território. Muitos países têm criado “passaportes da vacina” que estão sendo usados como pré-requisitos para quem pretende visitar outros países a negócio ou mesmo a passeio.  No Japão, o documento se chama Sesshu Shomeisho (接種証明書), algo como “Certificado de Vacinação”. Ele é diferente do Sesshuzumisho (接種済証) — e de seu similar Sesshu Kirokusho (接種記録書) — que é o cartão com dois selos autenticados, entregues logo após o recebimento de cada dose.

O JP Guide explica tudo o que você precisa saber sobre o Sesshu Shomeisho, o passaporte da vacina.

O que é o Sesshu Shomeisho?

É um novo documento emitido pelas prefeituras municipais que certifica que a pessoa portadora tomou as doses recomendadas da vacina contra o novo coronavírus. O Sesshu Shomeisho (接種証明書) é diferente do Sesshuzumisho (接種済証) e do Sesshu Kirokusho (接種記録書), entregues no momento em que o cidadão toma a vacina. A principal diferença é que o Sesshu Shomeisho é bilingue — japonês e inglês. O objetivo é que ele possa ser apresentado para as autoridades internacionais, no momento da entrada em um país estrangeiro.

Para que serve o Sesshu Shomeisho?

Ele serve como comprovante, perante às autoridades estrangeiras, de que o seu portador tomou as doses recomendadas da vacina. Alguns países do mundo estão abrindo suas fronteiras para cidadãos estrangeiros imunizados contra o novo coronavírus. O Sesshu Shomeisho foi criado para que os residentes no Japão possam comprovar que tomaram as doses recomendadas das vacinas disponíveis no país — Pfizer e Moderna. Por isso o documento está sendo chamado de “Passaporte da Vacina”. Com ele, é possível entrar nos países com os quais o Japão firmou acordos — 34 nações até o momento. Isso não quer dizer que o portador do “Passaporte” não tenha que seguir as exigências do país que irá visitar e cada país tem a sua própria lista, dentre elas a obrigação de apresentar um exame negativo para o coronavírus. O governo japonês divulga aqui os países que estão aceitando o Sesshu Shomeisho.

Que informações estão contidas no Sesshu Shomeisho?

O documento contêm, além dos dados pessoais da pessoa portadora, as informações do imunizante recebido, a data e o país de vacinação.

 

Quem precisa solicitar o Sesshu Shomeisho?

Pessoas que pretendem viajar para o exterior são aconselhadas a solicitar o “Passaporte da Vacina”. No entanto, cidadãos brasileiros que pretendem retornar ao país — definitivamente ou a curto prazo — não são obrigados a portar o documento. Porém, vale lembrar que muitas cidades brasileiras estão adotando restrições de acesso a espaços fechados para pessoas não vacinadas. Neste caso, o modo mais fácil de provar que você tomou a vacina no Japão é tendo um documento em inglês que comprove a imunização. Mas vale ressaltar que o Brasil não tem acordo para o reconhecimento do “Passaporte da Vacina” japonês. Em outras palavras, vai valer o bom senso das autoridades no Brasil.

Onde posso solicitar o Sesshu Shomeisho?

O “Passaporte da Vacina” está sendo emitido pelos municípios. Você deve solicitar o seu na prefeitura da cidade onde recebeu a imunização. Cada prefeitura está adotando uma forma de fornecer o passaporte. Em muitos casos, a pessoa solicitante envia os documentos exigidos pelo correio e recebe o passaporte do mesmo modo. Poucas prefeituras estão aceitando os pedidos por via digital — apenas 18 entre as mais de 1700 municipalidades do país, segundo o Nikkei Shimbun. Hamamatsu, na província de Shizuoka, é uma das cidades que está aceitando solicitações de passaporte online.

Como é feita a solicitação do Sesshu Shomeisho?

Na maior parte dos casos, a pessoa interessada envia os documentos solicitados pelo correio, junto com um formulário de solicitação do “Passaporte da Vacina” devidamente preenchido. O formulário, em inglês e japonês, está disponível para download no site dos municípios. No entanto, algumas prefeituras estão emitindo o documento por solicitação presencial. É o caso de Oizumi, na província de Gunma, por exemplo.

Os documentos básicos exigidos na solicitação:

  • cópia da página de identificação do passaporte;
  • cópia do comprovante de vacinação Sesshuzumisho (接種済証) ou do Sesshu Kirokusho (接種記録書);
  • cópia de um documento que funcione como comprovante de residência (Zairyu Card, Carteira de Motorista, My Number Card, dentre outros);
  • formulário de solicitação devidamente preenchido
  • envelope preenchido com nome e endereço, com selo de ¥84, para o envio do “Passaporte”.

O pedido também pode ser feito por representação. Neste caso, é necessário incluir uma procuração simples, assinada pelo solicitante, cujo modelo também costuma estar disponível no site das prefeituras.

Quanto custa a solicitação do Sesshu Shomeisho?

Nada. A emissão do documento é gratuita.

O Japão vai exigir o Sesshu Shomeisho de nós, residentes?

Não necessariamente. Se for necessário comprovar a imunização, basta apresentar o Sesshuzumisho (接種済証) ou o Sesshu Kirokusho (接種記録書), entregues logo após a vacinação. Porém, quem viajar para o exterior pode ter vantagens ao apresentar o “Passaporte da Vacina”, como desconto de tempo na quarentena. Mas isso vai depender, também, do país de onde o residente estiver retornando.

 

Texto: Roberto Maxwell 

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Onsen: aquecendo o corpo e alma no Japão https://jpguide.co/onsen-aquecendo-o-corpo-e-alma-no-japao/ https://jpguide.co/onsen-aquecendo-o-corpo-e-alma-no-japao/#respond Wed, 16 Aug 2023 21:33:30 +0000 https://jpguide.co/?p=31713 Onsen: aquecendo o corpo e alma no Japão Com uma das mais ricas culturas de banho do mundo, a Terra do Sol Nascente mostra que a atividade vulcânica também pode ser uma bênção por Roberto Maxwell   Quando se fala no Japão, uma das coisas mais lembradas — depois das tradições e da tecnologia — […]

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Onsen: aquecendo o corpo e alma no Japão
Com uma das mais ricas culturas de banho do mundo, a Terra do Sol Nascente mostra que a atividade vulcânica também pode ser uma bênção
por Roberto Maxwell

Onsen

 

Quando se fala no Japão, uma das coisas mais lembradas — depois das tradições e da tecnologia — são os terremotos. O país é formado por um conjunto de ilhas que se estende de norte a sul pelo oceano, numa zona conhecida como Círculo de Fogo do Pacífico. Na proximidade do assoalho marinho ficam as imensas rachaduras que delimitam as placas tectônicas, gigantescas “jangadas de pedra” sobre as quais ficam os continentes. O território do Japão fica dividido entre quatro delas e a atividade vulcânica formou boa parte das ilhas do arquipélago.

Para muitos, é fácil concluir que os japoneses vivem sob panelas de pressão prestes a explodir. Porém, os milhares de anos de convivência com uma das forças menos conhecidas da natureza fez com que o povo local aprendesse a se proteger e a tirar proveito da atividade vulcânica. A terra fértil, comum na base de vulcões, é limitada. Porém, oferece recursos importantes para o desenvolvimento agrícola que deu origem ao país. De quebra, as águas aquecidas naturalmente jorram do subsolo em diversas partes do país. Elas deram origem a uma das culturas de banhos mais ricas e duradouras da história da humanidade. Nesta edição, o GUIA JP traz dicas de três regiões do Japão em que os banhos de águas termais vão acalentar o seu corpo e o seu espírito.

As antigas ruelas de Arima Onsen
As antigas ruelas de Arima Onsen

Hakone: refúgio urbano

Localizada a pouco mais de uma hora de distância da capital japonesa, Hakone é uma das estâncias de águas termais mais populares do Japão. A cidade nas montanhas da província de Kanagawa é um dos principais refúgios dos toquiotas que querem deixar a megalópole nos momentos de folga.

A viagem pode ser feita no Romance Car, um elegante trem turístico operado pela companhia ferroviária Odakyu, com várias opções de horários ao longo do dia. Além do fácil acesso, Hakone construiu uma infraestrutura turística excepcional, com transporte público abundante e frequente, e uma rede de hoteleira com estabelecimentos para todos os bolsos.

Praticamente todos os hotéis e ryokans — pousadas tradicionais — oferecem os banhos de águas termais que são a principal atração da região. Alguns, inclusive, aceitam não hóspedes, que podem pagar a entrada e desfrutar dos banhos por algumas horas do dia. Esse tipo de serviço é chamado em japonês de higaeri, algo que pode ser traduzido grosseiramente como “bate e volta”. Um dos ryokans com higaeri mais populares da cidade é o Tenzan, localizado no entorno da estação de Hakone-Yumoto. Conhecido por ser amigável a visitantes tatuados, o Tenzan atualmente só permite a entrada de pessoas com tatuagens que estejam sozinhas. Fora esse inconveniente, o espaço é belíssimo, com grandes banhos a céu aberto, o que dá um toque a mais na experiência, já que eles ficam dentro da floresta.

Para quem está em família, outra opção é o Yunessun, um parque aquático com águas termais que, diferente da grande maioria dos onsens convencionais, tem espaços que podem ser usados por toda a família. Isso porque, normalmente, é necessário entrar nu nos banhos que são separados por gênero. No Yunessun, todos entram de roupas de banho; homens e mulheres usam os mesmos espaços. O local conta com banhos “saborizados” — e não “bebíveis” — de café, chá e vinho. Também existem um toboágua e outras atrações divertidas.

Além dos banhos de águas termais, Hakone se especializou em arte. A cidade abriga um dos primeiros museus a céu aberto do Japão, o Hakone Open Air Museum, no qual os visitantes podem apreciar esculturas de artistas renomados de todo o planeta numa ampla área coberta de verde e, no final, relaxar num ashiyu, um escalda-pés de água naturalmente aquecida.

 

Owakudani- o vale dos gases termais de Hakone
Owakudani- o vale dos gases termais de Hakone

Kusatsu Onsen: colheita de águas termais

Quem chega no centro de Kusatsu Onsen sempre fica impressionado. A vila, que cresceu em torno das fontes de águas termais, resolveu dedicar a elas uma verdadeira obra de arquitetura. Chamada de Yubatake, a estrutura que tem o tamanho de um campo de futsal é quase que uma escadaria de água corrente à temperatura de cerca de 80 graus, e que forma uma pequena cachoeira na praça central da vila. Yubatake, em japonês, quer dizer o “local em que se colhe a água termal”, um trocadilho com a palavra usada para a plantação de alimentos. Além da função estética, a estrutura também ajuda a resfriar as águas que depois são canalizadas e distribuídas pelos diversos ryokans existentes na área.

Bem em frente ao Yubatake fica o Netsunoyu, uma antiga casa de banho que se transformou em centro cultural. Aqui, os visitantes aprendem um pouco mais sobre a cultura dos banhos termais em Kusatsu. Ao longo do dia, um grupo de mulheres faz uma apresentação mostrando como a água era resfriada nos banhos da localidade. Elas usam pranchas de madeira e entoam canções laborais que dão ritmo à pesada função. Na praça, ficam, ainda, dois banhos públicos que atraem moradores locais e turistas e são ideais para quem não vai pernoitar na vila.

Porém, a atração mais bacana de Kusatsu fica a cerca de 2 quilômetros de caminhada da praça central. Na ruela cheia de lojinhas, é possível provar o onsen manju, um pãozinho doce tradicionalmente cozido no vapor termal. Seguindo adiante, chega-se a um rio de águas termais e, ladeira acima, o visitante atinge o Sainokawara, um banho público a céu aberto, na floresta. Com uma boa estrutura, o espaço é uma experiência essencial de relaxamento em meio à natureza, com segurança e tranquilidade.

 

Vista noturna do Sainokawara, Kusatsu Onsen
Vista noturna do Sainokawara, Kusatsu Onsen

 

Arima Onsen: banhos urbanos milenares

Kobe é uma das cidades mais conhecidas do Japão e a fama veio de uma tragédia. Em 1995, a localidade foi devastada por um grande terremoto que mudou o Japão para sempre. A destruição causou uma revolução nas tecnologias de construção e tornou as cidades japonesas mais seguras. E Kobe virou referência mundial em reconstrução pós-desastre.

Bem longe das áreas mais destruídas pelo sismo de 1995 fica Arima Onsen, uma das poucas estâncias urbanas de águas termais do Japão. Localizada na zona montanhosa da cidade, Arima tem sido um popular resort entre os moradores de Osaka, metrópole que fica a cerca de uma hora de distância. Num primeiro olhar, a estância parece ser bem moderna, com hotéis em prédios altos de aparência bem ocidental. Porém, basta entrar numa das muitas ladeiras para descobrir lojinhas e restaurantes em construções de madeira, como as das antigas cidades japonesas. Além disso, é possível explorar templos e santuários e ver fontes de águas termais.

Com mais de um milênio de história, Arima é considerada uma das mais antigas estâncias de águas termais do Japão. No Museu Taiko-no-yu, uma casa de banhos em atividade, é possível conhecer um pouco do passado de Arima. O espaço tem uma reconstrução de um antigo estabelecimento que era um dos preferidos de Toyotomi Hideyoshi, um dos unificadores do Japão, que viveu no século 16.

Além da história, Arima tem uma peculiaridade. No local, existem dois tipos diferentes de águas termais. O kinsen — ou água dourada — é composto por ferro e tem a coloração amarronzada. Já o ginzen — água prateada — é translúcido e contém rádio e carbonatos. Para “provar” as duas, é possível visitar os banhos públicos da cidade, chamados respectivamente de Kin no Yu e Gin no Yu. Para além das duas águas, Arima oferece uma experiência termal sem sair dos limites da cidade.

 

Onsen

Como utilizar os banhos de águas termais no Japão

Banhar-se nas águas termais em um onsen não requer nenhum tipo de preparo especial, mas algumas dicas vão deixar você mais seguro ao usar esses espaços tão significativos para os japoneses.

● Tire toda a roupa antes de entrar no banho.
● Antes de entrar na água, lave o corpo num chuveiro ou com um pequeno balde que fica na beira do banho.
● Duas toalhas costumam ser oferecidas a quem entra num banho termal. A pequena serve para secar o corpo na saída da “piscina”. A grande é para ser usada no vestiário e terminar a secagem do corpo. Não mergulhe as toalhas na água do banho.
● Não pule, nem nade na “piscina” termal.
● Não é obrigatório ficar em silêncio no banho termal. Porém, se for conversar, abaixe a voz. O banho é um espaço de descanso e relaxamento.

 

 

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VANIA FERRARI E ANNA NOGUEIRA https://jpguide.co/vania-ferrari-e-anna-nogueira/ https://jpguide.co/vania-ferrari-e-anna-nogueira/#respond Thu, 22 Jun 2023 07:52:35 +0000 https://jpguide.co/?p=31522 O sucesso de uma empresa não se resume apenas à sua estrutura física, ao seu produto ou serviço oferecido. Um dos pilares fundamentais para a consolidação e crescimento de qualquer organização é a gestão eficiente de Recursos Humanos. O setor de RH desempenha um papel estratégico na empresa, atuando como um elo essencial entre o […]

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O sucesso de uma empresa não se resume apenas à sua estrutura física, ao seu produto ou serviço oferecido. Um dos pilares fundamentais para a consolidação e crescimento de qualquer organização é a gestão eficiente de Recursos Humanos.

O setor de RH desempenha um papel estratégico na empresa, atuando como um elo essencial entre o empresário e os colaboradores. Os Recursos Humanos vai além da contratação e demissão de funcionários, envolvendo diversas atividades relacionadas ao gerenciamento e desenvolvimento dos talentos dentro da organização. A área desempenha um papel fundamental na consolidação de uma empresa, promovendo a gestão adequada das pessoas e o desenvolvimento de suas competências e habilidades.

E na matéria especial de capa da Revista Guia JP deste mês, temos o prazer de trazer uma entrevista exclusiva com duas mulheres inspiradoras, Vania Ferrari e Anna Nogueira, que recentemente realizaram uma incrível viagem pela Ásia, com destaque especial para sua visita ao Japão. Além de serem aventureiras, Vania e Anna também são conhecidas por seu canal no YouTube, “Vania Ferrari e Anna: Pensamentos Transformadores”, que se tornou um verdadeiro sucesso desde sua criação em 2014.

Elas mantêm o canal “Vania Ferrari e Anna: Pensamentos Transformadores

https://www.youtube.com/@vaniaferrari_annanogueira

Com 63 mil inscritos, mais de 500 vídeos publicados e 1 milhão e 200 mil visualizações (Tudo isso até o momento desta entrevista), seu canal é considerado o maior sobre gestão de carreira e RH do Brasil. Preparem-se para se encantar com as histórias e conhecimentos compartilhados por Vania Ferrari e Anna Nogueira.

Suas experiências na Ásia e sua visita ao Japão certamente abrirão nossos horizontes e nos inspirarão a buscar nossos próprios caminhos transformadores.

Confira, a seguir, a entrevista exclusiva concedida à revista Guia JP.

GUIA JP: Estamos com duas especialistas em RH, com um currículo invejável e grande bagagem de mercado. Por favor, se apresentem.

VANIA FERRARI: Sou administradora e tenho MBA em gestão de pessoas, que é o assunto que eu mais gosto no mundo, isto é, sobre gente. Brinco que eu tenho uma cara de maluca, mas eu sou CDF e gosto de estudar e essa é um pouco da minha história acadêmica. Profissionalmente falando, eu tenho passagens por diferentes marcas.Comecei a trabalhar com 16 anos, e estou com 52. Lá se vão muitos anos, mais de 30 anos nas mais diferentes empresas como colaboradora e depois como líder, gestora e diretora dessas empresas.

ANNA NOGUEIRA: Sou bióloga de formação e especialista em Inovação e Criatividade pela PUC de São Paulo. Tenho experiência em sustentabilidade corporativa, atuei por mais de 15 anos nessa área, implementando as estratégias de sustentabilidade e de diversidade das empresas.

VANIA: Nós temos uma empresa de treinamento e desenvolvimento chamada “Pensamentos Transformadores”, que criamos juntas em 2013. Então, esse ano a nossa empresa faz 10 anos e nós temos viajado o Brasil e o mundo para treinar profissionais nas diferentes marcas. Isso abrange desde o chão de fábrica até o conselho administrativo, treinamento de liderança, treinamento comportamental e técnico. Atuamos sempre com o objetivo de fazer as pessoas trabalharem felizes, serem produtivas e conseguirem grana para suas vidas e para suas famílias, de um jeito mais leve e ao mesmo tempo produtivo.

GUIA JP: Qual é a importância do RH nas empresas?

VANIA: RH é a vida de uma companhia. A área de desenvolvimento humano e organizacional é o coração de uma empresa. Isso porque é ela que captura no mercado os profissionais mais corretos para cada área e que vão fazer a coisa acontecer. Se você tem as pessoas certas nas posições corretas dentro de uma empresa, você tem tudo para dar certo. Nosso trabalho é assessorar as empresas desde o processo de recrutamento e seleção para atração dos talentos até o processo de desligamento. Passamos um treinamento para que as pessoas conheçam a missão, visão e os valores daquela empresa em que estão entrando. Falamos sobre treinamento técnico e comportamental, inclusive, a gente tem um slogan que tem tudo a ver com isso: “O profissional do século 21 tem que ser bom e bom. Ele tem que ser bom tecnicamente e ter bom coração.” Depois do treinamento dos colaboradores, tem um momento importante de feedback. A gente treina os líderes e os liderados para receberem e darem feedbacks e a comunicarem o que o profissional está fazendo bem e o que ele está fazendo mal, executando isso de tal forma que a pessoa se sinta desafiada a melhorar profissionalmente. Depois tem a parte diária de comunicação, e uma das falhas mais comuns das empresas é se comunicar mal com o colaborador, não fazer com que ele entenda qual é o papel dele na organização e em que momento a organização está. É um ato contínuo dar essa comunicação, esse feedback, esse estímulo e gerar o engajamento e a motivação para que esse colaborador cresça dentro da companhia. Esse é o nosso grande trabalho.

ANNA: Tudo isso está intimamente relacionado com as práticas SG que o mercado tanto tem falado. Quando a gente olha especificamente para as práticas sociais, estamos falando do cuidado com as pessoas, sejam elas os colaboradores, líderes, os clientes ou a sociedade. Então o RH tem um papel muito importante para essa agenda ser vivida realmente nas organizações.

GUIA JP: Tenho a impressão de que as pequenas empresas, principalmente no Brasil, não ligam muito para o RH, isto é, contratam do jeito que dá. Existe uma estatística sobre quanto as empresas investem em RH no Brasil?

ANNA: Tem um importante relatório de remuneração e de tendências para o mundo do trabalho que, na edição deste ano de 2023, aponta que as pequenas e médias empresas têm o desafio e estão acelerando o processo de profissionalização do RH. Então há investimento para capacitar esses profissionais, para contratar gente que tem experiência na área, para os processos acontecerem de acordo com a necessidade do nosso tempo. Com o cuidado com essas pessoas, com o desenvolvimento desses profissionais, isso tende a se acelerar nos próximos anos.

GUIA JP: Existem algumas características da comunidade brasileira no Japão. A começar que a empresa de RH é conhecida como empreiteira (Empresa de terceirização). Dentro dessa empreiteira tem uma figura conhecida como Tantousha. Na prática, é como se ele fosse o responsável por um grupo de pessoas dentro de fábrica. Quais seriam as características ideais desse líder que vai contratar?

VANIA: Primeiro, e antes de qualquer coisa, todo mundo que trabalha com o desenvolvimento humano precisa gostar de gente. Em primeiro lugar, precisa gostar de se relacionar, de conhecer as histórias das pessoas, de conhecer as vidas dessas pessoas para compreender para onde vai cada pessoa que ela entrevista. Porque tem gente que vai funcionar muito bem num trabalho mecânico e diário ou vai funcionar durante algum tempo nessa função, porque ela tem um desejo que é ou juntar dinheiro, ou ajudar a família ou comprar algum bem que deseja. Isso motiva essa pessoa por algum tempo nesse trabalho mecânico. Se esse líder que está entrevistando essa pessoa souber qual é o sonho dela, ele consegue colocar essa pessoa numa posição que atenda suas necessidades nesse momento. Depois, ele pode ficar atento para mudar essa pessoa de função aonde ela vai performar melhor. Em segundo lugar, ele precisa estudar. Estudar não é voltar para a cadeira da faculdade ou de um curso técnico. Hoje, com a tecnologia, você consegue estudar da sala da sua casa. O nosso canal no YouTube, por exemplo, se propõe a ajudar essas pessoas a estudar estando em casa. “De volta ao mundo do trabalho” é o nome do nosso projeto. Nele, entrevistamos brasileiros e brasileiras, assim como você, para entender sobre os mercados, e isso vira conteúdo que a gente posta lá no canal. Os tantoushas do mundo inteiro podem colher informação lá. E a gente traz informação técnica para esse cara estudar, para essa mulher estudar e entender como recrutar bem, como treinar bem, como observar o momento certo de pegar aquele profissional que é uma joia rara e colocar numa outra função.

GUIA JP: Fale mais sobre o canal de vocês no YouTube.

VANIA: O canal se chama “Vania Ferrari e Anna: Pensamentos Transformadores” Quando eu comecei o canal, a Anna ainda estava nas empresas, com um importante papel num banco. Então, a princípio, o canal era só meu e, por acaso, a gente registrou como Vania Ferrari. Hoje, se você entrar lá, vai ver cinco anos de conteúdos meus e da Anna, onde a gente fala sobre todos os assuntos. Dentro do nosso canal, você busca por palavra-chave. Então, por exemplo, eu quero um treinamento sobre feedback. É só digitar o tema e você vai encontrar uns três, quatro vídeos sobre feedback. Um dos vídeos mais vistos é o da Anna, que ela fala sobre Práticas SG.

ANNA: Uma coisa que a gente tem o cuidado de fazer é produzir um conteúdo que simplifica conceitos. Então não importa o segmento no qual você atua, ali você vai encontrar conteúdo que te orienta para o desafio que você estiver naquele momento. São dez, quinze minutos cada vídeo, com uma aula completa sobre cada tema. É o jeito que a gente encontrou de democratizar o acesso ao conhecimento. A formação executiva não é acessível para todo mundo, ela é cara ou ela é demorada, e os profissionais precisam resolver problemas hoje. Então ali tem diferentes temas que podem ser consumidos sem moderação pelas pessoas.

GUIA JP: Voltando ao tantousha. Que tipo específico de conhecimento ou habilidades ele deveria buscar para se especializar e superar a concorrência, considerando a necessidade de melhorar seu desempenho e sua capacidade de contratação?

VANIA: Primeiro, ele tem que ser uma pessoa organizada. Então a gente fala sobre gestão do tempo no nosso canal. Administração do tempo e técnicas para priorizar as atividades. Tem coisas que a gente faz durante o dia que nos ocupam, mas não agregam valor para o trabalho. Sabe aquele dia que termina e você fala, “Nossa, eu trabalhei tanto e estou exausta, mas não fiz nada”? Então, há técnicas de gestão do tempo, de administração de tarefas, de priorização que esses profissionais têm que desenvolver. No nosso canal no YouTube a gente estuda vários livros e publica quase que uma resenha, um resumo dessas técnicas de administração do tempo. Tem outra coisa que tem a ver com a pessoa ter um pensamento estratégico. Pensar na estratégia do negócio. O que eu preciso fazer? Como é que eu me comunico com essas pessoas? Como é que eu encontro essas pessoas? É preciso lembrar que você faz a ponte entre esses profissionais. E quais ferramentas eu vou usar, sejam elas digitais ou analógicas? Como é que eu chego nessas pessoas? E uma vez que eu recebo esse currículo, esse perfil, esse profissional na entrevista, tem que ter a técnica de entrevista. Outra questão é o que eu pergunto para essas pessoas? Como é que eu separo o joio do trigo, alguém que vai me dar muito trabalho lá na ponta que o cliente vai ficar superinsatisfeito e que rapidamente eu vou ter que substituir, comprometendo a minha reputação nessas grandes marcas que você citou? E ao contrário, como é que eu trago a pessoa certa que o meu cliente vai agradecer e falar, poxa, eu quero contratar essa pessoa, não quero nem mais que ela seja terceirizada, eu quero que ela trabalhe aqui? Isso, na verdade, é um grande troféu para esse recrutador, que é quando o cliente agradece porque ele levou aquela pessoa para a empresa. Tudo isso são técnicas que estão disponíveis lá, tanto para o recrutador quanto para o recrutado.

ANNA: A gente tem uma playlist com conteúdos para quem quer mudar de carreira ou mudar de emprego. Tem dicas para você montar o seu currículo, de como você pode comunicar quem você é nas redes sociais, como se preparar para uma entrevista, como cuidar da sua forma de se comunicar para avaliar se você está sendo claro na hora de se comunicar, para contar quem é você, a experiência que você traz; enfim, são diversas pílulas para esses profissionais que querem evoluir nas suas carreiras, independentemente da área.

GUIA JP: Fato é que existem líderes ruins. Então, como identificar isso do ponto de vista de quem precisa desenvolver líderes?

VANIA: Eu adoro esse assunto. Primeiro porque nós sabemos que existe uma crise mundial de liderança. É muito difícil você ir para a noite e não escutar na mesa do lado alguém falando mal do chefe. Eu trabalhei 30 anos em empresas, em mais de dez marcas diferentes, tive centenas de chefes, e, se três foram bons, isso foi muito. E quando eu conto essa história, as pessoas refletem e dizem a mesma coisa. Então existe uma crise mundial antiquíssima de liderança ruim. Os líderes são chefes na sua maioria, ou seja, são pessoas que não gostam de gente, mas querem resultado e acabam assediando moralmente os seus colaboradores para tentar obter resultado. Isso funciona durante algum tempo, mas não a vida toda. As pessoas espanam. A principal competência de um líder tem a ver com a capacidade de extrair o melhor do outro, e não o pior. Um líder que está sempre bravo, sempre irritado, que fala num tom alto com as pessoas, chega a mudar o batimento cardíaco delas. Então, quando esse chefe chega perto de mim, meu coração dispara, eu não oxigeno o cérebro e, portanto, vou errar. Um bom líder tem que saber que ele impacta a vida do seu colaborador. E se ele for sempre agressivo, se ele for sempre arredio, se eu tiver um ambiente hostil, as pessoas vão mais errar do que acertar. Que é o contrário do que essa pessoa quer e precisa. Para ser um bom líder você precisa saber que o seu papel é fazer as pessoas evoluírem. Que você está lá a serviço daquelas pessoas e não o contrário. Você precisa que essas pessoas performem bem. E para isso, você tem que ter inteligência emocional. E aí eu chego na sua resposta. A principal característica de um profissional neste momento é a inteligência emocional, que tem a ver com ele não confundir a vida dele com o trabalho no sentido de, se ele bater o carro, se ele teve uma briga com o síndico do prédio, chegar na empresa e não explodir com as pessoas. Ele tem que chegar na empresa, ou na fábrica, ou no ambiente de trabalho, respirar fundo e entender. “Bom, esse é mais um dia em que eu vou fazer as pessoas darem o seu melhor.”

GUIA JP: Essa pessoa pode desenvolver essa inteligência emocional?

VANIA: Sabe aquela coisa que a gente pega um ótimo técnico e transforma num péssimo líder? É basicamente isso. Tem gente que tem mais facilidade para liderar. Tem gente que tem menos facilidade. Porém, essas competências são desenvolvíveis. Se a pessoa quer ser um bom líder como um presidente de uma empresa, como uma diretora de uma empresa, como uma presidente, essa pessoa precisa estar bem. Precisa fazer uma terapia, ter um hobby, se exercitar, se alimentar bem, precisa ter a sua roda da vida, que é como a gente chama, em dia. É preciso cuidar de todos os aspectos da vida, ser uma pessoa feliz, porque gente feliz ajuda o outro, gente feliz não atrapalha o outro. O que a gente vê é muito psicopata na liderança. Tem uma pesquisa nos Estados Unidos na qual indica que tem 1% de psicopatas habitando o país. Quando você faz essa mesma pesquisa dentro das empresas você descobre que 4% são presidentes. Ou seja, uma presidência atrai psicopata. Por quê? Porque é um lugar onde eu exerço o poder, onde eu posso ser tirano, onde eu posso falar e todo mundo vai me ouvir. Com essa perspectiva, as empresas começaram a perceber que elas tinham que recrutar melhor os seus líderes, e nesse processo, trazer pessoas saudáveis emocionalmente. Pessoas que acabam o expediente e vão para casa jantar com seus familiares, brincar com seus filhos, fazer seu esporte, seu hobby, exercitar alguma outra competência emocional. São pessoas que vão ao museu, que vão ao teatro, que ouvem música. A arte é importante para destravar essas competências nos líderes. Então, é ser uma pessoa boa em primeira instância e a técnica vem depois. Eu posso aprender sobre como funciona uma empresa, como funciona um banco, um produto ou um serviço, mas se eu não for uma pessoa boa não adianta, entendeu? Isso passa por inteligência emocional.

GUIA JP: Como engajar líderes a se tornarem intraempreendedores?

VANIA: Temos um vídeo no nosso canal chamado “O bendito olhar de dono”. Eu acho que a Ana pode explicar um pouquinho sobre essa competência.

ANNA: Num primeiro momento, a gente precisa entender que olhar de dono é do dono. Se você não é o dono você não vai ter esse olhar. Mas você é dono da sua carreira. Você é dono daquele conjunto de desafios que te foram oferecidos. Então você tem que ter esse desejo de entregar o melhor, de identificar o que pode ser formado e buscar continuamente simplificar processos, trabalhar de uma nova forma, ser mais eficiente. E essas são coisas que vão fazer bem para sua carreira. Você vai olhar com orgulho para sua trajetória e vai ser bom para sua equipe, porque sempre vai ter aquele olhar de, poxa, isso a gente tem feito dessa forma, mas a gente pode fazer diferente. A gente pode usar os nossos recursos, sejam eles os recursos naturais, financeiros, o tempo, ou através da busca pela eficiência. Vamos fazer mais rápido de uma maneira mais divertida, mais inteligente. E tem uma coisa muito importante para líderes e equipes quando a gente fala de olhar de dono, de intraempreendedorismo e de inovação, que é a busca pela solução de um problema real. A gente tem que inovar olhando em longo prazo o futuro do segmento onde a gente está inserido? Sim, mas a gente também precisa entender como identificar o que é urgente e resolver, seja a forma de atender o cliente, seja a forma da linha de produção numa fábrica, enfim, todos os processos de trabalho requerem um olhar ávido por transformar, por resolver problemas. E a gente acredita que trabalhar é resolver problema.

VANIA: Eu sempre trabalhei em empresa grande, como a GE, a IBM, a Vivo, a America Online e tal. E em uma empresa grande, quarenta mil funcionários, trinta mil funcionários, cinquenta mil funcionários, você é uma pessoa que está ali fazendo o seu trabalho e se bobear ninguém te vê. Passa anos e ninguém te vê. O que eu fiz a minha vida inteira? Eu pegava a minha equipe e falava assim: “Aqui no nosso pedaço a gente vai arrebentar, a gente vai arrasar, a nossa área vai ser impecável, vai ser limpa, organizada, as nossas pessoas vão ser bem humoradas, vão ajudar as outras pessoas. A gente vai começar a ser olhado de um jeito diferente”. Fazia um pacto com a minha equipe. Quero com isso que as pessoas venham olhar, falar o que essa área faz. Que essas pessoas estão sempre alegres, entregam os resultados e batem meta. Então a gente meio que se unia em prol de fazer a nossa área brilhar. Esse é o olhar do intraempreendedor. É olhar de alguém que pega o orçamento da empresa, a equipe da empresa e usa como sua. Ser intraempreendedor é um ótimo negócio. As pessoas falam que é cafona ficar vestindo a camisa da empresa. Cafona é falar mal da empresa onde você trabalha.

GUIA JP: O que estamos falando tem a ver com a sustentabilidade da empresa?

ANNA: Isso é a prática da sustentabilidade. Porque quando a gente fala dos aspectos ambientais da agenda de sustentabilidade, parece algo distante do dia a dia. Mas toda vez que a gente busca eficiência a gente revê o jeito que está trabalhando, ou seja, a gente está sendo, consequentemente, sustentável. Quando a gente tem melhor equilíbrio do tempo, quando as pessoas conseguem entregar o que elas precisam e conseguem sair no horário, exercer suas outras funções, estudar, se divertir para além do trabalho, a gente está sendo sustentável. Então essa agenda é muito ampla e, de novo, ela está no dia a dia do trabalho de qualquer profissional, independentemente da área na qual ele atue.

GUIA JP: Queria falar sobre quem vai entrar na empresa. Vamos começar com uma ideia de gerações e fazer um resumo do que motiva cada uma delas na hora de construir uma carreira?

VANIA: Eu gosto muito de usar a arte para exemplificar o trabalho. Tem uma música do Titãs que fala “A gente não quer só dinheiro, a gente quer dinheiro, diversão e arte”. Essa geração atual requer muito isso, nunca é só dinheiro. Eles querem poder ter uma vida fluída, uma vida divertida, uma vida em que não se sintam presos a uma marca. Meu pai era metalúrgico e trabalhou 40 anos praticamente na mesma empresa. Eu, com 30 anos, trabalhei em dez marcas diferentes. Meu sobrinho de 20 anos trabalha hoje para três empresas diferentes, no mesmo dia, como freelancer. Essas diferenças acontecem, mas eu nunca associo muito à idade. Eu associo mais ao momento. Sou uma mulher de 52 anos que tem uma vida fluida. A gente é nômade digital, a gente trabalha de qualquer lugar do mundo. O que eu procuro como profissional? Eu procuro ganhar minha grana honestamente, construir relações que sejam de qualidade com as pessoas e ser feliz na minha vida, no meu casamento e na minha história. Se você for falar com qualquer pessoa, todo mundo quer mais ou menos isso. E tem gente mais ambiciosa e menos ambiciosa. Às vezes as pessoas querem ser gerente só para ganhar mais. E aí a vida dela vira um inferno porque ela não gosta de gerenciar pessoas. Então a gente tem falado muito com os RHs para que promovam essas pessoas dentro das companhias, não para serem líderes, mas para serem especialistas. Elas vão ganhar mais fazendo o que gostam. O que essas gerações procuram? A medida da sua ambição é ter a grana, a felicidade e a saúde mental que precisam. Porque estamos vivendo um momento de muita gente se afastando do trabalho por dificuldades emocionais, porque estão sendo absurdamente cobradas por algo para o qual elas não foram treinadas, num cargo para o qual elas não servem. Qual é a ambição de qualquer pessoa? Vou ganhar minha grana, vou ser feliz, ter saúde em primeiro lugar, porque sem saúde a gente não faz nada. Então a gente tem visto essa mudança. Nós temos amigas que abdicaram de um cargo mais alto, de uma cadeira no conselho administrativo, de uma presidência, para trabalhar menos horas e ter mais qualidade de vida. Vejo esse movimento acontecer em todos os lugares.

GUIA JP: Ao direcionar estratégias de marketing para as gerações mais recentes, como podemos posicionar uma empresa de forma a atrair aqueles que buscam um estilo de vida mais livre e desejam deixar um legado para o mundo, mesmo que não estejam interessados em buscar status tradicionais de emprego?

VANIA: A Anna é a especialista nesse assunto, mas é verdade, eu não quero associar meu nome a uma marca que eu não respeito. Por exemplo, quando o Elon Musk fez aquela lambança no Twitter, várias pessoas físicas e jurídicas pararam de usar o Twitter. Imediatamente. Eu não quero dar dinheiro para uma marca que faz o que ele faz com as pessoas. Isso faria mal para a minha saúde. Tem marcas que eu não uso. Todas as marcas de moda que foram pegas usando trabalho escravo, são marcas que eu não uso mais. São roupas que eu não uso mais, não compro, não passo na porta da loja. O mesmo acontece com todo mundo que tem o mínimo de consciência.

ANNA: A agenda de sustentabilidade entrou muito fortemente nos aspectos financeiros. Se eu, colaborador, vou ajudar a minha empresa a ter mais lucro, eu quero que tenha lucro uma empresa que combina com os meus valores, que está construindo um mundo onde eu quero viver, onde eu quero que os meus sobrinhos vivam e tal. Eu vou escolher trabalhar nessas marcas e vou recusar propostas em outras mesmo que o salário seja maior, porque no longo prazo, essas empresas vão deixar de existir. Você precisa seguir as práticas SG, sociais, ambientais e de governança para garantir a perenidade do seu negócio. É também uma conversa sobre valores. A mesma coisa para o consumo. Antes a gente tinha orgulho de estampar uma marca porque era uma marca de luxo ou sinônimo de modernidade. Hoje, a gente cada vez mais quer estampar uma marca que combina com os nossos valores. Vale para trabalho, vale para consumo. GUIA: É possível alcançar sucesso na carreira sem amar o que se está fazendo, considerando a perspectiva de que fazer o que se ama é fundamental para obter êxito, conforme mencionado por Steve Jobs?

VANIA: Por um tempo. Por exemplo, às vezes no primeiro emprego a gente tem que fazer algo que não necessariamente está ligado ao nosso talento, é o ofício para ganhar dinheiro. Mas sabemos que é por um tempo. Então fazemos bem feito porque tem a ver com a nossa reputação, algo que carregamos para onde formos. Já tive colaboradores na minha equipe que diziam claramente não querer trabalhar em determinada empresa. Dizia que o sonho é, sei lá, ser veterinário. E eu trabalhava numa empresa financeira. Mas eu dizia que não tinha problema, que ele seria veterinário. Só que para que isso acontecesse, era preciso passar por essa etapa, então que fizesse bem, com carinho, com dedicação e com alegria. Tem coisas no trabalho que são chatas mesmo, como, por exemplo, emitir nota fiscal. Mas se eu estou emitindo a nota fiscal é porque eu fiz um bom trabalho e estou recebendo do meu cliente. Não é que tem que amar emitir nota fiscal, ninguém ama emitir nota fiscal. Mas eu vou fazer porque é fruto ou etapa de um trabalho que eu estou construindo em longo prazo.

GUIA JP: Na prática é fazer o que der até conseguir fazer o que gosta.

VANIA: Sim, mas faz bem feito. Não faz zoado não que a conta vem, porque daqui a dez anos alguém vai pedir referência para esse empregador e você vai comprometer a sua reputação. Então faça bem feito.

GUIA JP: E eventualmente talvez o networking construído no que você está fazendo agora vai te ajudar a fazer o que você ama.

VANIA: É muito isso. Num processo de recrutamento e seleção você vai para uma entrevista, performa bem, no entanto não passa. Mas você foi elegante, educado e correto. Daqui a algum tempo essa pessoa vai te ligar para falar que para aquela vaga você não passou, mas para essa outra ela está te chamando. Mesma coisa no trabalho. O nosso trabalho é difícil de vender. A gente vai numa empresa, faz uma apresentação, passa um dia, nosso telefone toca com alguém dizendo que o marido viu a palestra na empresa dele e nos convida para palestrar na empresa dela. A gente brinca que nós somos as famosas “ninguém”, mas a gente não para de trabalhar, porque uma pessoa indica para a outra, outra indica para outra e isso chama reputação. Vale para o nosso segmento e vale para pessoa física também.

GUIA JP: Eu quero trazer um pouco para a comunidade brasileira. Mas passando um pouco da minha visão de perfil. A ideia são brasileiros que no final da década de 80 começaram a vir para o Japão, e a maioria sem qualificação técnica. Depois de vinte anos volta para o Brasil. Na opinião de vocês, é possível que essa pessoa, depois de dez, vinte anos aqui, desenvolva uma carreira a partir desse momento?

VANIA: Totalmente, principalmente no mundo que a gente está vivendo agora. Veja, a gente está envelhecendo mais, a gente está vivendo mais e, portanto, a cada dez anos você pode ser especialista numa carreira completamente diferente da que você teve hoje. Até porque nós somos multitalentosos. O ser humano é uma potência inacreditável. A gente pode aprender o que a gente quiser a hora que a gente quiser. A Tomie Ohtake começou a pintar com 40 anos de idade. Tem casos de pessoas que desenvolveram novas habilidades a partir dos 50. Eu tenho uma mãe de 83 que faz aula de piano e faz aula de inglês. Então não existe mais essa limitação. Isso mudou. Então você pode, sim, com dedicação e vontade, fazendo as escolhas certas, desenvolver habilidades em qualquer carreira para qualquer coisa. Existem caminhos, técnicas, fontes que você tem que procurar, mas qualquer pessoa pode fazer qualquer coisa. No nosso caso foi assim. A nossa empresa de treinamento e desenvolvimento tem 10 anos. E no comecinho eu tive que aprender coisas novas. Eu sempre fui CLT, eu nunca pensei em ter uma empresa. Eu tinha medo de ter empresa. Imagine, meu pai era metalúrgico, então eu tinha medo de abrir uma empresa não sabendo como é que eu pagaria imposto, como se calculava um, ou até mesmo como é que se fazia para ter um contador. Eu achava muito complicado, mas quando eu abracei essa carreira de treinamento e desenvolvimento, que eu tive que criar uma empresa, eu criei do zero. Eu fui fazer as redes sociais do zero, eu fui fazer contato do zero, eu fui fazer network do zero e eu já tinha 40 anos.

GUIA JP: Que dica vocês dariam para um brasileiro Buscando desenvolver uma carreira mais qualificada depois de vinte anos no Japão, seja aqui ou no Brasil?

VANIA: Brasileiro é aguerrido, brasileiro é maravilhoso e você sabe que a gente está fazendo essa turnê e a gente está falando com brasileiros em cada um desses países. A gente falou com o pessoal em Bangkok, em Melbourne, em Singapura e em Oakland. E hoje vamos falar com uma galera de brasileiros aqui no Japão. O brasileiro tem essa característica, ser aguerrido, de ser um povo divertido, de ser um povo mão na massa, então esse é o primeiro ponto, você ter vontade de fazer as coisas e você não ter medo, porque o medo bloqueia a gente. Obstáculo todo mundo vai enfrentar, isso se chama vida. A vida é cheia de percalços. Não estou ignorando aqui que tem gente que tem mais privilégios e tem gente que tem menos privilégios, mas uma vez que você é brasileiro, o primeiro ponto é leia, estude, fale com as pessoas, se mexa, dê os seus pulos, entendeu? Seja uma pessoa sacudida, que vai ligar para as pessoas, que vai mandar e-mail, que vai conversar, que vai atrás daquilo que você almeja, seja lá o que for. Isso a gente está vendo acontecer, brasileiros chegando nesses países pelos quais passamos com a cara e com a coragem. E também destravando essa competência de saber que a gente consegue o que a gente quiser.

ANNA: Agora, acho que algo muito importante é você investir tempo para pensar sobre a sua carreira. A gente tem um caderno em que anotamos de onde a gente vem, desde que começamos a trabalhar, e quais são os próximos passos que a gente gostaria de dar na carreira. Então você vai investir tempo nisso, ter uma tarefa mesmo, seja ela semanal ou mensal, para olhar para si mesmo. Reflita sobre o setor em que você trabalha agora, para onde gostaria de ir, se quer evoluir nesse mesmo cargo, nessa mesma área ou se quer mudar de carreira. Pensar sobre essas questões vai fazer você buscar o conhecimento necessário para o próximo passo. E aí você vai escolher o que ler e que cursos fazer, tem muita informação à distância disponível, muitos cursos on-line. Se munir dessa informação é muito importante.

GUIA JP: Voltando um pouco, como uma pequena empresa pode identificar e contratar pessoas mais produtivas para suas necessidades?

ANNA: Existem várias técnicas para você contratar. Primeiro você precisa ter clareza de qual é a missão, visão e valores dessa sua empresa, seja ela novíssima, pequenininha, média ou grande. O que eu quero fazer? Para além dos meus produtos e serviços e por eles também. Que tipo de produto eu vou fazer e como ele vai melhorar a vida das pessoas? Qual a razão de existir dessa empresa? Você tendo clareza disso, vai atrair os melhores profissionais, mas é preciso ter um olhar para diversidade, e isso inclui todas as diversidades, de idade, de classe social, e de gênero. Todas as diversidades precisam compor o seu time para você ter olhares múltiplos, porque os clientes vão ser múltiplos. Para você responder aos diferentes desafios você tem que ter uma equipe muito diversa. Isso vai trazer benefícios de engajamento dos profissionais, de produtividade, de eficiência, de posicionamento e de valor de marca. Todos esses benefícios são atingidos a partir desse olhar para a diversidade.

GUIA JP: Eu não sabia a riqueza desse assunto que entramos. Tenho pelo menos umas vinte perguntas ainda. Gostaria de agradecer, mas não conseguiria terminar essa entrevista sem perguntar: a inteligência artificial vai acabar com os empregos?

VANIA: No canal a gente divulga nossos estudos, as pesquisas, os livros que estamos escrevendo, os livros que estamos lendo, aliás, nós temos dois livros já editados. E nesses livros a gente fala sobre vários aspectos, um deles tem a ver com inovação, e um dos capítulos do livro é “O que o Vale do Silício tem que o Vale do Anhangabaú não tem”. A inovação, a tecnologia, a inteligência artificial não vão acabar com os empregos, eles vão criar mais empregos. Contudo, você tem que estar melhor preparado. Quais são os trabalhos que a inteligência artificial vai fazer? Todos aqueles que são burros. Tudo aquilo que pode ser automatizado. Esses disparos de e-mails que eram manuais, disparos de mensagens que eram manuais, área de telemarketing que faz contato para venda. Todas essas coisas que são mecânicas e que se fala a mesma coisa o tempo todo que um robô pode fazer, isso vai deixar de existir para nós humanos. Só que nós, humanos, somos os que programam a inteligência artificial. Então, áreas como tecnologia, o estudo e a propagação da inteligência artificial, criação de códigos, algoritmos, esses trabalhos vão requerer a inteligência humana. A arte, a psicologia, a história, a literatura, trabalhos de gestão de pessoas, tudo que tem a ver com o uso criativo e humano para a confecção de produtos e serviços vai aumentar a demanda. Então qual é a mensagem para você que tem medo de perder o emprego? Olhe para o seu emprego, olhe para o seu trabalho. O que você faz pode ser automatizado? Se sim, você rapidamente já comece a estudar, a princípio informalmente, não precisa gastar dinheiro com isso agora. Mas comece a ler e a estudar, tem vários artigos que dão o caminho para sua carreira. O nosso canal, sem nenhuma modéstia, se propõe a fazer isso, a criar conteúdo para você absorver, aprender e poder evoluir. Então entra lá no YouTube, canal Vania Ferrari, que você vai encontrar conteúdos que vão te encaminhar. Por exemplo, a hospitalidade é outra área em crescimento, as áreas de saúde também. Novos produtos com esse conhecimento do que é belo, justo e bom vão aumentar o tempo todo. É só você procurar uma que tem mais a ver com a sua personalidade e ganhar um novo ofício.

ANNA: Eu concordo totalmente. Na verdade, vai haver uma substituição e a gente vai poder exercer coisas que são muito mais interessantes, que possibilitam o uso da criatividade e que vão fazer a gente até ter uma melhor relação com o trabalho, porque quando a gente consegue exercer uma função que permite o uso da nossa inteligência, das nossas expressões criativas, do contato com o humano, a gente tende a ser mais feliz e ser mais engajado com esse tipo de ofício.

VANIA: E assim ganha mais dinheiro. Não é que você nunca mais vai ter que trabalhar, mas você vai trabalhar feliz. Você vai trabalhar desenvolvendo pessoas. Mas só quem trabalha com RH desenvolve pessoas? Não. Você pode estar no chão de uma fábrica, pode estar operando uma máquina. Se você for uma pessoa boa e consciente, você está influenciando quem está trabalhando do seu lado. Em qualquer função você vai influenciar as pessoas positiva ou negativamente. Aí é você quem escolhe. A gente sabe que o seu sucesso é proporcional à quantidade de pessoas que você ajuda a ter sucesso. Essa é outra máxima que a gente sabe que se aplica, transforma a sua carreira e a sua vida.

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Shinkansen: O Japão e a mais segura linha de trens superexpressos do mundo https://jpguide.co/shinkansen-o-japao-e-a-mais-segura-linha-de-trens-superexpressos-do-mundo/ https://jpguide.co/shinkansen-o-japao-e-a-mais-segura-linha-de-trens-superexpressos-do-mundo/#respond Thu, 22 Jun 2023 07:05:19 +0000 https://jpguide.co/?p=31504 Era o ano de 1964. O Japão se preparava como uma debutante para um evento que seria um ponto de virada na história do país. Obras grandiosas, campanhas educacionais e até uma lavagem geral nos 45 do segundo tempo para o país mostrar, através da sua capital Tóquio, que as feridas abertas até o final […]

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Era o ano de 1964. O Japão se preparava como uma debutante para um evento que seria um ponto de virada na história do país. Obras grandiosas, campanhas educacionais e até uma lavagem geral nos 45 do segundo tempo para o país mostrar, através da sua capital Tóquio, que as feridas abertas até o final da Segunda Guerra Mundial eram página virada. Esse foi o clima dos últimos momentos que antecederam os Jogos Olímpicos daquele ano, os primeiros a serem realizados no continente asiático.

De todas as surpresas, a mais “tecnológica” era, sem dúvida, o trem de alta velocidade que, em japonês, ganhou o nome de “shinkansen”, algo como “nova linha troncal”, um jargão técnico que, em pouquíssimo tempo, se tornou sinônimo de eficiência e encantamento. Abismado com o design do primeiro modelo desses trens excepcionais, o Série 0 que está na foto dessa dupla de páginas, o mundo adotou a expressão “trem-bala” para se referir a essa maravilha da tecnologia que tornou mais seguras e mais rápidas as viagens intercidades no Japão, e até hoje surpreende os estrangeiros que visitam o país.

 

Antigos trens expressos que circulavam na Linha Tokaido, antes da era do shinkansen

Série N700 circulando na linha Tokaido Shinkansen

Trens-bala na estação de Tóquio

Quando o Imperador Meiji assumiu o controle das forças militares do país, no final dos anos 1860, o Japão estava num imenso atraso tecnológico com relação às potências do Ocidente. Um dos principais projetos do novo monarca foi, então, correr contra o tempo, atraindo técnicos estrangeiros para o Japão e enviando japoneses para estudar na Europa e nos Estados Unidos. O resultado entrou para a história como a Restauração Meiji, um período de intensas mudanças, essencial para entender o Japão que conhecemos hoje.

Uma das tecnologias trazidas do Ocidente foi a ferrovia. Até então, o transporte terrestre no Japão era feito em caravanas à tração animal, o que fazia com que distâncias entre Tóquio e Kyoto, quase sempre em rotas pelas montanhas, fossem percorridas em longo tempo. Mas não demorou muito para que as ferrovias começassem a surgir no país. Já no final do século 19, os japoneses já tinham construído sua primeira locomotiva a vapor e uma série de ferrovias inauguradas em diferentes partes do país, incluindo centros urbanos. Século 20 adentro, a rápida expansão fez com que o país já contasse com uma rede ferroviária extensa, conectando por trilhos praticamente todo o território nacional.

Em outubro de 1964, quando foi inaugurada, a Linha Tokaido do Shinkansen representou a abertura de uma nova fronteira que permitiu que os trens pudessem concorrer com o avião em termos de rapidez nas viagens domésticas de média distância. Até então, uma viagem de trem entre Tóquio e Osaka durava mais de 6 horas. A nova linha reduziu esse tempo à metade, com o trem trafegando à espantosa velocidade máxima de 210 km/h. Hoje, os trens mais modernos podem alcançar mais de 300 km/h, mas por questões operacionais funcionam a, no máximo, 285 km/h.

Atualmente, a rede de trens-bala no Japão tem pouco mais de 2800 km dividida em 8 linhas que cortam o país de norte a sul. Mas o sistema não está completo. Linhas como a Hokuriku e a Hokkaido ainda estão em processo de extensão. Além delas, duas linhas do chamado mini-shinkansen ligam Tóquio ao norte do país, usando veículos de alta velocidade, mas trafegando em trechos compartilhados com trens convencionais e, portanto, menos rapidamente.

Soma-se a elas uma nova tecnologia de trens de altíssima velocidade que está pronta para entrar em funcionamento. A linha Chuo do shinkansen será equipada com trens de levitação magnética que devem conectar Tóquio a Osaka em 67 minutos, quase a metade do tempo que a viagem leva hoje, em veículos à velocidade máxima de 505 km/h. A primeira parte da linha, entre Tóquio e Nagoya, deve ser inaugurada em 2027, e é uma amostra de que os japoneses não param quando o assunto é ferrovia.

HOKKAIDO SHINKANSEN

Inaugurada em 2016, a linha conecta a capital da província de Aomori, no norte da ilha de Honshu, à cidade de Hakodate, no sul da ilha de Hokkaido num trajeto de quase 150 km. É possível embarcar em Tóquio num trem que passa pela linha Tohoku e chegar na estação terminal Shin-Hakodate-Hokuto em 4 horas e 21 minutos. A linha que atravessa o Estreito de Sekan por um túnel submerso está em expansão e deverá chegar até Sapporo. Nas condições atuais, a viagem duraria 5 horas e 1 minuto, mas os planos é reduzir esse tempo para menos de 4 horas, o que tornaria a linha mais competitiva.

TOHOKU SHINKANSEN

Conectando Tóquio a Shin-Aomori, a linha percorre quase 675 km com trens que podem chegar à velocidade de 320 km/h. Os serviços mais rápidos fazem a viagem completa em 3 horas e 20 minutos. Além do tronco principal, o Tohoku Shinkansen conta com dois sub-ramais – os mini-shinkansen – que seguem nas direções de Yamagata e Akita, compartilhando os trilhos com trens convencionais os quais viajam à velocidade máxima de 130 km/h.

JOETSU SHINKANSEN

Esta é a linha que liga Tóquio à província de Niigata, passando pela região de estâncias de esqui de Yuzawa, na província de Niigata. São pouco menos de 270 km de extensão, contando que o Joetsu Shinkansen começa oficialmente na estação de Omiya, na capital da província de Saitama. A linha também tinha uma peculiaridade: era a única com carros de dois andares. Os últimos veículos do tipo, da Série E2, deixaram de circular em março deste ano.

HOKURIKU SHINKANSEN

Antigo Nagano Shinkansen, a linha foi inaugurada em 1997 e começou a operar entre Tóquio e Kanazawa, a capital de Ishikawa, em 2015. Com 345,5 km de extensão, a linha começa oficialmente em Takasaki, na província de Gunma. De acordo com o projeto atual, a extensão até Tsuruga, na província de Fukui, deve ser inaugurada em 2024, e a previsão é que a linha chegue a Osaka em 2045.

TOKAIDO SHINKANSEN

A primeira das linhas do trem-bala no Japão liga a capital japonesa à cidade de Osaka, uma distância de pouco mais de 514 km num tempo mínimo de pouco mais de 2 horas. A linha fornece conexão direta com o Sanyo Shinkansen até Hakata, em Fukuoka, já na ilha de Kyushu. A Tokaido é a linha de trem-bala mais utilizada do Japão, já que conecta os três principais polos de negócios do país – os dois terminais e a cidade de Nagoya –, além de atender a Kyoto, uma das maiores potências turísticas da Ásia.

SANYO SHINKANSEN

Extensão do Tokaido Shinkansen na direção sudoeste do país, a linha liga Osaka a Fukuoka. Com quase 554 km de extensão, o Sanyo Shinkansen opera à velocidade máxima de 300 km/h e atende a cidades como Hiroshima e Okayama. Os trens mais rápidos cobrem toda a extensão da linha em cerca de 2 horas e meia. Alguns trens fazem conexão direta entre Fukuoka e Tóquio. Esta viagem dura cerca de cinco horas.

KYUSHU SHINKANSEN

Com a atual compleição finalizada em 2011, a linha corta a ilha de Kyushu de norte a sul, conectando as cidades de Fukuoka e Kagoshima. A rota tem quase 257 km que são vencidos em menos de 1 hora e meia nos trens mais rápidos, com velocidades máximas de 260 km/h.

NISHI-KYUSHU SHINKANSEN

Menor das rotas de trem-bala atualmente em operação no Japão com 66 km de extensão, esta linha circula entre as estações de Takeo Onsen, em Saga, e Nagasaki, na província de mesmo nome. O plano para o Nishi-kyushu Shinkansen é chegar até Fukuoka. Porém, um imbróglio com o governo provincial de Saga fez com que a construção da seção entre as estações de Shin-tosa e Takeo-onsen tenha sido colocada em estado de suspensão. A atual rota foi inaugurada em setembro de 2022.

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Calor muito além do verão – KOCHI https://jpguide.co/calor-muito-alem-do-verao-kochi/ https://jpguide.co/calor-muito-alem-do-verao-kochi/#respond Thu, 27 Apr 2023 07:46:45 +0000 https://jpguide.co/?p=31233     Oficialmente, o verão se inicia no Japão com o solstício do dia 21 de junho. A temporada começa para valer, no entanto, na data em que a cidade de Kochi registra pela primeira vez temperaturas de mais de 40 graus. Termômetro involuntário da estação mais quente do ano, a província de Kochi acabou […]

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    Oficialmente, o verão se inicia no Japão com o solstício do dia 21 de junho. A temporada começa para valer, no entanto, na data em que a cidade de Kochi registra pela primeira vez temperaturas de mais de 40 graus. Termômetro involuntário da estação mais quente do ano, a província de Kochi acabou ficando muito associada às altas temperaturas. Acontece que, como em quase todas as províncias do país, Kochi tem seus altos e baixos e, neste caso, estamos falando de mar e montanha, nos quais frio e calor se alternam, com um servindo de escape para o outro. Nesta edição, o GUIA JP mostra que, em Kochi, o calor vai muito além da estação quente. A província tem boa comida feita com fogo, o calor humano nas noites boêmias e muito mais. Embarque com a gente.

Castelo de Kochi, um dos 12 únicos castelos originais do Japão

História e boêmia na capital

Com pouco mais de 320 mil habitantes, 1/4 da população da província, a cidade de Kochi foi o centro do Domínio de Tosa durante todo o Período Edo (1601 – 1868). O poder emanava do Castelo de Kochi, um dos 12 que sobreviveram à sanha destruidora de fortificações no Período Meiji. A construção atual data do século 18 e compreende basicamente toda a área conhecida como honmaru, a parte mais interna do complexo de defesa, que contém a torre principal e diversas outras construções adjacentes cercadas por um fosso. Kochi é o único castelo japonês que restou com todo o seu honmaru intacto.

A capital também é conhecida pela vida boêmia e isso já pode ser identificado na estação central da cidade, onde os visitantes são recebidos por uma estátua do Bero-bero no Okami-sama, o deus da bebedeira, muito bem colocado num pedestal em formato de barril de saquê.

A cidade leva tão a sério a boêmia que organiza anualmente, no mês de março, o Tosa no Okyaku, uma celebração na qual algumas ruas da cidade são equipadas com mesas aquecidas para que todos possam comer e beber juntos.

Um dos locais recomendados para provar a boa comida local é o Mercado Hirome, onde uma variedade de bancas oferecem diversos pratos para serem saboreados e mesas coletivas. A iguaria mais famosa da região é o katsuo-tataki, o atum-bonito grelhado diretamente no fogo. O prato vai muito bem com os deliciosos saquês produzidos na província.

Katsuo-tataki, gastronomia local no fogo

Se a sua pegada for mais diurna, domingo é dia de conhecer o “armazém de Kochi”. Assim é chamado o Mercado Dominical, uma feira de 1,3 km de extensão na avenida que dá acesso ao castelo. Com mais de 300 barraquinhas esta é a maior feira livre do Japão. Além dos produtos frescos, a feira é um paraíso para quem gosta de provar comida de rua, com destaque para o inakazushi, o sushi da roça, feito com legumes e verduras em conserva, além de tofu, no lugar do peixe. De sobremesa, vale provar o aissu-kurin, uma versão popular localmente do sorvete, com menos gordura. Utensílios de alta qualidade como facas e cerâmicas, além de bonsais, também podem ser encontrados no local.

No verão escaldante, a principal atração da cidade é o Yosakoi, um colorido festival com blocos que percorrem toda a cidade no meado do mês de agosto. Enquanto os moradores saem pela cidade fantasiados, os blocos puxados pelos jigatasha, a versão local dos trios elétricos, desfilam pela cidade em coreografias muito bem ensaiadas e ao som de ritmos diversos. Uma verdadeira celebração do jeito despachado de ser dos kochiotas.

Yosakoi: festival que destaca a alma de Kochi

Na trilha (aromática) do yuzu

Um dos maiores segredos da gastronomia japonesa, o yuzu é um cítrico extremamente aromático. Kochi é a província que mais produz a fruta no Japão, em vilas escondidas entre as montanhas do leste como Umaji e Kitagawa.

Antigas áreas de produção de madeira, as vilas desenvolveram uma poderosa infraestrutura ferroviária de transporte do material para os portos próximos. Nos anos 1960, porém, a produção madeireira sofreu um baque e caiu em declínio. Os moradores apelaram, então, para a citricultura para manter viva a economia local, com o yuzu como carro-chefe.

Além do yuzu, as vilas vêm criando atividades para atrair turistas para a região. Em Umaji, por exemplo, a antiga estrutura ferroviária é utilizada de diversas maneiras para incentivar o turismo. A Yanase Forestry Railway, por exemplo, oferece desde test drives da locomotiva usada na época madeireira, além de um passeio montanha acima no plano inclinado criado para trazer os troncos para baixo.

Antiga infraestrutura ferroviária virou atração turística

Em novembro, a vila realiza o Festival Yuzu Hajimaru para celebrar o início da colheita da fruta. Nas barraquinhas, é possível provar diversas iguarias locais feitas com o cítrico. Aqui, por exemplo, o inakazushi usa um shari – arroz temperado para sushi – preparado com suco de yuzu ao invés de vinagre. A fruta também aparece em uma série de outros produtos, de bebidas a condimentos, com destaque para o yuzu-kosho, um preparo que leva, ainda, pimenta chilli e sal marinho.

Um mundo inspirado em Monet

Também conhecida pela produção de yuzu, Kitagawa fica ao lado de Umaji. Além das inúmeras pontes e instalações usadas pelas antigas rodovias, a vila é conhecida pela residência do antigo samurai Nakaoka Shintaro, que foi um dos rebeldes que ajudaram o Imperador Meiji a acabar com a hegemonia militar da Família Tokugawa, levando ao fim do Período Edo. Sua história pode ser conhecida na casa onde viveu, aberta ao público.

A grande atração da cidade, no entanto, é o Jardim de Monet Marmottan. O espaço é uma réplica fiel do Giverny, o jardim que abrigou a casa onde o pintor francês viveu de 1883 até a sua morte em 1926 e produziu a série das ninfeias, algumas delas dentre as mais conhecidas obras do artista impressionista.

Jardim Marmottan em Kitamura, inspirado na obra de Monet

Os Jardins de Giverny são baseados em antigas gravuras japonesas encontradas por Monet na Europa, o que inspirou a cidade de Kitagawa a criar uma réplica, o Marmottan que recebeu as bênçãos da fundação que preserva a obra do pintor francês. O espaço é dividido em três. No Jardim das Flores, a palheta de cores e texturas da obra de Monet é reproduzida através das plantas. Já no Jardim das Águas ficam, dentre outras árvores, as ninfeias que inspiraram as famosas obras de Monet. A melhor época para ver as ninfeias azuis é entre o final de junho e o início de novembro. Por fim, caminhando por entre a floresta, fica o Jardim de Bordighera, que faz referência à paixão do pintor pelo mar. A paisagem local foi usada como pano de fundo para um projeto que usa plantas do sul da Europa e outros elementos para recriar a expedição do artista pelo Mediterrâneo.

Depois da visita, vale a pena pernoitar num dos ryokan da cidade para aproveitar a atmosfera de relaxamento dos banhos de águas termais e divagar nas memórias de uma viagem inesquecível pelas belezas de Kochi.

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